A NOITE ESTAVA TEMPESTUOSA. A chuva torrencial encharcava a terra, e grandes raios de relâmpagos feriam a terra com clarões, iluminando uma casa solitária em uma planície deserta.
Dentro da casa, dois cientistas loucos gargalhavam.
— Mwa, mwaha, mwahahaha! Finalmente, finalmente!
— Sim! Finalmente, está terminado! — Ainda gargalhando, os cientistas apertaram as mãos um do outro e dançaram pela sala.
— Verdadeiramente, sem o seu gênio, Mestre, nunca teríamos conseguido!
— Não seja bobo, Zanoba! Não teria sido possível sem seu estoque inesgotável de conhecimento e inspiração!
Os cientistas eram Rudeus e Zanoba. Seus elogios mútuos pararam com a dança. Havia algo no fundo da sala, uma cama de pedra que emitia um brilho sinistro. Nela, jazia uma garota. Ela estava completamente nua.
— Que longa jornada foi essa… — Rudeus refletiu sobre sua série de fracassos.
A primeira tentativa nem sequer ligou. Foram necessários dezenas de pequenos ajustes e a reversão desses ajustes até que terminassem o primeiro protótipo. Ele ligou, apenas para descobrirem que era um golem que só conseguia obedecer cegamente. Havia uma demanda por tal coisa, mas estava longe do que eles queriam criar.
A partir do segundo protótipo, eles dedicaram seu tempo e trabalho ao desenvolvimento de um núcleo com inteligência artificial e uma figura mais realista. Naturalmente, eles ainda experimentaram um fracasso após o outro. O corpo tornava-se cada vez mais parecido com o humano, mas ajustar os materiais para que seus movimentos também fossem mais realistas levou a problemas de resiliência. Quando ajustaram o núcleo para compensar, ele parou de ligar completamente. Os dois ficaram maravilhados e frustrados com a fragilidade do equilíbrio que fazia uma pessoa viva funcionar.
Fracasso perseguia fracasso. Eles revisaram repetidamente as anotações do Rei Dragão Maníaco Chaos e até pediram conselhos ao Rei Dragão Perugius, que lhes deu dicas sobre círculos mágicos e invocação de espíritos. O Deus Dragão Orsted lhes ofereceu uma pedra mágica difícil de encontrar e compartilhou conhecimento sobre materiais. Mesmo assim, os fracassos continuaram. Eles haviam inovado além do Rei Dragão Maníaco, de alguma forma. Enquanto imaginavam que seu objetivo estaria para sempre fora de alcance, eles choraram.
Antes que as lágrimas do último fracasso secassem, eles abordaram o desafio com nova determinação – apenas para falhar novamente. Cada fracasso levava a pequenas, mas novas observações e descobertas.
Um mês antes, finalmente, finalmente, eles tiveram um sucesso, e a boneca protótipo ligou. Era a terceira interação, com um rosto em branco e sem feições, mas ligou! Rudeus e Zanoba fizeram sua dancinha da vitória e, então, assim que terminaram de extrair dados do terceiro protótipo, começaram imediatamente a trabalhar no quarto.
As especificações do quarto eram quase tão boas quanto as do modelo final. Tinha um corpo e rosto humanos, sua boca se movia quando falava, e podia se mover usando seus próprios membros. No entanto, Rudeus e Zanoba não haviam realizado todos os testes que deveriam no protótipo anterior e haviam seguido em frente sem resolver vários problemas não descobertos. Eles simplesmente não conseguiam resistir ao desejo de ver a boneca se mover como em seus sonhos.
Mas ficaria tudo bem! Não havia nada sobre o protótipo três que não pudessem simplesmente adiar para o protótipo quatro. Eles usariam o protótipo quatro para fazer uma verificação do sistema e revisar sua compatibilidade com o corpo base para o produto final.
Vai ficar tudo bem, com certeza, eles pensaram. Este é outro passo à frente. É isso que queremos. Estamos fazendo isso por amor à arte, e esta, aqui mesmo, é a autômata pela qual temos nos esforçado.
— Chegou a hora! — gritou Zanoba. — Ligandooo!
— Certo!
Zanoba, com o rosto brilhando de excitação, estendeu um dedo em direção à pedra mágica aninhada entre os seios modestos da garota. Atrás daquela pedra, no meio de seu peito, estava seu núcleo. Estava gravado com círculos mágicos complexos e delicados que funcionavam tanto como seu cérebro quanto seu coração literal, como a CPU de um computador.
Quando o núcleo ligasse, a estatueta se levantaria por conta própria, aprenderia sozinha, tomaria suas próprias decisões, geraria sua própria mana e continuaria a funcionar praticamente em perpetuidade: uma boneca totalmente autônoma. Claro, também era possível que acabasse desmaiando por falta de mana. Se sim, poderia simplesmente ser devolvida à sua cama e carregada mais uma vez.
Quando Rudeus propôs isso pela primeira vez, Zanoba perguntou:
— Sua dependência da intervenção humana para reiniciar não significaria que ela é incompleta?
