— Quantos você matou?
— Três, a partir daquele agora mesmo.
Ao longo da trilha final, Matador de Goblins e seus companheiros esperavam os goblins. Lâmpadas estavam alinhadas a seus pés, Sacerdotisa agachada ao lado deles. Houve um som de arranhar quando bateu pedra contra metal para obter uma faísca e, em seguida, um suave fwoosh quando a lâmpada acendeu.
— Ali, está pronto.
— Bom.
Sacerdotisa olhou para cima, segurando seu cajado com firmeza em ambas as mãos. A ansiedade era evidente em seu rosto, mas apesar do aperto em sua boca, estava sorrindo, um olhar de bravura. Como foi quando eles se conheceram na primavera, dois anos antes? Matador de Goblins considerou, então balançou a cabeça. Suas ações salvaram sua vida. Desde então, ele considerava essa jovem esguia como alguém em quem se podia confiar.
Talvez Sacerdotisa tenha notado o olhar dele sobre ela através do visor. Seus olhos se moveram, sem saber para onde olhar.
— U-um…?
— Não é nada — respondeu Matador de Goblins. — Siga o plano.
— C-certo… eu con-consegui! — Ela assentiu com fervor; ele sabia que não precisava lhe dar instruções mais detalhadas.
— Ha-ha-ha — riu Lagarto Sacerdote, observando a troca. — Ela finalmente rompeu de sua concha?
— Talvez —, foi tudo o que ele disse. — Mas estou contando com você quando a luta ficar pesada. Não acredito que eu possa cuidar de todos eles sozinho.
— Entendido e muito bem entendido. O modelo padrão dos animais tem apenas quatro membros e, portanto, apenas dois braços. Se isso não for suficiente, simplesmente empreste mais — disse Lagarto Sacerdote, então assumiu uma postura de luta. — Quanto à minha espécie, temos garras e mais garras, presas e cauda à nossa disposição, então pode lutar sem se preocupar com o que vai acontecer.
O pensamento do homem-lagarto pode ter permanecido obscuro para ele, mas de sua força não havia dúvida. Matador de Goblins assentiu, então assumiu sua própria postura de luta.
Por fim, ouviram-se passos desordenados, sem disciplina ou ritmo. Goblins podem ser todos de construção semelhante, mas ainda correm em velocidades ligeiramente diferentes de um para o outro. Obviamente, não eram os corajosos que vinham à frente, mas apenas aqueles que eram mais rápidos e mais imprudentes. Os outros goblins o seguiam, pois detestavam a ideia de que o mais rápido pudesse receber todos os despojos.
Foi assim que um goblin bem na frente viu uma presa. Uma jovem, parada ao lado de algum objeto ridiculamente grande.
O goblin farejou; podia sentir o cheiro da mulher no ar, sua juventude. Misturava-se com um aroma da floresta.
— GOROOGOBB!!
O goblin falou bastante enquanto o sorriso desagradável se espalhava por seu rosto; o que você acha que suas palavras significavam? Isso é meu, talvez. Ou: Ei, uma mulher! Ou: Todos, sigam-me! Ou talvez fosse simplesmente um grito de guerra.
Seja como for, o resultado foi o mesmo. O goblin assumiu que as coisas iriam do jeito dele, que ele passaria pelo homem-lagarto e pegaria a garota e com isso em mente, correu para frente. Vários outros seguiram atrás e vários outros atrás deles ainda. Eles não iam se atrasar para a diversão, não deixariam aquele idiota na frente tê-la só para ele. Meu, é tudo meu!
Naquele instante, Matador de Goblins veio pelo lado.
— GRO?!
Os goblins com a intuição mais aguçada se voltaram imediatamente para ele. No escuro, eles podiam vê-lo chegando. Um capacete de metal de aparência barata e uma armadura de couro encardida. Uma espada de comprimento estranho, um escudo redondo amarrado ao braço: um aventureiro bizarro.
— GOROOGB…
— Um…!
A boca escancarada do goblin estava de repente cheia com uma espada, cortando sua língua, silenciando-o para sempre. O diabinho caiu para trás. Matador de Goblins bateu no cadáver, enviando-o voando e puxando sua espada livre em um único movimento. Então levou o impulso para outro balanço…
— Dois!
— GGBB?!
Ele enfiou a arma na garganta de um deles vindo da esquerda. Perfurou até a espinha e a lâmina se dobrou. Golpeou o goblin com seu escudo enquanto cortava sangue e espuma, agarrando o machado que caiu de sua mão.
— Três!
— GOOBOG?!
