Houve um silêncio persistente após minhas palavras, enquanto meus pais tentavam processar o que eu acabava de dizer.
— Cheguei a este mundo? Como assim, querido? Você nasceu aqui… e-eu não entendo.
Minha mãe respondeu quando me alcançava. Ela segurou minhas mãos com força, como se estivesse com medo que eu me afastasse se não o fizesse.
Meu pai, por outro lado, olhou para mim silenciosamente, esperando que eu continuasse. Respirando fundo, apertei a mão da minha mãe e falei com um sorriso confortante.
— Claro que nasci aqui, mãe. Eu vim de sua própria carne e sangue. Confie em mim, lembro-me melhor do que ninguém quando nasci. — ri despertando outro olhar confuso de meus pais.
— Fui transportado, renascido… não sei exatamente o que foi, mas algo aconteceu e fui tirado do meu mundo e trazido para este.
— E-espere um minuto, filho… você terá que voltar um pouco…
— Art, do que você está falando? Outro mundo? V-você está bem? Seu mestre lhe contou isso? De onde veio isso?
Minha mãe interrompeu enquanto se aproximava, examinando minha cabeça… provavelmente procurando por sinais de uma concussão.
— Não mãe. Meu mestre não sabe disso; ninguém além de vocês sabe disso. Também não sei o termo correto para esse “fenômeno”. Pensei sobre isso por um tempo, mas meu melhor palpite é que seja algo parecido com uma reencarnação. — expliquei.
— Arthur, aconteceu alguma coisa com você depois que eles te levaram embora? Eles te machucaram de alguma maneira? Venha aqui, deixe-me tentar curar…
— Querida, o garoto está bem. Arthur. — continue encorajou meu pai, mas minha mãe persistiu.
— Não, Rey, nosso filho não está bem. Ele está dizendo bobagens sobre outro mundo e reencarnação. Art, deixe-me…
— Alice! Deixe o garoto falar. — Meu pai falou com uma voz que eu nunca tinha ouvido antes, atordoando minha mãe e eu.
Então expliquei…
Descrevi o mundo de onde vim, o papel que desempenhei lá e os relacionamentos que tive com uma quantidade excruciante de detalhes para garantir que eles soubessem que eu não poderia ter inventado isso.
Ao longo da conversa, meus pais ficaram em silêncio a maior parte do tempo. Meu pai fazia perguntas aqui e ali, mas seu rosto continuava inexpressivo. Minha mãe, no entanto, estava obviamente abalada; seu rosto empalideceu, o tremor de suas mãos aumentou à medida que minha história progredia.
Eu não sabia dizer quanto tempo havia passado, mas pelo fato de sentir uma leve sensação de fome no estômago, parecia que eu estava conversando por várias horas.
— Rei Grey… — meu pai murmurou, passando os dedos pelos cabelos enquanto se recostava na cadeira.
— Então a sua habilidade em luta, seu talento em magia…
— Sim, o sistema ki no meu velho mundo funcionava de maneira semelhante a certos aspectos da mana neste mundo. — eu terminei para ele. — E quanto aos combates… você entendeu.
— Desde que você nasceu, você conseguiu entender o que estávamos dizendo? Você se lembra de tudo? — Meu pai perguntou, deixando escapar um suspiro profundo.
Eu simplesmente balancei a cabeça em resposta.
— Hehe… minha mãe riu.
Meu pai e eu voltamos nossos olhares para ela e, para nossa surpresa, minha mãe começou a rir. Meu pai a abraçou, mas ela apenas nos olhou de maneira delirante.
— E-eu entendi. Isso é tudo uma piada, certo? Hehe… oh, meu filho. Art, você quase nos enganou, certo Rey?
Ela disse, sorrindo. No entanto, quando nenhum de nós respondeu, seu sorriso desapareceu, seus olhos procuraram por pistas que confirmassem sua crença. Quando não conseguiu encontrar, ela pegou minha mão e me encarou com um olhar de desespero.
— Isso é uma piada… certo? Arthur Leywin, me diga que isso é uma piada. Você não pode realmente ser… algum rei que morreu e foi transportado para a mente do meu filho que nem havia nascido, certo? CERTO?
— Eu… não sei exatamente o que aconteceu, mas não estou brincando. — respondi, incapaz de olhá-la nos olhos.
— Não… não, não, não. Isso… Não, isso não está acontecendo. Rey, não me diga que acredita em tudo isso? Nosso filho está doente, algo deve ter acontecido com ele quando ele se foi… não, algo definitivamente aconteceu. Rey, diga alguma coisa! Diga que nosso filho está doente!
