Mushoku Tensei: Reencarnação do Desempregado

Mushoku Tensei: Reencarnação do Desempregado – Vol. 23 – Cap. 04 – Batismo

 

Na manhã seguinte, os aldeões nos guiaram alegremente quando saímos da aldeia. Por alguma razão, eles nos deram um conjunto de refeições embaladas para todos, alguns feixes de folhas que podiam ser remédios e uma escultura de amuleto esculpida em madeira.

Embora eu a chame de escultura, não era nada complexa, apenas uma simples vara de madeira com plumagem (acho que de um nativo do céu) presa a ela. Talvez fosse o ídolo do deus dessa terra, transmitido ao longo dos tempos. Como o Deus do Céu. Embora possa ter sido fabricado com simplicidade, seu valor inestimável teria feito Zanoba chorar de alegria.

— Muito obrigado.

Agradeci e, embora minhas palavras não tenham sido compreendidas, minha gratidão pareceu ter sido transmitida, pois eles responderam às minhas palavras de despedida dobrando as asas e cruzando os punhos na frente do peito.

Monte Aluce era um lugar tranquilo. A brisa que soprava em sua suave inclinação era fria, mas o tempo estava claro e sua encosta estava decorada com um jardim de flores brancas. Sieg estava dormindo profundamente, ainda bem, e o restante de nós teve que lutar contra uma onda de sonolência.

— Fwah… Ah, certo.

O fato de todos nós ficarmos subitamente sonolentos, apesar de termos acabado de acordar de uma boa noite de sono, não pode ter sido uma coincidência. Dei a todos uma fruta Qikara que eu havia preparado com antecedência.

Dei outra olhada no jardim de flores brancas na encosta. O pólen liberado por essas flores ferozes tinha um forte efeito soporífero.

Ao apertar ainda mais os olhos, pude ver uma única criatura à espreita, camuflada contra o jardim. Era um monstro chamado Planador do Céu. Ele se escondia entre as flores brancas que induziam ao sono e atacava qualquer pessoa que adormecesse depois de se aproximar demais. Era bem pequeno em comparação com outros monstros, com apenas dois metros de comprimento. Parecia um lagarto peludo. Seus antebraços eram palmados como os de um morcego e sua cauda tinha um ferrão venenoso. Era um monstro mais cauteloso do que os outros e conhecido por nunca ousar se mover contra uma presa que não estivesse dormindo.

Sim, você poderia chamá-lo de covarde. Sieg estava dormindo profundamente, mas o Planador do Céu não atacou. Ele nos deixou passar.

O efeito sedativo das flores brancas durava cerca de uma hora. De acordo com Orsted, você nunca acordaria depois de adormecer no jardim, mas os efeitos não duravam muito se você se afastasse delas rapidamente.

Ainda assim, Sieg tinha apenas um mês de idade. Quando já estávamos longe o suficiente, lancei um feitiço antídoto nele para garantir. As frutas Qikara tinham um forte efeito estimulante, mas dar isso a um bebê parecia perigoso.

— …!

Depois de mais um pouco de caminhada, Eris nos deu um sinal e todos nós nos agachamos em resposta.

No topo da colina, havia um pássaro gigante. Eu poderia ter confundido a visão dele andando sobre suas duas pernas com um dinossauro, se não fosse pelas penas. Devia ter cerca de dez metros de altura. Enorme.

— Esse é um dos grandes…

— Acho que se chamava… Mandíbula Gigantesca, se não me engano.

Esse era o monstro mais forte desta colina. Em termos de classificação, ele seria quase um A. Os residentes do Continente Celestial temiam encontrar esse monstro. Se ele aparecesse perto de uma cidade, eles teriam que enviar todos os homens para se defenderem ou, no caso de uma vila menor, evacuar toda a população. Os viajantes recebiam até amuletos imbuídos com a única oração de não se deparar com essa coisa…

Oh. Então é para isso que serve o amuleto.

— Ah, Rudy, veja.

Por sugestão de Sylphie, olhei para além do monstro e vi o que parecia ser um santuário de pedra. Nosso destino, presumi.

— O que devemos fazer? Lutar contra isso?

Boa pergunta. Por enquanto, o monstro não tinha nos visto, então passar sorrateiramente ainda era uma opção… mas eu tinha um palpite de que esse era seu território, já que ele não mostrava sinais de ir embora. Os monstros de nível A incluíam aqueles que podiam se esquivar reflexivamente do meu canhão de pedra, portanto, ele não seria fácil de ser atacado.

Olhei para Eris e acenei com a cabeça. Ela parecia ter me ouvido em alto e bom som, embora eu ainda não tivesse dito uma palavra sequer. Acho que devemos derrubar esse cara. Ainda não havíamos feito nada digno de um teste aqui, e tive a sensação de que seríamos reprovados se evitássemos isso.

