A Guilda dos Aventureiros era um local de encontro para alguns dos clientes mais complicados da cidade. Alguns eram fisicamente poderosos; outros, magos experientes e veteranos. Alguns favoreciam o uso da espada. Outros usavam machados, clavas, ou até mesmo suas próprias mãos em batalha. Alguns se gabavam de suas proezas, enquanto outros silenciosamente zombavam e criavam alarde. Havia guerreiros usando armadura pesada, mas também feiticeiros trajando robes leves. Havia homens parecidos com porcos e mulheres serpente; homens com asas de insetos e mulheres com pernas de cavalo. Todos os tipos de pessoas de todos os tipos de raças formavam uma multidão ímpar e enorme.
Era assim que as coisas costumavam funcionar nas guildas do Continente Demônio. A filial localizada em Rikarisu com certeza não era uma exceção.
De repente, alguém abriu suas enormes portas fazendo um estrondo.
Muitos daqueles dentro do local viraram os olhos para a entrada, curiosos. Não era incomum que as pessoas abrissem essas portas dramaticamente, mas as razões pelas quais faziam isso eram variadas. Algum grupo havia recém-retornado em triunfo? Ou será que um grupo de monstros resolveu lançar um ataque e os guardas do portão estavam pedindo por ajuda? Ou era só o vento pregando uma peça em todo mundo? Claro, também havia aquele papo de que o Fim da Linha estava vagando pelos arredores, mas com certeza…
Antes que alguém pudesse seguir esta linha de raciocínio para chegar a uma conclusão, três pessoas passaram pela porta escancarada.
O primeiro da fila era um menino com um sorriso estranhamente confiante no rosto. Ele usava roupas sujas, mas caras, e carregava um cajado embrulhado com um pano. Apesar de sua óbvia juventude, a multidão de adultos surrados por batalhas que estava ali dentro da guilda não parecia capaz de o intimidar. Quem diabos é esse garoto? muitos se perguntaram. Ele parecia completamente fora do lugar. Será que pertencia a uma das raças de demônios que aparentavam mais jovens do que realmente eram?
Seguindo os passos do garoto estranho, como se tentando se esconder em sua sombra, estava outra jovem. Esta parecia ser uma menina. Seu rosto estava escondido por um capuz, mas seus olhos resplandeciam atentamente de dentro daquilo. Havia algo em sua postura que sugeria que ela sabia como usar a espada presa a seu quadril. Alguns veteranos dentro da guilda imediatamente a imaginaram como uma lutadora habilidosa.
O último do grupo a entrar foi um homem alto e imponente com uma jóia vermelha na testa e uma cicatriz cortando todo o seu rosto diagonalmente. Estas eram as mesmas características distintas daquele monstro infame conhecido como Fim da Linha; alguns aventureiros quase gritaram só com o susto, mas então notaram, em um último momento, que o cabelo do sujeito era azul, e não verde. Tinha que ser outra pessoa, entretanto, era extremamente semelhante ao assassino Superd.
Juntos, os três formavam um grupo estranho. Estranho… e perturbador. Não havia um único aventureiro comum dentre eles. Ninguém poderia começar a adivinhar o que estariam procurando no local.
O trio de repente parou e o garoto gritou para a multidão em alerta:
— Ei, vamos lá! O que há com esses olhares e bocas abertas, pessoal?! Não sabem quem é este homem aqui?!
Uh, não. Por que diabos nós saberíamos? pensaram todos ao mesmo tempo.
— Este é o infame monstro Superd, Ruijerd Fim da Linha em pessoa! Não fiquem aí parados, seus idiotas! Comecem a gritar e fugir pelas suas vidas!
Vamos lá, acha mesmo que vamos acreditar nisso? foi o que todos pareceram pensar. Todos sabiam que o cabelo dos Superds era verde vivo, e não de uma tonalidade azul suja.
— Consegue acreditar nesses caipiras, Chefe? Eles não reconhecem nem a face do terror quando a veem! Que piada. Existem todos aqueles rumores por aí, mas nós entramos aqui e ninguém nem te reconheceu!
Certo, então, pelo visto, o garoto está determinado a dizer que aquele cara ali é um demônio cruel e sanguinário. Quanto mais pensavam nisso, mais engraçado parecia esse seu discurso. A atmosfera perturbadora que tinha sido anteriormente instaurada desapareceu quase na mesma hora.
O “Chefe” do garoto tinha o olho vermelho na testa, claro. E a cicatriz na cara. Essas duas coisas pareciam até bastante convincentes. Mas ele tinha compreendido um dos detalhes mais fundamentais errado.
— Ronc… — Neste momento, algum aventureiro anônimo soltou o primeiro riso abafado da tarde.
— Ei, qual é o seu problema?! — gritou o menino com ferocidade, na direção do som. — Eu falei alguma coisa engraçada, seu punk?!