Minha mãe agarrou o braço de meu pai, puxando sua manga quando lágrimas começaram a rolar pelo rosto pálido.
— Querida…
Envolvendo o braço em volta do ombro dela, meu pai segurou minha mãe perto de seu peito. Ele olhou para mim e me fez sinal para deixar os dois sozinhos.
Eu queria abraçar minha mãe, dizer a ela que eu ainda era seu filho, mas também não tive coragem de fazer isso. Abrindo a barraca, saí sem dizer qualquer coisa, deixando meus pais sozinhos.
A anciã Rinia, Windsom e minha irmã todos olharam para mim enquanto eu caminhava em direção a eles, mas o olhar no meu rosto provavelmente os impediu de perguntar qualquer coisa. Até minha irmã amuada segurou sua língua quando me sentei ao lado dela e a Sylvie adormecida em frente ao fogo.
O tempo passou devagar, com a minha mente tentando nadar através de um xarope particularmente viscoso.
Contar para eles foi a decisão correta? O que eles acham de mim agora? Eles ainda pensam em mim como filho, ou eles se distanciariam de mim…?
Barulhos se misturavam incoerentemente, e tudo além do fogo que eu estava olhando, ficou fora de foco. No entanto, minha cabeça imediatamente estalou de volta com o som da abertura da tenda.
Meu pai saiu da tenda, de repente parecendo muito mais velho do que antes. Esperava que minha mãe saísse logo depois, mas meu pai balançou sua cabeça em negação.
— Ellie, você pode ficar com sua mãe dentro da barraca? Perguntou, apontando para eu segui-lo.
— Aqui está. Sinta-se melhor, seu cocô. — Minha irmã estendeu a língua para fora enquanto cuidadosamente me entregava meu vínculo. Não pude deixar de sentir um sorriso de volta aos meus lábios enquanto eu a observava pular em direção à tenda.
Colocando Sylvie no topo da minha cabeça, segui meu pai no túnel que Windsom e eu havíamos chegado. Eu me concentrei nos sons dos nossos passos ecoando, até que meu pai finalmente decidiu falar.
— Sua mãe… ela está dormindo. — anunciou com um suspiro.
— Ela está bem? — Eu mantive alguns passos de distância do meu pai, observando-o chutar uma pedrinha enquanto caminhava.
— Ela está… em choque, para dizer o mínimo.
— Então vocês acreditam em mim?
— A menos que você tenha subitamente desenvolvido um gosto por piadas de mau gosto, você não tem motivo para mentir para nós sobre isso. Além disso, tudo faz sentido agora… o seu despertar prematuro, sua genialidade como lutador e mago… tudo faz sentido. — respondeu.
— Você está bem? — Meus olhos ficaram colados à pedra quicando no chão irregular.
— Claro que não! — Exclamou meu pai, virando-se.
— Não é uma notícia fácil de engolir, Arthur. Todas as memórias que tínhamos como família no passado… isso tudo era uma fachada? Você agiu da maneira que pensou que gostaríamos que nosso filho fosse? Como devo agir com você agora? Você já foi tecnicamente mais velho do que eu, mas está aqui agora como meu filho de treze anos! — continuou olhando-me desesperadamente por respostas. — E-e sua mãe… sua mãe cuidou de você como uma criança! Ela foi mãe de um homem de meia idade pensando que ele era seu próprio filho!
Fiquei em silêncio, incapaz de responder. Tudo o que disse era verdade, afinal. Os punhos do meu pai estavam cerrados com tanta força que o sangue pingava entre seus dedos. Sua expressão era medonha; do seu olhar trêmulo às sobrancelhas franzidas, suas emoções eram claramente visíveis em seu rosto. Medo, ansiedade, frustração e confusão… eles estavam todos lá.
— Sinto muito, mas você é mesmo nosso filho, Arthur? Ou você assumiu o bebê que ainda não havia nascido e que seria nosso filho durante sua reencarnação, ou seja lá o que tenha acontecido com você?!
Deixou escapar. Seus olhos se arregalaram imediatamente quando ele cobriu a boca com a mão.
— E-eu não quis dizer isso. — gaguejou. Respirando fundo, ele sussurrou: — Sinto muito, Arthur… estou muito confuso agora.
— Como eu disse anteriormente… a verdade é que eu realmente não sei. Não sei quem ou o que me trouxe a este mundo, e por que isso aconteceu. Você está certo, pa… Reynolds. Eu poderia ter matado o feto lá dentro… não sei como esse “processo” que me trouxe aqui funciona. — afirmei friamente, engolindo seco algo particularmente difícil na minha garganta.