— Claro que não — disse-lhe Rudeus. Era precisamente isso que a tornaria completa. Quando uma pessoa desmaiava e não conseguia se levantar novamente, ela também precisava de outras pessoas.
O dedo estendido de Zanoba parou, hesitante. Talvez outra pessoa relutasse em tocar o peito de uma jovem, mas Zanoba não se incomodaria com um detalhe menor como esse.
— Você quer fazer isso, Mestre? — perguntou Zanoba, depois de hesitar por algum tempo.
— Não — respondeu Rudeus. — Você faz. Foi todo o seu trabalho que nos trouxe até aqui.
Era isso. Zanoba estava com medo deste momento, quando seu sonho de quase dez anos seria realizado. No entanto, não estava em sua natureza ser covarde. Mal estava em seu vocabulário.
— Muito bem. Então, comecemos!
— Sim!
Zanoba tocou lentamente o peito da garota com o dedo. A ponta de seu dedo percorreu levemente sua pele, como se ela pudesse quebrar, até que ele alcançou o núcleo. Ligar a boneca não exigia muita mana. Qualquer um poderia fazer isso.
— Desperte, ó amada filha — disse Zanoba, entoando o encantamento de ativação.
Imediatamente, houve um estalo quando a mana começou a fluir. A luz vermelha na borda da cama ficou azul. Vendo isso, Zanoba removeu o dedo e, por alguns momentos, tudo ficou em silêncio. Os dois homens esperaram com a respiração suspensa, observando a garota ligar. Os processos que se seguiram à ativação foram automatizados, então tudo o que eles tinham que fazer era esperar.
Os olhos negros da garota se abriram piscando. O único ruído foi o clique quando ela se desconectou fisicamente da cama. Quando a conexão foi quebrada, ela se sentou lentamente. Sua pele era lisa e branca, e ela era tão esguia que parecia não ter músculo algum. Seus seios eram pequenos, mas bem torneados, e ela era curvilínea de uma forma que parecia quase deslocada para seu tipo de corpo.
Esta garota era o auge das habilidades que Zanoba e Rudeus cultivaram ao longo de longos anos de fabricação de estatuetas. Seu corpo era construído com carne artificial e um esqueleto do mesmo material da armadura mágica. A base para a carne artificial era argila que Rudeus fazia usando magia da terra, à qual eles então adicionavam escamas ricas em mana de dragões vermelhos e asas de borboleta da ilusão. Para completar, eles misturaram a seiva de um treant ancião e o sangue de um demônio imortal. A carne finalizada era o produto de experimentação e dos melhores materiais. Era durável o suficiente para resistir quase indefinidamente, enquanto parecia indistinguível da pele de uma pessoa normal. Para fazê-la se mover, foi montada em um esqueleto gravado com círculos mágicos. Os círculos funcionavam como músculos para mover o tecido circundante. O princípio era mais ou menos o mesmo da armadura mágica, mas as articulações da boneca incorporavam adicionalmente peças feitas do pó de osso de um esqueleto de deathbreaker, utilizando a condutividade de mana particularmente alta do material para tornar os movimentos da boneca ainda mais realistas.
A garota levantou ambos os braços, esticou-os e depois abriu e fechou as mãos. O movimento de seu tronco superior – o braço e o ombro, descendo pelo peito, e o balanço de seus seios – era suave. Era incrível: sensualmente gracioso e real.
Rudeus engoliu em seco.
— Não percebi enquanto estávamos fazendo, mas olhe só como se move. Droga.
Zanoba não respondeu, mas por sua expressão, ele sentia o mesmo. A garota, sem dizer uma palavra, deitou-se novamente, depois levantou as pernas uma de cada vez, testando-as. Uma coxa lisa e branca se ergueu, seguida pela outra.
Ainda deitada de costas, ela dobrou e esticou os joelhos, depois abriu as pernas e as fechou novamente, expondo momentaneamente sua anatomia delicadamente construída a Rudeus e Zanoba. Esses gestos eram puramente práticos. A boneca foi programada para executar automaticamente uma verificação operacional de suas articulações quando ligasse e, em seguida, cuspir erros para quaisquer peças que a verificação detectasse. Literalmente, neste caso, já que ela tinha uma boca.
Finalmente, com um balançar de seu cabelo preto na altura dos ombros, a boneca anunciou:
— Liguei com sucesso.
Isso significava que suas verificações estavam completas. A voz que suas cordas vocais artificiais produziram soava muito familiar.
— Ufa. — Rudeus e Zanoba soltaram um suspiro, embora seus rostos ainda estivessem tensos.
Eles haviam falhado aqui tantas vezes antes. Uma vez, a boneca tentou levantar o braço apenas para tudo acima do cotovelo explodir no teto como o soco de foguete de um mecha. Outra vez, seu joelho dobrou no ângulo errado com um croc surdo. E ainda outra vez, ela se partiu na virilha como uma escultura bizarra, e depois se enrolou como um camarão com um som surdo de estalos e rachaduras. Esses episódios, que poderiam ter saído direto de um filme de terror se o corpo fosse humano, aconteceram vezes demais para contar durante a construção do terceiro protótipo.