Foi totalmente ridículo. Risos sufocados começaram a escapar de toda a multidão. Depois de um longo momento, alguém finalmente ofereceu uma resposta.
— Ronc… Hehe. S-só um detalhe, garoto… os Superd têm cabelo verde…
Com isso, uma explosão de risos encheu o salão da guilda de canto a canto.
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A julgar pelos risos incessantes que surgiam de todos os cantos, o nosso ato tinha começado da forma esperada.
Em um olhar superficial, a Guilda dos Aventureiros parecia ser ainda mais desordenada do que esperei. A multidão era incrivelmente diversificada, embora isso provavelmente fosse o normal para qualquer ponto de encontro que ficava dentro do Continente Demônio. Notei um homem com cabeça de cavalo, um cara com braços-de-foice iguais ao de um louva-deus, uma mulher com asas de borboleta, e uma garota que era uma cobra da cintura para baixo. Eles eram, na maioria, de aparência humana, mas sempre havia ao menos uma característica surpreendentemente incomum a ser vista. Mesmo as pessoas sem partes animalescas no corpo não eram exatamente seres humanos normais. Vi pessoas com espinhos pontiagudos crescendo dos ombros, e outras com uma tonalidade de pele totalmente azul; havia até alguns com quatro braços ou duas cabeças. Baseado no que eu estava vendo, os Migurds e os Superds provavelmente eram alguns dos demônios mais humanoides, em termos de aparência geral.
— I-idiotas estúpidos! Não se atrevam a rir do nosso chefe! Ele derrotou um monte de monstros que estava atacando as terras devastadas… sozinho!
Em vez de vacilar diante do escrutínio da multidão, fui mais para dentro do salão, tentando agir convincentemente furioso.
— Estão escutando isso, caras? P-pelo visto, o Fim da Linha está andando por aí e resgatando crianças perdidas!
— Ahahaha! Droga, eu nunca soube que ele tinha um coração tão molenga!
— Sério? Talvez algum dia ele venha e salve o meu bacon também! Gahaha!
Normalmente, eu teria congelado diante de tanta zombaria, mas desta vez não estava realmente me importando. Foi porque só estava atuando? Ou porque a multidão era tão… estranha? Ou talvez… eu me tornei um humano mais confiante?
Nah, melhor não me empolgar muito.
Eles estavam rindo de Ruijerd, não de mim. Não havia nenhuma razão para que alguém me desse algumas palmadas nas costas, me animando a tirar dos ombros o peso da crueldade apontada em minha direção.
Um olhar superficial por todo o cômodo me indicou que ninguém ali suspeitava que Ruijerd fosse realmente o personagem genuíno. Isso significava que era hora de eu começar com a cena A, um dos diálogos que tínhamos preparado antes.
— Já tivemos o suficiente desses idiotas! Vamos lá, Chefe, ensine uma lição a eles!
— Hmph… Deixe esses tolos rirem o quanto quiserem.
Aliás, também tínhamos praticado uma cena B, só para o caso de ninguém rir de nossa aparição.
— “Deixe esses tolos rirem”… Ah, cara, que fodão!
— M-meu deus, ele já está agindo como se fosse alguma coisa!
—Gahaha! Pobre homem! Eu q-quase quero pedir desculpas…
Você provavelmente estaria se desculpando agora mesmo se soubesse a verdade. Com lágrimas escorrendo por toda a cara.
— Hmph! Vocês, idiotas, têm sorte por nosso chefe ser um cara de coração grande! — anunciei, depois, prontamente me virei para examinar o resto do local. À nossa esquerda, havia um enorme quadro de avisos coberto com pedaços de papel. À nossa direita, havia quatro balcões de madeira, com um punhado de funcionários que estavam olhando espantados para nossa direção. Parece que seria nosso primeiro destino.
Caminhei com confiança até o lado direito do salão, com meus companheiros logo atrás… só para perceber que os balcões usados eram bem altos.
Acenei para Ruijerd, e ele imediatamente me levantou.
— Ei, você aí! Queremos nos registrar como aventureiros!
Eu deliberadamente falei alto o suficiente para que toda a multidão pudesse ouvir. Na mesma hora houve outra explosão de risos.
— O Fim da Linha é um novato, hein?
— Ai, nossa… Agh, não aguento mais rir!
— Ah, cara! Vou ter que instruir o Fim da Linha?!
— Isso sim é história para se contar em casa!
Certo, acho que por enquanto já é o suficiente.
— Podem fechar o bico?! Não consigo ouvir a balconista!
Depois que gritei com todos, a multidão começou a se acalmar, embora os sorrisos em seus rostos não mostrassem sinais de que tinham deixado isso de lado.
— Claro, garoto. S-sem problema…
— P-precisa prestar atenção nas regras e tudo mais, certo…? Ronc…
— Hehehe…
Eu ainda conseguia ouvir um riso abafado pelas minhas costas, mas isso não era exatamente um problema.
