Mushoku Tensei: Reencarnação do Desempregado

Mushoku Tensei: Reencarnação do Desempregado – Vol. 17 – Cap. 02 – A Mandíbula Superior da Wyrm Vermelha

 

A mandíbula superior era uma estrada única que nos levava por um vale estreito. O caminho não era tão reto quanto a Estrada da Espada Sagrada, mas era tão simples quanto. Não havia estradas laterais ou bifurcações para se preocupar.

Este lugar era basicamente uma zona de fronteira, não reclamada por nenhuma nação. Era também um ponto de estrangulamento para o comércio. Depois de algumas horas de viagem, encontramos uma grande caravana indo na direção oposta.

De relance, vi cerca de uma dúzia de carroças cobertas e mais de cinquenta cavalos carregados de mercadorias. Provavelmente pertenciam a mercadores Asuranos a caminho das Nações Mágicas. Havia também pessoas de aparência mais dura caminhando a pé em intervalos regulares: aventureiros que foram contratados como guardas, a julgar pela maneira como nos encaravam.

A visão trouxe de volta algumas lembranças. Eu me juntei a uma caravana muito parecida com esta a caminho dos Territórios do Norte. Era um pouco menor, porém, com guardas e mercadores mais jovens.

Naquela época, eu estava sozinho no mundo e sentindo muita pena de mim mesmo. Imediatamente após o desaparecimento de Eris, estava convencido de que meu futuro seria sombrio e solitário. Perdi a capacidade de colocar minha confiança em alguém ou alguma coisa. A única coisa que me mantinha são era minha rotina: treinando e murmurando orações à minha deusa sagrada.

Percorri um longo caminho desde então.

Graças a Sylphie, recuperei minha confiança. Também era pai agora, talvez não o melhor do mundo, mas ainda assim. Esclareci aquele mal-entendido com Eris e me casei com ela também. De alguma forma, acabei casado com minha amada professora Roxy, que terá meu segundo filho em breve.

Com três esposas amorosas, eu não passava mais muitas noites triste e solitário. O que diria o jovem Rudeus se pudesse me ver agora? Eu tinha um propósito na minha vida, e todo o apoio emocional que precisava.

 — Você vai dizer alguma coisa, ou o quê?

A voz de Eris me tirou de meus pensamentos, acho que acabamos andando lado a lado em algum momento. Eu não sabia cavalgar muito bem, então estava andando na garupa com Sylphie.

— Ei, Eris…

— Sim?

— Posso apalpar você por um minuto?

— O quê? Não. Não seja ridículo

Hum. Bem, eu poderia pedir apoio emocional, pelo menos.

De qualquer forma… a visão de mim flertando com minhas esposas provavelmente não animaria o jovem Rudeus. Ele provavelmente apenas sorriria fracamente e diria “Parabéns”, então se retiraria o mais rápido possível. Era assim que eu era naquela época. Sabia que outras pessoas eram capazes de ser felizes, mas me convenci de que isso nunca aconteceria comigo. A opção menos dolorosa era manter distância.

— …

— Hum, Rudy? — perguntou Sylphie, olhando em minha direção. — Por que pediu permissão para Eris, mas não para mim?

Enquanto pensava no passado, minhas mãos aparentemente chegaram ao peito de Sylphie. Não é à toa que eu estava sentindo algo macio contra minhas palmas.

— Opa! Desculpe, querida. Nem percebi que estava fazendo isso, eu juro.

— Não há nenhum monstro por aqui, então não é grande coisa… mas mantenha suas mãos para si mesmo quando chegarmos à floresta, certo?

— Obrigado, Sylphie! Você é um anjo! Sinto muito, de verdade!

— Você percebe que ainda está me apalpando, certo?

Sorrindo levemente, Sylphie coçou atrás das orelhas em um gesto de leve constrangimento.

Para ser honesto, eu fazia muito isso desde que nos casamos. Mais ou menos em todas as oportunidades disponíveis. Sylphie tinha meio que se acostumado com isso agora, e eu definitivamente não estava me cansando disso.

— Você pode cavalgar atrás de mim amanhã, Rudeus! — disse Eris, ao nosso lado. Antes que eu pudesse responder, ela esporeou seu cavalo para a frente do nosso grupo, corando furiosamente.

Ah, eu a deixei com ciúmes? Heh heh…

Enfim. Estávamos chegando no final do vale e na entrada da floresta. Eu precisava assumir que haveria uma emboscada esperando por nós naquele lugar. Era hora de se concentrar no trabalho em mãos.