— Eris chamará sua atenção, eu amarrarei seus pés e, assim que o fizer, Sylphie e Roxy o atacarão juntas. Não sei se conseguiremos derrubá-lo com um único golpe, portanto, mire primeiro nas asas. Se parecer que podemos acabar com ele nesse momento, Eris dará o golpe final. Se parecer que ele pode escapar do meu atoleiro, Eris ganhará algum tempo enquanto eu acabo com ele. Ok?

— Entendido! — Eris confirmou ao entrar na briga. Ela era como um cão que estava cansado de receber ordens para ficar quieto.

Voltei meus olhos para as outras duas. Roxy e Sylphie correram para assumir posições em que pudessem apoiar Eris pelos dois flancos. Eu quase havia esquecido: Sylphie era rápida. Duvidei que ela estivesse totalmente recuperada do parto… talvez esse tipo de recuperação fosse algo que a magia de cura pudesse acelerar.

Espere, o monstro já percebeu a Eris.

— Gaaaaaaaaah!

— Goooooouuuwrhhh!!!

O monstro respondeu ao rugido de Eris com o seu próprio rugido. Seu berro ameaçou romper os tímpanos de um ouvinte próximo, mas Eris não demonstrou medo. Ela não seria impedida. Ela atacou o monstro que vinha em sua direção e parou por um instante. Estava se esquivando.

No momento seguinte, o bico do monstro cavou o solo sobre o qual ela estava segundos antes. Ele abriu as asas e deu um chute do chão para atacar em uma velocidade incrível.

Eris revidou enquanto se esquivava, e um jato de sangue saiu repentinamente da boca do monstro. Ele a notou, então isso não serviu como um golpe mortal. Havia outro motivo para não ter funcionado: o monstro era simplesmente grande demais e seu pescoço estava muito alto. Teríamos que seguir o plano e arrastá-lo para baixo para que pudéssemos dar uma surra nele.

— Atoleiro.

O monstro se virou para encarar Eris e, enquanto abaixava o corpo para atacar, um atoleiro se formou ao redor de seus pés, que afundaram no solo no instante seguinte. Ele tentou bater as asas para escapar. No entanto…

— Majestosa lâmina de gelo, eu a convoco para derrubar meu inimigo! Sincelo Violento!

— Explosão Sônica!

Os feitiços das outras duas dispararam e esmagaram as asas da fera. O monstro se debateu, mesmo com seu único meio de sobrevivência agora esmagado. A última coisa que passou diante dos olhos da criatura foi uma única espadachim; uma guerreira de cabelos vermelhos que balançava sua lâmina bem acima da cabeça.

— Hmph!

Com um suspiro conciso, ela atacou. A Espada da Luz. A técnica oculta do Estilo do Deus da Espada. Criado para derrotar não apenas humanos, mas qualquer ser vivo em um único golpe. Esse corte foi uma morte instantânea em todos os sentidos da palavra.

Não havia som algum. A lâmina de Eris simplesmente cortou a cabeça do monstro em duas, bem no meio. Os olhos do monstro se arregalaram em sua cabeça enquanto seu corpo se contorcia. Ele não parou de se mover. Seu corpo teve espasmos, seu pescoço se retorceu de todas as formas, como uma mangueira que expelisse água demais para que pudesse suportar. Ele atacou sem pensar tudo o que estava ao seu alcance.

Normalmente, um único golpe teria dado conta do recado, mas os monstros começam a apresentar problemas quando atingem um certo tamanho…

— Canhão de Pedra.

Meu feitiço Canhão de Pedra atingiu o crânio do monstro. O ataque se cravou na ferida que Eris abriu, retalhando o cérebro do monstro antes de sair pela parte de trás do crânio. Ossos e massa cinzenta foram expelidos para trás do monstro com um estrondoso estalo. O monstro caiu sem vida, como se as cordas que o puxavam tivessem sido cortadas de repente. Seu pescoço caiu no atoleiro com um baque.

— …

Eris observou com cautela por um tempo, mas depois de decidir que a batalha havia terminado, se virou para mim e começou a acenar. Roxy levantou seu cajado para sinalizar que também estava bem. Sylphie estava olhando para o monstro com grande interesse, como se nunca tivesse visto uma criatura tão grande em sua vida.

Tudo bem, tudo correu bem. Nós o atacamos em grupo e saímos sem nenhum arranhão. As coisas certamente não foram tão tranquilas quando eu estava viajando pelo Continente Demônio. Eris e eu ficamos mais fortes.

— Mmahhh, waaaah!

Oops. Sieg acordou de seu sono e começou a se mexer em minhas costas. Pobre bebê. Você está com fome? Ou você não gosta de ficar nas costas do seu pai? Está com frio? Se for o caso, desculpe. Logo estaremos de volta em casa sãos e salvos.

— Oooh…

Naquele momento, percebi. Que a expressão em meu rosto havia mudado radicalmente. Minhas esposas também perceberam quando se aproximaram de mim. Cerrei os dentes enquanto perdia o fôlego de horror, meu olhar fixo no monstro derrotado. Ele estava deitado no atoleiro, sem vida.