A raiz do problema era o esqueleto da boneca. Uma pessoa usando a armadura mágica podia regular sua potência, mas era preciso uma longa experiência usando magia e músculos para ter a sensibilidade para isso. A boneca não tinha experiência, então usava a força máxima por padrão e se destruía. Por causa disso, eles instalaram limitadores por todo o seu corpo. Mesmo com os limitadores, no entanto, o esqueleto da boneca ainda tinha as mesmas propriedades da armadura mágica, então tinha um alto limiar de resistência, permitindo movimentos comparáveis aos de um espadachim de nível Santo.
Basta dizer que as configurações de potência e amplitude de movimento da criação artificial para dobrar os joelhos e cotovelos falharam muitas vezes antes, então Zanoba e Rudeus ficaram aliviados por não haver problemas.
— Tudo está funcionando bem, ao que parece — disse Zanoba.
— Sim.
Como se em resposta às suas palavras, a estatueta deitada na mesa virou seus olhos vítreos e inorgânicos para Zanoba.
— Posso perguntar seu nome, Mestre?
— Eu sou Zanoba!
— Mestre Zanoba. Você foi registrado. Quais são suas ordens?
— Registre o homem ali como sub-mestre.
— Entendido. Posso perguntar seu nome, cavalheiro ali?
— Sou Rudeus.
— Sub-mestre Rudeus, você foi registrado. Quais são suas ordens?
No decorrer dos testes do terceiro protótipo, Zanoba e Rudeus passaram por essa troca muitas vezes. Primeiro, a boneca tinha que registrar seu mestre para que fizesse o que lhe era dito.
— Bom — disse Zanoba. — Agora, descerás da cama e ficarás no chão!
A estatueta desceu da cama e ficou em pé. Rudeus socou o ar em triunfo.
— Ótimo! Registrou o nome do mestre corretamente e está seguindo as ordens. — Ele olhou para sua criação e sentiu uma calorosa sensação de realização. Isso nem sempre tinha corrido bem, como quando “Eu sou Zanoba” registrou seu mestre como “mestre Eu-sou-Zanoba”. Outras vezes, ela não desceu da cama, ou não entendeu “descerás”.
Eles resolveram esses problemas por meio de consulta direta com Perugius. Usando suas dicas, eles ajustaram os círculos mágicos, reconstruindo toda a boneca do zero várias vezes. Finalmente, tudo se encaixou. O resultado desse trabalho foi o círculo mágico de invocação gravado no núcleo da boneca, que cobria as muitas coisas que os humanos faziam instintivamente.
— Tente pular um pouco — disse Zanoba.
— Sim, Mestre. — Mantendo as pernas juntas, a estatueta pulou para cima e para baixo. Tinha um salto bem potente. A carne artificial era capaz de gerar força suficiente para quebrar o esqueleto, mas os limitadores pareciam estar funcionando corretamente.
— Abra os braços enquanto pula.
— Sim, Mestre.
— Abra as pernas. Ok, pare.
— Sim, Mestre.
— Agora comece a pular novamente enquanto gira os braços.
— Sim, Mestre.
— Abra as pernas em um pulo e feche-as no próximo.
— Sim, Mestre. — A boneca fez exatamente como Zanoba ordenou. Seu cabelo curto balançava, e seus membros e corpo saltavam dinamicamente. Seu equilíbrio era excelente.
— Agora faça uma careta.
A boneca parou por um momento com este comando inesperado e depois disse:
— Sim, Mestre. — Ela colocou as mãos nas bochechas e espremeu o rosto. Mas foi só isso; sem nenhuma expressão, era estranho, e duvidosamente bobo, na melhor das hipóteses. No entanto, a boneca pensou e executou a ordem à sua maneira. Em outras palavras, Zanoba e Rudeus obtiveram o resultado que esperavam.
— Mm! Muito satisfatório — disse Zanoba.
— Sim… — concordou Rudeus, mas ele tinha uma leve carranca no rosto enquanto olhava para a boneca. Seus olhos foram para seus seios, que eram pequenos, mas balançavam quando ela pulava, e depois para as partes elaboradamente construídas entre suas pernas. Para o bem da honra de Rudeus, que fique claro que não havia nada de sexual nesse olhar. A boneca era sua própria criação, afinal. Ele só não esperava esse nível de perfeição. Isso o assustou! Embora, não fosse seu próprio gênio que ele temia.
— As semelhanças são simplesmente gritantes demais — disse ele. — Não é só o rosto, mas a voz também, mesmo que tenha sido uma coincidência. — Rudeus observou o rosto da boneca. Ela encontrou seus olhos, mas não sorriu. Eles a construíram para ser capaz de sorrir, mas parecia que ela ainda não conseguia fazer isso sem uma ordem. Isso, no entanto, não era o que preocupava Rudeus.
— Vamos nos meter em encrenca por isso — disse ele.
