Na verdade, Linia começou a trabalhar como empregada em nossa casa. Estava perfeitamente disposto a deixá-la se virar por conta própria, mas, apesar de tudo, ela ainda era uma amiga. Se estava em apuros, era simplesmente justo ajudá-la. É óbvio.
Admito que considerei jogá-la aos lobos, mas não segui com a ideia, o que significa que não contou.
Além disso, Aisha era contra deixá-la ir embora. Após termos pago aquela quantia enorme por ela, passou a defender a ideia de que seria um desperdício expulsá-la.
— Sei que está ganhando até bastante, mas dinheiro continua sendo precioso! Farei com que a Senhorita Linia trabalhe aqui até pagar o último centavo que deve — Aisha insistiu.
Orsted me pagava de forma irregular, e geralmente por meio de itens ou pedras mágicas. Depois de viver loop temporal após loop temporal, provavelmente conhecia cada segredo deste mundo. Naturalmente, poderia facilmente arrecadar dinheiro suficiente para cuidar de mim pelo resto da minha vida. Isso não mudava o fato de que mil e quinhentas moedas de ouro Asuranas eram uma quantia enorme de dinheiro, na minha perspectiva. Quero dizer, foi mais do que paguei por esta casa.
— Está decidido — disse Eris, enquanto acenava. — Não ligo se ela é sua amiga, não vou entregá-la!
Então ela nunca teve a intenção de deixar Linia ir. Se eu realmente tivesse tentado entregá-la aos mercadores de escravos, Eris provavelmente teria intervido em fúria, com a espada partindo da cintura, e matado todos antes que eu pudesse piscar.
Mesmo assim, a repreendi por ter matado aqueles homens, sendo mercadores de escravos ou não. Eu não ligava se pessoas assim viviam ou morriam; me importava caso algo acontecesse com Eris enquanto estivesse grávida. Nunca se sabe. Assassinar alguém durante a gravidez poderia resultar em ser assombrada por espíritos malignos. Insisti que ela resolvesse as coisas citando meu nome ou de Ariel na próxima vez que algo assim ocorresse, embora soubesse que sua espada cuidaria do problema antes que se importasse em abrir a boca em qualquer outra ocasião, de qualquer jeito. Era simplesmente o tipo de mulher que Eris era. Eu havia praticamente desistido de mudar esse aspecto dela.
— Bom, estou feliz que tudo acabou assim. É exatamente como esperava que você lidasse com a situação — disse Sylphie. Ela não teve receio algum em contratar Linia. Sabia que nós éramos amigos e, inclusive, me elogiou por dar tanta importância à amizade.
— Au! — disse Leo.
Eu não tinha ideia do que ele estava dizendo, mas Linia parecia ter entendido.
— Ah, sim, entendido, Lorde Leo. Tô completamente tranquila em ficar na parte mais baixa da hierarquia, miau. Vou fazer o que me mandarem, miau. Por favor, sinta-se livre em me pôr pra trabalhar até desmaiar!
Linia não expressou confusão alguma acerca da presença da besta sagrada aqui. Aparentemente, Leo já havia explicado pra ela. Eu não tinha ideia de como ele transmitiu a situação, nem indaguei muito sobre o que é uma besta sagrada em primeiro lugar. Parecia que Linia ficaria abaixo de Leo na hierarquia agora, por mais estranho que fosse. Meio que me senti mal por ela, tendo um status social mais baixo que um cachorro.
O salário de Linia era de duas moedas de prata Asuranas por mês, apesar de que uma delas seria redirecionada para o pagamento de sua dívida, fazendo com que recebesse, na verdade, só uma moeda de prata. Como parte de seu trabalho, receberia refeições e um lugar para dormir. Eris apareceu para dizer que iria pessoalmente mantê-la em seu quarto. Linia deveria supostamente trabalhar para Aisha, mas estava praticamente fadada a se tornar o bicho de estimação particular de Eris.
De qualquer modo, só uma moeda de prata Asurana, hein? Era um pagamento generoso considerando o custo de vida da região. Por outro lado, considerando que equivale a apenas uma única moeda de ouro Asurana por ano, ela teria que trabalhar pelos próximos mil anos para quitar sua dívida.
— Você está realmente bem com isso, Linia?
— Hmm, cavalo dado não se olha os dentes, e você realmente me salvou, miau. Espero que cuide de mim-au por vários, vários longos anos daqui pra frente.
Linia estava conformada com seu destino. Como um antílope que se viu com o pescoço na mandíbula de um guepardo, permaneceu suavemente esparramada sobre o colo de Eris enquanto esta brincava com sua cauda.
Bom, se ela diz que está bem com isso, acho que não tem problema.
Roxy voltou para casa logo depois disso, e não demonstrou oposição. Assim como Sylphie, aprovou meus atos quando ouviu que paguei para salvar minha amiga. Ao menos até ouvir a quantia ridícula que custou, quando passou a me encarar com extrema desconfiança.