— Oh!

Sylphie percebeu. O problema não era o monstro. Era algo em meus pés. Lá… sim, uma poça fumegante havia se formado. Esse vapor também estava saindo de minhas costas. Curiosamente quente.

— Bem. Parece que ele pegou você — disse Roxy, aliviando o clima. Sim, ela estava certa; Sieg me pegou. Na verdade, minhas costas inteiras.

— Heh, e pensar que meu próprio… filho… bem nas costas. Eu baixei… minha guarda… Sylphie… Quando você chegar em casa, diga à Lucy e aos outros que eu os amo… Que queria vê-los crescer… Mas agora, eles terão que cuidar uns dos outros como irmãos para continuar vivendo… O velho deles estará tomando uma xícara de chá com o vovô nos portões perolados…

— Rudy, pare de ser dramático. Deixe Sieg descer e tire seu manto e sua armadura mágica! Temos que lavá-los antes que o odor se fixe!

— Ok, tudo bem. — Não consegui terminar meu monólogo.

O santuário estava bem na nossa frente. Chegamos ao nosso destino.

 

 

Parecia ser um pouco pequeno para ser chamado de santuário. Ele tinha cerca de um metro de altura e dois metros de largura. Suas portas duplas de pedra eram meio largas, o suficiente para permitir a passagem de uma única pessoa. Na porta havia um emblema que eu conhecia. Sim, o mesmo emblema que eu vinha usando ultimamente, aquele que parecia um dragão à distância.

O emblema do Clã Dragão.

Eram ruínas de dragões.

Pude ver um tipo de altar ao lado das ruínas, mas ele estava deteriorado e coberto de musgo. Talvez fosse algum tipo de implemento mágico? Algo para esconder as ruínas da vista. Em comparação com os antigos círculos de teletransporte que eu estava acostumado a ver, este tinha um ar diferente. Há muito tempo, as pessoas devem ter feito peregrinações até aqui.

O altar não era a única diferença aqui. Alguns detalhes sobre o próprio santuário diferiam das ruínas que abrigavam esses círculos. Os antigos círculos de teletransporte que eu conhecia eram edifícios de um andar com um porão. Pelo que pude perceber através da porta entreaberta, esse santuário tinha escadas. Escadas que desciam para a escuridão. Quando tentei bater na porta com minha manopla, o som ecoou por um bom tempo. Ele deve penetrar profundamente na terra.

Hmm… Eu sei que me disseram para fazer um batismo aqui… mas será que um lugar como este realmente tinha alguém morando lá dentro? Havia um monstro zanzando bem à sua porta, um monstro com o qual os habitantes locais temiam lidar.

— Tem alguém em casa? — chamei, mas não obtive resposta. Eu me virei e dei aos outros um olhar confuso, como se quisesse sugerir que talvez tivéssemos tomado o caminho errado. Tudo o que recebi em troca foi uma ordem brusca de Eris:

— Entre lá de uma vez.

Bem, acho que vou dar uma olhada lá dentro. Se encontrássemos o lugar errado, sempre poderíamos continuar procurando.

— Desculpe-me… — Por via das dúvidas, fiz minha entrada conhecida antes de entrar.

Peguei um pergaminho de espírito de luz que havia equipado em um encaixe da minha armadura mágica e iluminei nossa descida. A escada havia acumulado uma fina camada de poeira, o que me fez pensar se ela havia sido muito usada ultimamente. Também tive que me perguntar se alguém o limpava regularmente, pois não encontrei musgo crescendo em lugar algum. Pode não ter sido uma moradia, mas ainda tinha sinais sutis de vida humana.

Um passo de cada vez, lenta, mas seguramente, desci as escadas. Logo atrás de mim estavam Eris, Roxy e Sylphie. Eu ainda estava carregando Sieg nas costas, então talvez fosse melhor deixar Eris assumir a liderança…

Antes que terminasse de pensar nisso, a escada chegou ao fim. Havia ainda outra porta meio rachada diante de mim. Mais uma vez, era larga o suficiente para permitir a passagem de uma única pessoa. Dessa vez, no entanto, uma luz tênue se infiltrou. Havia alguém lá dentro? Ou havia um monstro que usava a luz para atrair suas presas?

Estava ficando um pouco nervoso… mas teria que lidar com isso.

— Eu vou à frente — declarei enquanto entregava Sieg a Sylphie.

— Eu vou com você — disse Eris.

Assenti com a cabeça. Nós dois passamos pela porta e entramos em um espaço aberto amplo. Era quase como uma praça, sustentada por um punhado de pilares grossos.

Tive uma sensação estranha, como se estivesse entrando em um lugar sagrado. Um segundo pressentimento, na verdade mais um palpite: esse lugar não se parecia tanto com as ruínas de dragões que havia visto anteriormente e sim com a fortaleza flutuante de Perugius. A espessura e o posicionamento dos pilares pareciam especialmente semelhantes aos da câmara de audiência da fortaleza flutuante. Esse lugar realmente deve ter se inspirado em Perugius.

