Mushoku Tensei: Reencarnação Redundante

Mushoku Tensei: Reencarnação Redundante – Vol. 02 – Cap. 02 – O Dia em que a Boneca Andou (Parte 2)

 

NAQUELE DIA, Elinalise estava fazendo compras com seu filho, Clive. Eles andavam pelas lojas de mãos dadas. Elinalise já havia dado à luz e criado vários filhos, mas ainda gostava de sair com o filho de mãos dadas. Clive se parecia muito com seu marido, Cliff. Seu cabelo era da mesma cor, e ele tinha a boca de Cliff. Até a maneira como ele se achava o melhor sem nenhuma prova particular era idêntica. Elinalise se lembrou de Cliff como ele era quando o conheceu e se pegou babando – uh, sorrindo.

Mãããe! É uma abóbora! Vamos comprar uma abóbora! Abóbora! — Ele gritou.

— É mesmo. — Ela respondeu. — Abóboras são deliciosas nesta época do ano.

— Não me importo com isso! Comer abóboras faz você crescer!

— Quem te disse isso?

— A Lucie!

O filho de Elinalise era um menino lindo. Seus olhos eram exatamente como os dela, e não havia dúvida de que, no futuro, tanto as meninas elfas quanto as humanas desmaiariam por ele. O único problema era sua altura: como seu pai, ele era mais baixo que a média. Clive parecia ter desenvolvido um pequeno complexo sobre isso. Em casa, ele estava sempre falando sobre como queria ficar mais alto.

— Por que você quer ser tão grande? — perguntou Elinalise.

— É um segredo! — respondeu Clive, com as bochechas um pouco rosadas.

Elinalise já sabia que o motivo era uma garota dois anos mais velha, a já mencionada Lucie. Ele queria que ela o achasse legal.

— Espero que você cresça logo. — Elinalise gostava de ver seu filho agindo como um garotinho típico. Então, ela parou. — Hã?

As longas orelhas de Elinalise captaram uma voz que ela conhecia.

Vamos lá, querida, é assim que o mundo funciona. Eu faço algo por você, você faz algo por mim.

Estou morrendo de vontade de ouvir que sons essa boca pode fazer.

As vozes vinham de um beco. Elinalise olhou e viu uma garota sendo segurada por dois homens nos fundos de uma taverna. Entre eles havia um rosto que ela conhecia. Incomumente para ela, o rosto familiar não pertencia a nenhum dos homens.

— Mas esta é apenas minha voz. Você pode ouvir como soa.

— É o que você pensa. Você tem uma voz muito mais bonita aí dentro.

A garota não parecia incomodada com isso, mas pelo que Elinalise sabia dela, ela não era do tipo que acolhia tais propostas. Mesmo que não transparecesse em seu rosto, ela provavelmente estava em apuros.

Elinalise largou suas sacolas de compras e gritou: 

— Só um momento, vocês dois.

Os homens se viraram de uma vez. 

— Qual é o seu problema? — disse um.

— Aquela garota é amiga do Rudeus — rebateu ela. — Eu procuraria outra pessoa para incomodar se fosse vocês.

Os dois homens a olharam lentamente de cima a baixo. 

— Alguém como você?

— Heh, e com seu irmãozinho com você. Sua vadiazinha.

— Irmãozinho! Minha nossa, você não é um galanteador. — Elinalise arrulhou, colocando a mão na bochecha e sorrindo timidamente. Apesar de sua provocação, ela já havia percebido que esses dois não eram daqui. Provavelmente eram aventureiros errantes. Qualquer um daqui teria recuado assim que ouvisse o nome de Rudeus.

— Vocês dois… o que vamos fazer com vocês? — Ela se perguntou.

De repente, Clive se colocou na frente dela, com o rosto vermelho vivo. Ele havia encontrado e pegado um galho enquanto ela não estava olhando.

— Não se aproxime da minha mãe! — Ele gritou.

— Clive, isso é fofo, mas a mamãe consegue lidar com esses dois sozinha. Volte agora.

— Sério? — Clive estava boquiaberto enquanto Elinalise o pegava no colo e o colocava atrás dela. Fazendo uma anotação para elogiá-lo profusamente mais tarde, Elinalise colocou a mão na espada em seu quadril.

— O que você quer dizer com, você consegue se virar? Somos rank A, sabe? — Um dos homens zombou.

— Minha nossa, que impressionante. Vocês devem ser muito talentosos para chegar ao rank A tão jovens.

— Pah, foi fácil. Parece que você está bem confiante em si mesma.

— Oh, não. Receio ser bastante comum — disse ela.

Os homens sacaram suas espadas. As lâminas estavam bem gastas. Elinalise tinha uma espada consigo para autodefesa, mas não estava carregando seu fiel escudo. Isso era lamentável. Dependendo de quão competentes fossem seus oponentes, ela poderia estar em desvantagem em uma luta de dois contra um.

— Não se preocupe, querida — disse um dos homens. — Assim que eu te der uma surra, vou te dar um bom momento.