— Você realmente a queria tanto assim? É porque ela é uma princesa ou virgem ou algo do tipo?
Felizmente, não demorou muito para desfazer esse mal-entendido, mas, como sempre, ninguém tinha fé alguma na minha cabeça de baixo.
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Na manhã seguinte, Roxy e eu fomos em direção à Universidade de Magia. Como estávamos a dois, decidimos ir a pé ao invés de montar no Tu. A neve se fragmentava sob nossos sapatos conforme andávamos.
Havia bastante tempo desde que parei de ter aulas lá, além de ter recebido uma dispensa, de modo que não precisava frequentar as aulas mensais também. Não havia mais motivos para ir ao campus, porém hoje tinha assuntos a serem tratados com Zanoba e Cliff.
Após cruzar o caminho ladrilhado com tijolos resistentes à magia, fileiras de árvores em cada lado, estávamos diante da estátua de bronze do diretor-fundador da universidade. Ver o aglomerado de prédios ao nosso redor me emocionou. Afinal, quando cheguei, sofria de disfunção erétil.
— Certo, Rudy. Eu vou por aqui — disse Roxy.
— Beleza! Trabalhe duro hoje.
— Você também, Rudy.
Quando estávamos prestes a seguir nossos próprios caminhos, alguém deu um grito estridente.
— Ah! A professora Roxy está com um cara!
Olhei em direção às vozes, e encontrei um grupo de pessoas se movendo entre o dormitório e o prédio principal da universidade, apontando para nós.
— Espera, não me diga. Aquele é o marido da professora Roxy?!
— O quê? Então as lendas são verdadeiras?! Esse é o irmão mais velho da senhorita Norn?
— É a primeira vez que o vejo. Ele é surpreendentemente bonitão!
Eu estava sendo tratado como um animal exótico no zoológico. Mesmo assim, ouvi aquela última parte. Bonitão, hein? Hehehe…
Percebi Roxy me encarando intensamente.
Não, você entendeu tudo errado! Só fiquei lisonjeado de ter uma garota jovem me elogiando assim e deixei subir à cabeça, não passa disso!
— Perdão por fazer isso — disse Roxy enquanto repentinamente deslizava seus braços ao meu redor, virando-se em direção aos estudantes para mostrá-los um sinal de paz.
— Aaaah! — Eles gritavam conforme desapareciam no prédio principal da universidade.
— Estou deixando claro que você pertence a mim — disse Roxy, me libertando de seu abraço. Suas orelhas estavam vermelhas como um pimentão. Aparentemente, mesmo que tenha feito isso por vontade própria, ela estava agora envergonhada. — F-Foi errado ter feito isso?
Eu a encarei silenciosamente. É claro que não. Eu realmente pertencia a ela. Se quisesse se gabar disso, eu mais que aprovaria. Na verdade, meu coração estava palpitando como o de uma jovem garota profundamente apaixonada. Dei-lhe um beijo na bochecha, apreciando o quão suave sua pele era.
— P-Por que você está fazendo isso assim tão de repente? E-Em um lugar como este…
— É um beijo para te desejar boa sorte.
— A-Ah, certo então… sim. Bem, mensagem recebida. Estou indo, Rudy.
De modo tão travado e galante quanto um robô, ela marchou em direção ao prédio dos funcionários. Eu a observei ir antes de seguir em direção ao prédio de pesquisa.
— Talvez tenha sido um pouco cedo demais — questionei a mim mesmo.
Cliff ainda não havia chegado no prédio de pesquisa no momento em que entrei. Ele era um pai agora, então sem dúvidas estava ocupado. Por outro lado, Elinalise havia prontamente saído da universidade após ter dado à luz. Ela só se matriculou para achar um homem, de qualquer modo, então agora que conseguiu e teve um filho com ele, foi um tchauzinho à educação. Muitos a julgariam por isso, mas cada um tinha suas próprias razões para frequentar a universidade. Pessoalmente, queria respeitar Elinalise e suas escolhas.
Apesar de tudo, com Cliff ausente, eu tinha tempo livre em minhas mãos. Talvez fosse melhor visitar Zanoba primeiro. No entanto, considerando que era cedo o suficiente para que até o diligente Cliff não tivesse chegado na universidade, talvez eu estivesse apenas criando um transtorno para mim mesmo.
É, melhor deixar minha visita a Zanoba para essa tarde. Além disso, aparecer sem aviso prévio costuma sempre acabar em constrangimento para nós dois. Era melhor manter meu plano original de visitar Cliff primeiro antes de ir ver Zanoba.
Perambulei para fora, perdido em meus pensamentos. A neve fragmentava sob meus pés conforme andava, e logo descobri uma multidão de pessoas no pátio. Aproximei-me, curioso para saber o porquê desse aglomerado. O diretor da universidade estava em um palco de tijolos, dando um discurso.