Bem no final da Mandíbula Superior da Wyrm Vermelha, tínhamos uma visão quase panorâmica da floresta que se estendia à nossa frente. A entrada para o vale era suficientemente elevada para que pudéssemos ver todo o caminho até as muralhas da fortaleza do outro lado. Ainda assim, as árvores eram altas e densas aqui, então era impossível traçar a estrada que estaríamos tomando além do ponto em que ela serpenteava na floresta. Não havia chance de encontrarmos algo que pudesse estar à espreita lá no fundo esperando por nós, e estava claro o suficiente que nada do que acontecesse lá seria visível do lado de fora.

As muralhas da fortaleza eram altas o suficiente para que os soldados daquele lado pudessem monitorar facilmente a entrada do vale onde estávamos. Em outras palavras, eles poderiam acompanhar quem entrou na floresta e quem saiu.

Entretanto, não podíamos ver o portão da fortaleza sobre a linha das árvores do nosso ponto de vista. Qualquer um que viesse do lado asurano tinha uma vantagem geográfica. Este era realmente o lugar perfeito para nos atacarem.

— Bem… acho que finalmente estamos de volta, — Sylphie murmurou baixinho, parando seu cavalo na entrada da floresta. Luke também parou, junto com a carruagem. Eris e Ghislaine pararam um momento depois.

As duas atendentes de Ariel desembarcaram do banco do motorista da carruagem. Sem uma palavra, Sylphie e Luke desmontaram. Um momento depois, a própria princesa saiu de dentro da carruagem, carregando um pequeno buquê de flores.

Os cinco caminharam juntos em direção a uma pedra na beira da estrada. Era uma rocha de aparência perfeitamente comum em sua maior parte, mas alguém havia esculpido um X bem fundo em sua superfície.

Ariel deu um passo à frente do grupo, abaixou-se e colocou as flores em cima da pedra, depois juntou as mãos no estilo de oração de Millis.

Eu sabia que a princesa não era particularmente religiosa. Esta foi a primeira vez que a vi orar, na verdade. Luke e Sylphie também não eram muito religiosos, embora eu não tivesse certeza sobre as atendentes, mas todos eles conheciam as pessoas enterradas sob aquela pedra. Era o local de descanso final de todos os cavaleiros, magos e atendentes que caíram lutando por Ariel nesta floresta. Eles foram atacados várias vezes em sua jornada para o norte, mas muitos morreram em uma emboscada aqui. E algumas dessas pessoas provavelmente eram crentes.

— Há um risco muito maior de emboscada aqui — disse Ariel calmamente. — Vamos acampar do lado de fora da floresta por hoje e depois passar por ela em um único dia amanhã.

Com isso, Sylphie e os outros voltaram para seus cavalos, parecendo muito mais sérios do que antes.

 

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Naquela noite, revisamos nossa formação de batalha mais uma vez. Também revisamos nossas técnicas e habilidades e discutimos como deveríamos reagir a várias situações de combate.

Eris e Ghislaine seriam nossa linha de frente. Sylphie, perspicaz e versátil, as apoiaria no meio-campo. E eu ficaria na parte de trás da formação, tentando me posicionar para poder monitorar todo o campo de batalha com meu Olho da Previsão.

Luke e as duas atendentes estariam focados apenas na segurança pessoal de Ariel. O equipamento deles era sólido, mas com toda a honestidade, não queríamos integrá-los em nossos planos de batalha. Eles apenas atrapalhariam na linha de frente com Ghislaine e Eris. De qualquer forma, queríamos alguém próximo a Ariel o tempo todo, para o caso de algum ataque surpresa.

Cleane, a atendente, estaria atuando como dublê da princesa, com a ajuda de um implemento mágico que poderia mudar a cor do cabelo e as características faciais. Esta era a razão pela qual ambas as atendentes tinham cabelos de comprimento semelhante ao de Ariel. Eles eram um pouco diferentes no estilo do corte e tamanho, mas não havia muito que pudéssemos fazer sobre isso. Cleane estava mais perto de Ariel na altura, então o papel caiu para ela primeiro. Se ela fosse morta, Ellemoi assumiria o trabalho.

De certa forma, Ariel estava começando com duas vidas bônus. Nosso objetivo era passar por isso sem perder nenhuma delas. Não conhecia Cleane ou Ellemoi muito bem, mas ainda seria terrível se não as protegêssemos.

Amanhã, partiríamos na suposição de que estávamos indo direto para uma armadilha.

— Economizamos muito tempo nos teletransportando para cá, — alguém objetou. — Os assassinos não serão despachados muito mais tarde?