Os candelabros adornavam as paredes, escurecidos pela imensidão do cômodo. Eles não estavam sozinhos; na extremidade oposta da sala havia uma espécie de fonte, que lançava uma luz azul pálida que iluminava todo o local.

Se nos aproximássemos, um monstro sairia e nos atacaria? Ou será que, ao inspecioná-lo, descobriremos que nosso HP e MP foram restaurados? Seja qual for o caso, um caminho que passava pela fonte levava ainda mais para dentro do santuário.

Não senti nenhum perigo neste cômodo, então decidi chamar Sylphie e Roxy para dentro… mas quando pensei em fazer isso, ouvi um som de batida.

Passos. Vários conjuntos de pés. Parecia vir do caminho próximo à fonte.

Tomei uma atitude para proteger a porta atrás de mim. Em seguida, Eris deu um passo à frente e preparou sua lâmina. Eu realmente esperava que esses passos pertencessem a pessoas com as quais fosse possível conversar… mas se parecessem problemáticos, uma retirada temporária era sempre uma opção.

Os donos dos passos se revelaram. Apenas uma olhada bastou para me dizer que esses caras eram problema. Isso também me disse que eles poderiam ser convencidos.

Em frente a nós havia um grupo de três pessoas com máscaras. Sylvaril, Arumanfi e Nanahoshi.

— Você chegou bem rápido, Rudeus Greyrat.

E então… Perugius apareceu.

— Ouvi dizer que uma mandíbula gigantesca estava rondando a área… mas eu deveria saber que isso não seria uma grande provação para você.

Estava em um programa com câmera escondida ou algo assim? Vim para cá achando que era um teste, mas o cara que me disse para fazê-lo apareceu na linha de chegada. Será que alguém vai apontar para um canto e me dizer para sorrir?

— Então… Hum?

— Por que está perdendo tempo? Traga seu bebê para dentro.

Apesar de minha confusão, Perugius me comandou como se isso não fosse uma surpresa. Ele ficou esperando ao lado da fonte.

O que estava acontecendo? Pelo menos por enquanto, não parecia que iríamos entrar em uma briga. Nanahoshi estava aqui, como se fosse um dos familiares de Perugius, mas ele não a teria trazido se planejasse lutar.

Ou, espera, será que eu entendi errado? Ele poderia ter trazido Nanahoshi porque pretendia lutar? Talvez porque eu não queira que ela se machuque? Não, isso seria ridículo. Esse era o grande Lorde Perugius. Ele não se rebaixaria a um truque tão covarde, certo? Certo?

Decidi que poderia deixar Sylphie e Roxy entrarem. No momento em que Roxy entrou, Perugius franziu a testa por um momento.

— Lorde Perugius, um demônio…

O tom de Sylvaril era de desaprovação. Isso era algo que eu esperava que ela pudesse ignorar. Afinal, essa não era a fortaleza flutuante.

— Hmph, muito bem.

Um monarca tão magnânimo. Um verdadeiro magno.

De qualquer forma.

A fonte parecia grande o suficiente para um adulto se banhar. Na verdade, depois de subir nela, vi que era menos uma fonte e mais uma banheira de pedra oval. Um círculo mágico havia sido esculpido no fundo da banheira, e essa era a fonte de luz da fonte. A luz se difundiu pela água, dando a todo o cômodo um brilho sinistro. Ela tinha a beleza surreal de uma piscina noturna, mas estava claro que essa piscina era uma espécie de implemento mágico.

Ou talvez nem tanto. Esse implemento mágico parecia estar incompleto. Havia mais alguns círculos mágicos esculpidos em pedras dentro da banheira, mas eles não estavam iluminados. Havia também algumas reentrâncias ao redor da banheira que pareciam projetadas para conter algo, mas nada as ocupava. Provavelmente estavam faltando algumas peças.

— O que… é isso?

— Esta é a fonte batismal — respondeu Sylvaril.

Saquei… a fonte para o batismo.

Nesse momento, Sylvaril se aproximou de Sylphie.

— O bebê — ordenou Sylvaril, oferecendo as duas mãos a Sylphie.

Um arrepio percorreu o corpo de Sylphie. Ela olhou para trás e para frente, entre as mãos de Sylvaril e as minhas.

— O que, o Senhor Perugius vai batizar meu filho pessoalmente? — perguntei meio brincando.

— Sim — respondeu ela. — Isso é um problema?

— Ah não, de jeito nenhum! Nem pensar.

Isso significa que Perugius nos fez vir até aqui e depois fez uma grande entrada… só para poder realizar um batismo?