— … Magia, no entanto, é diferente. A magia tem futuro! Iremos retomar o sistema mágico que perdemos, e combinar o atual estilo de encantamentos para, assim, trazer uma nova evolução, com a qual…
Hm, eu tinha certeza que já havia escutado essas palavras antes. Não demorou muito para descobrir onde – minha própria cerimônia de abertura.
Uou, já é essa época do ano?
Em que ano eu estaria agora, afinal? No meu quinto ano? Não, meu sexto? Apesar de só ter frequentado as aulas no meu primeiro e segundo ano, ainda queria comparecer na formatura quanto acontecesse. Sylphie também percebeu que seria um desperdício não estar por perto para a sua, depois de ter saído da universidade.
Parando para pensar, se sou um aluno do sexto ano, significa que a Mestra Silente Setestrelas já se formou, eu acho. Me perguntei se ela havia participado de sua própria cerimônia de formatura. Não conseguia imaginá-la tendo feito isso. Nanahoshi passou os últimos anos preocupada em aprender magia de invocação. Ela ainda não havia pedido minha ajuda, então ou estava recebendo toda a ajuda que precisava de Perugius ou simplesmente não tinha atingido a fase de testes.
De qualquer forma, aparentemente ela só se matriculou na universidade para usar as instalações, então talvez não estivesse tão interessada em participar da formatura. Também era possível que quisesse esperar para ter sua cerimônia de graduação quando finalmente retornasse ao Japão.
Existia algo que ainda me incomodava a respeito de Nanahoshi. Meu eu do futuro não havia entrado em detalhes, mas ele havia mencionado seu terrível fim. Eu teria que aparecer e checá-la quando tivesse um tempo. Eu poderia levar alguns bolinhos de arroz e batatas chips quando fosse.
— A seguir, nossa presidente do conselho estudantil tem algumas palavras próprias para nossos novos estudantes.
O discurso do diretor terminou enquanto eu estava perdido em pensamentos. Ele manteve uma mão segurando sua peruca conforme retornava à linha de professores. Ao observar mais de perto, encontrei Roxy sentada no meio. Sua postura era perfeita e respeitável, o que condizia com seu cargo.
Auuun… Dá vontade de levantar e me gabar para todos os novos estudantes que essa beldade de cabelos azuis é minha esposa. Hm, devo fazer isso? Devo anunciar para que todos escutem?
— … É ela.
— Da universidade inteira, essa é a mais renomada…
— Ela é tão pequena. Ela ainda nem é adulta, não é?
— Aposto que ela nunca experimentou o toque de um homem, também.
Agora que o discurso do diretor tinha acabado, os novos estudantes estavam cochichando animadamente entre si.
Do que se trata esse alvoroço todo? — me perguntei.
Olhei de relance para o palco e Norn estava de pé no centro, com duas pessoas atrás dela: uma garota demônio extremamente alta e um homem-fera extremamente musculoso.
— Olá a todos. Fui escolhida este ano para ser a presidente do conselho estudantil. Sou uma estudante do quinto ano, e meu nome é Norn Greyrat.
Norn era a presidente do conselho estudantil? Essa era a primeira vez que ouvia sobre isso. Eu sabia que ela estava no conselho, mas sua ascensão à presidência deve ter acontecido em algum período nos últimos meses.
— Embora ainda seja muito inexperiente, quero fazer meu máximo para cumprir os deveres concedidos a mim — disse Norn.
A multidão se recusou a fazer silêncio mesmo quando ela começou a falar. Norn não tinha o carisma de Ariel, que a permitia silenciar a todos quando falava.
Bem, terei apenas que usar um pouquinho de magia para calá-los por ela — pensei.
Enquanto eu examinava meus arredores, notei alguém olhando Norn lascivamente. Eu o reconheci. Certeza que estava no fã-clube dela. Mas o que diabos ele estava fazendo aqui? Definitivamente não era um aluno novo.
— Siiiiiiiilêncio! — ecoou a voz raivosa do musculoso homem-fera.
A multidão instantaneamente ficou em silêncio.
— Obrigada, Gilbert — disse Norn.
— Não foi nada.
Ela continuou com seu discurso.
— Vocês vieram de todos os cantos do mundo para esta universidade. Entre vocês, tenho certeza de que há alguns que levaram vidas que nem consigo imaginar. No entanto, enquanto residir nesta universidade, você será um estudante aqui. Isso significa que deve se comportar de acordo e respeitar nossas regras.
Eu também tinha certeza de que já tinha ouvido esse discurso em algum lugar antes. Algo sobre cumprir os regulamentos da escola, mesmo que sejam diferentes do que a pessoa entende como normal. Quando me matriculei pela primeira vez, Ariel era a presidente do conselho estudantil e fez um discurso semelhante. Parecia que o tema geral do discurso do presidente era fixo.