Elinalise não sacou sua espada. Os homens, talvez pensando que ela estava com medo, se aproximaram lentamente, olhando-a com lascívia. Ela esperou até que eles estivessem longe da garota, e então respirou fundo.

Aaaaaah! Socorrooooo! Estou sendo sequestrada! — Seu grito ecoou pelo beco. Os dois homens se assustaram.

— Ei!

— N-nós não estamos sequestrando ninguém!

Mas o grito não fez mais do que ecoar pelo beco. Ninguém veio da rua em que Elinalise e Clive estavam. Logo, o beco ficou em silêncio mais uma vez.

— Heh, você grita alto, mas estamos atrás de uma taverna no meio do dia. Ninguém vai vir.

— Venha para o meu quarto, e eu te farei gritar o quanto quiser.

De repente, as portas dos prédios vizinhos se abriram uma após a outra: bang, bang, bang. Vários homens, cobertos de pelos e vestindo casacos pretos com um desenho nas costas que se assemelhava a um tigre amarelo, entraram na rua. Estes eram os soldados do Bando Mercenário Ruato, e um de seus trabalhos era entregar a bebida às tavernas. Ao ver Elinalise, os homens começaram a gritar de uma vez.

— Senhora Elinalise!

— Com quem vocês dois pensam que estão mexendo?!

— Acharam que iam arrumar briga com os Mercenários Ruato?

— Estamos aqui para entregar sua surra!

Perto de foras da lei ou de pessoas que ameaçavam um dos seus, os mercenários bem-comportados e pacificadores se tornavam rudes. Havia um pouco mais de dez deles. Mesmo que este fosse Rudeus, ele teria se desculpado no momento em que o ameaçassem. Sim, ele já estaria se arrastando no chão.

Os dois homens, que estavam ali paralisados, levaram cerca de dois segundos para jogar suas espadas no chão.

— Er, desculpe por isso!

— Não tínhamos ideia de que você era alguém tão importante. Só chegamos à cidade ontem, sabe.

Viva! A honra de Rudeus estava salva. Se esses caras recuassem, então Rudeus não era um covarde. Claro, quem não se desculparia se uma multidão de homens extremamente peludos viesse correndo em sua direção?

— Como você quer lidar com eles, Senhora?

— Eles não me fizeram mal algum, então peguem leve com eles. Ensinem-lhes como as coisas funcionam por aqui.

— Senhora! — disse um dos mercenários. — Certo, vocês dois, venham comigo.

— Hum, nós estávamos na verdade…

— Eu disse venham.

— Temos meio que um compromis…

— Parem de se debater.

Os homens-fera escoltaram os dois aventureiros para dentro da taverna. Elinalise os observou ir, e depois foi até a garota.

— Nanahoshi, não te vejo há um tempo. Já é o dia de você acordar? É incomum você estar na cidade, não é?

Naturalmente, esta garota era Nanahoshi.

Nanahoshi assentiu, parecendo totalmente impassível. 

— Acordei ontem à noite — disse ela.

— Acordou? Bem, por enquanto, vamos para outro lugar. É terrivelmente entediante por aqui. — Elinalise pegou a mão da garota, mas então notou algo estranho. — Nanahoshi, minha nossa. Você cortou o cabelo?

Ela se lembrava de Nanahoshi ter cabelo comprido, mas estava aparado até a nuca. Elinalise ficou intrigada. À sua pergunta, os cantos da boca de Nanahoshi se curvaram em um sorriso. Havia algo não muito natural nisso. Era o sorriso de alguém desconfortável, talvez tentando rir de algo sobre o que não queria falar. Ou de alguém tramando algo…

Elinalise, perspicaz como era, imediatamente teve uma ideia do que estava acontecendo. 

— Aconteceu alguma coisa? Você pode falar comigo, se quiser. Está livre agora?

— Não tenho tarefas críticas.

— Por que não vamos encontrar um café e nos sentamos? — Elinalise pegou suas compras e segurou a mão de Clive. Ele parecia um pouco emburrado. 

— Meu Deus, Clive, para que esse beicinho? Está desapontado por não ter me protegido? Você deveria estar protegendo a garota que você gosta, não sua mamã… espere, Nanahoshi! O que diabos você está fazendo? Não vem?

Com Nanahoshi a reboque, eles se dirigiram para um café próximo.

— Aquilo foi por um triz. Graças a Deus estávamos em um lugar onde sempre há alguém por perto.

Foi alguns minutos depois. Elinalise e Nanahoshi estavam sentadas uma em frente à outra em um café, cada uma com copos idênticos de suco de fruta. Nanahoshi havia copiado o pedido de Elinalise. Clive, a propósito, havia pedido alguns doces um pouco chiques – as frutas cristalizadas que agora eram acessíveis graças à recente queda nos preços do açúcar.

A cabeça e os olhos de Nanahoshi se viravam para lá e para cá enquanto ela olhava ao redor da loja. Talvez fosse sua primeira vez ali.