Ele balançou para cima com ele para cortar o queixo do próximo goblin, dividindo seu rosto ao meio. Dando um passo para trás, desviou o jato de miolos e sangue com seu escudo.
Eu estava certo, essas armas são de excelente qualidade, Matador de Goblins refletiu enquanto sacudia o sangue do machado. Pelo menos, eram de alta qualidade para armas goblins. Ainda não havia dúvida de que eles pertenciam às forças do Caos.
Muito conveniente.
Afinal, eram eles que estavam fornecendo seu suprimento de armas. Significava apenas tomar um pouco mais de cuidado. Ele encontrou o equilíbrio com um passo arrastado enquanto se preparava para encontrar o próximo inimigo.
— GOOROG!!
— GOBOG! GOOGOBRBG!!
É claro que os goblins dificilmente dariam toda a atenção a esse patético aventureiro. Para eles ele era no máximo um mero obstáculo, um mero obstáculo a ser superado no caminho para a garota.
— Ó sangue de meus antepassados que corre em minhas veias! Veja os feitos de seu descendente em batalha!!
Isso significava que eles não registraram imediatamente o outro impedimento ao seu objetivo.
Um foi varrido para o lado com um grande tapa da cauda do Lagarto Sacerdote, então saltou sobre onde caiu e arranhou com suas garras. O goblin foi dilacerado antes que pudesse gritar, seu corpo reduzido a uma pilha irregular. Esse era um, embora ele mesmo nunca soubesse, que foi enterrado pelo descendente dos temíveis nagas, terríveis para os goblins.
— Ah, cheguei aos caminhos de meus pais! Tudo que preciso agora é respirar, oop!
Um dos diabinhos mais espertos se aproveitou da morte de seu tolo companheiro, saltando em direção ao corpo de Lagarto Sacerdote. A adaga em sua mão pingava com algo que brilhava na luz, claramente algum veneno insidioso.
— Hmph, uma lâmina envenenada!
— GOROGB?!
Mas ele estava lidando com o grande e poderoso monge guerreiro Lagarto Sacerdote, que aspirava sentar-se entre os nagas. Suas escamas facilmente desviaram a lâmina, suas presas afundando na cabeça do goblin (coradas com a vitória) antes que soubesse o que havia acontecido.
Houve um estalo horrível de carne e ossos.
Lagarto Sacerdote cuspiu a criatura de sua mordida sem engolir, dando um chute no cadáver contraído. — Perigoso mesmo, aquele. Estou certo de que você ainda não foi agraciada com o milagre da Cura?
— Bem, er… — Sacerdotisa sorriu desajeitadamente para Lagarto Sacerdote, seu tom completamente coloquial apesar da batalha espetacular acontecendo ao redor deles. Verdadeiramente foi dito que mesmo memórias outrora sombrias não significavam nada para os heróis da raça escamada. Sacerdotisa estava muito acostumada a ficar confusa com a surpresa a essa altura; até ela estava começando a achar que era um pouco bobo. — Espero com expectativa recebê-lo, eventualmente!
— Mm, esse é o espírito. É superando as dificuldades e as adversidades que seguimos o caminho e, de fato, mudamos…!
Ainda assim, havia algum clérigo de nível tão alto que eles deveriam aprender com ele? Sacerdotisa afastou o pensamento que passava, estabilizou sua respiração e gradualmente elevou sua consciência. Deve-se ter o coração calmo ao orar, mas também deve-se ligar a alma ao céu acima para que a oração alcance os deuses. Para conseguir a concentração necessária, ela apertou seu cajado com as duas mãos.
Os goblins ficaram longe dela e Lagarto Sacerdote e até mesmo Matador de Goblins. O mundo, ela mesma e os deuses. O som dos dados rolando ressoou em seus ouvidos. Respiração: inspira, expira.
E assim que ela começou a se perder no grande mar de todas as coisas…
— Ó Mãe Terra, abundante em misericórdia, pelo poder da terra conceda segurança para nós que somos fracos!
De repente, os goblins encontraram seu caminho bloqueado, como se por um milagre divino.
— GOOROG?!
— GGOBBOGOB!!
Os goblins, especialmente aqueles que descobriram que não podiam ir mais longe, estavam completamente confusos. Eles avançaram, não querendo serem deixados para trás, apenas para descobrir uma parede de luz em seu caminho. Bateram a cabeça na parede, batendo o nariz e reclamando alto.
Mas eram os que estavam na frente, alheios ao que havia acontecido, que estavam em uma situação verdadeiramente fatal.