— O ministro Darius é um homem muito meticuloso, — Ariel respondeu. — Ele provavelmente entrou em ação no momento em que soube do declínio da saúde de meu pai.

A verdadeira questão era que tipo de “ação” ele havia tomado. Nenhum de nós poderia dizer com certeza. Sabíamos que ele havia contratado os serviços de dois poderosos espadachins; e parecia razoável esperar que o Imperador do Norte Auber Corbett fosse o único a nos atacar aqui.

Eu pensei em contar a todos sobre o estilo de Auber e como combatê-lo, mas se ele e Luke fossem ambos apóstolos do Deus-Homem, isso poderia me custar caro no final. Parecia mais seguro ficar em silêncio… a última coisa que eu precisava era ter Auber pronto e esperando minha estratégia. Para esta primeira batalha, pelo menos, eu teria de lidar com ele sozinho. Exigiria vigilância constante para proteger todos no grupo.

Bem… Ghislaine provavelmente poderia cuidar de si mesma, não importa o quê. Mas mesmo assim…

Eu precisava estar na minha melhor forma amanhã.

Na manhã seguinte, partimos bem cedo na formação que havíamos combinado.

Ghislaine e Eris tomaram a dianteira a cavalo, seguidas por Sylphie, com quem eu estava cavalgando novamente. Queria aceitar a oferta de Eris, mas precisava estar mais atrás para poder assumir minha posição, se necessário. A carruagem com Ariel e suas atendentes estava um pouco atrás de nós, com Luke na retaguarda em seu cavalo.

Enquanto nos movíamos cautelosamente pelo único caminho através da floresta, nos aproximamos de uma curva fechada com pouca visibilidade. Havia uma marca esculpida em uma pequena árvore logo antes da curva que parecia um pouco com um cifrão.

Este era um sinal que Orsted e eu havíamos planejado com antecedência. Significava que havia uma emboscada esperando por nós logo à frente. Aparentemente, eu não precisaria recorrer a fingir um ataque ao meu próprio grupo.

Agarrando meu cajado com força, ativei meu Olho da Previsão e despejei mana na Manopla Zaliff para que eu pudesse usar a pedra de absorção em sua palma a qualquer momento. Dardos ou flechas envenenadas podem vir voando da floresta a qualquer momento. Eles podem até nos atingir com um feitiço ofensivo de alto nível. Com meu Olho ativado, seria capaz de responder a qualquer situação.

Mas isso não foi necessário. Avistamos uma dúzia de soldados blindados que nos esperavam na curva, bloqueando completamente a estrada.

— Whoa!

Eris e Ghislaine pararam seus cavalos bruscamente.

— Quem são vocês?!

Os soldados blindados não responderam a pergunta de Ghislaine. Seus capacetes escondiam completamente suas expressões. Um deles tinha uma pluma grande e colorida no elmo, poderia ser Auber?

Não. Provavelmente era apenas o capitão deles. Auber deveria ser muito mais chamativo.

Os soldados permaneceram em silêncio, mas não se moveram. Eles claramente não tinham intenção de nos deixar passar.

— Desça, Rudy, — Sylphie disse calmamente.

Desci do cavalo e me aproximei da carruagem. Sylphie prontamente esporeou seu cavalo para frente, posicionando-se entre Eris e Ghislaine. — Eu sou Fitz, mago guardião! — Ela gritou, seus olhos fixos no soldado emplumado. — Você está ciente de que esta carruagem carrega Ariel Anemoi Asura, Segunda Princesa de Asura? Quem é você e a quem você serve?!

Uau. Essa garota pode soar realmente intimidante quando quer…

O soldado emplumado não disse uma palavra em resposta. Em vez disso, ele puxou sua espada. O resto dos soldados rapidamente seguiram seu exemplo, enchendo o ar com um vibrante som de metal.

Nesse mesmo momento, muitos outros soldados blindados emergiram da floresta em ambos os lados da estrada. A maioria carregava espadas, mas vi alguns com cajados também.

— Estamos sob ataque! — Sylphie gritou.

Dei um rápido olhar para trás. Luke já havia descido do cavalo e assumido sua posição na retaguarda, vigiando nossas costas. Ellemoi estava congelada no banco do motorista da carruagem, segurando as rédeas com uma expressão tensa no rosto; podia ver Cleane dentro da carruagem, disfarçada de princesa Ariel.

Todo mundo estava em posição. Voltei minha atenção para os soldados à nossa frente.

— Hraaaah!

— Graah!