Bem, ele não tinha outra alternativa. Se Perugius quisesse fazer alguma coisa com Sieg, teria sido mais fácil se safar lá na fortaleza voadora. Não pensei que ele escolheria estrangulá-lo ou afogá-lo. Então, novamente, me enfrentar na fortaleza voadora teria quebrado alguns móveis, então é possível que ele tenha me atraído para o Continente Celestial para que pudéssemos metaforicamente levar isso para fora…

Não. Perugius havia feito muito por mim até agora. Eu tinha que confiar nele aqui.

— Sylphie.

Eu lhe dei uma olhada. Sylphie ofegou por um momento, mas logo respirou fundo e com determinação, entregou Sieg a Sylvaril.

Sylvaril envolveu Sieg gentilmente em seus braços e asas, caminhou em direção a Perugius e se ajoelhou. Ela ofereceu Sieg a Perugius com reverência. Perugius sentou-se no altar e olhou atentamente para o bebê diante dele.

— Hmm… Cabelo verde, orelhas ligeiramente pontudas. Seus olhos são como um flash de luz penetrante, mas ele parece gentil no geral. Um bom garoto.

Quero dizer, eu concordei… mas estava ficando nervoso. Será que esse batismo poderia mostrar que Sieg era realmente Laplace e fazer com que ele fosse morto na hora? Não é que não confiasse nele, mas oooh, isso era assustador… Eu não suportava assistir. Tive que olhar para ele através do meu Olho Demoníaco da Previsão.

Na visão que meu Olho Demoníaco me mostrou, Perugius pega um pouco de água com uma mão. Um segundo depois, isso aconteceu. Perugius levantou a água entre as mãos em concha. Em seguida, cruzou os braços, colocou os punhos nos ombros e manteve essa postura em silêncio por alguns segundos. Então, lentamente, ele abriu as mãos e tocou a bochecha de Sieg.

— Em nome do Rei Dragão Perugius, concedo minhas bênçãos a este bebê, este ovo da humanidade. Por minhas mãos, eu o batizo, e em meu nome, eu o nomeio. Para que essa criança possa sair de sua concha e crescer forte, sábia e gentil, eu lhe dou o nome… Saladin.

A mão de Perugius, ou melhor, a água em que a mão de Perugius estava encharcada, brilhava em um amarelo fraco. A água continuou a brilhar por algum tempo. Quando Perugius viu que a luz havia desaparecido, ele levantou o bebê e o entregou de volta a Sylvaril.

Sylvaril, ajoelhada, o aceitou com reverência e o carregou gentilmente enquanto se levantava. Lentamente, Sylvaril voltou para Sylphie e lhe ofereceu o bebê. Sylphie parecia um pouco atordoada quando aceitou Sieg em seus braços.

Tentei olhar para o rosto de Sieg, mas ele não parecia diferente. Ele olhou para Sylphie e para mim com uma expressão vazia, como um bebê de um mês normalmente faria. Seu cabelo também ainda era verde. O que acabou de acontecer?

— Então… Hum?

— Hmph.

Perugius se levantou com um grunhido e caminhou casualmente em minha direção. Ele disse algo bem na minha cara que me abalou profundamente.

— Não sei o que deu na sua cabeça, mas há muito tempo sei que esse bebê não é Laplace.

Levei cinco segundos inteiros para entender as palavras que saíram de sua boca.

— Uh… V-você sabe?

— Arumanfi são meus olhos. Eu nunca confundiria a visão de Laplace. O tom de verde em seu cabelo é totalmente diferente. A cor de seus olhos também é diferente. Sua mana não impressiona. E ele não tem aquela maldição abominável, que faz as pessoas tremerem do fundo do coração.

Isso significa que… Perugius sabia, desde o momento em que Sieg nasceu, que ele não era Laplace?

— Você parecia dar muita atenção a isso, então eu o chamei para este santuário. Essa água é feita para mudar de cor se determinadas pessoas entrarem em contato com ela. Se essa pessoa fosse Laplace, ele teria brilhado em vermelho.

— Mas ela mudou para amarelo, certo?

— Ele não é uma Criança Abençoada, mas o Fator Laplace que ele carrega é forte. Você não notou seu vigor ou sua força incomum?

— Notei.

Achei estranho o fato de ele ser tão forte. Isso explica tudo. E a boa saúde não é uma coisa ruim.

Ainda assim, ele não era Laplace. Que alívio… Mas calma aí.

— Isso não significa que você fez Arumanfi impedir o nascimento de Sieg sem motivo algum?

— Por isso, peço desculpas. Embora por coincidência, parece que eu o chamei em um momento ruim. No entanto, teria sido um excelente momento se seu filho realmente fosse Laplace.

Uhhh. Realmente gostaria que você tivesse mencionado isso antes. Sério, que diabos?

— Então, por que viemos até aqui…?

— Para o batismo. Há muito tempo, o Reino Asura tinha uma tradição na qual a pessoa encarregada de dar o nome a uma criança a batizava e nomeava na terra de seu nascimento. Além disso, os pais viajavam com o recém-nascido para essa terra… embora esta seja uma tradição há muito esquecida atualmente.