— Quatro…!
— GBROGB?!
Matador de Goblins arremessou um machado de mão, abrindo o crânio de um goblin enquanto avançava. Ergueu o escudo, confiando no próprio peso e de seu equipamento enquanto batia em sua próxima vítima.
— GBBB?!
— Isso dá cinco! — Roubou a adaga da mão do goblin agitado, enfiando-a na garganta da criatura para acabar com ela. Desembainhou a arma, levantou-se e depois a jogou para trás em um único movimento.
— GOOBGR?!
— Seis, como está?!
Em uma batalha campal, ele nunca iria parar todos eles. Os que passavam por Matador de Goblins, voltando para seus companheiros, eram recebidos por Lagarto Sacerdote.
— Eeeeyaaaaahhhhhhhhhh!!
O espetacular rugido primitivo era a única resposta à sua pergunta. Lagarto Sacerdote, praticamente se tornando um de seus terríveis antepassados, os nagas, estava usando todos os quatro membros ao máximo. Qualquer goblin que chegasse ao alcance dele era eviscerado como se fosse uma lâmina de liquidificador girando.
— Eu acho… acho que estamos bem!
Foi Sacerdotisa que forneceu a resposta mais articulada entre suas orações desesperadas. Agarrando-se a seu cajado, estendendo a mão o melhor que podia para os deuses no céu, estava muito consciente de que era a chave para esta operação.
Matador de Goblins, tendo confirmado que ambos ainda estavam inteiros, assentiu. — Faça!
Ele pegou uma espada do cadáver de um goblin brotando uma adaga de sua garganta, girando-a sobre a cabeça. Alguém assobiou entre seus dedos e seguiu-se uma chuva de pedras da mansão. Elas atingiram os goblins do outro lado da barreira de proteção, as criaturas gritavam e choravam.
Muito provavelmente, vários seriam mortos, mas não todos eles. Ele não se importava… Isso era sobre controle do campo de batalha. Os criados eram amadores de qualquer maneira. Não gostaria que eles acidentalmente atingissem um aliado na confusão da batalha, mas ainda assim, os humanos eram os melhores lançadores do mundo. Com a barreira de proteção para mirar, estes eram realmente temíveis.
Me pergunto se consegui assobiar bem o suficiente. Sacerdotisa foi momentaneamente distraída pelo pensamento, mas então rapidamente o afastou.
Quando estavam concebendo este plano, Alta Elfa Arqueira queria tomar esta parte. Tratava-se de ganhar tempo, causar confusão e, durante essa confusão…
— Sete, oito, nove!
— GGOOROOGB?!
Os primeiros goblins a saltar na frente encontraram seu fim nas mãos de dois aventureiros.
Mais de dez, menos de vinte. Tal era a pilha de cadáveres em que Matador de Goblins estava como um governante conquistador. Ele sabia o que tinha que fazer. Usou uma tanga goblin para limpar o sangue monstruoso que manchava sua lâmina.
Mantenha a respiração sob controle. Verifique se há feridas. Sem problemas, mas mesmo assim, não teve tempo para descansar.
— Muro!
— Sim senhor!
A resposta de Sacerdotisa foi instantânea; ela retirou sua concentração da oração de proteção, retornando-a ao presente. A parede de luz desapareceu como a geada da noite ao sol da manhã.
— GOOGO!!
— GBG! GOOROGB!!
Os goblins se empilharam, naturalmente focados apenas no que estava bem na frente de seus olhos.
Eles foram apedrejados. A parede tinha desaparecido. Seus companheiros foram mortos.
Agora sigam em frente! Matem a escória! Estuprem a garota, de novo e de novo, e depois a matem também.
Isso era tudo o que estava em suas cabeças. Mesmo que acreditassem que esses eram os pensamentos mais elevados possíveis.
Sim, foram aqueles goblins que atacaram na frente que caíram na situação mais mortal.
Afinal, a maior força dos goblins eram seus números.
— Ó Mãe Terra, abundante em misericórdia, pelo poder da terra conceda segurança para nós que somos fracos!!
E eles perderam essa força quando uma oração repetiu reforços negados.
— Hrrr… yahh! — Matador de Goblins abriu caminho direto para a massa de goblins.
Primeiro, foram distraídos pelo espantalho, depois divididos pela névoa do Estupor. Então avançaram pelos vinhedos pelo último caminho disponível e se viram isolados por Proteção. Agora tudo o que restava era mergulhar e destruir o próximo grupo, então tentar ainda mais avançar. Sacerdotisa poderia usar três milagres no total. Valeu a pena supor que esse estratagema só funcionaria duas vezes.