— … E isso é tudo que tenho a dizer. Espero que todos gostem de suas vidas aqui como estudantes. — Norn fez uma reverência e deixou o palco. Ela caminhou de forma resoluta, cada passo cheio de confiança e…
Oh, nossos olhos se encontraram.
Nesse momento, ela errou um dos degraus e caiu no chão. Risadinhas irromperam da multidão.
Que pena. Se ela tivesse continuado por mais alguns segundos, todos a teriam considerado uma sofisticada presidente do conselho estudantil.
Estranhamente, os olhares lascivos dirigidos a ela se intensificaram depois daquele erro. O cara do fã-clube dela também parecia muito satisfeito. Claramente, este mundo também não carecia de fãs de garotas desajeitadas.
Então nossa presidente do conselho estudantil está apenas no quinto ano, hein? Norn com certeza trabalhou duro para chegar onde estava. Como irmão dela, eu poderia manter minha cabeça erguida. Se Paul estivesse presente, provavelmente estaria escondido nos arbustos com uma daquelas câmeras super teleobjetivas em um tripé, registrando cada segundo desse grande momento.
Isso me encheu de tanta emoção. Norn se esforçou muito em tantas coisas: seus estudos, treinamento de esgrima e o conselho estudantil.
Isso resolve tudo. Eu tenho que dar tudo de mim também. Preciso fazer de tudo para proteger minha família das mãos sujas do Deus-Homem.
— Hmph. Então esta é a Norn Greyrat sobre a qual ouvi tantos rumores? Ela é um C. Não, se eu levar em conta o potencial dela, talvez um B — disse uma voz próxima, destruindo completamente o momento sentimental que eu estava tendo.
Qual é o problema desse idiota? Eu me virei para olhar e me deparei com a visão de um homem devastadoramente bonito. Ele provavelmente tinha apenas cerca de quinze anos. Longas orelhas de elfo escondidas sob seu cabelo loiro dourado e… eu mencionei que ele era devastadoramente bonito? Estou falando da boa aparência no nível de Ariel aqui, com um rosto tão deslumbrante que era quase impossível olhar para ele diretamente.
Ok, bem, sim. Não é de admirar que ele fosse tão vaidoso com um rosto assim. Ele ofuscou até mesmo Luke, o mais bonito dos homens Greyrat. Se este homem fosse rank S, então Luke seria A, e Norn por volta do B.
— Todo mundo disse que ela era a melhor nesta escola, então eu estava esperançoso, mas… é isso, hm?
Qualquer que fosse a realidade, ainda não era certo ele fazer comentários como esse. Ele era bonito, claro, mas aparência não era tudo.
Quero dizer, olhe, há um monte de veteranos olhando para cá. Eles obviamente acham que Norn é a melhor do mundo. Ah, e uh… agora chamaram alguns amigos. Eu não tinha ideia de onde estavam se escondendo, mas agora são três, e estão olhando para ele enquanto conversavam.
— Mano, aquele cara é desbocado, de verdade.
— De verdade? É sério mesmo? Ele estava falando mal da Norn? Não é brincadeira?
— É sério. De verdade, de verdade.
Essa foi a essência da conversa. Ignore que eu dublei suas vozes reais com minha própria versão.
Eu odiava bullying, e esse garoto elfo era apenas um insignificante primeiranista. Mas, ao mesmo tempo, os caras do fã-clube me odiavam, então provavelmente não ouviriam o que eu tinha a dizer. Eles estavam com um olhar do tipo: “Por favor, nem tente nos impedir. Essa é a nossa luta.” Parecia que também me arrastariam para o telhado e me espancariam se eu falasse alguma coisa.
— Se isso é tudo o que ela representa, aposto que seu irmão mais velho, Rudeus, também não é nada especial — acrescentou o menino elfo.
Eu não poderia discutir esse ponto; Eu não sou nada de especial. Mas vamos me deixar fora disso, ok? Eu já sei que minha aparência não chega perto da sua.
Ele virou a cabeça e nossos olhares se encontraram.
— Você concorda comigo, não concorda?
Huh? Ele está me perguntando?
— Bem, claro, eu acho — falei, não totalmente certo de como responder. — Rudeus não é grande coisa, suponho. Mas Norn está realmente fazendo o melhor que pode, sabia?
— Hah — bufou o menino. — Oh, desculpe. Esqueci que as pessoas desta cidade têm pavor de Rudeus. Mas você não precisa se preocupar. Meu nome é Rayfort. Sou filho do chefe da vila dos elfos, Magnafort. Você não terá que sofrer mais sob o domínio da opressão de Rudeus.
Obrigado pela apresentação educada, mas isso tornou muito difícil me apresentar. E agora? Acho que posso me chamar de Ruato Leiro por enquanto?