Eris e Ghislaine já estavam invadindo a linha de frente do inimigo, cortando os soldados fortemente blindados como manteiga, seus golpes tão rápidos que eu nem conseguia vê-los. O inimigo havia sacado suas armas primeiro, mas ainda assim demos o primeiro golpe. Aquelas duas eram muito rápidas.

— Eu vou cuidar do mago! — Sylphie falou, counterando1Termo aportuguesado que carrega o sentido de contra-atacar alguma ação. Muito utilizado em Jogos de luta e MOBA. um feitiço que voou em sua direção.

Então havia magos a alguma distância atrás da força principal, embora não pudesse vê-los da minha posição. Os inimigos que eu podia ver eram mais de trinta neste momento. Mais ainda estavam saindo da floresta, então sua força real era certamente maior, mas contra Eris e Ghislaine, meros números não significavam muito. Elas estavam diminuindo as fileiras do inimigo mais rápido do que o inimigo poderia reabastecê-las.

Eris se moveu rápida e impulsivamente. Ghislaine seguiu logo atrás, cobrindo seus pontos cegos. E Sylphie apoiou as duas com feitiços rápidos e precisos. Juntas, elas estavam cortando com eficiência todo o esquadrão de lutadores treinados, nunca dando ao inimigo a chance de cercá-las.

Sabia que todas as três eram habilidosas, é claro, mas mesmo assim fiquei um pouco surpreso com a facilidade com que elas estavam trabalhando juntas. Acho que se acostumaram a trabalhar em equipe durante nossa expedição ao Labirinto Biblioteca. De qualquer forma, elas pareciam ter a situação sob controle por enquanto.

— Luke! — Chamei, lançando outro olhar para a carruagem. — Existem inimigos vindo por trás de nós?!

— Nenhum! — veio sua resposta da retaguarda.

Estranho. É como se eles estivessem nos convidando para recuar, não? Talvez seja uma armadilha?

Sim, estou pensando em armadilha.

— Devemos recuar?! — Luke gritou.

— Não, acho que podemos passar por eles — respondi. — Vamos seguir em frente e…

Voltei minha atenção para as linhas de frente e parei no meio da frase. As fileiras inimigas se separaram de repente, e alguém estava avançando por elas.

Eris e Ghislaine pararam de repente.

A nova pessoa era… menos imponente do que eu esperava. Ele tinha menos de um metro de altura, na verdade.

Era um halfling. Um halfling em armadura corporal completa, armadura polida e brilhante. Seu corpinho atarracado brilhava tanto que me lembrei de uma bola de discoteca.

Ainda assim, os soldados inimigos pareciam visivelmente aliviados ao vê-lo dando um passo à frente. Eles claramente tinham algum respeito por suas habilidades. Esse carinha era um mestre espadachim? Talvez até o próprio Auber?

— Eu sou o Rei do Norte Wi Taa, uma das três lâminas do Deus do Norte! Eles me chamam de Luz e Trevas!

Sério? Nunca ouvi falar de você.

— Acredito que você seja a Lobo Negro Ghislaine, madame. Eu desafio você para um duelo!

Com essas palavras, a bola de discoteca ambulante puxou sua espada. A coisa foi feita para combinar com suas proporções, então tinha apenas cerca de trinta centímetros de comprimento. Assim como sua armadura, sua lâmina brilhava notavelmente.

Eu não sabia a razão de ele estar pedindo um duelo mano a mano com nossa lutadora mais forte, já que suas forças eram significativamente mais numerosas que nós. Talvez ele tivesse algum tipo de truque na manga?

— Hmph — Ghislaine bufou, apontando sua lâmina para o pequeno espadachim. — Muito bem então! Eu sou Ghislaine, a Lobo Negro do Estilo do Deus da Espada! Aceito seu desafio!

Isso pareceu acabar com as formalidades. Ghislaine enfrentou seu inimigo, segurando sua espada na cintura.

Para todos os outros, parecia que o tempo havia parado de se mover. Os soldados inimigos interromperam o avanço e observavam à distância. Sylphie olhou em minha direção, então deu alguns passos para trás também, mantendo um olhar atento sobre os soldados inimigos. A chegada repentina do Rei do Norte transformou uma luta caótica em um impasse tenso e dramático.

Eris aparentemente não percebeu a mudança. Agora que Ghislaine tinha o Rei do Norte ocupado, ela aproveitou a oportunidade para atacar diretamente os soldados inimigos passivos.

— Graaah!

— O qu… Eris?! Espere!

Assustada, Sylphie se apressou para dar seu apoio. Em segundos, Eris estava de volta no meio de uma batalha selvagem, com Sylphie cobrindo suas costas.