Sim, poderia ter sido possível usar o feitiço Muralha do Espírito de Anão Xamã.
Mas os espíritos da terra também são o que alimentam esses campos.
Seria como usar fogo e quando pensava nisso dessa maneira, tinha que admitir, ainda que de má vontade, que era melhor evitar.
Mas duas vezes seriam suficientes para eliminar a maioria dos goblins.
A ideia de que um número menor de goblins era menos assustador era algo que até os aventureiros mais novos podiam compreender.
Quando se depara com muitos problemas, você precisa separá-los e lidar com um de cada vez.
Era um pouco da sabedoria que Anão Xamã havia compartilhado com ele, algo simples, uma boa dica para a vida diária.
E se ele não tentasse enfrentar um exército inteiro, mas lidasse com aqueles goblins que vieram correndo direto pela “caverna”? Bem, não havia como Matador de Goblins perder.
Todas as coisas sendo iguais.
Sim, assumindo que nada mais aconteceria.
Um assobio vindo da direção da casa invadiu os pensamentos de Matador de Goblins. Só pode significar uma coisa.
O Rio.
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— É-é horrível! — O velho soldado exclamou, apitando novamente enquanto corria para a sala.
Alta Elfa Arqueira se levantou antes que ele terminasse de falar, suas orelhas se contraindo. — O rio, certo?!
— Sim, estão vindo do sul, rio acima, há barcos vindo para cá! Não pude… Não pude ver quantos!
Assim que as palavras saíram de sua boca, Alta Elfa Arqueira, com o arco em mãos, saiu correndo da sala. Quando um Alto Elfo decide usar toda a sua velocidade, consegue se mover tão rápido que pode ser quase impossível para um humano vê-la. A velocidade que parte da inércia para a ação é impressionante. Altos elfos precisam apenas de um único passo para chegarem em sua velocidade máxima. Portanto, no momento em que Anão Xamã apareceu, Alta Elfa Arqueira já estava olhando pela janela traseira.
— O que você vê?
— Goblins. Pelo menos, é assim que os remadores se parecem.
— Uma frota goblin? Bons deuses, sua floresta estava dormindo?
— Não importaria, já que o rio está sob jurisdição humana!
As farpas entre eles voavam como sempre e, embora houvesse urgência, não havia ansiedade. Eles não ficaram particularmente chocados. Afinal, viram goblins em navios durante a batalha na Cidade da Água. Era impossível dizer quando exatamente os goblins haviam roubado o segredo do uso de veículos e montarias, mas eles tinham feito isso. Wargs, lobos e aranhas eram apenas o começo, talvez não montarias mais flexíveis, mas ainda algo para montar. O problema nem era tanto que os goblins agora tinham veículos, mas, como sempre, o grande número deles.
Alta Elfa Arqueira focou seus olhos de falcão na distância, observando as formas negras flutuarem pela noite. Dois deles… não, três.
— Droga, por que sempre há tantos deles…?! — Enquanto falava, Alta Elfa Arqueira colocou três flechas em seu arco simultaneamente e as soltou com um sopro e um assobio. Cada um seguiu um arco diferente, como se o projétil tivesse vontade própria. Anão Xamã não sabia dizer para onde elas foram. Ser capaz de ver no escuro e ser capaz de ver ao longe eram duas coisas completamente diferentes.
— Você os pegou?
— Ainda tem que perguntar? — Alta Elfa Arqueira fungou. Ela retomou sua enxurrada de flechas. Cada raio se tornou um brilho à luz das estrelas, como um cometa mergulhando na noite. Sem dúvida havia tantos cadáveres de goblins quanto flechas, ou talvez ainda mais se algumas ricocheteassem. — Mas temo que isso não vai nos levar a lugar nenhum — disse Alta Elfa Arqueira calmamente, pegando outra flecha de sua aljava e puxando a corda para trás com um rangido. — Posso tirar todos os remadores, mas o rio ainda vai levá-los dessa maneira. E se eles voltarem para dentro, não poderei atingi-los.
— Não pode afundar o navio com um tiro?
— Não, desculpe, meu braço não é tão forte quanto o do meu irmão!
— Então ele poderia? — Anão Xamã murmurou, mas suas palavras se perderam no som da corda do arco cantando como uma harpa. Desta vez, até Anão Xamã poderia dizer o que aconteceu, pois ouviu o som de ondulações quando algo atingiu a superfície da água.
Odeio dizer isso, mas esta bigorna com certeza sabe manusear um arco, para dizer o mínimo.
