— Meu nome é Kim Gong-Ja — disse eu, tentando acalmar meu coração acelerado. — E recebi o nome de Rei da Morte de você.
A mestra da Torre continuou segurando meu queixo, me encarando com seus olhos roxos sem dizer uma palavra.
— Vou dizer novamente. É um prazer conhecê-la oficialmente pela primeira vez, Mestra da Torre.
— Hmm.
Nossos rostos estavam tão próximos que podíamos sentir a respiração um do outro, embora a dela fosse tão suave que mal se ouvia.
A mestra da Torre estalou a língua.
— Seria rude se eu não me apresentasse também. Tudo bem. Como você disse, sou a mestra da Torre e carrego o título de Mestre de Toda a Vida. Meu primeiro nome é Ametista, e meu segundo nome é Kaleido1O autor pode ter sido forçado a escolher Caleidoscópio (만화경) porque, sem a parte do “escopio” (경) em coreano, isso seria lido como manhwa (만화). As pessoas não entenderiam o que o autor queria dizer.. Tenho muitos outros nomes, mas não acho necessário contar todos eles.
— Ainda assim, eu apreciaria se você o fizesse.
— Você é realmente descarado.
— Vim até aqui só para te conhecer e saber mais sobre você. Isso não é louvável?
A mestra da Torre bufou.
— Você é realmente um falador, como dizem os rumores. Sei muito bem que conquistou Hamustra com suas palavras doces. No entanto, se planeja me persuadir da mesma forma, desista. Essa também é minha especialidade.
— Sua especialidade é seduzir pessoas?
— Sim. Você deveria se considerar sortudo, já que não tenho o hábito de mexer com homens casados, Rei da Morte. Bem, seria diferente se você fosse mulher.
A mestra da Torre soltou meu queixo.
[O Mestre de Toda a Vida retirou sua Pressão Dracônica.]
Até agora, eu só conseguia sentir meu rosto, boca e coração nessa escuridão. Finalmente, pude sentir o contorno do meu corpo e meus membros. Minha mente também ficou muito mais clara.
Está tudo bem. Meu coração ainda está disparado, mas não de forma descontrolada.
— Mestra da Torre, sabe por que eu queria você aqui. Quero usar minha habilidade para dar uma olhada no seu passado.
Ela ficou em silêncio.
— Você pode ser onipotente dentro da Torre, mas também é a administradora que se esforça para ser justa e rigorosa. Usei minha habilidade de forma justa, então você não tem escolha a não ser conceder meu pedido.
A mestra da Torre estreitou as sobrancelhas.
— Droga.
Olhando agora, ela era realmente muito diferente de Ja Su-Jeong2Jasujeong significa Ametista em coreano. A diferença entre Ja Su-Jeong e Ametista está nos hanjas. Para Gong-Ja, a mestra da Torre e Ja Su-Jeong parecem duas pessoas com o mesmo nome. em A História da Cidade da Ascensão: História Paralela. Ja Su-Jeong não fazia nenhuma expressão facial, mas, apesar de ter o mesmo rosto belo, a mestra da Torre franzia a testa, estalava a língua e suspirava. Ela parecia uma pessoa viva de verdade.
— Rei da Morte.
— Sim.
— Eu sinceramente não recomendo que você experimente meu passado, especialmente meus traumas. É perigoso. Seria mais seguro mergulhar em um vulcão com dinamites acesas amarradas na cintura. — A mestra da Torre balançou a cabeça. — Se não quiser desmoronar, por favor, desista.
— Quero saber sobre você.
— Rei da Morte, você sabe quem é o ser mais triste no mito de Ícaro? O minotauro foi preso em um labirinto eterno assim que nasceu. Ícaro quis voar um pouco mais porque podia. Tudo o que Dédalo fez foi dar asas ao seu filho. Quer saber a resposta correta para minha pergunta? O mais triste foi o sol, que não teve escolha a não ser queimar Ícaro, que se aproximou, e jogá-lo no mar. Por favor, não me deixe triste.
A mestra da Torre estalou os dedos. Letras roxas gravaram-se na escuridão.
“Seu nível de autorização é B.”
Inferno.
Reino Preta.
Reino Tiryagyoni.
Reino Asura.
Reino Humano.
Reino Celestial.
A mestra da Torre olhou diretamente para mim.
— A profundidade da vida que você vai experimentar é o Reino Tiryagyoni. Como já deve saber por meio do trauma do Assassino de Constelações, você precisa viver o trauma, começando pelo Reino Tiryagyoni, não apenas assisti-lo. Se seu nível fosse C ou inferior, eu pensaria duas vezes, mas… Se quiser ao menos deixar algumas partes do corpo para um funeral decente, desista.
Surpreendentemente, a mestra da Torre falava com muita eloquência.
— Você conhece minha habilidade em detalhes. Eu não sabia qual era o próximo estágio do Reino Tiryagyoni.