Até agora, tudo bem.
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E assim, após cerca de quarenta e quatro anos de luta obstinada, finalmente realizei meu querido sonho de longa data: o de pôr os pés dentro de uma… agência de empregos.
Eu já tinha minhas “credenciais” como um mago de Água de nível Santo na manga, um novo companheiro confiável que não trabalhou por mais de séculos, e uma senhorita um pouco mimada que precisaria sustentar. No final das contas, um homem precisa trabalhar se quiser comer…
Mas, de qualquer forma. Vamos começar.
— Sinto muito pela comoção, senhorita. Se importa de nos ajudar?
A funcionária do outro lado do balcão tinha o cabelo laranja e um impressionante par de presas saindo da boca. Sua blusa também tinha um enorme decote, e ela tinha três seios, então o decote ficava duas vezes mais chamativo. Que inovação interessante.
— Hein? Ah, claro. Vocês querem… se registrar como aventureiros, é isso?
A funcionária parecia um pouco surpresa com meu tom de repente ficando muito mais educado. Ainda assim, provavelmente, não seria sábio tentar manter o mesmo ato altivo para sempre; seria muito fácil cometer um deslize e acabar me entregando em algum momento. Ela provavelmente presumiria que eu só estava tentando mostrar para a multidão que não seria uma pedra no sapato.
— Isso mesmo. Na verdade, somos totalmente novos nisso.
— Nesse caso, poderia começar preenchendo estes formulários?
A funcionária se agachou por trás do balcão e pegou três folhas de papel e três varas de carvão, que me entregou. Todos os formulários pareciam idênticos. Havia uma linha para o nome, uma para a profissão, e um texto descrevendo a guilda e resumindo suas regras.
— Posso ler isso em voz alta para você, caso não saiba ler — disse a funcionária, assim que eu estava começando a me perguntar como é que um guerreiro analfabeto de algum vilarejo do interior iria lidar com tudo isso
— Obrigado, mas não precisa.
Peguei um dos formulários e li em voz alta, na língua Humana, para que Eris pudesse entender.
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1 – Uso da Guilda de Aventureiros
Ao registrar-se na Guilda de Aventureiros (“a guilda”) você terá direito a usar seus serviços.
2 – Serviços da Guilda
Aventureiros registrados podem visitar qualquer uma de nossas filiais – encontradas em todo o mundo – para pegar serviços, receber pagamentos por trabalhos concluídos, vender matérias-primas e trocar moedas.
3 – Seu Registro
Todas as informações relacionadas ao seu registro na guilda ficarão gravados exclusivamente em seu Cartão de Aventureiro, pelo qual você é o responsável.
Caso seu cartão seja destruído ou acabe sendo perdido, um novo poderá ser emitido. Entretanto, seu rank será redefinido para F, e uma taxa específica será imposta de acordo com a região.
4 – Deixando a Guilda
Os aventureiros registrados podem sair da guilda indo a qualquer filial.
É permitido fazer um novo registro em outro momento, mas seu rank será redefinido para F.
5 – Condutas Proibidas
Os aventureiros são estritamente proibidos de:
Violar leis locais;
Tomar qualquer ação gravemente prejudicial à reputação da guilda;
Impedir outro aventureiro de realizar suas tarefas;
Comprar ou vender serviços da guilda;
Qualquer violação desta política resultará em uma multa e na revogação de seu status de aventureiro.
6 – Violação de Contrato
Qualquer aventureiro que não concluir o trabalho que pegar será obrigado a pagar um quinto da recompensa oferecida, sendo essa uma penalidade por violação de contrato.
A taxa deverá ser integralmente paga dentro de até meio ano. O não pagamento dentro do prazo resultará na revogação de seu status como aventureiro.
7 – Rank
Os aventureiros são classificados em sete níveis, começando com base em sua experiência e habilidades, iniciando no Rank F e avançando até o Rank S. Como regra geral, só podem realizar serviços classificados dentro de seu rank atual.
8 – Promoção / Despromoção
Ao concluir um definido número de serviços (baseados em seu rank atual), os aventureiros podem garantir uma promoção para uma classificação superior.
Se um aventureiro não se sentir pronto para partir para um rank mais alto, poderá recusar a promoção.
Além disso, não concluir um determinado número de serviços consecutivamente poderá acarretar em uma despromoção para um rank inferior.
9 – Deveres e Responsabilidades
Caso as autoridades locais solicitem ajuda em casos de ataque de monstros ou coisa parecida, todos os aventureiros são obrigados a oferecer sua assistência.
Além disso, espera-se que os aventureiros obedeçam a qualquer ordem emitida pela filial local da guilda em casos de emergência.