Se ela fez isso ou não com o orgulho costumeiro de seu povo, mesmo um anão não tinha escolha a não ser dar crédito onde era devido.
Bem, ele não poderia relaxar, então. Como poderia manter a cabeça erguida como um anão se deixasse a elfa fazer todo o trabalho?
— Talvez eu pudesse usar um feitiço para mudar a direção do fluxo do rio.
— Pode funcionar. Eu gostaria de entrar no meio deles se pudéssemos, mas agora uma batalha corpo a corpo é um pouco… preocupante! — Na última palavra, ela soltou uma flecha e outro goblin morreu. — Afinal, eles têm números. Odeio como…
Inesperadamente, Alta Elfa Arqueira ficou em silêncio.
— O que há de errado? — Anão Xamã disse, mas quando viu o olhar sombrio em seu rosto, também parou de falar
As longas orelhas de Alta Elfa Arqueira se moveram para cima e para baixo, muito levemente, e então ela disse bruscamente: — Algo está vindo… Algo grande. E rápido. Que droga é isso?
— Está me dizendo que é algo que você nunca ouviu antes?
— Eu ouvi algo parecido — respondeu Alta Elfa Arqueira franzindo a testa. — Mas aquilo…!
Naquele momento, tornou-se possível para todos na casa ouvirem o terrível som de terra rachando. Foi um som como um trovão que veio com a velocidade do relâmpago, não do céu, mas sim do chão.
Sim, a força dos goblins estava em seus números, mas também em sua astúcia cruel.
Havia barcos no rio. Certamente, então, havia algo na terra também.
— Queridos deuses… — Dos três ali, apenas o velho soldado conhecia aquele som e seu rosto estava contraído de medo enquanto ele gemia as palavras.
Ele já tinha ouvido aquele som antes no campo de batalha. Quando o ouvia atrás de você, isso lhe dava força e elevava seu moral, mas à sua frente, inspirava apenas uma batida de joelhos impotente.
Ele esperava que nunca mais ouvisse aquele som em sua vida.
— É uma carruagem…!
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Parecia ser algum tipo de máquina de guerra bizarra.
— Eeeeee?!
Foi mais ou menos na hora em que a segunda barreira de proteção desapareceu, um terceiro grupo de goblins sendo sugados. O som, como um trovão, foi acompanhado por uma grande sombra chutando a terra e foi isso que fez Sacerdotisa gritar.
— Hrk…!
— Isso não é o ideal…!
Os dois aventureiros mais experientes se protegeram das pedras voadoras, um com seu escudo e outro com suas escamas, abaixando-se em posturas de luta.
— GBBORB?!
— GORGO?!
Ouviram-se gritos de alguns goblins na frente deles quando foram apanhados e esmagados sob as rodas. Sangue enegrecido se espalhava por toda parte, adicionando uma nova variedade à carnificina infligida pelas mãos dos aventureiros. O fedor de vísceras era o cheiro inconfundível de morte, os intestinos ainda fumegando de calor.
Sim, eram armas feitas para assassinato, grosseiras, mas brutais.
— GORGB! GGOOOROGOB!!
Um goblin podia ser visto sorrindo acima da borda do veículo, que brilhava vermelho à luz da lua. O “carro de guerra” que ele comandava tinha sido uma vez, como se podia ver, uma carroça ou vagão de mineração; eles simplesmente o tinham modificado. Então equiparam a frente com escudos defensivos e uma variedade de armas terríveis: pregos, alabardas, uma catapulta. A carruagem de batalha avançou por meio de alças empurradas por inúmeros outros goblins.
— GOOROGOOROG!!
Um nome para este implemento? Talvez Carruagem de Batalha Goblin servisse. Um terrível instrumento sem dúvida feito com a assistência técnica das forças do Caos.
— Parem!
O que veio primeiro: a ordem do Matador de Goblins ou a chegada da carruagem?
— GOOROGB?!
— GRGB?!
A Carruagem de Batalha Goblin passou pela terra macia do vinhedo, pegando vários outros goblins sob suas rodas. Ainda assim, ser atropelado ou empalado nas estacas da carruagem, talvez fosse o melhor destino. Aqueles azarados o suficiente para serem jogados no ar tiveram vários segundos agonizantes para contemplar o medo da morte iminente.
— GGBBRG?! GOOROGGB?!