Veja, o rosto da estatueta tinha uma semelhança impressionante com alguém que ambos conheciam.
— Com a Senhora Nanahoshi, você quer dizer? — perguntou Zanoba.
Isso mesmo, a boneca tinha uma semelhança impressionante com Shizuka Nanahoshi, sua amiga de outro mundo que dormia na Destruidora do Caos, a fortaleza flutuante. Não era apenas o rosto. O cabelo da boneca não tinha o mesmo comprimento que o de Nanahoshi, mas era preto, e o corpo tinha quase exatamente a mesma altura e constituição. Rudeus e Zanoba haviam construído uma boneca nua que se parecia exatamente com sua amiga: uma boneca que por acaso tinha seios sensuais e partes funcionais entre as pernas.
— Quero dizer, com a Sylphie e as outras, idiota! — Rudeus estalou. Era a ira de suas esposas que ele tinha que temer.
— Mestre, você não disse que, dado o longo sono da Senhora Nanahoshi, precisava de alguém para substituí-la?
— Bem, sim…
Havia uma razão para a semelhança. Caso a hipótese de Nanahoshi de que seu amigo também seria transportado para este mundo se tornasse verdadeira, a melhor maneira de garantir que as gerações futuras conhecessem o nome de Nanahoshi era que também soubessem como ela era.
— Suas esposas sabem de tudo isso, não sabem? — disse Zanoba.
— Elas sabiam que estávamos fazendo uma autômata, mas não sabem que a fizemos para se parecer com a Nanahoshi. — É verdade que Rudeus não achava que suas esposas teriam problemas com suas intenções, e a própria Nanahoshi havia dado sua aprovação. Contanto que ele explicasse tudo isso, elas entenderiam. — O problema são os seios dela e as partes entre as pernas.
Era uma boneca que se parecia com a amiga deles e era capaz de fazer sexo. Se suas esposas descobrissem, elas não iam ficar tranquilas com isso. A menos que ele jogasse bem, sua cama ia ficar muito fria. Sylphie poderia chorar ou ficar deprimida, e ele podia imaginá-la inflando as bochechas e dizendo: “Você se esforçou tanto nisso. Por que não experimenta?”
Nenhum desses era um bom resultado!
— Não precisávamos fazê-los tão elaborados — disse Rudeus.
— Mas Mestre, esta peça maravilhosa de modelagem exibe toda a gama de sua habilidade! Os mamilos em particular são muito excitantes.
— Zanoba, seu idiota, estou tentando ser discreto! Cale a boca sobre mamilos.
— Perdão.
Por que eles fizeram seus seios e as partes entre as pernas tão elaborados? Era verdade que, quando fizeram o plano, as ideias de design de Rudeus foram nessa direção – ou seja, uma direção meio boneca sexual.
No entanto, mais tarde, eles seguiram em outra direção, então deveriam ter se contido. Poderiam ter mantido seus seios e as partes entre as pernas com classificação livre e evitado essa conversa por completo. Uma boneca não precisava de mamilos! E este era apenas o quarto protótipo. Não havia razão para que se parecesse com Nanahoshi na fase de protótipo. Rudeus se empolgou.
— Não podemos contar para a Sylphie e as outras sobre isso.
— Ah, sim. Você tem medo de suas esposas.
— Prefiro dizer que amo minhas esposas.
Apenas algumas pessoas sabiam que eles estavam fazendo uma estatueta à imagem de Nanahoshi: Orsted, Perugius e a própria Nanahoshi. Naturalmente, eles pretendiam revelá-la, notificar as partes relevantes assim que estivesse terminada e usá-la quando necessário. Quando se descobrisse o quão elaboradamente construída era a estatueta, Rudeus e Zanoba poderiam receber alguns olhares de reprovação sérios.
Rudeus podia imaginar o olhar nada impressionado de Roxy enquanto ela dizia: “Sua pequena criação tem uma figura muito mais bonita que a minha, não é?” Ou ela poderia simplesmente lhe dar um olhar sombrio e depois se afastar dele. Se isso acontecesse, ele poderia muito bem cometer seppuku.
— Hmm. Duvido que suas esposas façam barulho por uma coisa dessas — disse Zanoba. — Todo mundo sabe que você é um homem de paixões fortes, Mestre.
— Se fosse apenas uma boneca normal, eu concordaria com você, mas não consigo deixar de pensar que o fato de se parecer com a Nanahoshi vai ter implicações. — Rudeus cutucou o peito da boneca com desconfiança. Não parecia exatamente humano, mas era muito macio mesmo assim. Se ele não a tivesse feito, teria ficado bem excitado. Tal excitação poderia ser interpretada como traição.
Se Eris pensasse que ele estava traindo, os cantos de sua boca se curvariam para baixo enquanto ela dizia “Hmph!” e o acertaria com um soco sem restrições. Ela o derrubaria, subiria em cima dele e o dominaria tão completamente que ele nunca mais se desviaria.
Na verdade, Rudeus talvez não se importasse com isso.
