Mushoku Tensei: Reencarnação do Desempregado

Mushoku Tensei: Reencarnação do Desempregado – Vol. 22 – Cap. 09 – Princesa Rudeus Entra Na Briga

 

Moore me levou para um local alto com uma boa visão da arena. Quando chegamos lá, a melhor parte da luta já estava acontecendo.

— Eris! Não desista, Eris!

— E-Eu não posso… Isso não… Eles são muito…

— Vamos, eu não posso…ai!

Na arena havia cinco animais com pelos longos, mais ou menos do tamanho de cães de grande porte. Eles se reuniram em torno de Eris, pressionando-a.

Esqueça o que falei, essa não é a maneira certa de descrever a situação.

Eris estava olhando feliz para a lua enquanto acariciava as criaturas que se aglomeravam ao seu redor. Roxy estava tentando afastá-las, mas eram grandes demais para ela, acabando por ser repelida pelas criaturas e não conseguindo sequer chegar perto de Eris.

Hum, eu vim ver a Eris sendo durona, pensei, não… seja lá o que for isso.

— Hehehe — riu Moore ao meu lado de repente. — Sua campeã foi acolhida pelos familiares de Arcantos da Chama.

— Familiares?

— Sim, Arcantos da Chama envia seus familiares para avaliar seus oponentes. Eles são bem ardilosos, na verdade. Conseguem farejar força, mas se sentirem o cheiro de fraqueza, atacam e destroçam o oponente.

— Caramba… E quanto à Eris?!

— Ela, er… Ela deve ter um cheiro tão forte para eles que acabaram ficando totalmente dóceis.

Ah, não. Eles são tão grandes e fofos! Se gostaram assim da Eris, já era!

— Hehehe… he — riu Arcantos, um tanto incerto. — Voltem pra mim, meus familiares. Ao que parece, ela está acima de vocês… Hehe. Agora voltem para mim. Voltem para mim, eu disse! Vamos, voltem logo pra mim…

Aparentemente, os familiares gostaram mesmo da Eris; não esboçaram nenhuma reação quando Arcantos (presumi que fosse o cara de armadura preta) os chamou.

Enquanto isso, Eris parecia ter morrido e ido para o céu. Estava em um estado de pura felicidade. Talvez fosse de se esperar, mas os familiares de alguma forma também pareciam encantados, mesmo com Eris usando toda a sua força para atacá-los.

Huh, eu não me importaria de ter em casa um ou dois familiares que eram tão resistentes à Eris. Seria um alívio para Leo, Linia e Pursena.

Depois de ser derrubada no chão novamente, Roxy se levantou e se voltou para Arcantos.

— Ugh… que covarde. Então é assim que os seguidores da suposta Escola Excêntrica do Estilo Deus do Norte lutam.

— Quem você está chamando de excêntrico?! Não me misture com eles! Eu queria ver que tipo de oponente vocês eram, só isso!

— Ah, tá bom!

Arcantos bufou.

— Por mais que me irrite ser chamado de Excêntrico… não importa! Sua campeã é incapaz de derrotar meus familiares! Vocês são fracas!

Você vai simplesmente deixar passar, Sr. Arcantos?

— Agora é só você, Maga… E então? Se você se render, a deixarei ir. Há um velho ditado na minha família que diz que devemos ser gentis com o Clã Migurd.

— Se eu… se eu recuar, quem salvará o Rudeus?!

— Você é corajosa! — Arcantos gritou, depois colocou a espada na boca e ficou de quatro, parecendo um cão robô. Essa era uma postura de quatro patas do Estilo Deus do Norte. Ele avançou contra Roxy com uma velocidade assustadora.

Roxy reagiu em um instante.

Majestosa lâmina de gelo, eu invoco a ti para derrubar meu inimigo! — Ela gritou, encurtando o encantamento, mas estava enfrentando Arcantos, um dos Guardas Pessoais de Atofe. A armadura negra que usavam estava imbuída de uma formidável resistência mágica. A Explosão do Campo Sincelo de Roxy foi defletida com um som metálico.