Durante algumas batidas do coração, um monstro se debateu no céu, como se tentasse nadar pelo ar, uma perseguição vã. Ele bateu no chão, onde sua cabeça estalou com um som semelhante a uma fruta madura estourando. Sua vida, os últimos segundos que passou se contorcendo, seus membros dobrados em ângulos impossíveis, finalmente terminou quando foi atropelado pela carruagem.
— GGOROGB! GRRROGOBBGORGB!!
O moral da Carruagem de Batalha Goblin não foi afetado pela baixa, pelo menos não o do chefe que montava sobre ela. Continuou a balbuciar ordens, nas quais vários dos goblins que a empurravam resmungaram com raiva. De qualquer forma, a carruagem de batalha fez um longo arco, mudando de direção para perseguir os aventureiros mais uma vez. Os pedaços de carne e gotas de sangue que caíam da carruagem pareciam dizer: Você é o próximo.
— Bem, céus! — Lagarto Sacerdote rolou para longe da ameaça que se aproximava, batendo sua cauda jovialmente contra o chão. — O caos se equipou bem hoje, eu vejo!
Logo abaixo dele, protegida por seu corpo maciço, Sacerdotisa se encolheu tão pequena quanto podia em uma tentativa desesperada de se manter segura.
— M-me desculpe… —, ela ofereceu debilmente, ciente do quão lentas eram suas próprias reações. Poderia ter crescido e ganhado experiência, até mesmo uma quantidade considerável dela, mas sua capacidade física não mudaria drasticamente. No entanto, mesmo enquanto a lama manchava seu rosto delicado e seus cabelos dourados, ela estava de olho no progresso da carruagem de batalha goblin. — O que vamos fazer sobre isso…?
— Eles ainda são goblins — cuspiu Matador de Goblins enquanto se levantava de um joelho. — Faremos o que sempre fazemos!
Entretanto as coisas não eram tão simples, ou mais precisamente, estavam ficando menos simples a cada momento. O apito atrás deles sinalizou que algo estava acontecendo perto do rio.
— Tsc…!
O que quer que ele fizesse, não importa o quão louco, não importa o quão ultrajante, não mudaria a situação, mas reclamar sobre isso também não ajudaria, Matador de Goblins advertiu a si mesmo, pensando o mais rápido possível.
O que devo fazer?
— Como parece para você?
— Bem, agora… — A carruagem de batalha goblin estava rasgando a terra enquanto girava novamente. Lagarto Sacerdote ficou facilmente de pé. — A sabedoria convencional diz que, para atacar o general, deve primeiro privá-lo de seu cavalo… e parece que alguém os alertou para isso.
Sim, esse era o primeiro problema. Normalmente os goblins que empurravam a carruagem poderiam estar indefesos, mas um escudo saiu da carruagem para cobrir suas cabeças e costas. Provavelmente os impediu de ver o que estava na frente deles, mas com o cocheiro (se essa fosse a palavra certa para descrever) presente, não importaria. Mesmo as flechas de Alta Elfa Arqueira seriam duramente pressionadas para atingir esses monstros pelas costas ou pelos lados.
— E de frente?
Com uma quantidade infinita de tempo, havia vários planos que poderiam realizar, mas o apito provavelmente significava reforços do rio. Eles teriam tempo para fazer um movimento, dois na melhor das hipóteses.
— Não tenho certeza — respondeu Lagarto Sacerdote, balançando a cabeça. — Com o milagre de Transformação Dracônica, talvez cinco minutos. Dependendo do equilíbrio entre a nossa força e a deles e a rapidez com que eles se movem.
— Uma aposta, então —, Matador de Goblins rosnou. — Não gosto disso.
— O que há para não gostar? Cada faceta deste mundo pode ser descrita por números, dizem eles.
Onde ele tinha ouvido essa ideia antes? Matador de Goblins soltou um suspiro. — Do lado dos… Espinhos, não é?!
— Ha-ha-ha, parece que eles anteciparam quase todos os modos de ataque.
Os eixos da carroça tinham pontas longas saindo dos lados para varrer as colunas de soldados.
Havia muitos problemas aqui. O verdadeiro problema era que os problemas eram ao mesmo tempo distintos e sobrepostos. Nesse caso…
— Matador de Goblins, senhor!
Inesperadamente, ele ouviu a voz tensa, mas determinada de Sacerdotisa. Estava se levantando, suas vestimentas ainda cobertas de lama, seu cajado nas mãos e estava olhando para frente.
A carruagem de batalha goblin tinha chegado novamente. Logo a ordem seria dada e ela atacaria mais uma vez. Sacerdotisa, porém, apesar da evidente ansiedade e terror em seu rosto, falou claramente: — Vamos reduzir nossos problemas!
