Terminamos de nos apresentar a todos os reis demônios. Todos prometeram se aliar a mim, mas também fiz assinarem contratos, só para garantir. O nome de Atofe era muito útil.
Naquele momento, tudo estava no caminho certo. As coisas estavam indo bem; havia tão poucos deslizes que parecia que as coisas estavam indo bem até demais. Só o silêncio contínuo de Geese estava começando a me assustar, isso sem falar da falta de interferência do Deus-Homem. Eu voltava para casa regularmente para me certificar de que minha família estava segura, mas também não havia indicação de que ele estivesse se intrometendo ali.
Analisei todas as informações que a companhia mercenária reuniu do mundo todo, mas nada chamou minha atenção. Isso tinha que significar que, fosse lá o que Geese estivesse tramando, nada que eu estivesse planejando os afetaria. Talvez a carta tivesse sido um blefe e o verdadeiro esquema fosse diferente… O que isso significava no longo prazo, porém, eu não fazia ideia. Por enquanto, não tive escolha a não ser manter o rumo que havia traçado.
O paradeiro de Geese estava igualmente envolto em mistério. Ele estava se escondendo muito bem. Para falar a verdade, eu tinha a sensação de que só o encontraríamos se perguntássemos a Kishirika, mas ainda assim espalhei cartazes de “procurado” por todo o Continente Demônio. Era apenas uma questão de tempo até encontrá-lo.
Enquanto isso, decidi focar no meu próximo alvo. Eu iria para o Santuário da Espada para ver o Deus da Espada, Gall Falion.
Orsted disse que era um cara bem-humorado cujo hobby era colecionar espadas raras. Eris, porém, disse que ele não era muito de ouvir as pessoas.
Eu havia conhecido a Rei da Espada Nina Farion, mas esperava que Gall fosse mais do estilo de Atofe. Dependendo de como tudo se desenrolasse, eu poderia acabar tendo que trazer a Armadura Mágica para as negociações mais uma vez, e preferia ter comigo pessoas que pudessem lutar se as coisas acabassem assim. No entanto, eu estaria cercado de pessoas com habilidades comparáveis a Eris e Ghislaine, e elas não ficariam de fora como a guarda pessoal de Atofe se vissem seu chefe ser derrubado. Teria que lutar contra uma horda inteira de espadachins de uma vez (e eles seriam Nível Santo…). Isso não me deixou muito motivado. Minha barriga doía só de pensar.
Eu levaria pelo menos Eris… mas quem mais? Talvez eu pudesse persuadir Ariel a me deixar levar Ghislaine junto.
— Querido! Se você não terminar logo, não vou poder lavar!
— Sim, perdão. Estou comendo. Nhoc, nhoc.
Agora, porém, eu estava em casa, jantando com minha “esposa”.
— Acho bom você não deixar de comer as pimentas!
— As pimentas também? Você sabe que eu não gosto delas…
— Você vai comer! Você é adulto, então tem que ser corajoso e comer coisas que você não gosta!
Minha paciente “esposa” tinha apenas cinco anos. Nossa casa não tinha telhado e nossos pratos eram feitos de pedra. Sobre eles estavam bolinhos de lama com molho de lama. Se eu ganhasse mais no trabalho, nós poderíamos ter pratos melhores! Eu me esforçaria mais!
— Gugudadá.
— Ah, Norn! Você está com fome de novo? Mamãe acabou de te dar comida! Bom, acho que você pode comer um pouco mais.
Nossa filha tinha quinze anos, quase dezesseis. Este ano, ela se formaria na Universidade de Magia. Isso significava organizar todos os tipos de eventos que a manteriam sempre ocupada, mas acho que às vezes ela ainda sentia falta do leite da mãe.
— Sim, obrigado, mamãe — disse Norn.
— Não, você é o bebê, então você só fala em língua de bebê!
— Ah… Hum, gugudadá.
Nossa filha ainda não tinha começado a falar. Acho que isso era normal, visto que ela ainda estava mamando.
— Au, au!
— Aisha, você também está com fome? Tudo bem, vou alimentar você. Aqui está o seu jantar. É segredo, tá bom?