Poderiam aquelas duas aguentar sozinhas? Havia muitos inimigos… mas, no momento, eles nem tinham tocado ninguém do nosso lado. Sim, elas pareciam ter tudo sob controle.

Eu queria participar, é claro, mas não podia arriscar me mover ou usar nenhum feitiço agora. Por um lado, o ataque selvagem de Eris abriu uma quantidade perigosa de espaço entre nossa linha de frente e a carruagem que precisávamos proteger. E o mais importante, Auber ainda não havia se mostrado. Tinha que ficar parado até que eu o visse.

O Imperador do Norte era um especialista quando se tratava de ataques surpresa. Sua estratégia favorita era esperar até que seu alvo estivesse distraído, então aparecer por trás e derrubá-lo. O conceito era extremamente simples, mas seu timing era impecável. Ele avançaria quando sua mente estivesse em outro lugar, ou sua atenção falhasse.

Ao enfrentar magos poderosos, ele gostava particularmente de atacá-los logo após lançarem um feitiço. Por essa razão, Orsted me avisou firmemente para não usar nenhuma magia nesta batalha se Auber não estivesse visível, mesmo que meus aliados estivessem em perigo. Era muito arriscado. Enquanto eu esperasse pacientemente, Auber acabaria mudando seu alvo de mim para outra pessoa que baixaria a guarda. O instante em que ele aparecesse seria minha melhor chance de acabar com ele.

Por causa de tudo isso, eu realmente queria ficar parado por enquanto. Meu trabalho mais importante no momento era manter uma vigilância cuidadosa de tudo ao meu redor.

Isso estava indo pior do que o esperado, no entanto. Não prevíamos que um Rei do Norte estaria aqui também. Se Auber tivesse outros aliados poderosos esperando nos bastidores, talvez tivéssemos que arriscar uma retirada.

— Kuh!

— Haha! Qual é o problema, Lobo Negro? Você não é tão ousada agora, não é!

Do jeito que estava, Ghislaine não estava se saindo tão bem contra Wi Taa. Seus movimentos eram meio estranhos, honestamente. Sempre que começava a atacar o espadachim halfling, ela parava momentaneamente para desviar o olhar, e Wi Taa sempre aproveitava essas oportunidades. Movendo-se com velocidade notável para um homenzinho tão rotundo, ele se arremessava até ela e lançava uma série de golpes rápidos. Ghislaine conseguia evitar esses ataques, mas isso a estava forçando a recuar, e ele desferiu alguns golpes de raspão que a deixaram sangrando.

Por alguma razão, Ghislaine não conseguia partir para a ofensiva. Continuei vendo-a prestes a balançar a espada, apenas para recuar para o lado e deixar Wi Taa aproveitar a abertura. O halfling estava fazendo algo com ela, mas eu não podia dizer o que era.

Voltei minha atenção para Wi Taa e observei seus movimentos de perto. A armadura da pequena bola de discoteca estava brilhando tanto que, honestamente, era difícil até mesmo olhar para ele. Quando não estava na ofensiva, parecia manter uma certa distância de Ghislaine. De vez em quando, ele balançava a mão esquerda para a frente, embora não estivesse segurando nada nela. Ele poderia estar usando algum tipo de magia?

Logo depois que ele moveu a mão esquerda, vi Ghislaine se encolher mais uma vez. Talvez ele estivesse jogando algo na cara dela? Algum tipo de areia ou pó?

Não, isso não parecia certo. Eu estava olhando direto para a mão dele e não o vi jogando nada. Às vezes ele nem apontava a mão diretamente para ela, mas definitivamente havia uma conexão entre aquele movimento e a forma como Ghislaine continuava hesitando.

Espere, eu entendi.

Ele estava atingindo ela com luz. Estava usando aquela luva espelhada para refletir deliberadamente o sol diretamente nos olhos de Ghislaine, cegando-a no momento em que ela tentasse atacar.

Era um truque sujo, porém surpreendentemente eficaz. Nesse ritmo, Ghislaine poderia realmente perder. Eu tinha que decidir se deveria intervir. Isso não parecia bom, e se eu hesitasse agora, poderia perder minha chance de ajudar.

Caramba. O que eu faço?

Não sabia ao certo se Auber estava aqui. Eu iria assistir Ghislaine morrer porque estava com muito medo de um cara que poderia estar a mais de cem quilômetros de distância?

Tudo bem, vamos lá.

Canalizando mana em meu cajado, formei uma combinação de feitiços de Terra e Água, uma variação do feitiço que me deu meu apelido de aventureiro, Atoleiro.

— Chuva de lama!