— Uh… Nomear eles?

— Não me olhe com essa cara de espanto. Você me prometeu uma vez, não foi? Que traria seu filho para que eu o nomeasse. A partir de agora, você pode chamar essa criança de Saladin.

Eu fiz isso?

Na verdade, espere, tenho a sensação de que talvez eu tenha. Quando ele me disse para trazê-lo, acho que alguém de fato disse algo nesse sentido… Eu, talvez… Mas eu quis dizer isso como uma piada…

— Mas, hum, essa criança…

— Não precisa me agradecer — declarou Perugius ao se levantar. — É apenas um pequeno presente que eu lhe concedo.

Mas esse garoto já tinha um nome perfeitamente bom. Sieghart. Eu não sabia o que fazer. Essa é uma oferta que não podia recusar.

Ah, bem. Sieghart Saladin Greyrat, então. Isso foi meio o que saiu na hora. Parecia durão também. O fato de saber que o nome veio do próprio Perugius dava a ele um toque especial. Sim, nada mal. Não ficou ruim. Foi mais ou menos assim que me senti em relação a isso.

Sieg ganhou um novo nome, e nossa jornada de batismo chegou ao fim.

 

 

Bem… não exatamente.

Retornamos à fortaleza flutuante por meio de magia de teletransporte. Quando sentimos que poderíamos finalmente relaxar e ir para casa, Perugius ordenou que fôssemos à sala do trono uma última vez.

Roxy não tinha permissão por ser um demônio, então ela foi para casa mais cedo. Pensei em mandar Sylphie para casa também, mas ela aparentemente tinha outras ideias, então ficou comigo. Eris estava atrás de mim com os braços cruzados. Ela estaria lá, não importa o que acontecesse.

Ficamos diante dos doze espíritos e de Perugius.

— Acredito que já nos desviamos o suficiente. Vamos abordar a questão real — falou Perugius, sentado imperiosamente no trono da fortaleza flutuante.

Problema real? Temos um problema real?

Ah, estou entendendo. Perugius deve ter tido outros negócios além do meu filho. Acho que ele queria outra coisa.

— Rudeus Greyrat.

Ele me olhou com um olhar severo, completamente diferente do que havia mostrado antes. Qual foi? O que eu fiz?

— Ouvi dizer que você formou uma aliança com Atofe.

Ah, isso… Sim, Perugius não tinha boas relações com Atofe. Talvez eu devesse tê-lo avisado antes.

— Independentemente da próxima batalha com Laplace, por que você falaria com uma mulher como ela sem nem ao menos me consultar?

— Bem, você vê, uh…

— Mas isso eu vou deixar passar. Posso suportar a indignação à luz da determinação que você demonstrou anteriormente. São águas passadas. Afinal, sempre tive a intenção de lutar contra Laplace por conta própria.

Então, estamos bem?

— Há mais uma questão.

Perugius sinalizou algo com um movimento do queixo, e uma única garota deu um passo à frente. Ela era uma garota de cerca de dezesseis anos com uma máscara branca. Uma garota que, com o passar do tempo, não envelhecia. Ela agora parecia mais jovem do que Sylphie e eu.

Nanahoshi Shizuka. A garota entre os doze vassalos deu um passo à frente e retirou sua máscara. Então, com uma expressão de conflito, disse: — Completei o círculo mágico para voltar para casa.

— Entendo. Finalmente, hein?

A resposta veio de Orsted, atrás de mim, que parecia ter se materializado do nada. Nanahoshi olhou para Orsted enquanto fechava o punho em frente ao peito.

— Sim. Orsted. Depois de todo esse tempo… Embora possa não ser perfeito.

— Muito bem.

Orsted falou calorosamente. Eram apenas algumas palavras curtas, mas a brevidade delas enfatizava como vinham claramente de seu coração.

— Sim… Sim!

A voz de Nanahoshi vacilou. Seu rosto se contraiu para conter as lágrimas que estavam prestes a escorrer; ela olhou para cima levemente para contê-las. Ela quase me fez chorar também.

O círculo de teletransporte para casa. A coisa com que Nanahoshi sonhou durante todo esse tempo.

Voltar para casa era a única coisa pela qual se esforçava. Ela estava com muita saudade de casa. Nanahoshi passou de uma ideia para uma teoria, para o fracasso e depois para outra ideia. Depois que a teoria foi finalmente assimilada, teve que transformar a tecnologia em realidade, aprimorando suas habilidades de engenharia com experimentos e mais experimentos.

Fazia quase cinco anos que ela havia começado seu aprendizado com Perugius. Muito tempo, de fato. E agora, ela finalmente o completou…

— Rudeus, desculpe-me por incomodá-lo quando você tem tanta coisa para fazer — disse Nanahoshi.