Nosso cachorro também tinha quinze anos. Ela era uma mulher focada na carreira, conciliando suas tarefas domésticas com seu trabalho na empresa mercenária. Entretanto, até ela era refém de seu estômago. Assim como um cachorro.
— Au!
— Quando terminar, vá brincar com Norn!
— Au, au!
— Gugudadá…
— Ai, isso faz cócegas!
A cadela, ficando animada demais, como se estivesse no cio, lançou as patas em volta de minha esposa e filha e começou a lamber seus rostos. Que família feliz. Eu queria participar também.
— Aaah, deixem o papai participar também!
— Não! Papai não faz isso! — Minha esposa disse com firmeza. Era um bom exemplo de abuso doméstico. Talvez, apesar de parecermos uma família feliz superficialmente, nosso casamento na verdade não tivesse amor.
Deixamos de nos amar e caímos numa rotina de tédio conjugal.
Mais importante, por que eu não podia ser o animal de estimação? Queria abraçar e lamber todo mundo também…
— Você me odeia… — Choraminguei.
— Não odeio, não! Papai é uma pessoa incrível! Mesmo que quase nunca volte para casa e nunca possa abraçar o bebê, ele ainda os ama muito! Não é culpa dele!
Que bom que está tudo tão bem, mas eu prefiro estar aqui, junto de todos vocês. Sendo culpa minha ou não, também quero abraçar meus filhos. Todo esse amor gera calor, e nesse calor há felicidade.
— Hum, Rudy…? — Disse a voz atrás de mim. — Uma palavrinha?
Quando me virei, vi minha sogra espiando pela janela da casa vizinha… Ah, esquece. Já brincamos o suficiente.
— Claro — eu disse. Fui me levantar, mas alguém puxou minha manga.
Lucie olhou para mim, com ansiedade no rosto.
— Você já está voltando ao trabalho, papai?
Tudo isso começou cerca de uma hora antes. Eu estava pensando sobre quem levar comigo para o Santuário da Espada, ou se deveria apenas chamar o CEO Orsted, além de como proceder nas negociações e se deveria aparecer preparado para uma luta… Foi quando Lucie apareceu de repente com Norn.
Ela se escondeu atrás de Norn enquanto perguntava hesitante:
— Papai… hum, podemos brincar?
Eu concordei imediatamente. Gall Falion? O Santuário da Espada? Quem se importava com essas besteiras?
— Não, Lucie, só vou falar com a mamãe.
— …Quero que você fique.
— Voltarei assim que terminarmos, querida. Você brinca com suas irmãs mais velhas até então, certo?
— …Tudo bem — disse Lucie, sua boca franzida enquanto olhava para o chão. Foi muito difícil deixar aquela carinha para trás.
Se eu pudesse, brincaria de casinha com você o dia todo, mas minha esposa verdadeira está me chamando agora, então preciso ir.
Lavei as mãos, voltei para a sala e me sentei no sofá ao lado de Sylphie.
— Ok, qual é o problema?
— Bem, é que… Você está ocupado no momento, certo, Rudy? Então não quero pressionar você, mas tenho que perguntar com antecedência…
Sylphie coçou a bochecha, olhando para baixo com vergonha.
Pra que essa enrolação toda?
— Quero dizer, você vai partir para o Santuário da Espada a qualquer momento, certo?
— Sim, assim que tudo estiver pronto, mais dois ou três dias…
Só faltava escolher minha equipe. Eris e mais alguém. Eu queria alguém que falasse a língua do pessoal do Estilo Deus da Espada. Já era um começo! Ariel tinha Isolde trabalhando para ela, e Isolde também havia treinado no Santuário do Deus da Espada, então era uma possibilidade.
— Quanto tempo você vai ficar fora? — Sylphie perguntou.
— Não tenho certeza, mas provavelmente algo entre dez dias e um mês. Acho que vamos visitar algumas outras pessoas enquanto estivermos na área.
Deveria haver espadachins e ferreiros renomados treinando no Santuário da Espada, então eu pretendia conseguir alguns contatos.