— Morra! — Ele gritou.

Aaah, cuidado!

— Uwagh! — Arcantos saiu girando quando uma força incrível o atingiu ao lado do corpo. Ele voou direto para fora da plataforma da arena.

Roxy, os outros guardas e os familiares peludos olharam para ele confusos. Depois, viraram todos ao mesmo tempo e olharam para mim.

— Ah, desculpa, escapou… — escusei. Vendo Roxy em perigo, reagi com um canhão de pedra sem pensar muito. Normalmente, eu pelo menos gritava “Canhão de Pedra!” para deixar os meus aliados cientes de que estava prestes a atacar, mas desta vez fiz isso sem qualquer aviso.

— Mestre Rudeus… — Moore suspirou.

— O que você esperava que eu fizesse?

Dá um desconto, Roxy estava em perigo! Eu sei que você tinha dito que ninguém ia morrer, mas não pode esperar que eu fique aqui sentado a vendo chorar e se contorcer de agonia enquanto agarra o coto do braço, mesmo que ela estivesse disposta a fazer esse sacrifício!

— Ah, bem, vou permitir. Afinal, salvar o herói quando tudo parece perdido faz parte do papel da princesa.

Ufa. Ao menos por enquanto, não havíamos fracassado em nossa batalha contra os Quatro Supremos. Não voltaríamos para casa sem lutar contra Atofe.

— A propósito, posso ir até lá? Ou ainda vai ter uma batalha com o dragão que guarda a torre onde a princesa está presa ou algo assim?

— É uma boa ideia, mas seria difícil capturar um dragão… — disse Moore. — Bem, a princesa já está aqui e está participando da luta. As regras são um pouco confusas nesse ponto, então não vejo por que não.

As regras são confusas, hein?

Bem, eu não era exatamente uma princesa, e houve muitos momentos confusos durante todo esse processo. Esta luta, por exemplo: tudo começou porque me expressei mal, depois, se seguiu por capricho de Atofe. Não adianta ficar preso aos detalhes nesta altura do campeonato, já que nenhum deles estava muito claro para começo de conversa.

— Acho que é aqui que me despeço — declarei.

— Desejo sorte a você na batalha — respondeu Moore. — Tenho algumas coisas para preparar.

Ah, certo, depois disso Atofe sobe ao palco, pensei. Pulei na arena e corri até Roxy.

— Ah, Rudy…! Você está bem?

— Estou bem, acabei de ser envolvido no teatrinho de Atofe, e você? —  perguntei, olhando-a para ter certeza de que não estava ferida. Havia marcas de queimado em suas roupas, algumas manchas de umidade aqui e ali e algumas queimaduras e arranhões no rosto. Ela não tinha sofrido nenhum ferimento grave, ou então tinha se curado.

— Tem sido difícil. O terceiro era bem forte; um mago cavaleiro que usava magia de fogo e vento atacou Eris e eu ao mesmo tempo…

Eu queria ter visto isso, aposto que foi uma batalha épica. Roxy passou a usar gestos para demonstrar o quão poderoso Peridoto da Terra era.

Peridoto… da Terra. Esse era o Mago que usava magia de fogo e de vento… De onde veio a “terra”? O “fogo” e o “vento” já tinham sido escolhidos? Bem, isso não era importante.

Roxy me disse que ele era o mago e espadachim mais forte dos Quatro Supremos, com experiência em batalhas contra vários oponentes. Sua estratégia foi atacar Eris com magia enquanto avançava contra Roxy com sua espada. Roxy foi forçada a usar contra-feitiços para proteger Eris, que não tinha nenhuma resistência mágica, enquanto Eris teve de proteger Roxy, que tinha uma defesa física fraca. Porém, Eris lutava com o Estilo Deus da Espada; defesa não era seu forte. Incapazes de fazer qualquer coisa além de se proteger, elas foram perdendo terreno aos poucos. Foi então que Roxy teve um lampejo de genialidade.