— Ah, não. Na verdade, eu deveria pedir desculpas por tê-la feito esperar todo esse tempo…

Então, foi Nanahoshi quem me chamou aqui? E ela esperou todo esse tempo sem uma única reclamação? Mesmo que ela tenha acabado de concluir o trabalho de sua vida?

— Está tudo bem. Além disso, parabéns pelo bebê.

— Muito obrigado.

— Fiquei um pouco surpresa, na verdade. Achei que você tinha muitas coisas a considerar…

“Considerar”, hein…? Eu não tinha certeza de que era do tipo que considerava. Poucas coisas que passavam pela minha cabeça eram consideradas pensamentos.

— Vou precisar de uma tonelada de mana para o experimento final. Sei que você tem muitas coisas para fazer, mas poderia dar uma mãozinha?

Com isso, Nanahoshi fez uma reverência para mim. Havia um fogo em seus olhos; ela sabia que aquele era o último passo, que o objetivo estava ao alcance.

— É claro.

— Isso pode levar um ou dois meses. Está tudo bem?

— Deve estar…

Um mês, hein? Eu tinha motivos para recusar, mas não o direito. Queria perguntar se isso poderia esperar até derrotarmos Geese, mas não fui idiota o suficiente para dizer isso em voz alta. Nanahoshi já havia esperado tempo suficiente.

— Muito obrigado — disse Nanahoshi, fazendo mais uma reverência.

Nesse momento, ela olhou para Sylphie por acaso. A mãe, cujo rosto ainda estava nublado pela inquietação. Nanahoshi pulou para perto dela e sussurrou algo em seu ouvido. Uma sacudida percorreu o corpo de Sylphie, que se virou para Nanahoshi com um olhar atônito no rosto. Nanahoshi acenou com a cabeça. Sylphie olhou para mim e depois acenou com a cabeça.

— Muito bem, então, vamos para o círculo de teletransporte.

Eu não tinha ideia do que elas haviam discutido, mas Nanahoshi declarou que estávamos seguindo em frente.

 

POV SYLPHIETTE

Acho que fiquei presa em minha própria cabeça.

Preocupei-me sozinha, convenci-me de que tinha que resolver tudo sozinha e me deixei levar por uma espécie de paralisia… Mas se eu tivesse pensado nisso, teria percebido que não estava mais sozinha. Eu tinha uma família em que podia confiar. Rudy poderia estar meio brincando na época, mas ele disse algo sobre “cuidarmos uns dos outros como irmãos”.

Eu nunca tive irmãos, mas Sieg tinha. Lucie estava se esforçando ao máximo para ser uma irmã mais velha confiável. Era difícil dizer que eu confiava nela, pois ela ainda era apenas uma criança, mas eu tinha a sensação de que ela cresceria e se tornaria alguém em quem eu poderia confiar. No entanto, saber que ela tinha meu sangue me fez duvidar um pouco disso…

Arus e Lara também cresceriam um dia. Sieg não estaria sozinho.

Eu tinha apoio fora da minha família. Nanahoshi me disse que, se eu tivesse alguma preocupação, poderia conversar com ela sobre isso. Eu não esperava ouvir algo assim dela, por isso fiquei um pouco surpresa. Se eu pedisse à Rainha Ariel, ou ao Luke, ou ao Zanoba, ou ao Cliff, eles provavelmente também me dariam ouvidos.

Sempre achei que a mudança da cor do meu cabelo era uma saída covarde, e parte de mim achava que pessoas como a Rainha Ariel ou Luke não teriam feito amizade comigo se meu cabelo tivesse permanecido verde, mas agora sabia que nada disso era verdade, que eles certamente teriam feito amizade comigo mesmo assim. Assim como Rudy fez todos aqueles anos atrás.

Bem, é claro, eles poderiam ter ficado um pouco mais abalados no início. Talvez tivessem causado um alvoroço por causa do meu cabelo, da minha herança demoníaca, de como eu tinha que ser uma Superd. Senti que, apesar de tudo, certamente teríamos alcançado os mesmos relacionamentos que tínhamos agora.

Com certeza, Sieg poderia fazer esse mesmo tipo de amizade. A maneira como fiz amigos quando Rudy me ensinou a fazer isso em minha infância. Por isso, eu precisava parar de me deixar levar por essas preocupações. Eu mesmo ensinaria essas coisas a Sieg.

Quando tive esse pensamento, olhei para cima e vi as costas de Rudy enquanto ele caminhava à minha frente.

— …

Por alguma razão, decidi agarrar a bainha de sua manga.

Rudy se virou. Ele tinha a mesma aparência de sempre: gentil, mas um pouco apologético e preocupado. Acho que inspirei isso nele.

— Rudy.

Quando chamei seu nome, ele olhou em volta, sinalizando com os olhos para que os outros seguissem em frente. Todos saíram e, quando ficamos sozinhos, Rudy passou os braços em volta dos meus ombros e me abraçou. Suavemente, para não esmagar Sieg, o corpo esbelto, porém musculoso, de Rudy envolveu o meu. Sua armadura o deixou um pouco rígido, mas isso me confortou.