— Eu não sou como o resto de vocês ou mesmo Norn — continuou ele. — Sou bolsista. O único nos últimos anos, na verdade. Não que isso fosse uma grande surpresa; eu tenho recebido educação especial para me tornar o próximo chefe élfico.
Ah, faz sentido. Então ele é como Linia e Pursena. Este pequeno príncipe deve ter viajado para longe da Grande Floresta para vir aqui e aprender sobre a distante sociedade humana.
— Eu juro, serei o alfa desta universidade. E aquela garota Norn? Farei dela minha mulher.
Sim, isso era uma coisa que eu não ia permitir. Não importa o quão difícil pudesse ser, ele não tinha permissão para levar Norn embora tão facilmente. Seu irmão mais velho não iria simplesmente ficar parado assistindo.
— Tudo o que você precisa fazer é ficar comigo. Eu prometo que será devidamente recompensado.
— … Ceeerto — murmurei de volta.
Esse discurso deveria convencer as pessoas a se tornarem seus lacaios? Eu não via como isso era convincente, mas havia um grande número de olhares invejosos me perfurando.
Eu estava mais preocupado com esse homem planejando se organizar contra Norn. Como irmão mais velho de Norn, o que eu deveria fazer? Era melhor cortar esse problema pela raiz para que o menino não tivesse chance de se opor a ela? Ou era um exagero? Isso era eu sendo superprotetor? Norn conseguiu uma vaga para si mesma na universidade sozinha. Rayfort afirmava ser candidato a futuro chefe de sua aldeia, mas não tinha influência política neste país. Além disso, se ele tentasse alguma coisa, o fã-clube interviria. Eu senti que deixá-la por conta própria poderia dar bons resultados, mas esse era realmente o melhor caminho?
— Não posso deixar isso passar — disse uma voz, interrompendo. Alguém tinha vindo em meu socorro. Olhei por cima do ombro, tremendo de ansiedade, mas…
Quem diabos é você?
— Meu nome é Mi’nal, filho do chefe anão Bi’nal.
Um novo aluno pelo que parece. Por mais vaidoso que fosse, ele tinha apenas metade da minha altura e claramente tinha o rosto de um homem adulto, com uma pequena barba crescendo. O homem era obviamente um anão, como ele afirmava.
— Acha que é o único aluno bolsista? Ha! Adivinhe de novo. Eu também sou um aluno especial, começando neste período.
Ah, então essa é a parte que ele estava contestando.
Os olhos de Rayfort se arregalaram quando ele olhou para o anão.
— Mi, não acredito que é você!
— Ah! Ray, já faz um tempo!
Parecia que os dois já se conheciam. Os territórios élficos e anões faziam fronteira entre si. Portanto, não era de se estranhar que já tivessem se visto antes, já que ambos eram filhos de seus respectivos chefes.
— Então, o que você quer dizer é que somos os únicos dois alunos bolsistas este ano? — Rayfort tentou esclarecer.
Mi’nal riu.
— Não, isso também não está certo.
Havia mais alguém escondido na sombra de Mi’nal. Era um menino, que também devia ser um anão – não. Ele provavelmente era um humano, apenas muito jovem. Cerca de dez anos de idade, dada a aparência. Suas feições sugeriam que era de Asura, e… hm, eu senti como se já tivesse visto aquele rosto antes.
— Vamos, apresente-se.
O menino gaguejou:
— M-Meu nome é Grannel Zafin Asura. Eu sou o segundo filho do primeiro príncipe de Asura, Grabel Zafin Asura.
Isso foi surpreendente. Esse menino na verdade era filho do Grabel, né? Por que estava aqui? Vingança? Pelo que aconteceu em Asura? Ele deveria ser um assassino enviado para me derrubar? Parecia um pouco tarde para isso. E realmente enviariam alguém tão jovem para fazer a ação?
— Hum, parece que meu pai está prestes a perder sua candidatura ao trono, então imaginou que eu estaria em perigo se ficasse…
Ah! Faz sentido. Grabel deve ter percebido que Ariel poderia tirar a vida de seu filho, então o mandou embora. Se este era seu segundo filho, então talvez o mais velho tenha sido enviado para outro país? Não, algo não estava certo sobre isso. O Reino Ranoa simpatizava com a causa de Ariel. Talvez ele tenha sido enviado como refém de Ariel. E não que isso seja necessariamente importante, mas havia alguma regra que eu desconhecia sobre dizer que todo filho de figurão tinha que anunciar o nome do pai?
— Entendo, então você tem suas próprias circunstâncias complicadas. — O garoto elfo assentiu para si mesmo. — Na verdade, fui expulso da minha aldeia depois de alguns incidentes, então acho que nós três estamos no mesmo barco.
— Com licença — o anão fungou. — Não fui expulso da minha aldeia por nenhum motivo especial. Eu sou o terceiro filho, só isso. Como não tenho nada para herdar, resolvi arriscar aqui.
