Uma carta brilhava em minha mão esquerda. Eu já estava familiarizado com as Cartas de Habilidade, mas esta tinha uma cor peculiar.
Roxa?
A classe da Habilidade determinava a cor da carta. Habilidades de Classe F a C eram ridicularizadas porque suas cartas tinham a cor de merda. Ainda assim, a maioria das Cartas de Habilidade dos Caçadores eram dessa cor, e muitos Caçadores iam dormir chorando porque não tinham nem mesmo uma dessas. Habilidades de Classe B e A eram prateadas. As pessoas as consideravam um grande prêmio. Qualquer Habilidade de Classe S ou superior era dourada.
Era fácil esquecer de vez em quando, mas meus colegas eram muito talentosos. Era bastante difícil até mesmo conversar com Caçadores com habilidades douradas. No entanto, ninguém tinha uma Carta de Habilidade roxa.
Houve algum erro?
Examinei as letras gravadas na frente da carta.
Artes da Fórmula do Céu Demoníaco.
Classe: Indefinida.
Efeito: Artes da fórmula baseadas nas Artes do Céu Demoníaco, capazes de manifestar as imagens compartilhadas pelos conjuradores. Quanto mais conjuradores participarem da fórmula, mais proficientes forem nas Artes do Céu Demoníaco e mais claras forem as imagens compartilhadas entre os lançadores, mais poderosas se tornam as artes da fórmula.
As artes da fórmula ainda não tiveram sua eficiência comprovada! Você é o primeiro a criar esta Habilidade. A partir de agora, você deve demonstrar seu potencial. Quando dados suficientes forem acumulados, a Classe e a descrição desta Habilidade serão revisadas.
※Classe ainda não definida.
Ah…
Agora entendi por que a carta era roxa.
Qualquer Habilidade em modo de teste parece ter uma Carta de Habilidade roxa. Eu não sabia…
— Ótimo!
Para meu choque, o Guardião apareceu bem ao meu lado e gritou diretamente no meu ouvido.
O que…? Qual é o problema com você?
Os olhos do Guardião brilhavam.
— É a primeira vez que vejo uma Carta de Habilidade roxa! Cara, nunca pensei que veria algo assim. Sabia que foi a escolha certa me tornar um fantasma em vez de encontrar a paz eterna!
É só uma cor, por que tanto alarde?
— Zumbi, você geralmente capta as coisas mais rápido que isso. Acorde. Não é estranho? Você faria um símbolo para uma fase de teste na cor roxa? Quando a eficácia de algo não foi comprovada, a cor geralmente é branca.
Hum. Você está certo. Roxo não é geralmente a cor padrão em casos como esses.
— Sim.
Hmm.
Talvez o mestre da Torre gostasse de roxo. Quando pensei no mestre da Torre, cujo rosto nunca vi por causa da escuridão…
— Paizinho.
— Ah, desculpe. Minha mente vagou por um momento — disse, coçando a nuca desajeitadamente.
— Tudo bem. — Uburka balançou a cabeça, ainda segurando minha mão direita. — Mas acredito que preciso explicar como é esta era. Afinal, deve haver uma razão para você ter chegado neste momento. Algo grande está acontecendo no continente.
— Algo grande?
— Isso mesmo. Talvez seja mais apropriado dizer que algo grande está acontecendo no mundo, não apenas no continente — disse Uburka, sorrindo enigmaticamente. — Dizem que um novo continente foi descoberto.
[Você recebeu uma missão.]
O nome da missão era Era das Grandes Explorações.
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Um novo continente foi descoberto há vinte e quatro anos.
— Fiquei na montanha de neve por mais de trezentos e cinquenta anos, mas ocasionalmente passava pela cidade para ouvir sobre os assuntos mundanos. Ouvi que, um dia, um capitão marítimo Fingil viu uma terra que não estava no mapa.
Fingills eram sereias. Eles geralmente gostavam de viver em rios, mas, de vez em quando, nascia um excêntrico entre eles. Um Fingil se perguntou como seria o fim do oceano. Ele por acaso tinha a capacidade de satisfazer sua curiosidade e até a coragem de apostar sua vida em seu sonho.
