My Disciple Died Yet Again – Arco 05 – Cap. 138 – Operações Especiais do Cogumelo

A expressão de Tao Manfeng ficou pálida no mesmo instante, e, por um momento, não se atreveu a acreditar no que acabara de ouvir. Ela já estava com a consciência pesada por causa de toda essa história para começo de conversa, e quando ele perguntou dessa forma, ela quase se expôs.

— Mestre, sou a sua discípula.

Yu Yan franziu a testa, ficou evidente que estava muito insatisfeito com a resposta dela. A aura fria que emitia cercava todo o seu corpo, mas ele ainda tentou mais uma vez.

— Yu Wang?

Tao Manfeng ficou confusa. Será que essa pessoa ainda tinha outro discípulo? Por isso, resistindo aos graves ferimentos, ela o respondeu:

— Mestre, esta discípula se chama Yu Yao.

Resposta errada!

Yu Yan não conseguiu mais suprimir a aura fria que envolvia o seu corpo, espalhando-a sem parar. Tao Manfeng queria dar ainda mais explicações, mas, como se todo o céu tivesse colapsado, simplesmente sentiu uma pressão ainda mais poderosa sobre ela. Antes que pudesse se defender a tempo, o seu Dantian já tinha começado a doer, e a sua cultivação dispersou-se em grande parte. Esqueça todo o esforço que usou durante os últimos quatro meses, até mesmo metade da sua cultivação inicial foi perdida.

Então Tao Manfeng cuspiu uma enorme quantidade de sangue. Tentou explicar com toda a sua força, pois como poderia desperdiçar uma oportunidade tão boa de repente? No entanto, Yu Yan não lhe deu nem oportunidade para respirar. Ao realizar selos com apenas uma das mãos, um raio de Relâmpago Celestial foi formado.

Em um instante, ela não demonstrou mais intenções de se explicar. Se fosse atingida por aquilo, não haveria como a sua vida continuar intacta. Imediatamente usou uma arte divina de defesa, invocou a sua espada voadora e preparou-se para fugir.

Porém, para a sua infelicidade, não importava o quão rápido voasse, não podia ser mais veloz do que um Relâmpago Celestial. Um raio de cor roxa foi disparado na sua direção e, com uma explosão trovejante, o raio transformou-se em nada junto da figura dela.

— Uma ilusão? Ela fugiu? — As sobrancelhas de Yu Yan se franziram com força. Logo depois, deixou de se preocupar com aquela pessoa, que teve a coragem de invadir o Palácio Divino do Relâmpago e até mesmo se passar pela sua discípula. Era muito raro ver uma Divindade da Terra tão idiota assim. Isso com certeza será um mau exemplo para a minha discípula. Mn. Não posso deixar que ela suba a montanha mesmo.

E, quanto a Tao Manfeng, que foi expulsa de repente do Palácio Divino do Relâmpago, estava sendo atingida por todos os lados pela Formação de Relâmpago Celestial do Palácio. O seu sofrimento era indescritível. Não importava o quanto pensasse sobre o que aconteceu, não conseguia entender por que Yu Yan, que não viu problema algum durante quatro meses, mudaria de repente e não a reconheceria. Será que foi descoberta? Mas ela não tinha feito nada de errado. Naquela vez, tudo ainda estava bem, por que parecia que tinha sido iluminado de súbito? E até mesmo tentou a matar?

Enquanto estava em completa confusão, por outro lado, Yu Yan, que foi visitar a sua discípula, encarava a cabana de palha vazia, e ficou embasbacado. Espalhando o seu sentido divino, procurou por toda a montanha, mas não foi capaz de encontrar um traço sequer dela. A sua expressão fria no começo tornou-se ainda mais gélida. Ao que tudo indicava… tinha perdido a sua discípula de novo.

~*~

Aos olhos de Yu Yan, o número de rostos de pessoas que podia se lembrar não era grande. Um era o seu mestre. Depois vinha o Mestre da Seita da Colina Antiga, Zi Mo. E tinha também o da sua discípula. Para as primeiras duas pessoas, só precisava pensar no nome deles para que as respectivas aparências viessem naturalmente à sua mente. Apenas a sua discípula, motivo de grande preocupação, não era igual. Não era por não ser capaz de se lembrar dela, pelo contrário, no momento em que pensava em seu nome, o número de diferentes rostos que vinham à mente era… quatro.

Quanto ao resto das pessoas, mesmo que ouvisse os seus nomes, não passariam de um bando de pontos borrados em sua memória. A única diferença era que existia pontos maiores e pontos menores.

Isso mesmo, ele não era bom em lembrar de rostos. Para as pessoas sem importância, nunca perdeu tempo tentando se lembrar delas, enquanto o rosto da estúpida da sua discípula era aquele que mais se lembrava, pois foi com ela que passara grande parte do seu tempo. Porém, ela acabava sendo a que mais lhe preocupava, pois a sua aparência mudava com frequência. Felizmente, ainda tinha um traço do seu sentido divino no corpo dela. Com a ajuda do sentido divino, contanto que ela estivesse em sua frente, se lembraria dela na mesma hora.