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Quando cheguei na metade da lista, Eris estava parecendo cada vez mais desanimada. Este tipo de escrita, mais séria, não era exatamente o forte dela. Eu também não gostava muito, mas isto parecia ser importante. Ainda não tinha percebido nenhum problema em particular, mas…
— Uh, senhorita? Tenho uma pergunta…
— E qual seria?
— Tudo bem se preenchermos este formulário em outro idioma?
— Outro idioma? Tipo…?
— Na língua Humana?
— Ah. Nesse caso, sem problemas.
Baseado na primeira cláusula, poderia ser um problema se quiséssemos usar alguma língua mais incomum. Japonês estava fora do alcance, claro. Decidi ir com a língua do Deus Demônio; parecia uma boa ideia passar a impressão de que poderia ser um tipo de demônio de aparência jovem, em vez de uma criança humana.
— Vá em frente, Eris. Você também deve preencher o seu. — Eu poderia ter feito isso por ela, provavelmente, mas geralmente o mais adequado seria assinar você mesmo os seus documentos pessoais.
De qualquer forma, todas as conversas dentro da guilda até agora tinham sido na língua do Deus Demônio. Essa provavelmente era a única razão pela qual Eris fez beicinho em silêncio, em vez de ir na direção da multidão; se ela realmente tivesse entendido o que estavam dizendo, poderia ter desembainhado sua espada e saído correndo atrás de alguém.
— Não é como se estivéssemos planejando fazer isso, mas… o que aconteceria se usássemos nomes falsos?
— Não temos nenhuma regra específica a respeito disso. Pode usar o nome que desejar.
— Vocês não acabam registrando criminosos sob pseudônimos ou coisa do tipo?
— Bem, a definição de “criminoso” dos outros lugares não é a mesma do Continente Demônio. Desde que não causem problemas para a guilda, não será um problema. Entretanto, se você perder seu status de aventureiro, vai ser impossível voltar a se registrar… ao menos neste continente.
— Isso parece muito… leniente.
— Isso nos causa problemas, é claro. Mas a maioria das pessoas deste continente não recebem um nome ao nascer, e uma política estrita impediria que se registrassem.
Interessante. Parecia que a guilda neste continente tinha um certo grau de independência maior, já que podia definir suas próprias políticas. Eu inventei aquela coisa toda sobre “Royce” para o caso de não deixarem um Superd se registrar, mas parecia que isso não seria um problema.
— Se eu me registrar aqui e for para outro continente, precisarei me registrar novamente na guilda?
— Não será necessário.
Imaginei, mas é bom saber.
— Se já tiver terminado de preencher o formulário, por favor, coloque sua mão nisso.
Agora, a funcionária pegou um quadro transparente com a forma e tamanho da caixa de um jogo erótico, com um círculo mágico gravado bem no meio. Eu podia ver um pequeno cartão de metal colocado abaixo da superfície do objeto.
Hmm. E o que é tudo isso?
— Assim?
Enquanto pressionava minha mão contra o centro do quadro, a funcionária apertou o botão na borda do objeto.
— Nome, Rudeus Greyrat. Profissão, Mago. Rank F.
Depois de ler o conteúdo de meu formulário em uma voz firme e nítida, ela pressionou o botão uma segunda vez, e o círculo mágico brilhou meio vermelho por um instante.
— Aqui está. Este é seu Cartão de Aventureiro.
O cartão de metal e aparência normal agora estava marcado com letras ligeiramente brilhantes:
NOME: Rudeus Greyrat
SEXO: Masculino
RAÇA: Humano
IDADE: 10
PROFISSÃO: Mago
RANK: F
Por algum motivo, estava tudo escrito na língua humana.
Ah, entendi. Então essa coisa é basicamente uma impressora mágica, hein? Hmm. Não seria conveniente usar isso para livros? Se eles têm coisas assim em locais públicos como este, me pergunto por que não tem em mais lugares…
Então, mais uma vez, talvez o próprio quadro e o cartão fossem itens especiais. Parecia que a funcionária tinha introduzido o meu nome, rank e ocupação manualmente, mas o dispositivo parecia ter descoberto qual era a minha raça, idade e sexo, de alguma forma, com o simples toque da minha mão. Isso era meio chato, para ser sincero. Tentei tanta coisa para esconder o fato de que era um humano. Bem, tanto faz. Só teria que aceitar isso.
NOME: Ruijerd Superdia
SEXO: Masculino
RAÇA: Demônio
IDADE: 566
PROFISSÃO: Guerreiro
RANK: F
Por um segundo, fiquei seriamente preocupado com a possibilidade de essa coisa acabar revelando que Ruijerd realmente era um Superd, mas seu cartão saiu com uma impressão bem vaga de “Demônio”. Definitivamente foi um alívio. O dispositivo tinha exposto sua idade real, mas a funcionária parecia ter aceito isso. Talvez longevidades absurdas não fossem algo tão raro entre os tipos de demônios.