O capitão Fingil fez um discurso na frente dos almirantes.
— Preciso do apoio de vocês. Por causa de seu nome, os Terras têm direito a comandar a terra. Esses Sylvans astutos também controlam as moedas do nosso mundo porque são os mais competentes quando se trata de dinheiro. No entanto, os mares pertencem aos Fingills e apenas aos Fingills. Não deve haver um único curso d’água que não conheçamos a profundidade e as correntes!
Apesar do discurso sem sentido, os almirantes balançaram suas caudas em concordância.
— Você terá um navio, um Sanguinato e quarenta remadores.
E assim começou a lendária viagem.
— Hmm, eles vivem na água. Nadar faz alguém pensar mais livremente ou algo assim? Eles também descobriram o sal de água do mar. Parece que os Fingills são os que inventam todo tipo de coisa única.
— O que aconteceu com o capitão?
— Ele realizou seu sonho. Dezesseis meses após zarpar, descobriu o Novo Continente — respondeu Uburka calmamente. — Em seu glorioso retorno para casa, uma orca o devorou.
Isso era simplesmente triste.
— Acontece com uma frequência surpreendente. Uger, as principais causas de morte dos Fingills são crocodilos e orcas, seguidas por afogamento.
— Sereias podem se afogar?
— Não sei os detalhes também.
O mistério se aprofundava. A Bruxa Negra suspirou.
— Vocês… Teleporte. Quando estão usando alguém como motorista, podem pelo menos ficar quietos? Teleporte. Estive ouvindo sua conversa, mas vocês me irritam muito. Teleporte.
A Bruxa Negra repetia “Teleporte” entre as frases porque dependíamos dela para nos levar aonde precisávamos. Uburka me segurava em seus enormes braços, e eu segurava a Bruxa Negra nos meus. Graças a esse arranjo, podíamos nos teleportar de forma organizada. Se alguém nos visse de longe, pareceríamos matrioskas ou cangurus.
— Ah, não fique brava. Estamos proporcionando um assento confortável em troca.
— Vocês podem estar confortáveis, mas eu não. Teleporte. Sabem como é trabalhoso lançar a mesma Habilidade repetidamente? Teleporte.
— Somos praticamente uma família agora. Por falar nisso, agora que nos aproximamos, posso te chamar de irmã? Nunca chamei ninguém de irmã desde que entrei na Torre, mas quero te considerar minha irmã, Mestra do Dragão Negro.
— Você é o tipo de pessoa que fica infinitamente mais descarada quanto mais próxima fica de alguém, não é? Teleporte.
O oceano se estendia abaixo de nós. Não importa para onde eu olhasse, não conseguia ver terra ou mesmo um único recife. O azul infinito continuava até o horizonte. Estávamos cruzando o oceano, rumo a esse novo continente.
— Mas não me chame de irmã. Detesto como isso soa.
Eu sorri.
— Então devo te chamar de Vossa Majestade, a Rainha do Dragão Negro?
— Rei da Morte, você é tão engraçado — disse a Bruxa Negra. Se seguiu uma breve sessão de ela batendo na minha cara.
— Não vou mais te provocar — admiti, fazendo bico.
— Boa ideia. Teleporte. Se quer me chamar de forma diferente, apenas me chame de sênior. Teleporte. Vou permitir isso.
— Ah, isso é bom. Sênior. Você pode simplesmente me chamar de Gong-Ja também.
Em vez de responder, a Bruxa Negra virou a cabeça e olhou diretamente para a frente. Com os olhos desprovidos de emoção, ela murmurou baixinho:
— Teleporte.
Paramos de falar. Enquanto ouvia as ondas quebrando abaixo, examinei a janela da missão.
Era das Grandes Explorações.
Nível de dificuldade: A
Objetivo: Exploração! Aventura! As sete espécies enfrentam um novo continente. A abertura de novos caminhos marítimos pelos Fingills agora atraiu a atenção das outras espécies.
“Quero viver em outro lugar.”
Em todas as eras, as pessoas sonham com novas terras. Um desejo não realizado, um milagre não executado, uma emoção não explorada… Eles apostam tudo para descobrir o que há do outro lado do oceano, esperando que o sucesso os aguarde lá.