Enquanto ele cutucava a boneca, ela olhava fixamente para seu dedo, mas não reagia. Ela apenas sentiria que estava sendo tocada. Eles não lhe deram a capacidade de sentir prazer sexual. Se Elinalise ou Ariel estivessem intimamente envolvidas no projeto, poderia ter sido diferente, mas ambas estavam ocupadas com as lutas da maternidade.
— Nesse caso, vamos simplesmente descartá-la? — perguntou Zanoba, parecendo sombrio. A ideia de jogar fora a boneca não era algo que ele apreciava, a ideia de jogar fora qualquer estatueta, para esse assunto.
— Não! Seria um desperdício descartá-la quando está tão perto de ser concluída! — Rudeus cruzou os braços e começou a ponderar sobre o problema. Considerando o pior cenário, era melhor descartar esta estatueta e começar de novo do zero. Não era possível substituir apenas os seios e as partes entre as pernas com a tecnologia que eles possuíam atualmente. Isso seria algo a ser considerado se algum dia pensassem em produção em massa, mas, no momento, este era um item único.
— Mas, se fosse descoberto, sabe? — Ele continuou.
— Não consigo imaginar que será. Nós nos demos ao trabalho de montar nosso laboratório bem aqui para evitar isso, não foi?
— Sim, mas…
Eles estavam atualmente na borda do Domínio de Fittoa, no Reino de Asura. Haviam alugado uma área do domínio ainda em recuperação da família Boreas e transformado uma casa ali em um laboratório. Poucas pessoas sabiam de sua localização; nem sequer tinha uma entrada. Só era possível entrar ou sair por meio de um círculo de teletransporte.
— Para você é fácil — apontou Rudeus. — Você não vai se meter em tantos problemas.
— Vou sim. Lembre-se, eu lhe disse que Julie tem ficado brava comigo ultimamente.
— Ah, sim. — Mesmo Juliette, que em teoria estava colaborando com eles neste plano, não sabia sobre este lugar. Ela os ajudou a criar carne e ossos artificiais, mas não sabia onde tudo era montado. Eles a deixaram de fora porque, ultimamente, ela ficava mal-humorada quando Zanoba comprava estatuetas sensuais. Ela não as destruía nem nada, claro, mas tentava escondê-las da vista de Zanoba.
Era assim que era. Julie era uma adulta pelos padrões da sociedade e já era há algum tempo, mas em termos de anos ela ainda estava naquela idade: a adolescência. Rudeus e Zanoba tinham sensibilidade suficiente para considerar os sentimentos de uma donzela como ela.
— Mas é possível que a Julie encontre o círculo de teletransporte, não é? — perguntou Rudeus.
O círculo de teletransporte que levava ao laboratório ficava no porão da oficina de Zanoba. E se Julie descesse lá, descobrisse o círculo de teletransporte e pisasse nele por curiosidade? Ela acabaria cara a cara com a autômata nua – ou seja, uma garota nua. Ela levaria um choque.
— Não, pois eu tomo o cuidado de trancá-lo por dentro, e tenho a única chave bem aqui — disse Zanoba.
— Isso não vai impedir a Julie. Eu a ensinei a abrir fechaduras com magia da terra.
— Julie nunca abriria uma porta que eu tranquei. Ela me prometeu isso.
— Ah, certo.
Julie e Zanoba eram tão próximos que praticamente liam os pensamentos um do outro, mas ainda eram tecnicamente mestre e escrava. Julie sabia que havia certas linhas que ela nunca poderia cruzar.
— Focando de volta no problema, o que podemos fazer? — perguntou Zanoba.
Rudeus cruzou os braços, pensativo. Apenas os mamilos e as partes entre as pernas representavam um problema. Eles não haviam adicionado nenhuma outra parte realmente suspeita. Este era apenas o protótipo quatro — eles poderiam descartá-lo assim que obtivessem todos os dados dele.
Não vamos culpar Rudeus por não decidir imediatamente descartar a estatueta. Ele havia investido muito dinheiro e tempo nela, e eles não haviam feito os testes que deveriam com o protótipo três. Descartá-la imediatamente apenas porque seus mamilos eram um pouco sensuais seria um desperdício extremo.
Então, uma lâmpada se acendeu sobre a cabeça de Zanoba.
— Mas, Mestre! — Ele gritou.
— O que foi?
— Podemos simplesmente fazer com que ela vista algumas roupas!
— Hã? Hã! Você está certo! Eureka! — A ideia de Zanoba fez com que Rudeus também entendesse. Nesta fase, tudo estava à mostra! Não era bom. Mas com roupas, as partes lascivas ficariam escondidas. Além de um estuprador louco, ninguém iria de repente arrancar as roupas da boneca. Se eles não dissessem nada, quem iria descobrir?
— Tudo bem então, espere um segundo.
Rudeus correu para o outro quarto. Havia roupas lá que ele havia preparado de antemão – um vestido bege pesado, do tipo comum na cidade mágica, junto com calcinha e sutiã novos em folha. Na verdade, eles planejavam vestir a estatueta desde o início. Zanoba e Rudeus estavam tremendo de medo por uma garota sexy e nua por nada.