Nuvens escuras cobriam o céu e uma chuva da cor de chocolate caía sobre o campo de batalha. Aquilo não passava de água barrenta, sem qualquer efeito ofensivo, mas uma vez que atingiu o solo, rapidamente se transformou em um lamaçal, repelindo as tropas inimigas. Em segundos, os soldados blindados estavam escorregando e caindo uns sobre os outros.

Eris e Ghislaine treinaram para lutar em qualquer condição, então a lama não as afetou muito. Sylphie também não se incomodou, embora seu cabelo rapidamente tenha adquirido um tom marrom desagradável.

— Nossa?! Que truque é esse?!

Mas, infelizmente para Wi Taa, sua armadura lindamente polida agora estava coberta de lama. O que significava que seu efeito reflexivo havia desaparecido completamente.

— Graaaah!

O rugido de desafio de Ghislaine ecoou pela floresta enquanto ela lançava sua lâmina para frente do quadril. Wi Taa caiu agilmente para o lado, mas foi lento demais para reagir, e a Espada de Luz de Ghislaine foi rápida demais. Houve um tinido metálico alto e Wi Taa caiu para trás com sangue espirrando violentamente de seu ombro.

Certo, estamos bem. Agora de volta à procura de Auber.

Eu me virei para verificar a área atrás de mim…

— Huh?

— Oh?

E o cara estava bem ali.

Sua aparência era excêntrica, para dizer o mínimo. Ele usava um casaco de arco-íris com calças largas que só chegavam aos joelhos e carregava três espadas em seu quadril. Havia uma tatuagem colorida de um pavão em sua bochecha, mas seu penteado de antena parabólica que desafiava a gravidade era igualmente impressionante. A sujeira escorria de seu manto marrom enquanto ele abria caminho por entre as árvores; o caminho que ele fez levava de volta a um buraco próximo, perfeitamente posicionado fora do alcance de visão de Luke.

O homem estava escondido atrás de nós o tempo todo. Em um buraco no chão.

— …

Sua roupa e sua abordagem de combate combinavam perfeitamente com a descrição de Orsted. Este tinha que ser o Imperador do Norte Auber.

— Meu Deus, você realmente me notou.

No momento seguinte, meu Olho da Previsão me mostrou Auber se movendo.

Ele brande a espada na mão direita.

— Mas temo que um mago não tenha chance a essa distância… Adeus, meu amigo!

Ele balança a espada para baixo.

Por reflexo, levei minha mão esquerda para frente. A Manopla Zaliff que eu usava parecia quase sem peso, mas Auber ainda seria mais rápido.

Eu tinha uma última carta para jogar, no entanto.

— Voe, minha mão!

— Whoah!

Ao meu comando, a manopla se lançou para frente com incrível velocidade. Auber percebeu o perigo, no entanto, e rolou para trás no último momento, conseguindo sair do caminho. A manopla bateu em uma árvore em algum lugar bem atrás dele.

De olhos arregalados, Auber olhou para a manopla, depois de volta para mim. — B-Bem, isso foi certamente peculiar…

Parecia que eu o havia assustado. Isso era bom, já que eu não estava especialmente calmo agora. Meu coração estava batendo ferozmente no meu peito. Sabia que Auber ia tentar alguma coisa. Orsted havia me avisado com antecedência. Mas ignorei o conselho dele e me meti em uma confusão. Eu tinha que derrotá-lo sozinho.

Meu inimigo era um mestre espadachim da classe Imperador. Emboscadas podem ser sua especialidade, mas isso não significa que ele era fraco em um duelo. A única coisa que eu tinha a meu favor era que Orsted também me disse como lutar efetivamente contra seu estilo.

Calma aí cara. Você é forte. Você consegue! Você é o número um! Eu sou forte. Eu sou forte. Eu sou o Stallone2Referência ao ator norte-americano Sylvester Stallone, famoso por seus papéis de galã e principalmente por sua atuação na saga “Rocky”.. O garanhão italiano!

— Então você é Rudeus do Atoleiro, hein…

Opa. Certo, eu já tenho um apelido. E não sou boxeador, sou apenas Rudeus.

Por alguma razão, Auber não estava atacando. Ele estava ali parado…  falando comigo.

— Ouvi muito sobre você, mas vejo que há alguma verdade por trás dos rumores. Isso pode ser um desafio.

Por que ele estava hesitando? Eu não poderia combater seus ataques a menos que ele fosse para a ofensiva. — Onde você ouviu falar de mim?

— Oh, isso foi quando eu estava ensinando uma certa fera como usar a espada. A pequena criatura estava sempre falando sobre o quão incrível você é.