— Entendi… Certo, então acho que você não vai voltar a tempo.
— A tempo para o quê?
— O bebê — ela disse. Meus olhos foram para sua barriga. Estava grande e inchada. Seus seios também estavam um pouco maiores. Sylphie era tão esbelta que as mudanças não combinavam com ela.
— Ah… já tá chegando a hora, em?
Veja bem, eu não tinha esquecido. Dã. Sylphie estava sempre em meus pensamentos, eu só não sabia a data do parto… Tudo bem, seria em breve. O tempo realmente voa.
Hesitante, Sylphie perguntou:
— Você quer tocar minha barriga?
Estendi a mão e coloquei sobre sua barriga. Mesmo que eu estivesse apenas tocando o exterior, senti a pulsação da vida dentro dela. Era estranho, quase como se ela tivesse dois corações.
E tinha mesmo. Neste momento, Sylphie tinha duas vidas dentro dela. E logo, uma delas se separaria para existir por conta própria.
— O novo irmão ou irmã da Lucie e dos outros estará aqui em breve — disse Sylphie, colocando a mão em cima da minha. — Você não estará aqui para o nascimento desta vez, não é, Rudy?
— Eu vou sim. Estarei em casa.
— Rudy, mas…
— Estarei aqui — disse com firmeza. Depois de saber que nosso bebê nasceria em breve, não pude simplesmente dizer “Bem, boa sorte!” e sair. Se fizesse isso, qual seria o sentido do trabalho que eu vinha fazendo?
— Obrigada, Rudy. Eu te amo.
— Eu também te amo.
Sylphie fechou os olhos, então coloquei minha mão em seu ombro e a puxei para perto. Era em momentos como esses que eu me sentia verdadeiramente feliz.
— Tem mais uma coisa, se me lembro bem — disse Sylphie. — Antes do bebê nascer, perguntei se você conseguiria pensar em um nome. Você disse que pensaria em algum antes de ir para Millis, mas ainda não me disse.
Deslizei para o chão e sentei-me com as pernas dobradas debaixo de mim.
E então acabei ficando em casa por mais algum tempo. Meu senso de urgência estava mais forte do que nunca, mas agora eu estava preocupado. Ajoelhei no chão diante de Sylphie, baixei a cabeça e admiti que não tinha pensado num nome. Ela não estava com raiva nem nada do tipo. Em vez disso, ela ficou quieta e pálida. Eu pude ver o sentimento de traição em seu rosto.
Entretanto, ele desapareceu num instante assim que ela disse:
— Ah, Rudy. Então é melhor você começar a pensar agora — mas eu já tinha visto. Eu tinha visto a decepção esmagadora. Logo depois, pensei que talvez eu tivesse esgotado a paciência dela comigo, e provavelmente tinha mesmo.
Durante o último semestre, Sylphie tinha acreditado em mim, certa de que, embora eu pudesse estar longe, mal podia esperar pelo nascimento do nosso filho. Certa de que eu comemoraria alegremente aquele momento com ela. Isso é o que pensei que faria também, é claro. Quero dizer, eu realmente tinha a intenção de fazer isso, mas obviamente não foi algo que demonstrei através das minhas ações.
— Papai, o que aconteceu? Tá com dor de barriga?
— Não, querida. Só magoei um pouco os sentimentos da mamãe.
— Então você precisa pedir desculpas — Lucie me aconselhou. Era a coisa certa a fazer. Infelizmente, não achava que era um pedido de desculpas que Sylphie queria. Não era simplesmente um “desculpa” que ela buscava, mas algo mais complicado, menos concreto… Sim, ela queria paz de espírito.
— A questão, Lucie, é que mesmo que eu peça desculpas à mamãe agora, ela vai se preocupar com a possibilidade de eu magoá-la novamente.
— Só que você não vai, não é?
— Não vou. Farei o meu melhor para não fazer isso.
— Então a mamãe vai te perdoar!
Sylphie entendeu desde o início. Ela sabia que com o tempo que eu passava fora, de vez em quando, eu esquecia completamente algumas coisas. Isso, porém, não deixou o ocorrido mais fácil de engolir.