— Certo — disse Rudeus quando voltou, virando-se para a boneca que estava ali, imóvel. — Vista estas roupas.
— Sim, Mestre.
— Assim que estiver vestida, deite-se na cama.
— Sim, Mestre. — Ela seguiu seus comandos. Por enquanto, com roupas, ela não parecia mais pecaminosa. Era simplesmente uma garota que se parecia muito com Nanahoshi, encaixada perfeitamente na cama. Não havia nada remotamente lascivo nisso. Na verdade, se alguma coisa, ela era um pouco assustadora porque seus olhos estavam abertos e sem piscar.
Contanto que ela parecesse assim, todos os seus problemas estavam resolvidos!
— Sabe de uma coisa? Depois de tudo isso, estou exausto — disse Rudeus. — Está um pouco cedo, mas vamos encerrar por hoje.
— De fato.
Por enquanto, eles tinham um plano de ação. Rudeus afundou em sua cadeira com um suspiro. No final, eles não conseguiram testar nada exceto o procedimento de ativação, mas os resultados foram excelentes. Não havia necessidade de pânico.
Eles poderiam ensinar mais à estatueta amanhã.
Rudeus bateu na palma da mão com o punho, sentindo-se triunfante.
— Agora, vamos celebrar o primeiro grande salto para o nosso plano!
— Sim, vamos! — concordou Zanoba. — Pensei que você poderia dizer isso, então preparei isto!
Ele carregou um barril do canto da sala para o meio, e então quebrou as tábuas do topo com o punho. Houve um som de estilhaços quando um pouco do líquido de dentro derramou.
— Você pensa em tudo! — disse Rudeus.
Zanoba pegou uma das xícaras que trouxera e pegou o conteúdo do barril. Saiu cheio de um líquido roxo e translúcido – vinho de Asura.
— Oh, você tem alguma comida? — acrescentou Rudeus.
— Apenas suprimentos em conserva.
— Oh, bem. Isso serve.
Os dois homens trouxeram braçadas de comida seca do porão e as empilharam ao lado do barril. Feito isso, eles ergueram suas xícaras cheias um para o outro.
— Pelo avanço do projeto da estatueta.
— Pela realização do nosso sonho.
— Saúde!
Com isso, as celebrações começaram.
— O que devemos ensinar a ela primeiro?
— Agora que completamos uma simples verificação de operações, gostaria de realizar testes sobre sua adaptabilidade, quanto ela pode lembrar e os limites da flexibilidade de seu pensamento.
— Temos muito a investigar. Vamos fazer todos os testes que pudermos.
Rudeus e Zanoba beberam enquanto discutiam seus planos futuros.
Quando ligaram a boneca mais cedo, ela não fez nada de extraordinário externamente, mas interpretou e executou até mesmo comandos ambíguos. Ela aprenderia autonomamente, trabalhando com o conhecimento básico incluído em suas configurações iniciais. No entanto, o quanto sua inteligência poderia crescer ainda estava para ser visto. Quanto ela seria capaz de lembrar, e o que aprenderia a fazer? Ela seria capaz de pensar e julgar por si mesma?
— Deixe comigo, Mestre. Assumirei a responsabilidade de lhe dar uma educação ampla.
— Só não ensine nada que ela não deva saber, certo?
— Eu poderia dizer o mesmo para você, Mestre!
— Desde quando você virou um espertinho?
Os dois riram enquanto imaginavam o futuro, enchendo suas barrigas com vinho.
Zanoba mudou de assunto.
— Os “subprodutos” que você criou estão vendendo bem, Mestre.
— Sim, eu fiz muitas coisas enquanto pesquisávamos. Então você está vendendo na loja?
— Tivemos respostas particularmente positivas para aquela, er, uma coisa. A manga de sapo.
— Ah, sim…
Levou muitas tentativas e erros antes que Rudeus conseguisse reproduzir a textura da pele humana. Uma série de experimentos resultou em bolsas de bochecha de sapo reforçadas. Era extremamente fina e elástica, mas resistente o suficiente para que fosse necessária uma quantidade significativa de força para rasgá-la. Inicialmente, Rudeus pensou que poderia fazer a pele para a estatueta com isso, mas eles encontraram um material melhor e não acabaram usando.
Em vez disso, ele fez algo… diferente.
— O contraceptivo, hein? — perguntou Rudeus. Era uma camisinha.
— Exatamente. O Mestre Luke ficou especialmente satisfeito com ela. Ele está pressionando em nosso nome para construir uma fábrica em Asura.
— Os nobres de Asura realmente amam esse tipo de coisa, hein?
— Você diz isso, mas você também os usa, não é, Mestre?