Entretanto, a situação desta vez foi um tanto diferente. Yu Yan, inexpressivo, ficou diante da pequena cabana de palha da sua discípula. Não importava o quanto tentasse pensar, não era capaz de se lembrar do rosto da discípula que pegou quatro meses atrás.

Portanto, a tragédia de Tao Manfeng não se dava pelo fato de ter os seus planos expostos, pelo contrário, Yu Yan basicamente não reconheceu que a pessoa que fez sair voando era aquela que ele tinha pegado há quatro meses!

Um momento de silêncio!

~*~

A discípula Zhu Yao, que era um jade no momento, por causa de uma catástrofe inesperada, foi chutada para fora do Palácio Divino do Relâmpago, caindo em uma densa floresta. No entanto, por causa disso, foi capaz de desbloquear as suas habilidades de fala. Devido a tal situação, ela, que recebeu uma benção a partir de uma crise, desejava falar apenas duas coisas:

Que infernos!

O seu rosto estava virado para o chão, e uma metade inteira do seu corpo estava enterrado no solo. Apenas uma pequena parte de cor verde-esmeralda estava exposta.

— Hein? Um cogumelo novo? — De repente, uma voz curiosa pôde ser ouvida ao seu lado.

Zhu Yao, como de costume, refutou:

— Eu não sou… Ó deus, um cogumelo!

Era um cogumelo gigantesco! Zhu Yao perdeu toda a compostura devido ao choque quando um cogumelo branco-florido, do tamanho de uma árvore, apareceu diante dela de repente. Por que existia um cogumelo tão grande assim nesse mundo!? Isso não fazia sentido algum!

— Você consegue falar? — O cogumelo revelou uma expressão animada. Como se fosse um monstro saído de um jogo, saltou até ela. — De onde você veio, espírito de cogumelo? Por que está plantado na minha casa?

— Casa? — Zhu Yao ficou sem palavras por um momento. Olhou para o local em que se encontrava; além de o solo ser um pouco macio, não conseguia entender como aquilo podia ser chamado de casa. Será que esse pedaço de solo era onde o cogumelo vivia?

— Não sou um espírito de cogumelo. — Sentia que precisava explicar — Sou… uma pedra.

— Ó, então é um espírito de pedra. — O cogumelo revelou uma expressão de compreensão.

— … — Uh.

— Verdade. — Antes que Zhu Yao pudesse explicar, o cogumelo fez sua própria suposição. — Pedras também gostam de ficar no chão, não é de admirar que gostou da minha casa. A qualidade do solo aqui é macia, e ele é bem fertilizado. Qualquer um iria gostar.

— Uh… — A expressão de Zhu Yao ficou sombria. Como ele chegou à conclusão de que ela havia gostado daquela pilha de terra? — Não é que eu queira tomar a sua casa. O que acontece é que fui jogada aqui por alguém e, por coincidência, caí aqui e agora não consigo me mover.

— O quê? Você está fazendo pouco da minha casa? — O cogumelo, no entanto, ficou furioso. Ele, que era branco puro, ficou vermelho de repente.

— … — De onde foi que ele tirou essa lógica? Mas o que mais podia fazer, já que era uma pedra imóvel? Com apenas um olhar, dava para ver que esse cogumelo cultivara durante muitos anos, por isso ela decidiu não o ofender. — Grande Divindade, você entendeu errado. Não é que não goste, eu só me sinto culpada por invadir a residência da sublime Divindade.

Só então ele, agora satisfeito, voltou a ser branco como antes. Observando-a por um tempo, disse, um tanto complacente:

— Como sabe que já me tornei uma Divindade?

— Sublime Divindade, você está cheio de energia divina e também possui um corpo tão… robusto. — Zhu Yao começou a bajulá-lo com um rosto sério — Com apenas um olhar, pode ser visto que você cultivou durante anos.

— Isso mesmo… — Ele ficou satisfeito, sentindo-se confortável com todos os elogios — Você é mesmo um espírito de pedra com olhos formidáveis, por isso não farei confusão por estar plantado na minha casa.

— Muito obrigada, sublime Divindade. — Mesmo que fosse causar confusão, ela também não poderia fazer nada.

O cogumelo saltou até ela e, no fim, enfiou-se na terra ao seu lado, jogando lama sobre o seu rosto.

— Faz tempo desde a última vez que conversei com alguém. Nesta floresta, além de bestas divinas malignas, só existem plantas sem consciência espiritual. Ao ver que você pode ser considerada esperta para um espírito de pedra, pode andar comigo no futuro.

Zhu Yao aguentou a vontade de esfregar terra em todo o rosto dele, então respirou fundo e disse:

— Quanto tempo faz que a sublime Divindade cultiva? — Já que ambos eram espíritos, provavelmente, ele poderia lhe dar algumas dicas de cultivo. Ela podia até mesmo ser capaz de cultivar para ganhar um corpo humano mais depressa.