— Então esse é o seu plano — assentiu Matador de Goblins.
Sempre havia um plano. Não importa quando. Não importa onde.
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O cavaleiro da carruagem de batalha goblin amaldiçoou seus subordinados por serem lentos e desajeitados em mudar de direção. Tolos ineptos! Pensem no que vai acontecer com vocês se nossa presa escapar.
Não havia necessidade de compartilhar nada com esses. O capitão fazia todo o trabalho, então era natural que guardasse tudo para si. O cavaleiro convenientemente esqueceu que apenas alguns dias antes, ele mesmo via todas as figuras de autoridade como aproveitadores inúteis.
Agora, onde estava a presa? Ah, alí. Depois de correr em confusão, eles fizeram a coisa mais estúpida possível e se prenderam na frente dos portões da fortaleza. O cavaleiro lambeu os lábios quando viu a pequena garota humana parada ali, claramente aterrorizada, segurando seu cajado.
Vamos dar a ela algo para realmente ter medo.
O cavaleiro alegremente ergueu um machado enferrujado e, em um único golpe, cortou a corda da catapulta. Houve um choque quando o peso afundou, o braço voando em resposta. Tinha a forma de uma enorme colher, na qual estava uma pedra que agora voava pelo ar.
Goblins, é claro, não eram capazes de calcular trajetórias. A pedra voou bem acima da cabeça da garota, batendo na parede da fortaleza com um estrondo. Alguns dos tijolos racharam com o impacto, pedaços deles se estilhaçando.
— GOOROGOOROOGG!! — O cocheiro goblin ficou mais satisfeito ao ver a garota gritar “Eek!” e se encolher. Valeu a pena instalar a catapulta, mesmo que só pudesse ser usada uma vez.
As rodas dianteiras, que haviam se levantado do chão quando a catapulta lançou seu pesado míssil, agora voltavam a bater no chão. Tudo o que restava era atacar a garota e atropelá-la. Apenas imaginar como ela ficaria em seus últimos momentos, como choraria e imploraria por perdão, era o suficiente para incendiar o goblin. Levado pela imagem em sua mente, ele bateu os pés e uivou para sua tripulação:
— GORGO! GGOOOROOOGGB!!
— GOOROGB!!
Os idiotas demoraram e reclamaram, mas finalmente começaram a pressionar. Se tivessem uma cabeça de vapor suficiente, poderiam esmagar o homem e a mulher em pedaços, eles seriam os vencedores. Com esta arma incrível e terrível, eles não poderiam ser derrotados.
Os goblins eram assim, como cães babando reagindo reflexivamente, mergulhavam em qualquer coisa que estivesse bem na frente deles. Não consideravam que muitos de seus companheiros já haviam morrido, que eles mesmos poderiam ser mortos em breve. Não, cada um assumia que ele era a exceção, era mais inteligente e diferente dos outros. Ele era melhor.
E assim…
— Ó Mãe Terra, abundante em misericórdia, conceda tua luz sagrada para nós que estamos perdidos na escuridão!
Desde o momento em que a luz brilhou em seus olhos, até seus últimos suspiros vis, eles nunca imaginaram a verdadeira identidade da sombra escura que saltou sobre eles.
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— Sim…!
No instante em que o milagre de Sacerdotisa causou uma explosão de luz sagrada, Matador de Goblins saiu do chão e começou a correr. De dentro do portão, chutou a porta e saiu voando. Quase no mesmo momento, uma grande forma verde agarrou a frágil jovem, puxando-a para trás.
— Ó brontossauro orgulhoso e estranho, conceda-me a força de dez mil!
Com a força concedida pela bênção de Transformação Dracônica, sua explosão de poder foi imensa. Se ele poderia parar a carruagem sozinho teria sido uma questão de sorte, mas sua velocidade era mais do que suficiente para manter ele e a garota fora de seu caminho.
Matador de Goblins, por outro lado, foi direto para a carruagem de batalha goblin. Um passo, dois passos, três. Ele não errou nem um passo, mesmo quando a carruagem de batalha consumiu a distância entre eles.
— Hm…!
A carruagem alcançou a porta aproximadamente no mesmo instante em que seu impulso lhe permitiu rolar sobre a carruagem. Agarrou a armação da catapulta para garantir que não seria sacudido e caísse para fora, puxando-se para cima. A disputa duraria até que eles passassem pela sala da frente. Os móveis voaram.
— Orcbolg?!
— GOOROGBB?!