— Bem, você sabe. — Ele os usava. Quase todas as noites. Depois que suas terceira e quarta filhas, Lily e Chris, nasceram, houve um acordo tácito de que o próximo bebê seria de Sylphie. Por um tempo, Rudeus deu mais atenção a Sylphie e menos a Roxy e Eris. Infelizmente, talvez por causa de sua raça, Sylphie ainda não havia engravidado pela terceira vez. Era possível que eles tivessem tido sorte com o momento com Lucie e Sieg, ou talvez Deus estivesse sendo cruel. Quem sabe? De qualquer forma, Eris ficava inquieta quando eles faziam menos. Seu desejo sexual havia se acalmado muito em comparação com o que era antes, mas ainda era uma força a ser reconhecida, como uma fera selvagem com fome voraz em seus olhos. Rudeus poderia facilmente se ver atacado e então Eris poderia engravidar.
Foi aí que os contraceptivos entraram. Apenas use este carinha e pronto! Ele poderia satisfazer Eris, a fera voraz, sem fazer nenhum filhote! Nenhuma Sylphie coçando a bochecha e olhando desoladamente para a barriga grávida de Eris. Nenhuma Eris olhando para trás com uma expressão vagamente culpada, dizendo defensivamente “O quê?”. Nenhuma necessidade de desarmonia doméstica. E esta invenção milagrosa poderia ser obtida por uma, isso mesmo, uma moeda de prata de Asura!
— Quero dizer, você sabe — disse Rudeus. — Não é ideal ter mais filhos quando não temos mais pessoas para cuidar deles.
— Por que não simplesmente contratar um servo?
— Se contratássemos um servo, então não seria eu quem cuidaria deles. Não consigo nem dar conta de seis. Você pode não pensar assim, mas quero cuidar de cada um deles.
Zanoba gargalhou.
— Isso é bem a sua cara, Mestre.
Com isso, Rudeus de repente se sentiu inspirado a perguntar algo que sempre se perguntou.
— Pensando bem, qual é a história com você e a Julie?
— O que quer dizer?
— Bem, você vai se casar de novo?
— Você quer dizer com a Julie?
— Claro, há uma diferença de idade, e a Julie é de uma classe social bem baixa — reconheceu Rudeus. — Mas você não se considera mais da realeza, certo? É uma vida doce, sabe. Casar, ter todos os seus filhos ao seu redor. Você lhes diz o quão orgulhoso está, às vezes eles te pregam peças e você tem que repreendê-los…
Zanoba balançou a cabeça lentamente e depois disse com firmeza:
— Não vou me casar.
— Oh? — Rudeus ficou em silêncio. Todo mundo tinha coisas nas quais não queria que os outros se metessem. Zanoba certamente tinha mais em mente do que uma simples preferência. Ele tinha muita bagagem: ser da realeza, seu casamento anterior, matar seu irmão mais novo, o que aconteceu com Pax…
— Não é nada emocionante — disse Zanoba. — Você quer ouvir sobre isso?
— Se você estiver feliz em me contar.
— Como uma Criança Abençoada, sou incrivelmente forte e resistente, mas a contrapartida é que minha pele é insensível.
— Então…?
— A pele de uma mulher de carne e osso é macia demais para me proporcionar estímulo.
Essas palavras atingiram Rudeus como um golpe na cabeça. Era obsceno, mas explicava as coisas – como por que Zanoba usava uma estátua de bronze para tudo.
— Isso não é tudo, claro — continuou ele. — Há muitas outras coisas, como Pax e Julius. Mas, mais do que tudo, seria cruel assumir uma parceira se não posso lhe dar um filho.
— Certo — disse Rudeus. — Mas quero dizer, você ainda poderia perguntar à Julie, se tiver a chance. Talvez ela diga que não se importa em não ter filhos, quero dizer… ou você poderia, tipo, adotar. — Ele tropeçou nas palavras porque já tinha seis filhos.
Zanoba riu sem entusiasmo.
— Isso é verdade.
Rudeus decidiu não dizer mais nada sobre casamento e voltou ao assunto original. Estas deveriam ser bebidas comemorativas, onde eles bebiam e se divertiam.
— De qualquer forma, chega de falar de camisinhas! E as outras coisas? Estão vendendo bem? — perguntou Rudeus.
— Elas têm um comércio modesto. Parece que são vistas mais como curiosidades, então apenas certos entusiastas estão procurando colecioná-las.
— Eu sinto que foram bem úteis — disse Rudeus, desapontado. — A Aisha adorou o aspirador de pó.
As invenções de subprodutos de Rudeus eram muitas e variadas. Incluíam ventiladores e aspiradores de pó que usavam círculos mágicos, vários itens à prova d’água e uma caixa térmica. Cada um era útil, mas apenas alguns pegaram. A maioria dos efeitos podia ser reproduzida usando magia e, por causa dos materiais um tanto especializados, eles não tinham escolha a não ser definir os preços relativamente altos. Pesquisas adicionais sobre os materiais poderiam tornar possível vender os itens mais baratos, mas esse não era o objetivo deles.
— Úteis podem ser, mas Asura e Millis já têm implementos mágicos que produzem o mesmo efeito, e contratar um servo é mais rápido e mais conveniente.