— Sim, sim. Entendo. Todo mundo tem seus segredos que não deseja compartilhar. Tenho certeza que você ouviu esse certo rumor, não é?
— Você também?!
O lindo menino elfo – merda, qual era mesmo o nome dele? – jogou os braços em volta dos ombros de Mi’nal e Grannel.
— Bem, somos todos alunos bolsistas aqui. Vamos cuidar uns dos outros, sim? Se ficarmos juntos, chegar ao topo nesta escola não será um mero sonho. Concordam?
— Certo…
— Hum, bem, espero que possamos ser amigos — Grannel murmurou sem jeito.
Eu não tinha ideia do que estava acontecendo, mas pelo menos os novos alunos estavam fazendo amizade rapidamente na cerimônia de entrada. Uma cena tão bonita. Quanto ao garoto elfo falando mal de Norn, bem… eu deixarei isso de lado por enquanto. As pessoas tinham o hábito de tentar criar uma imagem para si mesmas quando começavam a estudar. Se eu pensasse naqueles comentários sobre Norn ser rank B como os murmúrios de um pré-adolescente que pensava que ele era gostoso, eu sentia mais diversão do que raiva. Acima de tudo, desejei-lhes boa sorte.
— Uau! Vejo que tem um monte de gente reunida de novo esse ano, mew!
Uma voz irrompeu pela multidão, arruinando o que de outra forma seria uma cena sentimental. Eu reconheci aquela voz. Pertencia a alguém que, alguns anos antes, fora uma das piores delinquentes da universidade.
Uma garota com orelhas de gato estava com as mãos enfiadas no bolso enquanto abria caminho pela multidão, intimidando aqueles por quem passava enquanto caminhava em minha direção. Línia. Ela deveria estar cumprindo seus deveres em casa, então por que estava ali?
— Não é a Senhora Linia?
— Quem?
— Você sabe, a chefona de alguns anos atrás.
— Você quer dizer a delinquente?
— Mas por que ela está aqui? Ela já deveria ter se formado.
Sussurros irromperam ao nosso redor.
Linia veio direto para mim.
— Ei, chefe.
— Olá. Por que você veio aqui?
— Lady Roxy esqueceu sua lancheira, então vim entregar, mew. Passei pela sala dos professores e disseram que ela estaria aqui.
Isso fazia sentido, embora ainda não fosse hora do almoço. Aisha deve ter trabalhado rápido para enviar Linia tão rapidamente. Ou talvez Roxy esquecer o almoço não fosse tão raro assim. Aliás, eu também não tinha embalado o almoço. Não é que eu não quisesse comer comida caseira no almoço. Optei por não fazer isso hoje, já que comer fora com os amigos era, na minha opinião, apenas outra faceta da comunicação.
Um silêncio constrangedor caiu quando notei que os dois garotos arrogantes de antes – o anão e o elfo – estavam repentinamente desviando o olhar e olhando nervosamente para o chão.
— Ei, o que diabos está acontecendo? Achei que ela tivesse voltado para a Grande Floresta.
— Bem, foi o que ouvi.
— Huh? — Grannel interveio ansiosamente, olhando para os rostos dos outros meninos. — O que está acontecendo?
— Hum? — Linia finalmente notou a presença deles. Ela amigavelmente acenou com a mão para os dois meninos. — Ei, Ray, Mi.
Os dois se encolheram e olharam para o outro lado. Aparentemente, os três já se conheciam.
— Ei ei. Quando vocês vieram da Grande Floresta para cá, mew? Já fazem o quê, dez anos? Cara, como o tempo voa, miau. Vocês estão indo bem? Ei! Por que você está desviando o olhar assim? Estou aqui!
Merda, isso pode ficar ruim. Ela tem aquele olhar que sempre faz quando começa a brigar com as pessoas. O tipo de olhar que um gato dá à presa que está perseguindo. E agora tem aquele pobre garoto Grannel se tremendo todo.
— Desculpe, acho que você se enganou — insistiu Rayfort.
— S-Sim, esses não são nossos nomes — concordou Mi’nal.
— É o quê? — As mãos de Linia dispararam, apertando o topo das cabeças dos dois meninos e virando-os para ela. Sua voz era baixa e ameaçadora. Ela soou exatamente como o valentão da escola que te encurrala e pede que dê a ele o dinheiro para uma passagem de trem.
— Tentando me dizer que me esqueceram? Acho que já faz um tempo, mew. Vocês meninos não têm boas memórias, não é?
De repente, entendi a relação entre eles. Linia e Pursena devem ter sido as líderes de seu pequeno bando, e esses dois eram seus subordinados. Bastante irônico que ela ainda agisse terrivelmente arrogante depois de se tornar uma escrava.
— N-Não, esqueça isso! — Rayfort rapidamente balançou a cabeça. — Acabamos de ouvir rumores de que você voltou para a Grande Floresta, então tínhamos certeza de que era outra pessoa.