Em teoria, um contra-feitiço cancela o feitiço do oponente, e é senso comum acreditar que ele usa exatamente a mesma quantidade de mana que o feitiço que está anulando.

Roxy jogou esse senso comum pela janela. Ao invocar a magia de água para combater a magia de fogo e a magia de terra para combater a magia de vento, ela colocou muito mais mana nelas do que o feitiço do atacante, restando apenas água e terra, o que gerou um grande volume de lama no chão.

Então, Roxy usou o feitiço combinado Atoleiro. Em um instante, a lama no chão se tornou um pântano, forçando Peridoto a parar.

Foi aí que Eris partiu para a matança — bam!

Como esperado de Roxy, a Sábia.

Atoleiro é minha marca registrada, então seria natural pensar que se eu estivesse lá, poderia ter vencido sem precisar pensar em tudo isso, mas estaria errado. Se eu o tivesse usado de cara, o oponente teria encontrado uma maneira de contorná-lo. Peridoto não esperava que Roxy usasse o resíduo de seus contra-feitiços para atacar, e foi assim que ele acabou atolado. Eu não era tão inteligente.

— Aí, quando o próximo oponente apareceu, Eris…

Olhei para Eris e vi que ela estava no chão, se contorcendo.

Temendo que talvez os familiares fossem realmente venenosos, corri para o lado dela.

— Aha… haha… — Eris olhou para o espaço, completamente em êxtase. Seus dedos ainda faziam movimentos de agarrar, ainda saboreando a sensação da penugem dos familiares.

Veneno, exatamente como eu pensava.

Animais assim tinham um efeito curativo em Eris. Eles eram quase que uma espécie de remédio. No entanto, os remédios podem se tornar tóxicos se você exagera na dose.

— Vamos trazê-la de volta a si — disse Roxy.

Um antídoto? Ou seria melhor usar magia de cura?

— Rudy, quando você apalpa ela sempre fica de pé, certo?

— Huh?! Você não se importa?

Claro que me importo… — Roxy respondeu. — Você nunca deve tocar o corpo de uma mulher sem consentimento, mas a Rei Demônio Atofe estará aqui em breve.

Segui o olhar de Roxy. A guarda pessoal de Atofe havia se alinhado e Moore tinha nos braços uma espécie de braseiro que usava para encher a área de fumaça. A luz das fogueiras iluminava a fumaça. Uma atmosfera sinistra encheu o lugar.

Eles estavam preparando o ambiente para a entrada da Rei Demônio. A menos que fizéssemos alguma coisa, teríamos que lutar sem Eris, mas, merda, eu tinha feito voto de celibato… não podia ceder!

— Vamos, Rudy. Quando terminar eu deixo você pegar no meu também. Como penitência.

Não, droga, não! Não posso ceder… Então um pensamento me ocorreu.

— É uma oferta tentadora, mas isso não vai acabar com ela me dando um soco e me nocauteando? Não vai ser de muita ajuda despertarmos a Eris se eu não puder ajudar na luta, certo?

— Ah… você tem um ponto — admitiu Roxy. Naquele momento, o corpo de Eris teve um espasmo. Ela olhou em volta freneticamente, com os olhos arregalados como um desenho animado.

— Cadê eles?! — Ela exclamou.

— Eles se foram.

— Oh… — Ela pareceu um pouco desapontada, mas então, com um sobressalto, seus olhos me encontraram e ela ficou me encarando.

— Rudeus! Você está bem!

Ela jogou os braços em volta de mim. Seus seios se apertaram contra meu peito. Eram tão macios…

Hehehe, eu nem precisei tocá-la sem consentimento enquanto ela estava naquele transe. Os picos gêmeos de Eris caíram em minhas mãos! Certo, não nas minhas mãos. Eles são grandes demais.

— Atofe estava apenas se divertindo. Acabou bem rápido.