— Agora, o que aconteceu? — perguntou Elinalise.

— Devido ao grande número de eventos, não consigo dar uma única resposta. Por favor, refine sua pergunta.

— Você… você sempre falou assim? — Elinalise ficou intrigada, mas raciocinou que pessoas que tiveram uma experiência traumática muitas vezes falavam de forma diferente depois. Quando alguém se sentia teimoso, falava de forma mais rígida. — Bem, então, você deveria começar do começo.

— Do começo? — perguntou Nanahoshi.

— Isso mesmo. Do começo.

Nanahoshi piscou duas vezes. Então, ela começou sua história. 

— Acordei ontem à noite. Quando acordei, o Mestre Zanoba e o Mestre Rudeus estavam lá.

— Oh, minha nossa. Que impróprio da parte deles, invadindo o quarto de uma donzela.

— Os dois examinaram meu corpo nu. Pareciam extremamente satisfeitos.

— Eles o quê…?

— Em seguida, examinaram cada centímetro do meu corpo, me fizeram abrir as pernas e tocaram meu peito. Depois, tiveram um debate sobre me usar ou não, antes de concluir que, assim que estivessem satisfeitos, me jogariam fora. Me fizeram deitar na minha cama, e depois me deixaram lá e foram dormir.

Ouvir isso foi suficiente para fazer até os pensamentos de Elinalise congelarem por um momento. Uma cena se desenrolou em sua mente de Rudeus e Zanoba olhando com lascívia enquanto despiam Nanahoshi durante seu sono, antes de forçá-la a acordar para servi-los. Elinalise conhecera muitos homens assim, então não foi difícil de imaginar.

— V-você não resistiu?

— A resistência é fútil.

— Sim, se fossem Rudeus e Zanoba, suponho que sim… O Lorde Perugius não estava lá?

— Eram apenas os dois.

Elinalise não tinha muita certeza de como era a vida diária de Perugius, mas ele certamente deixava sua fortaleza às vezes.

— F-foi a primeira vez? — Ela perguntou.

— Sim. No entanto, parece que o Mestre Zanoba e o Mestre Rudeus planejaram e se prepararam com antecedência, então…

— Você quer dizer que eles podem ter planejado isso por muito tempo?

Os dois não teriam problemas em descobrir quando Perugius sairia. Se tivessem sorte e a excursão de Perugius coincidisse com o dia em que Nanahoshi acordasse, eles poderiam descobrir isso facilmente também.

Elinalise ficou em silêncio. Era uma mulher sensata. Graças à sua abundante experiência, ela desenvolvera a capacidade de pensar com frieza e agir sem raiva. Mas mesmo ela não pôde deixar de se abalar com a traição de pessoas em quem confiava.

Não o Rudeus. Certamente não.

Zanoba, que nunca seria um grande conquistador, era uma coisa, mas certamente não Rudeus com suas esposas e seus filhos que o amavam – e ele os amava de volta! Este era o Rudeus que estava pronto para morrer lutando contra Orsted para proteger sua família. O Rudeus que obedecia a Eris no quarto. Ele, fazer tais coisas com Nanahoshi? A pobre garota, que estava desesperadamente procurando uma maneira de voltar para casa?

Parte de Elinalise queria rir do absurdo. Tinha que haver algum engano. Ele não a ajudou de todo o coração enquanto ela se esforçava? Ele não continuou a ajudá-la mesmo quando Sylphie ficou com ciúmes? Ele não foi ao Continente Demoníaco e lutou contra o Rei Demônio Atofe para resgatá-la?

Mas olhe para o rosto de Nanahoshi, disse Elinalise a si mesma. Além daquele sorriso estranho mais cedo, ela esteve sem expressão como uma boneca o tempo todo.

Nanahoshi não estava rindo nem chorando, e seu cabelo havia sido cortado na altura dos ombros. Embora ela pudesse não parecer do tipo, Nanahoshi na verdade cuidava muito bem de seu cabelo. Agora, estava desgrenhado.

Elinalise nunca fora próxima de Nanahoshi, mas se conheciam há muito tempo. Tinha certeza de que conhecia as expressões dela. Elinalise nunca a vira tão chocada antes. Era, claro, impensável que Nanahoshi inventasse tal história. Elinalise não sabia em que acreditar. Talvez fosse alguma armadilha para enredar Rudeus e Zanoba.

Sim, claro!

Havia inúmeros itens mágicos que poderiam alterar a aparência de alguém. Embora, mesmo usando tal item, seria impossível se infiltrar no coração da Destruidora do Caos para se aproveitar de Nanahoshi. Para conseguir isso, seria preciso ter alguma ideia dos movimentos de Perugius e ser capaz de entrar e sair livremente da fortaleza flutuante.

Isso só deixava alguns candidatos. Elinalise estava mais confusa do que estivera em anos. Ela só sabia de uma coisa com certeza.