— C-Certo — Mi’nal concordou ansiosamente. — Você fica absolutamente linda quando a senhorita Pursena não está por perto, então não a reconhecemos nem por um segundo. Então, uh… tenha misericórdia, por favor.
Tudo bem. Acho que está na hora de parar com isso.
Os outros calouros observavam de longe, cheios de medo. Se a primeira impressão deles fosse de que a universidade era um lugar aterrorizante governado pela violência, isso repercutiria negativamente a imagem da universidade. Este lugar foi a primeira instituição de ensino que Roxy já frequentou, o que a tornou sentimental para mim. É certo que esta escola era praticamente o único lugar de aprendizado superior neste mundo, mas isso não a tornava menos especial.
Assim que eu estava pensando em intervir e ajudar esses garotinhos fofos do primeiro ano da grande delinquente mau…
— Ei, alguém está vindo!
— Mas por que…
— E-Ela não é…
Mais uma vez, a multidão ao nosso redor começou a tagarelar ruidosamente.
Alguém abriu caminho através do aglomerado de pessoas e veio até mim. Norn, a presidente do conselho estudantil, manteve as sobrancelhas franzidas solenemente enquanto se aproximava, seu cabelo loiro claro – herdado de nossa mãe – saltando a cada passo. A garota demônio alta e o homem-fera musculoso que vi no palco estavam logo atrás. Vê-los me lembrou de Ariel.
Que orgulho de você, Norn!
Sim, ela havia falhado um momento atrás, mas desta vez só tinha que lidar com Linia. Apenas diga a ela algumas palavras severas e então todos verão que presidente majestosa você realmente é. Não se preocupe, não vou deixar Linia responder. Seu irmão mais velho vai ficar bem atrás de você e calá-la.
— Grande irmão!
Para minha surpresa, Norn passou direto por Linia e parou diante de mim, com as duas mãos nos quadris. Ela estava furiosa enquanto olhava diretamente para mim.
— O que você está fazendo aqui na cerimônia de entrada?!
Espere, então Linia estava recebendo um passe livre por seu comportamento? Não que eu fosse deixá-la se safar por ter intimidado aqueles pobres garotos, então realmente não importava, mas ainda assim.
— Uh, sabe. Isso e aquilo.
— Fiquei tão chocada que tropecei na escada, sabe! Ugh, sério, que embaraçoso…
— Uh, sim. Bem, seu discurso foi ótimo. Você arrasou lá em cima. Papai deve estar assistindo do céu e…
— Não é isso que eu quero ouvir agora!
Eu estava tentando elogiá-la e apenas a irritei mais. Que deprimente.
— O que você está fazendo aqui, intimidando esses novos alunos, hein?!
— Desculpe? — Eu olhei para ela.
Intimidando? Eu? Certamente você está brincando. Olhei para a multidão. Todos os olhares estavam focados em Norn e em mim. A maneira como as pessoas olhavam para ela deixava claro que buscavam proteção nela, ao passo que me olhavam com medo. Que estranho. Eles estavam agindo como se eu fosse algum tipo de vilão.
— Diga-me — ela exigiu —, o que esses pobres alunos do primeiro ano fizeram com você, afinal?
— N-Nada. Embora eles tenham falado mal de você um pouco… — Algo sobre ela ser um rank B inferior ou algo assim, certo? Sim, eu acho?
— Já estou perfeitamente acostumada a ouvir esse tipo de coisa, então pare com isso! Você deixou todos eles apavorados!
Eu pisquei para ela.
— Bem, eles estão apavorados por causa da Linia.
— E foi você quem a chamou, não foi?!
Ah, Scheiße1Do alemão, significa: “merda, droga e etc.” Também é um título de uma música da Lady Gaga, escute clicando aqui.. Então é disso que se trata? É assim que todo mundo vê isso? Que eu sou o vice-chefe malvado da escola e Linia é minha braço direito? Bem, merda. Acho que isso é culpa do meu passado, hein?
— Na verdade, eu já ouvi, Grande Irmão!
— Ouviu o quê? De quem?
Seu irmão mais velho já está à beira das lágrimas aqui. Você realmente vai chutar um homem enquanto ele está caído?
— A senhorita Roxy me disse há alguns momentos. Ela disse que você está mantendo a Senhora Linia como uma… como uma escrava! Em que diabos você está pensando?
Oh, aquilo.
— Ok, claro. Ela pode ser uma escrava. Mas não a estou tratando como uma; em troca de arcar com sua dívida, estou fazendo com que ela pague o que deve trabalhando em casa. Não há nada de esquisito nisso — falei categoricamente.
Norn franziu a testa e os lábios em um beicinho.
Isso mesmo! Eu salvei Linia. Não tenho nada para me sentir mal, ouviu?