No entanto, o Novo Continente é um novo mundo apenas para as sete espécies. Outras pessoas já estão vivendo naquela terra.
Um conflito entre aventureiros e nativos está prestes a eclodir! Talvez ocorra um massacre unilateral. Esse intercâmbio resultará em uma invasão, coexistência ou banimento?
As sete espécies estão em perigo de aniquilação. Guie-as para fora do perigo!
※Se você falhar em guiá-las, uma ou mais espécies podem ser exterminadas.
Massacre. Extermínio. Palavras hediondas chamaram minha atenção. Elas eram a razão pela qual estávamos correndo para o Novo Continente.
— Você acha que as crianças estão massacrando os nativos?
A Bruxa Negra respondeu:
— Não sei. Teleporte. Mas é possível. Mesmo no mundo exterior, massacres frequentemente ocorriam durante a Era das Explorações. Teleporte. Embora eu espere que as pessoas deste mundo não façam isso, Teleporte, nossos filhos não crescerão da maneira que queremos.
— Quero evitar massacres a todo custo.
— Estou torcendo por você.
Uburka apontou de repente:
— Ugor. Tem algo ali.
Ele apontou para o horizonte. Eu não conseguia ver nada, mas imediatamente intensifiquei minha visão com minha aura. Algo estava flutuando ali.
— Um navio?
Não era qualquer navio. A coisa era enorme.
Minha testa franziu.
— Mestra do Dragão Negro – hm, Sênior – tem um barco ali. Vamos dar uma parada.
— Por quê?
— Não vejo ninguém a bordo.
— Teleporte!
Parecia que a Bruxa Negra também avistou o navio. Mesmo antes de pisarmos no deque de madeira, sentimos uma forte sensação de desarmonia.
A Bruxa Negra olhou ao redor.
— Tem pessoas por aí, mas estão todas dormindo.
Os marinheiros dormindo no deque eram de espécies diferentes. A maioria era Skians e Fingills, mas havia alguns Purens entre eles. No entanto, independentemente da espécie, todos os marinheiros estavam extremamente magros.
Caminhei até o timoneiro, que estava deitado no leme do navio, e gentilmente segurei seu pulso.
— Desnutrição — circulei aura dentro dele e inspecionei detalhadamente o estado físico do marinheiro. — Ele está mostrando sintomas de desidratação extrema. Acho que está faminto há três ou quatro dias . Hmm. Não vejo ferimentos, e seu estado mental parece estar bem…
Enquanto aprendia a Morte por Sede das Artes do Céu Demoníaco, me tornei bem versado em desidratação. Por precaução, diagnostiquei outros marinheiros também, mas os sintomas eram todos iguais. Desnutrição e desidratação severa.
Concluí:
— Considerei todos os ângulos, mas eles estão apenas dormindo.
Os marinheiros respiravam normalmente. Não pareciam ter desmaiado ou algo assim.
— Você tentou acordá-los com sua aura?
— Sim, estive tentando acordá-los de propósito, mas eles continuam dormindo, não importa o quê. Isso é realmente estranho.
— Me dê um momento. — A Bruxa Negra se aproximou de mim e colocou a mão em um dos marinheiros, aura negra faiscando de seus dedos. Pouco depois, ela estreitou os olhos. — Eles não estão sob uma maldição.
— Drogas, talvez? Estão todos chapados? — perguntei.
— Há uma boa chance, mas não posso tirar essa conclusão apenas com esses sintomas. Não consigo sentir nenhum traço de drogas. É possível que haja uma droga única deste mundo que eu não conheça…
Uburka arrastou os membros da tripulação de várias partes do navio. Surpreendentemente, o capitão era um Cascomonte. Quando os Cascomontes entravam em contato com sal, sua pele se deteriorava ou, em casos extremos, até derretia. No entanto, o capitão Cascomonte zarpou no oceano. Ele devia ser incrivelmente corajoso.
Uburka esfregou o nariz após colocar o capitão Cascomonte no chão.
— Isso é com certeza estranho. Parece que todos estavam trabalhando até que caíram no sono.
— Todos caíram no sono ao mesmo tempo?
— Ugor.