Ela conteve seu temperamento por um longo tempo. Quando fui procurar Paul logo depois que ela engravidou, quando me casei com Roxy, quando me casei com Eris, ela nunca explodiu comigo e sempre foi compreensiva. Ela me deixou fazer o que eu bem entendesse.
Quando disse que não tinha pensado em um nome, ela também se conteve. Ela deve ter escondido o que realmente queria dizer, e continuaria fazendo isso. Eu continuaria obrigando ela a fazer isso.
Estávamos bem, por enquanto, mas um dia ela chegaria ao limite do tolerável. Como um copo d’água cheio até a borda, um dia ela não conseguiria mais segurar e, quando isso acontecesse, eu a perderia. Aconteceria do nada, assim como no diário do futuro.
Eu não queria isso. Eu queria estar com Sylphie enquanto vivesse, e pensava que esse sentimento fosse mútuo.
Porém, isso era o que eu queria.
Mesmo que ela perdesse a paciência comigo no final, eu queria pelo menos dar-lhe paz de espírito naquele momento. Só precisava descobrir como fazer isso…
Eu ainda estava pensando sem parar sobre a questão quando Sylphie entrou em trabalho de parto, apenas uma semana depois. O tempo todo, Sylphie agiu como se nada estivesse errado. Talvez ela realmente não achasse que tinha algo errado. Ela não era do tipo que guardava rancor por coisas assim.
Talvez ela tenha ficado um pouco desapontada naquele momento, mas não achou que fosse grande coisa.
Também não acho que eu estava agindo de forma estranha. Durante aquela última semana, fiquei com Sylphie sempre que pude enquanto tentava desesperadamente escolher um nome. Anotei cada um que eu e ela pensamos e discutimos quais gostávamos. Talvez para ela parecesse que eu estava fazendo demais, mas eu queria me esforçar ao máximo.
Então, as contrações começaram. Eris sabia o que fazer e correu para o médico, e, enquanto Lilia e Aisha se preparavam, Roxy ficou pronta para dar apoio com magia de cura se necessário, e Leo levou as crianças para outro cômodo. Fiquei ao lado de Sylphie o tempo todo. Logo depois, Eris voltou com o médico. Ele parecia um pouco atordoado, já que Eris o estava agarrando, mas rapidamente focou nos preparativos para o parto. Estávamos todos acostumados com isso. Era a segunda vez de Sylphie e meu quarto filho. Contando Aisha e Norn, estive presente em cinco partos. Se você incluísse minha vida passada, teriam mais alguns.
O médico era experiente. Não era algo novo para ninguém. Uma formação sólida. Enquanto estávamos ali, o parto começou.
Estávamos todos relaxados e tudo estava indo bem, como deveria…
— Opa…
A cabeça tinha acabado de aparecer quando o médico soltou um suspiro preocupado. Em um instante, minha segurança desapareceu e o medo tomou conta de mim. Um parto ainda era um parto, por mais experientes que fôssemos. Não deveria ter ficado tão relaxado. Era um parto pélvico? Não, eu pude ver a cabeça, então não era isso… Certamente não poderia ser um natimorto…
Roxy se levantou, com o cajado na mão.
— Magia de cura? — Ela perguntou.
— Não, isso não será necessário — disse o médico, e o parto seguiu. Ele continuou com o procedimento, falando com Sylphie apenas quando era absolutamente necessário. Até onde eu sabia, nada tinha dado errado.
— Buááá — o choro de um bebê quebrou o silêncio. Uma vozinha forte. Não era um natimorto. O médico não disse nada, apenas segurou o bebê. Ele parecia bem. Sinceramente, não achei que houvesse nada errado, mas o rosto do médico ainda estava tenso e eu sabia por quê. Eu soube assim que vi o bebê. Por que o médico suspirou e por que ele estava tão tenso. Eu realmente não achava que havia algum problema, mas entendia por que ele tinha reagido daquela maneira.