— Sinto que contratar um servo daria mais trabalho. — Rudeus bebeu sua bebida e suspirou. Mesmo tendo vivido tanto tempo neste mundo que poderia muito bem ter nascido aqui, ele não conseguia se livrar completamente de sua vida anterior. — Oh, bem. Que tal eu pelo menos montar um livro sobre como fazê-los? Mesmo que eu apenas passe a tecnologia adiante, as pessoas no futuro podem encontrar um uso para ela.
— Uma ideia muito boa. Sem dúvida, esse livro será uma descoberta maravilhosa para quem quiser continuar seu legado!
— Eu poderia chamá-lo de O Livro de Rudeus ou algo assim.
— Ha ha! Nunca os magos das gerações futuras adivinhariam que um tomo com o nome do braço direito do Deus Dragão conteria instruções sobre como fazer utensílios domésticos!
Rudeus e Zanoba alegremente esvaziaram o barril de vinho, com os rostos cada vez mais vermelhos. Um barril inteiro era um pouco mais do que apenas os dois conseguiam lidar.
— É uma pena que o Cliff e o Sir Bardi não estejam aqui.
— Imagino — disse Zanoba após uma pausa —, que o Mestre Cliff teria se oposto a uma boneca tão indecente.
— Ele ficaria chocado, mas deixaria passar. Vamos trazê-lo para a próxima fase. Droga, poderíamos fazer um brinde em seus aposentos em Millis.
— Uma excelente ideia! Sim, é isso mesmo! Assim que tivermos usado este protótipo para completá-lo adequadamente, por que não apresentamos nossa primeira gloriosa autômata a Cliff como um presente?
— Boa ideia! Ah, exceto que não pode ser um modelo de menina — refletiu Rudeus. — Vamos fazer um menino.
— Um menino seria bom também.
— Bem, bem. Seus interesses também pendem para esse lado, não é?
— Não tenho sentimentos de desejo por homens, mas posso apreciar a beleza de um menino. Você entende, não é, Mestre?
— Oh, eu entendo. Entendo tão bem que não me importaria se o Fitz fosse realmente um menino.
— Ha ha ha! Você é demais, Mestre!
A essa altura, a festa deles estava a todo vapor e os dois estavam ficando cada vez mais bêbados. O vinho tinha um sabor ainda melhor quando adoçado com o sucesso.
— Certo, ok, da próxima vez faremos um modelo de menino, e o faremos tããão super legal que o Cliff ficará com ciúmes.
— Ha ha, ha ha ha!
Os dois não haviam notado algo importante. Não estavam cientes dos olhos fixos que os observavam enquanto bebiam, nem perceberam que sua conversa havia sido ouvida.
Eles não a viram sorrir.
— Urggh — gemeu Rudeus. — Minha cabeça está me matando.
O dia seguinte amanheceu. Enquanto Rudeus se levantava, ele aplicou um antídoto em sua cabeça dolorida. Olhando pela janela, ele viu que a tempestade havia diminuído completamente, deixando um céu azul sem nuvens.
— Já tão tarde? Acho que bebi demais…
Ainda assim, não havia nada como tomar uma bebida juntos como homens, especialmente quando era uma celebração. A indecência da boneca no dia anterior o havia abalado um pouco, mas era o que era. Se o protótipo era tão bom, ele mal podia esperar para ver o que o futuro reservava. Rudeus sentiu a possibilidade abrir suas asas, seu coração explodindo de esperança e amor enquanto se virava para espiar o rosto da boneca—
— Uh?
Ela não estava lá. Apenas a cama estava ali, vazia. Sem boneca.
— Espere, um momento. Zanoba? Onde você colocou a boneca? — Talvez, pensou Rudeus, Zanoba tenha se levantado mais cedo e estivesse ensinando algo a ela. Enquanto olhava ao redor, Zanoba emergiu lentamente de uma pilha de cobertores no canto da sala.
— Hrm…? Mestre? Você não desligou a autômata depois que ela estava na cama?
— Desligá-la? — Assim, as memórias de Rudeus voltaram. Ele definitivamente a mandara se vestir e depois se deitar em sua cama. Ele tinha certeza disso. — Eu… acho que sim…?
Desligar a boneca exigia um comando para desligar ou entrar em dormência. O usuário tinha que colocar a mão na pedra mágica em seu peito e dizer o encantamento. Ele… não tinha feito isso.
— E-encontre-a! — gaguejou Rudeus.
— E-entendido!
Os dois procuraram freneticamente pela boneca, mas ela não estava em lugar nenhum – nem dentro do laboratório, nem do lado de fora. Ela havia desaparecido.
Tradução: Gabriella
Revisão: Pride
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Aqui acabou pro Rudeus kkkkkkkkkkkkkk
Já tô vendo que vou me divertir bastante nessa saga kkkk
Ahhhhhhhh, isso daqui virou suspense agora?
Bem, não dá pra culpar o Rudeus. Criar uma boneca humanoide para os japoneses deve estar no mesmo patamar de conseguir criar ouro pros alquimistas kkkkkkkkk