— Isso deve ter sido horrível — disse ela, se sentando ao lado de Nanahoshi e a abraçando com força. Podia sentir que o coração da garota havia sido ferido.

— Mestra Elinalise, há mais…

— Tudo bem. Não precisa dizer mais nada. Você foi tão corajosa por me contar todas essas coisas horríveis. Mesmo que seja um pouco difícil de acreditar… — Ela parou. — Oh, o que estou dizendo? Tal traição de confiança é imperdoável. Vou me certificar de que Rudeus e Zanoba sejam punidos.

Assim, Elinalise decidiu que por enquanto confortaria Nanahoshi em sua angústia e adiaria a descoberta da verdade do assunto para mais tarde.

— O Mestre Rudeus cometeu um crime?

— Sim, ele fez uma coisa muito má.

— Que tipo de coisa?

— Bem, ele te machucou. Na verdade, não só você. Pode ser que suas esposas… que Sylphie, Roxy e Eris também estejam magoadas.

— Não estou ferida.

— Foi seu coração que ele feriu.

— Meu coração… — repetiu Nanahoshi.

Enquanto Elinalise abraçava Nanahoshi, de repente percebeu que algo não estava certo – havia uma sensação errada na garota. Elinalise havia abraçado muitas pessoas, então deveria saber. Nunca abraçara ninguém assim antes. Não conseguia identificar exatamente o que era, mas quase parecia que ela não era uma pessoa.

Um grito ecoou no silêncio do café. 

— Encontrei!

Elinalise olhou para a porta e viu um homem com um manto cinza escuro apontando para a mesa de Elinalise. Era Rudeus. Zanoba estava logo atrás dele, e eles estavam acompanhados por um grupo de mercenários Ruato.

— Peguem-na! — gritou Rudeus. Elinalise agarrou Nanahoshi com mais força e estava prestes a gritar para ele esperar, quando a garota em seus braços se moveu.

Exibindo uma força que Elinalise nunca sonhou que ela possuísse, Nanahoshi se livrou de seu abraço, virou a mesa e saltou por uma janela próxima. Com um estrondo, Nanahoshi se foi. Ela era terrivelmente rápida, facilmente tão veloz quanto um lutador de espada de nível Santo. Ninguém ali conseguia acompanhá-la. Até os mercenários pareciam estupefatos.

— Presidente, Sir Zanoba, é rápida demais — disse um. — Não conseguimos pegá-la.

— C-claro que não! — respondeu Zanoba. — É uma boneca criada por meu mestre. Nenhum guerreiro comum poderia esperar igualá-la em força ou velocidade.

— Ok, não é a prioridade agora — interrompeu Rudeus. — Parece que ainda não aprendeu a se mover secretamente. Por enquanto, enviem pessoas para procurá-la. Assim que a encontrarmos, Zanoba e eu acharemos uma maneira de pegá-la. — Enquanto dava suas ordens aos mercenários, ele se aproximou de Elinalise, parecendo exausto. Clive olhou para ele com os olhos arregalados, um garfo vazio na mão. Rudeus deu um tapinha em sua cabeça e depois verificou se ele tinha ferimentos.

Então, ele se virou para Elinalise e estendeu a mão. 

— Desculpe por isso, Elinalise. Você está bem? Ela não te machucou?

— Não, claro que não — disse Elinalise lentamente. Pegando sua mão, ela se levantou e perguntou: — O que foi tudo isso?

— Bem, não há muito a dizer… — Elinalise relaxou um pouco enquanto ele explicava.

Eu sabia que tinha entendido algo errado, pensou ela.

Em casa, era trabalho de Eris levar Leo e as crianças para passear.

Ela também ensinava esgrima para as crianças, bem como para alguns dos alunos da universidade, mas quando se tratava de tarefas domésticas, seu único trabalho era passear. Se não tivesse mais nada para fazer, saía com eles depois do almoço. Obviamente, levar todas as crianças seria perigoso, então ela geralmente levava duas ou três, no máximo. Quando Leo estava lá, Lara subia em suas costas como de costume, então, na realidade, Eris só tinha que ficar de olho em uma ou duas crianças de cada vez.

Naquele dia, Lara e Sieg estavam ambos nas costas de Leo, e Eris tinha a pequena Lily em seus ombros. Eles caminhavam para a cidade e Eris observava enquanto as crianças brincavam em seus lugares favoritos. Esta era sua rotina.

Até não muito tempo atrás, ela levava Lucie, Lara e Arus, e às vezes Clive também. Naquela época, os meninos locais gostavam de puxar o cabelo de Lara até que Lucie os fizesse parar. Ultimamente, no entanto – talvez graças ao treinamento de Eris – Lara começara a revidar.

Eris se virava por um momento, e então olhava para trás para encontrar Lara ali com um arranhão no rosto ou o nariz sangrando, enquanto o menino que a atacara estava agachado por perto e chorando. Seus olhos encontravam os de Eris, seu rosto estoico, mas desafiador, e ela levantava dois dedos em um “V” de vitória.