Trinta e dois marinheiros estavam deitados no deque, dormindo, como se tivessem esquecido de suas vidas diárias. O mistério apenas se aprofundava.
Após muito pensar, a Bruxa Negra sugeriu:
— Devemos dar uma olhada em um dos sonhos deles por um momento?
— Sonhos?
— Sim, teríamos uma resposta com certeza se usássemos a Possessão de Pessoa, mas isso custaria mil pontos. Não podemos desperdiçar nossos pontos em um lugar como este, então usarei a Aparição em Sonho.
A declaração refletia muito bem sua personalidade. Ao planejar o orçamento da guilda, ela provavelmente economizava cada moeda que pudesse. Era o tipo de pessoa que ficaria dividida entre ir a um café de sobremesas ou comprar uma sobremesa em uma loja de conveniência, mas acabaria comprando na loja de conveniência após considerar a relação custo-benefício.
Raviel é o tipo de pessoa que aluga o café de sobremesas inteiro que ela gosta.
Provavelmente também teria um assento dedicado para ela. Ela é tão legal.
Saí dos meus pensamentos e assenti.
— Bom. Essa seria a maneira mais rápida de obter uma resposta agora.
— Sim, então eu vou primeiro…
— Você se esforçou escalando a montanha e nos levando pelo oceano. Você basicamente viajou o mundo, então deixe que eu faça isso.
— Viu, é por isso que não consigo te odiar.
— Você é minha sênior, então devo ser um bom júnior.
Abri a Loja da Civilização.
[Você comprou Aparição em Sonho.]
[Você usou 100 pontos de espécie!]
[Você agora possui 7.012 pontos de espécie.]
Usei o item no capitão Cascomonte à minha frente.
Swoosh!
O mundo ao meu redor se distorceu. Era como se alguém tivesse tirado a tampa do ralo da banheira. Minha cabeça girava como a água rodopiando dentro da banheira.
Fiquei sem ar, perdendo a noção do tempo. Em algum momento, fechei os olhos. Após um tempo, alguém sussurrou:
— Gong-Ja, abra os olhos. Gong-Ja.
Eu abri. Uma mulher que parecia exatamente com Raviel estava olhando diretamente para mim.
Hmm.
Examinei rapidamente o pescoço branco e os dedos longos da mulher. Ela não tinha colar nem anel de casamento. Eu não tinha motivo para gastar meu dinheiro de qualquer forma, então gastei metade do meu dinheiro no anel de casamento antes de chegar ao trigésimo andar, mas ele não estava no dedo dela.
— Haha.
Olhei ao redor um pouco mais, por precaução. Eu estava deitado em uma cama macia em um dos quartos da residência principal da família Ivansia. A mulher com o rosto de Raviel olhava para mim de cima, me prendendo na cama. Virei a cabeça para ver o suporte de flores ao lado da cama e depois uma cadeira, mas não havia nenhuma Carta de Habilidade dourada em lugar algum.
Beleza, entendi o que está acontecendo.
A mulher acariciou meu rosto.
— O que chamou sua atenção?
Seus olhos brilhavam suavemente. Por um momento, debati se deveria considerar isso uma situação de merda ou um diamante na lama. Felizmente, após 0,1 segundo de pensamento, cheguei a uma conclusão.
— Amanhã é feriado, meu amor. Faz um tempo, então vamos nos divertir… — disse a mulher.
— Seu merdinha, não ouse tentar me enganar usando o rosto de Raviel. Você quer morrer?
A mulher parou de acariciar meu rosto.
— Vou te dar dez segundos. Saia de cima de mim e se ajoelhe, ou vou esmagar sua existência em pó. Não me importo se você é um deus de outro mundo, seu apóstolo, ou qualquer outra merda aleatória. Me escute e saia. Você tem que se ajoelhar em dez segundos.
O rosto da mulher endureceu. Ela parecia muito confusa.
— Como? Você não está em sono profundo? Não, isso não pode ser. Você está completamente envolto pelo sonho. Como…
— Seus dez segundos acabaram.
— E então?
Eu sorri brilhantemente.
— Vou começar te dando uma surra.
Tradução: Rlc
Revisão: Pride
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