— Nornie — interveio Linia. — Tudo o que o chefe está dizendo é verdade, mew. Ele basicamente salvou minha bunda, mew. — Ela esfregou as mãos e deslizou até nós, como se tentasse agradar a si mesma. Os dois meninos, entretanto, relaxaram visivelmente.
Norn olhou para Linia e suspirou.
— Oh sério? Bem, suponho que você não pareça estar em um estado lastimável, então deve ser verdade.
Ótimo, ela acreditou em nós.
— Mas como você já se formou, Senhora Linia, eu agradeceria se você parasse de causar problemas na escola!
— Eu não estava causando nenhum problema, mew. Eu só estava dizendo oi para alguns rostos familiares que reconheci de muito tempo atrás.
Norn olhou para ela, parecendo tão intimidante quanto um cachorrinho chutado. Adorável.
— Está bem, está bem. Eu entendo, estou errada, mew. Tantas pessoas estavam olhando, então eu me empolguei um pouco, mew.
Os lábios de Norn ficaram tensos enquanto ela continuava olhando para Linia, que por sua vez coçou a cabeça sem jeito. Aparentemente, Linia não contou isso como uma luta real. Talvez pudesse ter parado logo depois de qualquer maneira e declarado: “Estou só brincando, mew! Garotos, certifiquem-se de não afrouxar, mew!” E talvez isso fosse o fim. Embora os meninos realmente tivessem medo dela.
Norn desviou o olhar de Linia para mim.
— Quanto a você, Grande Irmão, enquanto me lisonjeia que você está tentando me proteger, gostaria de pedir que não vá longe demais. Eu posso cuidar de mim mesma, quero que você saiba.
— Sim, pode deixar! — Fiz uma reverência, levando a multidão a ooh e aah.
— Ela realmente fez o Rudeus Greyrat abaixar a cabeça!
— Nossa presidente do conselho estudantil é realmente durona.
— Ah, Nornie é tão fofa.
Era realmente tão raro eu mostrar deferência aos outros? Eu achava que me desculpava e me prostrava no dia a dia. Bem, tanto faz. Se algo tão trivial bastasse para fortalecer a reputação de Norn, nada me deixaria mais feliz.
Quando o silêncio caiu novamente, olhei para os três primeiranistas, que estavam paralisados com os olhos fixos em nós.
Norn virou-se para eles.
— Hum, então quem são esses meninos?
— Alunos bolsistas, aparentemente.
— Oh, sim. Ouvi dizer que seriam três este ano. Aham. — Norn fez uma pausa para limpar a garganta. Ela beliscou a barra da saia e fez uma mesura educada. — É um prazer conhecê-los. Eu sou a atual presidente do conselho estudantil, Norn Greyrat.
O único deles com inteligência suficiente para formar uma resposta foi o mais baixo, que disse:
— Hum, sou o Grannel Zafin Asura, o segundo filho do primeiro príncipe de Asura, Grabel Zafin Asura.
— Estamos satisfeitos em tê-lo aqui, Lorde Grannel. Deve ser difícil para você vir para um país estrangeiro com o qual não está familiarizado. Embora eu tenha certeza de que muitos terão bastante a dizer sobre sua criação e história familiar, não é nada com que você precise se preocupar. Se alguma coisa o incomodar a qualquer momento, por favor, não hesite em vir ao conselho estudantil. Uma vez que qualquer pessoa se torna um aluno, nos dedicamos a atuar como seu aliado. Não importa de onde você veio, estamos aqui para apoiá-lo para que você possa se dedicar aos seus estudos em paz.
Essas palavras, formais e duras, saíram de sua boca sem um único embaraço. Suspeitei que ela devia ter praticado esse discurso, dada a graciosidade com que falava. Ela fez outra reverência elegante.
— Uh, sim, claro.
— Bem, então, desejo-lhe um tempo agradável na escola. — Norn encerrou a conversa e foi embora.
O jovem Grannel ficou olhando para ela, completamente estupefato. Ele não era o único; eu também estava congelado. No curto espaço de tempo desde que a vi pela última vez, Norn ficou ainda mais impressionante. Eu só podia imaginar que ela estava tendo aulas de etiqueta.
Dito isso, se ela já pudesse se comportar com tanta graça, não havia como ser prejudicada por alguns novatos do primeiro ano. Na verdade, Rayfort estava tremendo no lugar, seus olhos grudados em mim por vários minutos agora.
Não querendo me envolver mais em seus assuntos, agarrei Linia e decidi sair de cena. Ela poderia deixar a lancheira de Roxy na sala dos professores, em sua mesa ou algo assim.
Três novos alunos bolsistas se matricularam na universidade ao mesmo tempo em que Norn assumiu a cadeira de presidente do conselho estudantil. A próxima geração estava tomando as rédeas da escola e, com isso, novas mudanças certamente aconteceriam.
Contemplando isso, me separei de Linia e voltei para a sala de pesquisa de Cliff.
Tradução: GTC
Revisão: Guilherme & Delongas
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