— Rudy… sinto muito, eu acho. Parece que o deixei preocupado. Vi o cabelo verde de Sieg e me lembrei do meu passado. Pensei sobre isso, sobre onde tudo isso levaria. Pensei que talvez essa criança não tivesse um lugar neste mundo…

— A culpa não é sua. Todo mundo fica preocupado às vezes. E ei, a culpa é minha por ter esquecido de pensar em um nome.

— Sim… Mas também, você tem viajado apenas com Roxy e Eris ultimamente, não é? Fiquei com a ideia de que teria que proteger as crianças sozinha…

— Isso não é verdade de forma alguma!

A força de sua negação me assustou um pouco, mas eu já deveria esperar por isso. Rudy diria isso, não diria?

— Sim. Eu sei. Eu sabia, mas me esqueci. Desculpe.

— Er, não. Não precisa se desculpar.

— Tive um momento de fraqueza.

Dei um tapinha na cabeça de Sieg. Ele já estava dormindo há algum tempo. Quando foi que ele cochilou?

Essa jornada me fez pensar: Sieg não era tão frágil quanto eu pensava. Não em termos de seu poder ou de sua saúde. Mais precisamente, seu espírito era muito forte.

 

 

 

— Está tudo bem agora. Acho que olhar para você durante a viagem me confortou. Isso me fez lembrar que você realmente nos protegeria.

Rudy deu uma risadinha. Seu rosto parecia duvidoso, como se não acreditasse que qualquer aspecto dele pudesse ser reconfortante. Rudy levava as coisas como elas vinham. Quando Sieg nasceu com cabelo verde, ele não perdeu a calma nem nada. Ele até encarou o Lorde Perugius com coragem. Eu tinha certeza de que ele teria feito o mesmo se qualquer outra criança enfrentasse o mesmo tipo de perigo.

— Bem… Sylphiette.

Às vezes, Rudy me chamava pelo meu nome inteiro. Em geral, ele fazia isso por um de dois motivos: ou queria pedir algo devasso, ou queria se desculpar.

— O que foi, Rudeus?

— Sabe, você pode ficar brava comigo por eu ter esquecido de dar um nome ao bebê. Ok?

— Hã? Mas eu não estava realmente brava… Se tivesse que dizer, estava mais desapontada e nervosa…

Comecei a ficar nervosa ao responder. Quero dizer, quando soube que Rudy havia se esquecido de pensar em um nome, tudo o que pensei foi que meu filho poderia não ser amado por Rudy ou por qualquer outra pessoa no mundo. Quando expliquei isso ao Rudy, ele ficou branco como um lençol. Foi um choque enorme… Ah, mas é isso mesmo. Isso faz sentido. Ficar desapontada sem ficar brava deve ter sido ainda mais difícil para ele.

— Ah… estou entendendo. Entendi, vou ficar com raiva da próxima vez. Não se esqueça de mim ou de nossos filhos nunca mais, imbecil!

— Sim, senhora.

Rudeus acenou com a cabeça. Ele parecia um pouco envergonhado.

Rudy era tão fofo em momentos como esse. Ele também estava assim quando tirou minhas roupas pensando que eu era um menino… Ooh, lembrar disso me deixou muito envergonhada! Eu sei, éramos crianças naquela época e já nos vimos nus tantas vezes desde então, mas mesmo assim…

— Vamos deixar isso para lá. Você tem que ajudar Nanahoshi, não é?

— Sim… A propósito, o que foi que ela te disse?

Não foi nada grave. Apenas que ela me ouviria se eu precisasse conversar. As pessoas dizem isso umas às outras o tempo todo.

— É um segredo.

Eu manteria isso em meu coração. Fiquei feliz por Nanahoshi ter escolhido meu ouvido para sussurrar, e não o de Rudy.

Eu sorri. Quando o fiz, Rudy sorriu de volta.

— Oi, Rudy — disse, sem conseguir conter minha alegria. — Eu estava meio fora de mim nessa viagem e deixei todo mundo preocupado. Quando as crianças estiverem crescidas e quando as coisas se acalmarem para você… Bem, isso é daqui a muito tempo. Mas quando isso acontecer, vamos fazer outra viagem juntos.

— Sim — respondeu Rudy com um aceno firme de cabeça.

Ficamos juntos por um tempo, apenas olhando nos olhos um do outro. Fechei os olhos em um impulso, e Rudy aproveitou a oportunidade para me dar um beijo carinhoso. Quando as abri novamente, me senti tão envergonhada, mas também tão feliz, que meus lábios se curvaram em um sorriso involuntário.

— Vamos embora.

— Claro.

Acenei com a cabeça e fui correndo para alcançar os outros. Bem ao lado do Rudy.

 


 

Tradução: NERO_SL

Revisão: Pride

 

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