A mestra da Torre interrompeu:
— Claro, eu tenho a mesma habilidade.
— O quê?
Essa era a última resposta que eu esperava dela.
Ela suspirou e passou a mão pelo cabelo loiro.
— Toda habilidade tem uma fonte. É muito mais fácil desenvolver algo do que criar algo que não existe. Sua penalidade de ver traumas pertence a um imperador dragão… Enfim, é uma habilidade que pertence a alguém que pode ser considerado meu ancestral. Eu a chamo de Toda a Vida.
Uh…
— Por acaso, seu título de Mestre de Toda a Vida também…
— Isso mesmo. Foi daí que veio.
Meu Deus. A mestra da Torre e eu compartilhávamos uma habilidade? Pisquei.
— Wow, que honra inesperada. Como essa coincidência…
— O que você está dizendo? Por causa dessa maldita habilidade, minha vida está fodida.
Eu me corrigi. A mestra da Torre tinha uma boca bem suja.
— Não é nem uma coincidência. É a penalidade do Relógio do Retornador. Você já sabe quem criou a Habilidade, não é?
—Ah, sim. A Princesa Caminhante de Miragens.
— Ela é minha filha.
Minha boca se escancarou.
— O quê?
— Você ouviu. — A mestra da Torre suspirou e estendeu a mão esquerda. — Aqui.
— O-O que eu devo fazer?
— Cheire.
Que pedido estranho.
— Uh, hum. Mestra da Torre, eu… já sou comprometido…
— Você está louco ou tem desejo de morrer? Eu disse que não tenho interesse em homens. Confie em mim e cheire o dorso da minha mão antes que eu vire suas narinas do avesso e cole os pelos do seu nariz na sua cabeça e sua franja nas suas narinas.
Nunca tinha ouvido alguém tão agressivo quanto ela. Sem outra escolha, cheirei sua mão.
— Ugh.
Um cheiro vertiginoso atingiu meu cérebro. O mundo ao meu redor girou um pouco. Reflexivamente, levantei a cabeça e dei alguns passos para trás.
— Pêssego?
— Sim, esse é o meu cheiro.
— Que…
— É o que eu acho também. — A mestra da Torre fez uma careta, como se tivesse mordido uma maçã podre. — Você se lembra do travesseiro que minha filha sempre carrega?
Eu lembrava. Como a mestra da Torre disse, a Princesa Caminhante de Miragens sempre carregava um travesseiro com…
— …Padrões de pêssego.
— Essa garota me ama demais. Ela já cresceu o suficiente, mas ainda não dorme sem sentir meu cheiro. A parte mais cruel disso é que ela simplesmente se recusa a dormir sem cheirar pêssegos.
Fiquei atônito.
— Eu esperava ouvir alguns segredos seus, mas…
— Você nunca imaginou que descobriria um segredo como esse, né? Sim, eu sei. Entendo. Não há segredos no mundo. Se você forçar a descoberta de algo, o que te espera depois é uma quantidade infinita de responsabilidades. Droga.
A mestra da Torre parecia ter o hábito de xingar em voz alta.
— Eu sou igual. Pare de tentar desenterrar meus segredos. Seria uma sorte se você ainda estivesse inteiro depois das suas descobertas. Além disso, a única coisa que encontrará no meu armário são gritos podres.
— O que você vai fazer se eu ainda quiser ver isso?
A mestra da Torre me olhou, seu rosto impassível. Por um breve momento, ela parecia exatamente com Ja Su-Jeong.
— Posso te compensar. Me diga que Habilidade ou Autoridade você quer. Serei generosa e considerarei suas preferências. Em troca, por favor, rasgue o Relógio do Retornador para que essa penalidade de trauma não aconteça.
Não respondi imediatamente.
— Se está preocupado em perder sua habilidade de regressão, não precisa. Vou apenas remover a penalidade de trauma e te dar a mesma… Não, vou te dar uma habilidade melhor.
Assenti.
— Entendo. Você não pode me forçar a fazer o que quer, pode?
A mestra da Torre suspirou.
— Mais ou menos.
— Tudo o que pode fazer agora é me persuadir, e é por isso que está aqui. Você tem o poder de impedir minha penalidade, talvez até mudar o mundo para evitar isso. Mas a penalidade vem da ativação legítima da minha habilidade. Se você a impedir, estará abusando do seu poder, e você não quer fazer isso.
Tudo isso porque ela era uma deusa vinculada às suas próprias regras.
— Não importa o quanto queira me impedir, você não tem escolha a não ser prosseguir se eu não mudar de ideia. Estou certo?
— Rei da Morte.
— Não vou rasgar o Relógio do Retornador.
— Por favor, me escute. Você será dilacerado.
— Se eu recuar agora, não saberei nada sobre você até chegar ao centésimo andar. Não quero isso. Quero viver ao seu lado, mesmo que seja só por um dia.