O nome “Ruijerd Superdia” também não provocou muita reação. Ela provavelmente assumiu que era um pseudônimo. Falando em ignorância… eu tinha acabado de perceber que não planejamos usar isso. Talvez não fosse do conhecimento geral que o nome verdadeiro do Fim da Linha fosse “Ruijerd”. Ouvi as palavras Fim da Linha ao acaso, mas seu nome verdadeiro, não.
Aliás, o cartão dele tinha saído na língua do Deus Demônio…
NOME: Eris Boreas Greyrat
SEXO: Feminino
RAÇA: Humana
IDADE: 12
PROFISSÃO: Espadachim
RANK: F
Mas o de Eris também estava na língua Humana.
— Há alguma razão para o cartão dele estar em uma língua diferente da nossa, senhorita?
— Sim. Isso muda dependendo da sua raça.
Ah. Então os humanos, por padrão, só tinham cartões na língua Humana, para todos os casos.
— O que acontece se você for de raça mista?
— Às vezes, ele pode usar um pouco de cada um dos idiomas mais importantes, mas normalmente vai seguir a raça predominante dos ancestrais.
— Hmm. Mas e se for um Humano que só consegue falar a língua do Deus Demônio ou coisa do tipo?
— Nesse caso, pode pressionar seu dedo contra o meio do cartão e falar o nome da língua de sua preferência.
Só para fazer um teste, pressionei o dedo no meio do cartão e disse:
— Língua do Deus Fera.
As palavras no meu cartão mudaram na mesma hora.
Isso até que é divertido.
— Língua do Deus Demônio. Língua do Deus Lutador…
— Tente não fazer isso muitas vezes — advertiu a funcionária. — Ou você vai usar a energia mágica do cartão muito rápido.
— O que acontece se ela acabar?
— Vai precisar recarregar em alguma filial da guilda.
Certo. Então o cartão, por si só, era definitivamente um instrumento mágico. Existia uma possibilidade de haver algum cristalzinho embutido dentro dele ou coisa assim.
— A informação gravada nele pode sumir?
— Felizmente não.
— Se o cartão ficar muito velho, a bateria começa a acabar mais rápido ou algo assim?
— A bateria…? Se você está se referindo à energia mágica, então não. O suprimento normalmente dura por mais ou menos um ano, mas nós o reabastecemos sempre que você passa para relatar alguma tarefa concluída, então normalmente não fica sem.
— Quanto custa esse serviço?
— Bem, não há uma taxa estabelecida…
Certo, então por que você me proibiu de brincar com ele? Hmm. Será que as pessoas fossem conhecidas por gritarem com os funcionários e fazer um estardalhaço quando seus cartões ficavam sem carga? Serviço de atendimento ao cliente parecia ser um saco, independentemente de em que mundo fosse.
— Certo, entendi. Vou tomar mais cuidado.
Eu não tinha ideia de quem inventou essas coisas, mas era um sisteminha bem interessante. Senti que provavelmente havia todo tipo de aplicação para as ferramentas mágicas “recarregáveis”… Mas será que a guilda estava monopolizando a tecnologia?
Ah, bem. Não adianta pensar nisso agora.
— Hehe… — Eris, entretanto, já estava, há algum tempo, olhando para seu cartãozinho com um enorme sorriso no rosto.
Sei que você está feliz, mas não perca isso, entendeu?
— Gostaria de também registrar um grupo? — perguntou a balconista.
— Um grupo? Ah! Sim. Por favor. — De alguma forma, essa parte havia escapado completamente da minha mente, provavelmente porque não havia nada sobre isso na papelada inicial. Desde o início tínhamos a intenção de criar um grupo. Mas…
— Em primeiro lugar, se importa de nos informar como funciona o sistema de grupos?
Com um aceno educado, a balconista começou a explicar os detalhes essenciais:
Um grupo pode ter no máximo sete membros.
Somente aventureiros com o rank semelhante ao do líder do grupo podem se juntar à equipe.
A classificação do grupo é a média do rank de todos os seus membros.
Para fins de promoção de rank, todos os membros do grupo recebem crédito por qualquer trabalho concluído como uma equipe.
Os membros ainda poderiam pegar serviços sem estar junto com o grupo.
Para entrar em uma equipe, precisa da aprovação do líder do grupo e da guilda.
Para sair de um grupo, só precisa da aprovação da guilda.
O líder do grupo tem o direito de expulsar qualquer membro de sua equipe.
Se o líder do grupo morrer, a equipe será automaticamente dissolvida.
Dois ou mais grupos podem se unir para formar um clã.
Clãs de alto desempenho são elegíveis para receber uma variedade de recompensas especiais da guilda.
As partes do clã não pareciam especialmente relevantes agora. Íamos optar por uma operação de pequena escala com um futuro previsível.
— Agora então, o que gostaria de usar como o nome do seu grupo?