Eris nunca sabia o que dizer em resposta. Quando ela era pequena, muitas vezes era repreendida por entrar em brigas e fazer seus oponentes chorarem.

As filhas dos nobres não deviam lutar, diziam a ela. Se alguém lhe dissesse algo maldoso, era melhor usar suas palavras.

Então, sempre que Lara entrava em uma briga, Eris hesitava por um segundo. Deveria discipliná-la?

No final, Eris geralmente acabava elogiando-a. Vendo a quieta Lara, orgulhosa de si mesma depois de lutar contra um valentão, parecia impossível não dizer: “Muito bem! Essa é minha garota!”

Por outro lado, Eris ficaria furiosa se Lara fizesse alguém mais fraco que ela chorar, como Sieg. Ela lhe daria uma surra até seu bumbum ficar em brasa se ela fizesse isso. Mas os meninos no parque eram maiores e mais velhos que Lara, então o elogio era merecido, pensou Eris.

Talvez ela devesse ter considerado que, dado que Lara começaria a escola no ano seguinte, não era bom apenas dizer a ela que se saíra bem se defendendo – mas Eris não tinha esse tipo de previsão.

Hoje, eles não estavam indo para o parque de sempre, então nada de brigas para Lara. Eris não mudara de destino por nenhuma razão em particular; ela simplesmente sentiu vontade.

— Não vá muito longe! — Ela chamou.

Eles haviam chegado ao rio nos arredores da cidade. Lara e Sieg chapinhavam nus no rio enquanto brincavam com Leo. Eris concentrou a maior parte de sua atenção em Lily, que recentemente dera seus primeiros passos vacilantes.

Lily estava nervosa, talvez porque o rio fosse novo para ela. Estendendo a mão, ela o tocou hesitantemente, antes de gritar com a frieza da água.

— Aaah! Mamãe! Mamãe!

— O quê? Está com medo?

— Está frio! — A não-resposta fez Eris rir. Ela deu um tapinha na cabeça de Lily. Lily se parecia com Lara, mas era um pouco mais quieta. Dito isso, era mais curiosa. Ficava fascinada por qualquer coisa nova ou que não tivesse visto antes.

— Mamãe! Brilha! — Por exemplo, ela acabara de encontrar algo.

— Hum… Brilha?

— Está brilhando! — Eris seguiu o dedo apontado de Lily e viu algo que brilhava mais que a luz na superfície do rio. Um peixe. Com cerca do comprimento do dedo médio de Eris, se contorcendo para lá e para cá.

— É um peixe.

— Esmaga!

— Não esmaga, peixe. Peixe, entendeu? Tente dizer. Peixe.

— Peixe! Mamãe, pega! Pega o peixe!

— Ok, ok… Você me observa. — Eris arregaçou as mangas e fixou os olhos no rio. Alguns segundos depois, houve um zunido e um tapa quando a água espirrou da superfície do rio. Em um piscar de olhos de Lily, Eris tinha o peixe em seu punho. O pequeno animal não parecia saber o que estava acontecendo. Seus olhos estavam arregalados, e sua boca se abria e fechava.

— Aqui.

— Oh! Oh! — exclamou Lily enquanto Eris colocava o peixe em suas mãos. Com isso, o animal pareceu finalmente perceber que esta era uma situação de emergência. Com um salto contorcido, ele saltou das mãos de Lily e caiu de volta no rio com um mergulho.

— O peixe fugiu…

— Heh heh, você está certa. — Nesse momento, Eris sentiu uma presença atrás dela. Ela se virou. — Espere. Algo está vindo.

Algo estava se aproximando da direção da cidade, e muito rápido. Poderia ser Rudeus na Armadura Mágica Versão Dois, ou então alguém tão rápido quanto ela.

— Leo, tire esses dois do rio e vista-os! — gritou Eris. Leo, talvez sentindo também, respondeu com um latido e depois cutucou as costas de Lara. Lara foi obedientemente. Ela conseguia se comunicar com Leo, então entendeu a situação imediatamente. Sieg choramingou um pouco sobre querer brincar por mais tempo, mas quando Lara puxou sua mão, ele saiu relutantemente da água e começou a se secar com as toalhas que haviam trazido.

— Lara, ajude o Sieg a se vestir!

Sieg mal aprendera a se vestir sozinho. Ele ainda lutava com cada botão, então levaria uma eternidade sem ajuda.

Eris estava tensa. Não sentia hostilidade de quem quer que estivesse vindo em sua direção, mas era rápido o suficiente para que, com as crianças a reboque, ela não conseguisse fugir. Caso se revelasse um inimigo, ela provavelmente conseguiria vencê-lo, mas ainda era melhor priorizar a segurança das crianças.

Ela colocaria os três nas costas de Leo e depois conteria o inimigo sozinha. Eles também não estavam longe do escritório de Orsted, onde o Deus do Norte Kalman III e o Deus Dragão Orsted viviam. Se conseguissem chegar lá, estariam definitivamente seguros.