Ele estremeceu quando me dirigi a ele como Reynolds e estava prestes a dizer algo, mas apenas fechou a boca.
— Eu não queria continuar escondendo isso de vocês, mas agora estou questionando se fiz a escolha certa. — murmurei, soltando uma risada seca. — Era isso que eu queria contar-lhes por tanto tempo, mas nunca tive coragem de fazê-lo. Eu queria dizer isso antes de sair.
— Sair? Você está indo embora? — meu pai questionou.
— Sim, e acho que, nas circunstâncias atuais, será bom passarmos algum tempo separados. —continuei, uma certa distância que preencheu minha voz involuntariamente.
— …Por quanto tempo você ficará fora? — Meu pai perguntou.
— Pelo menos alguns anos.
— Muito tempo, hein? — respondeu enquanto olhava para baixo, sem nenhum sinal dele me parar ou me proibir de ir.
Ao me virar, meu peito estava doendo e minha cabeça latejava com uma intensidade que eu nunca havia experimentado antes. Humanos… não importa o quão poderosos pudéssemos ser, ainda éramos tão frágeis.
— Sabe, nunca tive lembranças de família no meu velho mundo. Crescendo em um ambiente em que ninguém realmente me amava, e por sua vez, ser insensível e distante de todos me fez um lutador incomparável, mas uma droga de pessoa. Desde que vim a este mundo, vocês dois e mais tarde Ellie, me ensinaram algo que eu nunca soube. Talvez eu não seja o lutador ou mago mais forte do mundo, mas sou uma pessoa muito melhor do que poderia ter sido na minha vida anterior. Sinto muito pela dor que causei. Obrigado por me fazer um homem melhor… e obrigado por me amar como seu filho. — Ainda de costas para meu pai, voltei para Windsom. Simplesmente segui em frente, ouvindo os soluços abafados de meu pai quando foi ficando para trás, lutei para manter minhas próprias lágrimas também.
Voltei à caverna principal para ver Windsom e Rinia discutindo algo. A anciã Rinia estava segurando algo embrulhado em um cobertor, e eu poderia jurar que ele se mexia, mas escolhi ignorá-lo. Windsom tinha acabado de tirar a mão do que estava dentro do cobertor e notou eu me aproximando.
— Vejo que você embrulhou as coisas. Você está pronto?
Os olhos brilhantes de Windsom estudaram minha expressão cuidadosamente quando se levantou.
— Sim vamos lá.
— Espere, você não vai se despedir de sua família?
Rinia disse, colocando cuidadosamente o cobertor em seu assento.
— Não há necessidade. Eu já resolvi tudo o que precisava aqui. Eu os deixo sob seus cuidados.
Dei a ela uma curta reverência e estava prestes a seguir Windsom quando Rinia me agarrou. Seus olhos brilhavam com uma tonalidade misteriosa enquanto eu esperava silenciosamente que ela falasse, quando de repente colocou suas mãos nas minhas bochechas.
— Arthur, por favor. Sua expressão é assustadora, é imprópria para alguém de bom coração como você. Eu só posso começar a entender a gravidade das próximas batalhas que estão à sua frente, mas não volte aos seus velhos hábitos. Você sabe muito bem que quanto mais fundo você entra nesse poço, mais difícil será voltar atrás. — ela disse enquanto seus olhos voltavam ao normal. Batendo em minhas bochechas suavemente, ela me virou e me cutucou na direção Windsom.
— Agora vá. Eu vou cuidar das coisas aqui. — ela disse com um sorriso suave.
Windsom pegou um objeto parecido com um disco grande demais para caber no bolso e o jogou no chão. Então, o asura picou seu dedo e deixou uma gota de sangue cair no disco. Imediatamente, se expandiu e disparou uma coluna de luz que alcançou o teto.
Minha mente ainda permanecia nas palavras de Rinia quando me virei para Windsom e perguntei:
— Havia algo errado com minha expressão?
— Sua expressão me lembrou os Pantheons dos Asuras de Epheotus. Eles são uma raça de guerreiros que aprenderam a fechar suas emoções para lutar com maior eficiência. Uma técnica muito útil de fato — Windsom assentiu em aprovação. — Agora, vamos lá. Tem certeza de que amarrou suas pontas soltas aqui? Preciso de sua total concentração quando estivermos em Epheotus.
Olhei para a caverna uma última vez antes de respirar fundo.
— Estou pronto.
Abraçando Sylvie mais forte em meus braços, aceitei a mão de Windsom quando entramos na coluna de luz dourada.
Tradução: Reapers Scans
Revisão: Reapers Scans
QC: Bravo
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