— Queremos Fim da Linha.
A balconista torceu um pouco o rosto, mas logo conseguiu se recompor e esboçar um sorriso. Ela era claramente uma profissional.
— Muito bem. Deixe-me ver seus cartões por um momento, por favor.
Pegamos os cartões que tínhamos acabado de guardar e os passamos para a balconista. Ela foi para os fundos por um momento, então voltou.
— Aqui está. Certifique-se de que está tudo em ordem.
Olhei para o meu cartão e vi que uma nova linha foi adicionada ao final:
GRUPO: Fim da Linha (F)
O “F” era provavelmente o rank do nosso grupo.
Por alguma razão, foi um pouco embaraçoso ver as palavras “Fim da Linha” escritas assim. Parecia intimidante quando se dizia isso em voz alta, mas era definitivamente uma história diferente quando impresso.
— Neste ponto, terminamos todo o processo de registro. Parabéns.
— Obrigado pela atenção, senhorita.
— Se quiser aceitar qualquer serviço, basta pegar o papel em questão no quadro e trazê-lo para nossos balcões de recepção.
— Pode deixar.
— Além disso, cuidamos das compras atrás do edifício, então certifique-se de passar lá quando tiver algo para vender.
— Lá fora. Certo. Obrigado.
Nossa. Pelo menos finalmente acabei com a parte da papelada…
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Com nosso registro concluído, nós três nos dirigimos para dar uma olhada no quadro de avisos. Infelizmente, isso significava abrir caminho através de um corredor de aventureiros sorridentes. Quase todo mundo olhou para nós como se fôssemos um bando de macacos em um zoológico. Mas havia alguns na multidão que pareciam mais hostis do que entretidos. Era com esses que eu precisava tomar cuidado.
Disse a Ruijerd que não havia problema em brigar se precisasse, mas não esperava muito dele como ator. Não havia garantia de que seríamos capazes de tirar proveito dos problemas do jeito que eu queria. Dito e feito, não queria entrar em nenhuma briga.
— Uh…
De repente, uma perna foi esticada no corredor em que estávamos passando. A perna em questão pertencia a um sapo… ou homem-sapo. Tinha um corpo azul com manchas pretas e o rosto mais presunçoso que eu já vi. Suas bochechas salientes inflavam e murchavam rapidamente; era óbvio que ele estava reprimindo a vontade de rir.
O cara estava nos convidando para tropeçar em sua perna ou o quê? Isso trouxe de volta algumas memórias desagradáveis, mas as empurrei para fora da minha mente e passei cuidadosamente pelo obstáculo.
— Gyahahaha!
— Eeheeheehee!
— Ghuh, ghuh, ghuh!
Por alguma razão, isso provocou uma explosão de risos por todos os arredores. Eu vacilei um pouco diante do barulho, o que só os fez rir ainda mais. Fique calmo. Não é nada demais. Eles iriam rir de você não importa o que fizesse. Eu passei exatamente pela mesma coisa em minha vida anterior. Este era um tipo de bullying clássico e simples.
Seguindo minha liderança, Eris tentou passar por cima da perna do homem-sapo também; mas de repente ele puxou a perna para cima, pegando-a pela ponta dos pés.
— Gah!
Eris começou a tropeçar para frente, mas conseguiu se segurar no último momento, batendo o pé da frente com força contra o chão. Claro, isso gerou mais risadas estridentes de todos nos arredores.
Com o rosto brilhando de vermelho, Eris olhou furiosamente para o sapo, suas mãos fechadas em punhos e os dentes rangendo ruidosamente.
— Ooh. Foi mal, guria! Minhas pernas são tão longas e magras que às vezes mal consigo mantê-las sob controle!
O homem ofereceu uma espécie de desculpa. Não que Eris entendesse uma palavra do que foi dito. Merda. Isso vai se transformar em uma luta? Se ela der o primeiro soco, as coisas logo podem ficar feias…
Mas, para minha surpresa, Eris apenas bufou com altivez, girou nos calcanhares e caminhou para se juntar a mim. Seu rosto era terrível de se ver, mas ela conseguiu se controlar. Boa garota, Eris! É assim que se demonstra maturidade! Vou te dar um prêmio por espírito de luta! Você acabou de receber 100 pontos bônus!
Infelizmente, agora era a vez de Ruijerd enfrentar a ameaça da perna de sapo. Esticar a perna assim realmente deixou claro o quão longo e magro ele era. O homem realmente deveria estar se aventurando com gravetos como aqueles no lugar das pernas? Talvez elas o permitiam pular muito alto ou algo assim…?
Uh, foco, por favor. O que Ruijerd vai fazer agora?
Erguendo o pé bem alto, Ruijerd começou a passar sobre o obstáculo em seu caminho. Assim como com Eris, o homem-sapo ergueu a perna para que ele tropeçasse…
— O-o quê?!