Era o cabelo do bebê. Quando Lucie nasceu, seu cabelo era castanho-claro. Quando Lara nasceu, ela não tinha cabelo. Eu não estava lá quando Arus nasceu, mas quando o vi, seu cabelo era ruivo.
Todos nós olhamos em silêncio. Ali estava o segundo filho de Sylphie, com cabelos verdes. Sim, assim como Sylphie, antigamente.
— Não pode ser… — Sylphie ficou pálida. — Ah… ah, não… não pode ser…
Roxy, Eris, Aisha e Lilia ficaram totalmente serenas. Elas não conheciam o contexto por trás da reação de Sylphie. Não faltavam crianças com cabelos de cores vibrantes naquela casa. Além disso, Ruijerd e todos os outros por ali tinham cabelos verdes. Ninguém ficaria surpreso com cabelos verdes.
No entanto, com Sylphie… era uma história diferente.
— …Parabéns, é um menino — disse o médico, enquanto Sylphie olhava desesperada para o bebê. Ele o estendeu para ela e ela aceitou, mas continuou olhando ao redor, sem saber o que fazer.
— Sylphie — eu disse.
Eu tive que comemorar. Não havia razão para não comemorar. Precisava expressar minha alegria e parabenizar Sylphie. Então, tive que assegura-la de que tudo ficaria bem. Sorri para lhe trazer paz de espírito — ou tanto quanto ela poderia ter no momento.
— Você foi bem, está tudo bem. Muito obrigado — comecei, mas antes que eu pudesse prosseguir, Sylphie respondeu.
— Rudy… me desculpe…
— Não há nada para você se desculpar, olha… epa!
Quando comecei de novo, as baterias dela aparentemente acabaram e ela desligou. Vendo o bebê prestes a escorregar da cama, mergulhei para agarrá-lo.
— Hum? — Eu disse estupidamente enquanto Roxy e o médico corriam para frente, me empurrando para o lado.
— Rudy! Sai do caminho! — Disse Roxy.
Sylphie apagou. Fiquei olhando fixamente enquanto ambos checavam seus sinais vitais.
— Ela só desmaiou — disse o médico, e todos relaxaram.
Fiquei ali, atordoado, com o bebê nu nos braços. Aisha veio com um cobertor.
— Aqui, Rudeus, cubra-o com isso.
— A-Ah, sim. — Estendi a mão para pegar o cobertor conforme as instruções.
Sylphie estava preocupada. Ela estava envolta num mar de ansiedade, e agora, como que para provar que suas preocupações estavam certas, seu bebê tinha cabelos verdes. Eu não sabia ao certo se ela tinha desmaiado de alívio ou por conta de todo aquele estresse se acumulando.
Se tivesse me esforçado mais para tranquilizá-la, talvez pudéssemos ter evitado isso. Talvez ela não estivesse preocupada com o fato de o bebê ter cabelo verde.
Eu me senti culpado, mas também fiquei muito feliz. Claro, o bebê tinha cabelo verde, só que isso não era grande coisa. Nada tinha mudado.
Lá estava meu quarto filho, e eu tinha tratado de escolher seu nome.
De repente, ouvi a voz de Eris vindo de um canto do quarto.
— O que diabos você está fazendo aqui?
Ela estava falando comigo, me repreendendo por ser tão inútil. Sentindo como se tivesse levado um soco no estômago, me virei.
Pelo menos foi isso que pensei que estava acontecendo. Eu estava errado.
— Hum?
Ela não estava falando comigo. Havia outra presença chocante na sala. Ele era loiro e usava uma jaqueta branca, abotoada na frente como um uniforme escolar, e calças combinando. Seu rosto estava escondido atrás de uma máscara amarela desenhada como o rosto de uma raposa.
— Arumanfi…?
Atrás de mim estava um dos doze familiares do Rei Dragão Blindado Perugius, Arumanfi, o Brilhante. Seus olhos estavam fixos em mim. Não, estavam fixos no bebê. O bebê, com seu cabelo verde.
Então ele falou:
— Rudeus Greyrat — ele anunciou. — Lorde Perugius convoca você para a Fortaleza Flutuante.
Tradução: Marloon5
Revisão: Matface
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