Quando Eris viu a figura que se aproximava, soltou um suspiro de alívio ao ver o rosto familiar de uma garota de cabelo preto. 

— Ah, é você? Ei, Nanahoshi.

Nanahoshi estava prestes a passar correndo por eles, mas ao som de seu nome, parou abruptamente e olhou para Eris.

— Bom dia. Se não for um inconveniente, posso perguntar seu nome?

— É Eris. O quê, você esqueceu?

— Mestra Eris. Vou me lembrar.

Eris sentiu que algo estava errado. O cabelo de Nanahoshi era curto, ela era rápida e não soava como ela mesma. Mas Eris também não era tão próxima de Nanahoshi, então não tinha uma boa ideia de como era o comportamento normal dela. Provavelmente não era grande coisa. Eris nunca foi de se prender a detalhes.

— Você está realmente correndo aí. O que aconteceu? Alguém te perseguindo?

— Sim… Correção, não — disse Nanahoshi, olhando por cima do ombro. Atrás dela havia uma planície ampla e vazia. — Parece que os despistei.

— Uau! Mamãe, mamãe! — Eris olhou para baixo e viu Lily agarrada às pernas de Nanahoshi. Lily deu tapinhas nas panturrilhas de Nanahoshi, com os olhos brilhando. Soltou um grito de alegria e sorriu quando Nanahoshi a levantou.

— Bom dia — disse Nanahoshi.

— Ah ha ha! — Lily riu. Então, ela agarrou o cabelo de Nanahoshi e o puxou, deu tapinhas em suas bochechas e acariciou seu nariz.

Eris não tinha ideia de por que Lily gostara tanto de Nanahoshi.

Seja o que for, ela não queria incomodá-la, então pegou Lily de volta de Nanahoshi e a colocou em seus ombros.

— Ei, mamãe! Quero um pouco. — Lily estendeu a mão para Nanahoshi.

— Não seja rude — disse Eris.

Lily resmungou, mas Eris não a colocou no chão.

Nanahoshi as observou e depois levantou uma mecha de seu cabelo. — É isto que você quer? — Ela perguntou.

— Sim — murmurou Lily com um pequeno aceno de cabeça.

Sem aviso, Nanahoshi arrancou alguns fios de cabelo e os estendeu para Lily. 

— Aqui está.

— Eba! — Lily os pegou alegremente. Eris não tinha ideia do porquê. Decidiu que devia ser porque cabelo preto era incomum.

— Posso lhe fazer uma pergunta, Mestra Eris? — disse Nanahoshi, olhando para ela.

— O que é?

— Você é a Eris que é esposa do Mestre Rudeus?

— Sim, sou eu — respondeu Eris, estufando o peito. Isso a fazia se sentir orgulhosa de ser chamada assim. Ela dera à luz seu primeiro filho, e aqui estava ela cuidando das crianças. Sim, ela era mesmo!

— Saber da minha existência te deixará com raiva do Mestre Rudeus? — perguntou Nanahoshi.

— Minha existência? Hum, não vou ficar com raiva só porque você está aí — respondeu Eris, hesitante, sem saber o que Nanahoshi estava perguntando.

Nanahoshi era amiga de Rudeus. Ela não ia ficar com raiva só porque ele falava com ela. Se ele desse em cima dela, ou se dissesse que a queria como sua quarta esposa, então ela poderia ficar um pouco com raiva. Só um pouco, no entanto.

— E a Mestra Sylphie e a Mestra Roxy, então?

— Elas não vão… Oh, espere. — Uma velha memória de Sylphie de repente voltou a ela. — Sylphie uma vez disse que simplesmente não conseguia, tipo, “aceitar” a Nanahoshi.

— Aceitar? Aceitar em que sentido?

— Não faço ideia. Mas aquela garota realmente ama o Rudeus, então ela deve ter seus motivos.

Eris amava Rudy e não tinha problemas em dizer isso, mas tinha que respeitar a devoção pura de Sylphie. Ela aguentaria qualquer coisa, até mesmo ao ponto de desistir de quem era, se fosse pelo bem de Rudeus. Eris morreria por Rudeus em batalha, mas era quem ela era e o que queria. Ela não era muito boa em fazer qualquer coisa que não quisesse, nem mesmo pelo bem de Rudeus. Sylphie era diferente. Sylphie deixaria de lado o que queria por ele. Eris respeitava isso.

— Muito bem — disse Nanahoshi. — Desejo falar com a Mestra Sylphie. Onde posso encontrá-la?

— Tenho quase certeza de que ela está em casa hoje.

— Entendido. Muito obrigada por responder às minhas perguntas. — Nanahoshi fez uma reverência, torceu a boca em um sorriso, depois se virou e partiu de volta para a cidade em um ritmo de caminhada.

— O que foi isso? — Eris se perguntou. Ela cruzou os braços, plantou os pés na largura dos ombros e bufou. Arus começara a imitar essa pose ultimamente.