Em vez de Ruijerd, foi nosso amigo nojento que caiu. O Superd enfiou o pé sob a perna do sapo, levantando-a, e, em seguida, chutou para cima para deixá-lo totalmente desequilibrado. Pendendo para trás da cadeira, o homem caiu de barriga para baixo em uma pose clássica de sapo achatado.
Mais uma vez, todos ao nosso redor caíram na gargalhada.
— Ghuh, ghuhuhuh!
— Q-que jeito de ser derrubado por um novato, cara!
— I-isso é o que você ganha por mexer com um Superd! Hilário!
O rosto azul brilhante do Sapo na mesma hora mudou de cores para um tom de vermelho vivo. Muito interessante. Ele era realmente de sangue frio1São os peixes, anfíbios e répteis.?
— Bastardo! — Pondo-se de pé de um jeito esperado de um sapo, nosso novo amigo puxou uma faca do quadril e apontou ameaçadoramente para Ruijerd.
Hein? É sério? Você realmente quer levar isso como uma questão de vida ou morte, é isso?
— Você tem muita coragem por mexer comigo desse jeito, amigo!
— Se sabe o que é bom para você, devia recuar agora mesmo…
Ruijerd. Por favor. Esse é o tipo de coisa que você diz quando quer lutar. O cara tem uma faca, certo? Isso é meio que … Hmm. Talvez isso ainda se qualifique como um recado? Só talvez…?
— Ei. Vamos, Perutko. Dá um tempo. — Um homem com cabeça de cavalo repentinamente apareceu de algum lugar para interceder. — Encher o saco dos novatos saiu da moda anos atrás, velho.
— Mas esse cara…
— Você acabou de perder o equilíbrio e caiu, certo?
— Vamos, Nokopara, o desgraçado está se achando…
— “Você perdeu o equilíbrio e caiu”. Certo?
Quando o Cara de Cavalo repetiu, o Sapo fez uma pausa, estalou a língua amargamente e saiu pisando duro para fora da guilda. A multidão de curiosos imediatamente perdeu o interesse e começou a se dispersar em grupos de dois e três.
Cara. Por um momento pensei na possibilidade de entrarmos em uma briga, mas isso foi mais estressante do que o esperado.
Com a crise tendo passado, eu me virei e fui para o quadro de avisos da guilda… totalmente alheio ao olhar ameaçador de um certo homem com cabeça de cavalo.
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O quadro estava totalmente coberto por dezenas de pedaços de papel. Havia uma montanha de serviços que aparentemente precisavam ser feitos.
Como um grupo totalmente novo, no entanto, só podíamos aceitar empregos de rank F ou E, e não havia nenhuma missão aparentemente épica nessas categorias. A maioria era apenas para trabalhos esporádicos pela cidade – coisas como organizar um depósito, ajudar na cozinha de alguém, contabilidade básica, procurar um mascote perdido e exterminar insetos.
Nenhum deles parecia especialmente desafiador, mas as recompensas também eram baixas.
Os pedidos eram assim, por exemplo:
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F
TAREFA: Organização do Armazém.
RECOMPENSA: 5 moedas de pedra.
DETALHES: Trabalho manual, levantamento de peso.
LOCALIZAÇÃO: Rikarisu, Bloco 12, o armazém com a porta vermelha.
DURAÇÃO: meio dia a um dia.
PRAZO: N/D.
CLIENTE: Dogamu do Orte.
NOTAS: Tenho uma tonelada de coisas para mover, mas não tenho mão de obra suficiente. Alguém me ajude. De preferência, alguém forte.
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F
TAREFA: Ajuda na cozinha
RECOMPENSA: 6 moedas de pedra.
DETALHES: Lavar louça, transportar comida, etc.
LOCALIZAÇÃO: Rikarisu, Bloco 4, Restaurante Cai-Pé.
DURAÇÃO: Um dia.
PRAZO: Antes da próxima lua cheia.
CLIENTE: Shinitora do Kanande.
NOTAS: Temos recebido uma tonelada de reservas ultimamente. Preciso de ajuda extra na cozinha. Se também quiser fazer um pequeno teste de sabor, ficarei grato.
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E
TAREFA: Mascote perdido.
RECOMPENSA: Uma moeda de sucata.
DETALHES: Encontre e capture um mascote perdido.
LOCALIZAÇÃO: Rikarisu, Bloco 2, Casa Kirib, sala três.
DURAÇÃO: Até que o animal seja localizado.
PRAZO: Nenhum em particular.
CLIENTE: Meicel do Houga.
NOTAS: Meu mascote desapareceu e não voltou para casa. Estou colocando todo o dinheiro da minha mesada neste pedido. Alguém por favor ajude.