— Bem, isso é bom — comentou Eris —, mas isso é tudo culpa sua, Rudeus! Você tinha que fazer aquela piada sobre ser uma princesa!

— Lamento, de verdade — rebati, embora não houvesse nada do que me arrepender.

Quer dizer, eu não sabia, sabia? Eu ia adivinhar que ao autointitular-me de princesa me faria ser sequestrado? Um rei demônio normal sequestraria uma princesa de verdade, não um cara aleatório que se dizia princesa. Certo?

Roxy puxou a bainha da minha roupa.

— Hum, Rudy? Eu também estava muito preocupada. — Ela disse. Foi fofo demais o jeito como disse aquilo. Ela tinha até soltado um “Você está bem?” mais cedo.

— Eu sei, não se preocupe — respondi.

Naquele momento, me senti muito feliz. Eu não tive nenhum problema sério, mas Eris e Roxy estavam preocupadas comigo como se eu estivesse lutando ao lado delas. Elas superaram essas provações para me salvar… acho que é assim que uma princesa se sente.

— Hehehe, haha, mwaaahaha, haha…

Uma risada assustadora ecoou atrás de nós. Era profunda e parecia distante, como se estivesse surgindo das profundezas do inferno.

Quando me virei, descobri que a arena já estava tomada pela fumaça. O sol já havia se posto e as fogueiras foram apagadas, envolvendo a cena em escuridão.

A escuridão não era total.

Um círculo mágico estava brilhando. Normalmente, os círculos mágicos brilhavam em azul claro, mas este brilhava em roxo. Talvez eles tenham usado tinta especial.

Talvez o efeito deste círculo mágico fosse “brilhar com luz roxa”?

As ondas de fumaça foram iluminadas pela luz roxa. Parecia que alguma mega celebridade estava prestes a subir ao palco.

Sem dizer uma palavra, Eris levantou-se, com a espada em punho. Eu só vi seu rosto de relance, mas ela parecia muito empolgada para ver o que aconteceria. Sua animação chegava a ser contagiante.

Só que não vai ser nada de especial. Apenas a idiota de antes.

Uma voz retumbou pela arena.

— Mwaaahahahahaha! Vocês superaram os meus Quatro Supremos, a elite de prontidão no Forte Necross! Fizeram um ótimo trabalho chegando até mim!

Eles não estavam de prontidão em nenhum lugar em particular, pensei comigo mesmo. Tudo bem, não importa. É tudo parte do show.

— Vocês atravessaram o Continente Demônio e sitiaram o Forte Necross… São realmente poderosos se chegaram até aqui! Eu vos cumprimento! Todos vocês são verdadeiramente dignos de serem chamados de campeões!

Ei, ouviu isso, Eris? Agora você tem um certificado oficial de campeão da Rei Demônio. Acho que também acabei conquistando uma multiclasse. Princesa Campeã Rudeus!

— Vocês serão recompensados!

Foi quando comecei a levar as coisas a sério. O vento aumentou dentro da arena, soprando a fumaça cada vez mais para longe. Ao mesmo tempo, senti um arrepio.

Das profundezas de onde a fumaça estava sendo soprada, senti uma aura assassina gigantesca. Engoli em seco involuntariamente. Cheguei até me perguntar o que poderia surgir dali, mesmo havendo apenas um candidato.

— Sua recompensa…

Uma forte rajada de vento soprou, dissipando a fumaça em segundos.

Com um assovio, todas as fogueiras voltaram a queimar, iluminando intensamente a arena.

Ali no centro estava uma mulher. Ela tinha pele azul, cabelos brancos e asas de morcego. Um único e grosso chifre se projetava de sua testa e, embora fosse um pouco mais baixa que Eris, a armadura preta desgastada pelas batalhas que usava a fazia parecer maior. Empunhando uma grande espada que parecia pesada demais para seus braços finos.

— É o direito de me desafiar!

Diante de nós estava a Rei Demônio Imortal Atoferatofe Rybak.

 


 

Tradução: Marloon5

Revisão: Pride

 

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Bravo

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