Quando perguntou, a expressão do cogumelo tornou-se ainda mais divina.

— Já faz trinta mil anos. Posso sair da terra e me mover à vontade. O que achou? Incrível, né?

— … — Ela precisou cultivar durante quatro meses para ganhar a habilidade de falar, mas agora precisava de trinta mil anos para caminhar!? Só me diga, pelo amor de deus, de onde foi que tirou toda essa confiança para se achar incrível? — Que técnica de cultivação a sublime divindade usa?

— Técnica? — O cogumelo ficou confuso — O que é isso?

Tudo bem, não adiantava de nada ficar perguntando. Ela não devia ter esperado boas técnicas de cultivo vindas de um cogumelo, o qual só conseguia pular de um lado para o outro depois de cultivar por trinta mil anos.

— Não se preocupe, espírito de pedra, embora a sua cultivação não seja tão alta quanto a minha, não irei te desprezar.

Mas eu te desprezo!

— Para cultivar, só precisa tomar banho de lua para conseguir. Embora seja impossível você conseguir me alcançar, ainda pode superar outros cogumelos.

Ela não queria nem um pouco superar outros cogumelos. Ele ganhou o seu nível de cultivo apenas ao tomar banho sob o luar, sem precisar de nenhuma técnica? Como foi que conseguiu crescer tanto de maneira tão segura?

— Hoho… Muito obrigada, sublime Divindade.

— E pare de me chamar de sublime Divindade, não precisa de tais distinções. Pode me chamar só de Melomelo (Gu Gu).

Tia (Gu Gu)?

— Olá, eu me chamo Guo’er.¹

— Guo’er? Que nome estranho.

Como o meu nome pode ser mais estranho que o seu!? Ele acredita mesmo nisso, ei!

— O céu está escurecendo. As nuvens negras de hoje estão densas demais, então parece que não haverá luar. É muito perigoso à noite, sabia? Descanse mais cedo. — O cogumelo sugeriu de boa vontade e olhou para ela — Quer que eu te cubra com terra? — Depois de dizer isso, saltou, espalhando todo o solo ao redor. Zhu Yao apenas observava enquanto uma camada grossa de terra caía sobre ela, como se o próprio céu estivesse em queda, cobrindo-a por completo. — Mn, agora você está segura.

Zhu Yao: — …

Segura é o caralho. Fique sabendo que ela não conseguia enxergar nada.

A vontade que tinha era a de chorar. Justo quando estava prestes a expressar algumas palavras de resistência, o cogumelo inclinou a cabeça, e até mesmo o seu chapéu retraiu até ficar a metade do tamanho, enquanto um ronco podia ser ouvido. Isso não foi rápido demais!? Zhu Yao sentia-se impotente. Não havia luar hoje mesmo, por isso a única coisa que podia fazer era dormir. Depois de respirar fundo e já ter se preparado para partir em direção à terra dos sonhos, ouviu o cogumelo falando enquanto dormia.

— Não seja comido amanhã, não seja comido amanhã, não seja comido amanhã…

Por um momento, Zhu Yao ficou preocupada com o seu próprio futuro.

~*~

Embora esse cogumelo não fosse o mais confiável, ainda era bom para Zhu Yao. De manhã, a levava para todos os lados para recolher o orvalho; à noite, a enterrava de novo no chão. Só nas noites enluaradas que a tirava para deixar que se banhasse sob o luar. Provavelmente pelo fato de não ter um companheiro de conversa durante tanto tempo, tratava aquela pedra falante como se tivesse se deparado com um tesouro, pois não se esquecia de a levar a todos os lugares que ia, e também falava tanto que ela tinha vontade de esmagá-lo.

Ainda que pudesse se mover, no fim, continuava sendo um cogumelo que não tinha cultivado até ganhar um corpo humano, e quando queria falar, precisava saltar. Além disso, o seu corpo era tão grande que, com apenas um salto, uma enorme cratera aparecia no chão. Além disso, como não tinha mãos, teve a ideia de a colocar em cima do seu chapéu.

Porém, a sua cabeça de cogumelo era redonda. Sempre que saltava, ela fazia um “swoosh” e caía. Por isso sempre precisava voltar, pegá-la e saltar de novo, então, “swooosh”, e lá ia ela de novo.

Esse processo continuou sem parar. Zhu Yao sentia que em pouco tempo a sua Versão 6.0 devia estar de pé e correndo.

O cogumelo, portanto, saltava e a juntava. Alguns dias se passaram, e ele já tinha achado um ponto de equilíbrio, pois Zhu Yao não deslizava mais de cima da sua cabeça.

A sua cultivação ainda não tinha feito muito progresso, e a absorção do luar era lenta demais. Depois de dez dias, ainda não havia recuperado um décimo da energia que conseguiu em quatro meses.

O caminho do cultivo de Zhu Yao estava muito longe para ser visto. Porém, quando acompanhou o cogumelo para reunir orvalho desta vez, foi capaz de encontrar uma pessoa conhecida — a putinha que se passou por ela.