— Mamãe…

Eris se virou. Mal conseguia ver o cabelo azul e verde aparecendo por trás de Leo. Certo, eram Lara e Sieg. Ela se esquecera de fazê-los dizer “olá” para a amiga da família. Isso foi errado? Geralmente Leo se aproximava das pessoas que eles conheciam por iniciativa própria, e ela se lembrava de mandá-los fazer sua saudação educada então. Ele se manteve afastado desta vez.

Enquanto Eris se intrigava com isso, Lara disse: 

— Aquela não era a Nanahoshi.

As palavras inspiraram em Eris uma sensação de desconforto que ela não conseguia colocar em palavras. Sua boca se contraiu. Em seus ombros, Lily esticou os cabelos que Nanahoshi lhe dera com um estalo. Ela tinha que voltar para casa imediatamente. Não – as crianças estavam com ela.

Mudança de planos.

— Vamos para o escritório. Vocês dois subam nas costas de Leo. — Por enquanto, ela levaria as crianças para um lugar seguro e depois iria para casa. Tendo se decidido, Eris colocou Lara e Sieg nas costas de Leo e começou a caminhar em direção ao escritório.

Uma atmosfera imponente pairava sobre o escritório quando Eris chegou. Vários mercenários Ruato que ela reconhecia estavam vadiando na frente. Junto com eles, ela também avistou Zanoba, Julie, Elinalise, Clive e o Deus do Norte Kalman III Alexander Rybak, embora a sensação usual de repulsa que sentia estivesse ausente. Orsted devia estar fora.

— Eris?! O que você está fazendo aqui?! — Rudeus saiu correndo da multidão. Eris ficou aliviada ao vê-lo. Ao mesmo tempo, teve certeza de que estava prestes a descobrir o segredo do desconforto que sentira mais cedo.

— Encontramos alguém estranho em nosso passeio — disse ela, sem responder à sua pergunta. Um olhar cauteloso surgiu nos olhos de Rudeus.

— Quem era? — Ele perguntou.

— Ela se parecia muito com a Nanahoshi.

Rudeus fez uma cara como se quisesse gritar: “Era o Lupin!” Ele coçou para perguntar o que tinha acontecido, mas sua preocupação com Eris veio primeiro. 

— Certo, mas nada aconteceu com você, então? Não está ferida?

— As crianças estão todas bem.

Rudeus olhou para baixo com uma expressão preocupada para Lara, Sieg e Lily, que ainda estava esticando o cabelo preto.

— E você, Eris? Não está ferida? — Assim que viu que as crianças estavam ilesas, Rudeus começou a verificar Eris em busca de ferimentos. Ele a examinou da cabeça aos pés, tocou seu rosto, pegou-a pelos ombros e a virou. Assim que ele estendeu a mão para apertar seus seios, o punho dela atingiu seu queixo com um estalo.

— Estou bem! Como tenho certeza de que você pode ver!

— Mmm, sim.

— Ela não nos fez nada. Leo percebeu que ela era uma farsa, então viemos para cá por enquanto. — Eris olhou para Leo. Por alguma razão, Lara parecia presunçosa. Ela dilatou as narinas com um bufo. Eris deu um tapinha em sua cabeça e depois se virou para Rudeus. — Então, quem era aquela?

— Hum, bem…

Rudeus explicou o que havia acontecido. A boneca em que ele e Zanoba estavam trabalhando havia escapado. Eles encontraram sinais de que o círculo de teletransporte havia sido usado, então determinaram que estava na Cidade Mágica de Sharia. Eles usaram o círculo mágico, acordaram Julie, que estava cochilando o dia todo na oficina, e depois fizeram o Bando Mercenário iniciar sua busca. Graças à briga de Elinalise, eles conseguiram localizá-la, apenas para perdê-la novamente. Receberam a notícia de que ela havia saído da cidade, então Rudeus usou o Olho da Visão Distante para olhar das muralhas da cidade. Foi quando ele a avistou indo na direção do escritório. Adivinhando que o escritório era seu destino, Rudeus chegara primeiro. Então, enquanto observavam a direção de onde esperavam que a boneca viesse, Eris apareceu.

— Ela não me pareceu tão má — disse Eris.

— Talvez não agora. Mas se não a encontrarmos rapidamente, não se sabe o que pode acontecer. — A voz de Rudeus era resoluta.

Na realidade, ele estava convencido de que a boneca tinha uma falha. Havia várias leis inscritas em seu núcleo sobre segurança humana, obediência a ordens e autoproteção – as chamadas Três Leis da Robótica. Ela ignorara suas ordens e fugira. Isso significava que, no mínimo, havia uma falha na parte de “obediência a ordens”. Por enquanto, tudo o que ela fizera foi falar com Elinalise e Eris. Ninguém se machucou, mas seria otimismo assumir que isso se devia ao funcionamento da lei de “segurança para os humanos”. Se isso também estivesse com defeito, não havia como saber o que poderia desencadear uma onda de assassinatos.