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Eles não pareciam o tipo de serviço que se faria em grupo, na verdade. Parecia que os empregos de baixa classificação tendiam a ser na maior parte “missões individuais”. Quaisquer trabalhos que concluíssemos contariam para todos nós para fins de promoção de rank… Nos ranks mais baixos, talvez as pessoas tendessem a assumir um monte de serviços como um grupo e depois dividir o trabalho entre os membros.
— Bem, acho que devemos começar com algo bom e simples… — Ainda assim, por que o mascote perdido é um rank E? Ah, sim. Acho que a cidade é bem grande… A coisa toda “até encontrar” também poderia ser um pouco complicada. Havia também uma possibilidade de que o animal estivesse morto. Mas aquela parte sobre a “mesada” significava que o cliente era uma menina doce e adorável, certo? Seria muito triste se ninguém a ajudasse…
— Não há nada sobre lutar contra dragões ou algo assim?
— Há, mas é de rank S. Aqui.
— Aah, sério?! Espera … não consigo ler isso.
— Diz que um dragão perdido estabeleceu residência no norte da cidade.
— Acha que podemos derrotá-lo?
— Seria melhor não tentar. Dragões são inimigos temíveis.
— Certo, certo. Ainda assim, eu meio que quero tentar caçar algo…
— As missões de caça a monstros começam no Rank C, infelizmente.
— Não há nenhuma classificada abaixo disso?
— Assim parece.
— Mas ouvi dizer que você deve começar lutando contra goblins e outras coisas…
— Você não encontrará monstros tão fracos neste continente.
Enquanto eu examinava os serviços de baixo nível, Eris estava tendo uma conversa um tanto alarmante com Ruijerd, que cuidava de todas as leituras para ela. Esse cara realmente tinha uma alma paciente, não?
— Uau, meus amigos do F-Fim da Linha! Esses são um pouco, uh … hehe… complicados demais para vocês, não são?
Um dos caras que estava rindo de nós mais cedo caminhou até os dois com um enorme sorriso no rosto. Era um homem musculoso com cabeça de cavalo… o mesmo cara que interveio para interromper a luta um minuto atrás, na verdade.
Eu me movi rápido e consegui me colocar entre ele e Eris antes que o homem chegasse muito perto.
— Cuide dos seus próprios negócios! Aceitaremos um serviço de rank F ou E, assim como deveríamos fazer!
— Ei, calma aí, parceiro! Eu só queria te dar um pequeno conselho, tá?
— Fala sério. Tipo qual?
— Aqui, você vê esse serviço? Do mascote perdido? — Passando por mim, o Cara de Cavalo pegou o papel que eu estava olhando há apenas alguns momentos.
— Sim, eu vi. Parece que poderia ser meio difícil, já que esta cidade é tão grande.
— Huuuh? Ei, vamos, garoto! O seu chefe não é o grande e único Fim da Linha? Tipo, um Superd?
— E daí se ele for?!
— Aquele olho na testa dele é só decoração ou o quê? Não importa o tamanho da cidade! Ele vai rastrear aquela coisa em um único dia, sem problemas!
Ah. Pensando bem, ele está certo. Ruijerd podia localizar coisas vivas com extrema precisão. Mesmo se estivéssemos procurando por um gato perdido ou algo assim, provavelmente daria um jeito… Claro, o Cara de Cavalo estava claramente convencido de que Ruijerd era um impostor, o que significa que seu “conselho” atencioso tinha apenas a intenção de nos provocar. Eu precisava reagir de acordo.
— Cala a boca! Deixe-nos em paz!
Ainda assim, eu teria que manter aquele serviço de encontrar o mascote perdido em mente. Parecia uma boa chance de tirar vantagem das habilidades de Ruijerd.
— Vamos, Chefe!
— Hm? Não vamos pegar nenhum serviço?
— Esqueça isso! Voltaremos quando não houver um bando de idiotas esperando para nos sabotar. — O objetivo desta visita era fazer a nossa grande aparição e nos registrar; eu só olhei para o quadro para ter uma noção dos tipos de serviços disponíveis. Começaríamos de verdade na manhã do dia seguinte. — Vamos. Já terminamos por aqui.
Quando nós três deixamos a guilda para trás, ouvi outra grande explosão de risadas lá dentro.
— Eles estão indo para casa sem nem mesmo pegar um único serviço?!
— O Fim da Linha não tem pressa, mano! Que cara foda!
— Gyahahahaha!
Eu podia ver a perplexidade no rosto de Ruijerd. Era difícil culpá-lo por se perguntar se estávamos realmente no caminho certo. Para mim, porém, a tarde foi um sucesso. As pessoas naquele prédio estavam rindo das palavras “Fim de Linha”, em vez de tremer ou fazer caretas. Não era isso que buscávamos a longo prazo, mas foi definitivamente um passo na direção certa.
Eu estava, no mínimo, convencido disso.
De uma forma ou de outra, nós três éramos aventureiros de pleno direito.
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