Espere, o quê? Esse cara conhece Eris?

— Eu sabia que um homem capaz de encantar aquela jovem tigresa tinha que ser um tipo peculiar, mas nunca imaginei que você pudesse realmente disparar sua mão como um projétil…

Parecia que meu soco de robô tinha causado uma grande impressão. Ele parecia estar me observando com cautela, caso eu tivesse algum outro truque na manga. Ele parecia pensar que eu tinha muitos truques a minha disposição.

Teria ficado ofendido, mas sua atitude cautelosa me serviu muito bem. Com o canto do olho, vi que Ghislaine havia terminado com Wi Taa e estava vindo em nossa direção. Uma vez que ela chegasse aqui e fizesse disso uma luta de dois contra um, nossas chances de vitória aumentariam dramaticamente.

— Hum. Eris, Ghislaine, Fitz Silencioso e Rudeus do Atoleiro. Trouxe Wi Taa mais como precaução… mas agora que falhei em acabar com você, isso pode ser bastante desafiador.

Auber fez uma pausa por um momento, depois acenou para si mesmo. Ele finalmente iria fazer sua jogada?

— Mas um desafio digno é sempre bem-vindo!

Com certeza soou que sim. Felizmente, tudo o que tinha que fazer era segurá-lo por alguns segundos; uma vez que Ghislaine estivesse aqui, poderíamos acertá-lo de ambos os lados. E eu conhecia a maioria dos golpes que ele provavelmente usaria.

Eu podia fazer isso. Nós poderíamos derrotá-lo.

— Meu nome é Auber Corbett, o Imperador do Norte!

Devolvendo a espada na mão direita à bainha, Auber puxou outra com a mão esquerda. Eu canalizei mana em meu cajado, pronto para interceptar seu ataque…

— E agora eu vou… partir! Adeus, meus amigos!

Nesse momento ele se virou e saiu correndo. Não para mim, mas diretamente para Ghislaine.

Uh o quê? Ele está… indo embora?

— Auberrrr!

— Oh meu Deus! Olá, Ghislaine! Parece que…

— Graaaah!

— Você não mudou nada, minha querida.

Auber pegou uma das muitas bolsas pequenas do casaco e jogou na direção de Ghislaine. Ele arqueou lentamente em direção a ela; reflexivamente, ela cortou a bolsa no ar.

A coisa explodiu em uma nuvem do que parecia ser fumaça, que então a atingiu bem no rosto. Isso não era bom.

— Canhão de Pedra!

— Meu Deus!

Meu feitiço foi direcionado precisamente para as costas de Auber, mas ele se esquivou facilmente sem sequer olhar na minha direção. Ghislaine poderia ter aproveitado essa oportunidade; infelizmente, ela estava muito ocupada espirrando e enxugando as lágrimas dos olhos. Ele aparentemente a atingiu com algum tipo de spray de pimenta desse mundo.

Auber não diminuiu a velocidade para atacá-la, mas ao invés disso, passou por ela como uma barata e correu para a linha de frente da batalha, onde Eris e Sylphie estavam a ponto de acabar com suas forças.

— Retirada! — Ele gritou. — Recuem! Vamos ter que tentar depois!

Os soldados sobreviventes se viraram para fugir para a floresta, assim Eris finalmente se virou. Ela não tinha notado Auber até agora, mas ela reagiu rapidamente, pulando na frente de Sylphie para encontrar seu ataque.

— Graaaah!

— Minha lâmina, seja como uma tocha flamejante!

Com este breve encantamento, a espada de Auber explodiu em chamas. Esquivando-se agilmente do ataque de Eris, ele agarrou algo de seu quadril e trouxe para sua boca.

Orsted me falou sobre esse movimento. E tive tempo de reagir.

— Fwoooh!

— Parede d’água!

Auber cuspiu todo o óleo da boca de uma vez, acendendo-o com sua espada em chamas. Um fluxo de chamas correu em direção a Eris, mas pouco antes que pudesse alcançá-la, o fogo atingiu a parede de água que convoquei no último momento e foi instantaneamente extinto.

 

 

 

Eris nem sequer vacilou. Ela balançou sua espada diagonalmente de um ponto alto acima de sua cabeça, tentando cortar minha parede e o inimigo em um golpe.

— Taaah!

Sua espada era muito rápida para ser vista, mas ouvi seu golpe acertar. Ela havia cortado Auber em dois; a metade superior dele caiu no chão.

— Nós o pegamos! — Eu gritei feliz. Mas por alguma razão, Eris apenas estalou a língua em irritação.