A expressão da mestra da Torre murchou; ela estava lamentando.
— Sim, eu estava me preparando para esse dia. Um espadachim deve saber que a espada também os despedaçará um dia. Eu deveria saber que, mais cedo ou mais tarde, alguém que pensasse como eu apareceria um dia.
A mestra da Torre estendeu as mãos e segurou minha cabeça, pressionando sua testa contra a minha. Eu podia ver meus olhos refletidos nos dela, roxos.
— Por favor, permaneça forte. Estou sempre ao lado de todos.
[O Mestre de Toda a Vida te abençoa.]
[Sua Classe de Caçador é B.]
[Aviso.]
[Recriando o trauma do seu assassino.]
[A intensidade da penalidade é nível alto.]
[O tema da penalidade é o Reino Tiryagyoni.]
O tempo retomou seu fluxo. Foquei no reflexo dos meus olhos no olhar roxo da mestra da Torre. Era tudo o que eu podia ver, repetidamente, como se estivesse olhando para um labirinto de espelhos.
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Os rumores eram persistentes naquele ano. Uma pedra que ninguém tocava rolava pelas ruas do Baronato da Pedra Lunar Divina. As pessoas murmuravam, dizendo que era um mau presságio uma pedra vagar à vontade na terra das pedras lunares. Os rios ferviam todas as noites sem motivo. Sapos saltavam de todos os cursos d’água, enfiavam a cabeça no chão e morriam.
Um raio atingiu a capital vinte e seis vezes em um único dia. Um adivinho no portão norte disse:
— Isso é um mau presságio, porque vinte e seis é treze multiplicado por dois.
Prever o destino do país de forma imprudente era considerado uma grave ofensa. Os guardas reais arrastaram o adivinho e o executaram.
A estação chuvosa ainda não havia chegado, mas naquele dia, o rio transborda e inundou todas as estradas que levavam à capital.
— O reino é um paciente idiota que não pode ser curado — lamentavam os nobres.
Anos de colheitas ruins e pragas se seguiram. O tempo apodreceu a espinha do reino, deixando pus em cada uma de suas vértebras. Cadáveres dos cidadãos do reino fluíam pelos rios transborda.
Em dezembro daquele ano amaldiçoado, uma garota nasceu no reino em decadência. A Família Baronial de Cristal a nomeou Lady Ametista por causa de seus olhos únicos. A filha do barão era bela, como se tivesse florescido após absorver todos os últimos nutrientes do reino em decadência.
— Ela tem olhos roxos.
Um nobre elogiou esses olhos, dizendo:
— Uma vez que você os vê, é difícil esquecê-los.
Por outro lado, havia quem criticasse seus olhos, dizendo:
— Não há nada de especial nela além de ter nascido com olhos especiais.
Seus cabelos cuidadosamente penteados balançavam levemente toda vez que ela virava a cabeça.
— Seu cabelo platinado é verdadeiramente divino. Chama a atenção à primeira vista, mas se você quiser olhar, precisa fazer isso de longe. Caso contrário, ela não gosta.
Havia também seguidores que a elogiavam excessivamente.
— Quando você se aproxima dela, seus instintos assumem antes que sua mente possa fazer um julgamento adequado. Você acaba estendendo a mão sem pensar. O tempo parece parar nesse momento. É quando ela olha para trás com seus olhos cristalinos, e percebo que agarrei seu pulso.
Lady Ametista era inexpressiva. Suas longas sobrancelhas eram retas. Era como se tivesse nascido sem emoções. Ela nunca franzia a testa.
— Ela nunca fala. É como se houvesse algo intrinsecamente errado com ela.
— Ela é uma exibicionista.
— Ela nunca fica nervosa.
— Ela nasceu para ser uma celebridade.
No ano em que Lady Ametista completou dezessete anos, esses rumores se intensificaram. Uma pedra que ninguém tocava rolava sozinha, os rios ferviam sem motivo, e raios atingiram a capital vinte e seis vezes. Houve seca na primavera e o povo se revoltou no outono.
Foi também o ano em que ela herdou o título de chefe da família no lugar de seu falecido pai. Foi assim que surgiu um dos rumores sobre a própria jovem lady.
— Embora as pessoas da alta sociedade tentem manter isso em segredo, é um segredo aberto que Lady Ametista matou seu pai.
Diante dos nobres discutindo tais rumores, Lady Ametista sorriu tão radiantemente quanto uma flor desabrochando. A curva de sua boca contrastava dramaticamente com seu rosto normalmente impassível. Os socialites que olhavam em sua direção não podiam deixar de se maravilhar com ela.
De seus lábios angelicais, uma voz melodiosa fluía.
— Droga, vocês são ridículos.
Lady – não, Baronesa Ametista – era a maior excêntrica na história de dois mil anos do reino.
Tradução: Rlc
Revisão: Pride
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