— Eris, você poderia me contar mais sobre o que vocês duas conversaram?

— Quero dizer, foi só conversa fiada. Acho que disse… — Eris pensou em sua conversa com a boneca e respondeu.

A expressão de Rudeus ficava cada vez mais tensa enquanto ela falava.

Quando ele juntou sua própria conversa com a boneca com a de Elinalise e a de Eris, uma teoria lhe veio à mente para explicar seu comportamento. Com Elinalise, ela perguntara repetidamente sobre as esposas de Rudeus. Na noite anterior, Rudeus dissera que deveriam descartá-la porque suas esposas ficariam com raiva.

A boneca o ouvira. A lei de “obediência a ordens” podia não estar funcionando, mas a lei de “autoproteção” estava. Fazia sentido, portanto, que ela tomasse uma atitude defensiva. Como seria isso? Eliminando quem quer que estivesse tentando eliminá-la. Até onde ela sabia, os inimigos que tentavam eliminá-la eram as esposas de Rudeus. Quem a despacharia seriam Zanoba e Rudeus, mas talvez a boneca não os tivesse atacado porque já estavam registrados como seus mestres. Parecia contraditório, mas se a boneca tivesse um bug, um comportamento contraditório era de se esperar.

A boneca estava identificando e localizando as esposas de Rudeus. Devia estar considerando eliminá-las primeiro. Por outro lado, Eris deveria ter sido um alvo para eliminação, mas ela apenas conversara. Isso significava que a teoria estava errada?

Não necessariamente. As perguntas que ela fez a Eris indicavam que estava investigando qual de suas esposas eliminar – qual, em outras palavras, era o maior obstáculo para ela. Provavelmente queria cuidar daquela antes das outras. Sua conversa com Eris deixou bem claro quem era a ameaça.

— No final, ela disse que queria falar com a Sylphie e voltou para a cidade — disse Eris. O rosto de Rudeus ficou pálido.

— A Sylphie está em perigo! — Ele gritou, começando a correr freneticamente em direção à casa, mas rapidamente deu meia-volta e voltou para o escritório, onde respirou fundo.

Rudeus olhou ao redor, dizendo a si mesmo para manter a calma. Aqui fora do escritório estavam o Bando Mercenário Ruato, Zanoba, Julie, Alec, Elinalise, Clive e seus filhos. Primeiro, Rudeus acenou para Alec, que parecia não ter nada para fazer.

— Alec, vou deixar as crianças e a Julie aqui com você. Tudo bem?

— Sim, tudo bem.

A segurança das crianças vinha em primeiro lugar. Se Orsted estivesse por perto, Rudeus poderia tê-lo pedido e dado a Alec um trabalho diferente, mas como não estava, teria que ser assim. Eles deveriam estar seguros com Alec cuidando deles.

Julie provavelmente ficaria bem, dado que a boneca passara direto por ela enquanto dormia, mas ele tinha a sensação de que também mencionara que Julie era contra a boneca durante a conversa na oficina. Era melhor que ela ficasse para trás.

— Eris e Elinalise, vocês vão para a escola — disse Rudeus. — É possível que ela vá atrás da Roxy. Alguns dos mercenários já estão a caminho, então vocês podem se encontrar com eles.

— Entendido.

— Muito bem.

Linia estava a caminho da escola com um grupo de busca de mercenários. Eris dissera que a boneca queria encontrar Sylphie, mas, na verdade, não havia como saber o que ela faria. Era melhor enviar reforços, por via das dúvidas.

— Metade dos mercenários deve voltar para a Aisha e relatar o que aconteceu. Diga a ela que, se o pior acontecer, posso pedir ajuda ao Lorde Perugius.

— Sim, senhor!

Se ele conseguisse a ajuda de Perugius, então Arumanfi provavelmente conseguiria capturar a boneca em segundos. Ele não esperava que o problema explodisse tão rapidamente! Para seu pesar, ele demorou a avisar as pessoas – incluindo as de casa.

Dito isso, não havia garantia de que Perugius concordaria em ajudar.

— Quero que a outra metade dos mercenários volte para a oficina de Zanoba — continuou Rudeus.

— Entendido.

Enquanto a boneca corria por todo o lugar, era possível que isso fosse uma distração, e seu objetivo real fosse fugir de Rudeus. Parte dele não se importaria em deixar o perigo simplesmente fugir… mas ele a criara. Ele tinha a responsabilidade de levar isso até o fim.

— Zanoba, venha comigo para minha casa para que possamos garantir que Sylphie e os outros estejam seguros.

— Muito bem, Mestre.

— Tudo bem, pessoal! Vamos nos mover! — À ordem de Rudeus, todos se dispersaram.

Os únicos que restaram no escritório foram as crianças, Leo, Julie e Alec. Depois que seus pais desapareceram, eles pareciam ansiosos.

— Que tal jogarmos um jogo até seu pai voltar, crianças? — disse Alec, sorrindo para eles.

 


 

Tradução: Gabriella

Revisão: Pride

 

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