Numa segunda olhada, percebi que a coisa caída no chão na frente dela não era o corpo de Auber, afinal. Era um tronco. Um tronco de madeira comum, envolto em um manto marrom sujo.

Eu estava assistindo a coisa toda com meu Olho da Previsão ativo, mas não tinha ideia do que tinha acabado de ver.

Um momento depois, algo veio voando pelo ar em direção ao tronco.

Era uma garra de metal amarrada a uma corda. A garra agarrou a capa, então puxou rapidamente para trás, puxando-a pelo ar para cair aos pés do homem que segurava a corda.

Que era Auber, é claro. De alguma forma, ele estava parado na floresta usando uma capa diferente, esta camuflada com uma camada de grama e flores.

Em vez de fugir imediatamente, ele se deu ao trabalho de recuperar sua capa marrom. Isso significava que era valiosa para ele. Talvez fosse um item mágico que lhe permitia trocar de lugar com o que quer que a outra capa estivesse enrolada? Isso explicaria o desaparecimento…

O cara é algum tipo de ninja. Você poderia ter me avisado sobre esse truque, chefe!

— Você melhorou consideravelmente, Cachorro Louco! — falou Auber. — Vou me despedir por enquanto, mas estou ansioso pelo nosso próximo encontro!

— Ei! Volte aqui!

— Não o siga! — disse Sylphie, movendo-se para interceptar Eris enquanto ela tentava atacar Auber. — Ainda há soldados naquela floresta. Você não pode atacar sozinha!

Eris lançou um olhar esperançoso em minha direção; eu apenas balancei minha cabeça. Por um momento ela olhou com pesar na direção em que Auber havia fugido, mas eventualmente ela embainhou sua espada com um rabugento “Hmph”.

Com sua presa tendo escapado por enquanto, Eris veio em minha direção. Sylphie estava mantendo um olhar cuidadoso ao nosso redor, sua varinha ainda na mão, mas parecia que o inimigo havia desaparecido completamente. Os únicos soldados blindados que pude ver foram os que matamos em batalha.

Dei um pequeno suspiro de alívio. Conseguimos sobreviver ao primeiro ataque, pelo menos.

Isso não significava que poderíamos relaxar, é claro. Auber poderia nos atacar de novo a qualquer momento, especialmente se fôssemos descuidados. No mínimo, teríamos que ficar em alerta até a noite cair.

Após a poeira baixar, levamos algum tempo para rever a situação.

O esquadrão inimigo quase foi aniquilado e nós saímos basicamente ilesos. Ghislaine estava fungando e espirrando por cerca de uma hora, mas isso era o pior de tudo.

Fiquei um pouco preocupado quando a magia de cura e desintoxicação não ajudou com sua condição, mas melhorou rapidamente quando tentamos lavar seus olhos com um feitiço de água. Era surpreendente quantas coisas os feitiços de “cura” não conseguiam consertar, na verdade. Eles provavelmente também não funcionariam com alergias ao pólen… embora eu realmente não tenha encontrado essas coisas neste mundo.

Antes de seguir em frente, decidimos nos livrar dos corpos de nossos pretensos assassinos. Eu os teria deixado onde estavam, mas estávamos no meio de uma floresta, seus corpos se transformariam em mortos-vivos se ficassem muito tempo ao relento. E havia uma espécie de tabu contra o abandono de cadáveres, em geral. Todo o nosso grupo começou a trabalhar tirando suas armaduras, despejando qualquer coisa que parecesse uma posse pessoal em uma pilha, depois queimando os corpos.

No meio desse processo, notei que Luke parecia angustiado. Na verdade, seu rosto estava ficando visivelmente mais pálido a cada minuto que passava. Não era como se ele nunca tivesse visto um cadáver antes, no entanto… ele parecia estar fixado na armadura dos soldados, em particular.

— Luke, este brasão não é… hum…

A razão de sua reação logo ficou clara. Entre os muitos soldados que matamos, um número decente tinha uma crista específica gravada em sua armadura. Era o símbolo da região de Milbotts e, por extensão, do senhor Asurano que a controlava.

Milbotts era um rico território governado por uma das quatro grandes casas nobres de Asura. E, aparentemente, suas tropas foram enviadas para se juntar ao atentado contra nossas vidas.

— Eu não posso acreditar — murmurou Luke para ninguém em particular.

Ficou muito claro o que isso significava.

Pilemon Notos Greyrat, o senhor da região de Milbotts, havia traído a princesa Ariel.

 


 

Tradução: Bucksius

Revisão: Nero_SL

QC: Guilherme

 

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