Alta Elfa Arqueira podia ser ouvida da escada, mas não teve tempo de responder. Com os olhos, pôde ver o que estava acontecendo de qualquer maneira. Ele procurou a adaga em seu cinto e atacou o goblin enquanto balançava a cabeça, tentando limpar os olhos da cegueira.
— GOROG!
— Com você… — Estava indo para um combate corpo a corpo e isso significava que uma pegada reversa era melhor. Fornecia o caminho mais curto entre sua lâmina e a garganta do goblin. — …é vinte e cinco!!
Houve uma briga, ele pode estar lidando com um goblin, mas estava fazendo isso em cima de um vagão em movimento, torceu o punho, ganhando um acerto crítico. O goblin se afogou em seu próprio sangue, incapaz até mesmo de gritar, reduzido a não mais que um pouco de espasmos repetitivos. Restavam alguns poucos sopros de vida no corpo; Matador de Goblins se inclinou para apagá-los.
— GGOORGB?!
— GGGG! GGOOROGB!!
Sob o escudo, sem saber da morte de seu líder, os goblins balbuciavam e tagarelavam, mas que importância ele tinha afinal?
— Hrrgh… — Matador de Goblins deu um chute no escudo para calá-los, então segurou com força a lateral do veículo. Somente ele, montado na carruagem e, portanto, com uma visão desobstruída, entendeu perfeitamente o que estava prestes a acontecer.
A carruagem de batalha encontrou amplo apoio no mármore do vestíbulo e foi avançando… até que não o fez mais.
Era uma parede.
Matador de Goblins sentiu um choque percorrer seu corpo comparável apenas a um golpe do martelo de alguma criatura enorme. Se viu dobrado quase ao meio, então se endireitou novamente com um choque. Seus braços, agarrados à carruagem, gemeram; e ele podia sentir algo duro atingindo o cadáver goblin que carregava nas costas.
— GGORBBG?!
— GBG! GOORGBB?!
Os goblins, tendo finalmente percebido que algo estava errado além de seus antolhos, começaram a gritar, mas era tarde demais. A próxima coisa que sentiram após o impacto foi a sensação de que estavam flutuando, pelo menos por um instante. Houve um beijo frio da brisa noturna.
O impacto havia arrancado a catapulta da carruagem de batalha, o restante havia atravessado a parede e estava caindo pelo espaço. Os poucos segundos antes de atingir o solo (não seria uma aterrissagem muito limpa) pareceram excessivamente longos.
— Hrg… gh…!
O corpo de Matador de Goblins tremeu novamente com o impacto terrível. Ele nunca havia montado em um touro mecânico antes, mas imaginava que era assim. Se caísse, o melhor que podia esperar era bater com força no chão; mas na pior das hipóteses, poderia ser jogado nos pregos que se projetam das rodas.
Matador de Goblins simplesmente se concentrou em se agarrar à carruagem de batalha, mantendo a respiração estável.
— GBBOGB?! GOGG?!
— GOOROGGB!!
Os goblins empurrando a carruagem estavam mais ou menos na mesma posição: incapazes de soltar, levados pelo impulso do veículo.
Seus fins viriam em breve, de qualquer forma.
A carruagem chegou a toda velocidade ao pé da colina, acelerando em direção ao rio escuro. E a embarcação goblin tentando descer por ele.
— GORGB?!
— GOOOROGBB?!
No convés, os goblins, que estavam focados em se defender contra a chuva de flechas da mansão, gritaram quando avistaram a carruagem de batalha. Sem dúvida, eles estavam exclamando: Que porra é essa?! ou O que esses idiotas estão fazendo?! ou algo dessa natureza.
Um instante depois, a carruagem caiu sobre o navio, seu peso e velocidade transformando-a em um aríete gigante. O próprio Matador de Goblins mal sabia como conseguiu suportar o impacto. A carruagem bateu no casco do navio, rasgando-o até o centro.
Dificilmente se poderia dizer que ainda havia uma carruagem… ou um navio. Apenas escoras de madeira esperando para serem reduzidas a muitos destroços. Ao mergulharem na água, tiveram apenas a vaga impressão de que estavam batendo em algo branco. Então seus cérebros registraram que eles haviam sido mergulhados em algo pesado e viscoso e começaram a lutar por reflexo, mas não podiam escapar. Os espíritos da água puxavam impiedosamente suas pernas para baixo, e quanto às suas cabeças, sim, os restos da própria carruagem serviram de tampa sobre elas.
— BOOO?!?!
— GOOGRBB?!
Os goblins se debatiam desesperadamente na carruagem, tossindo e soltando baba e espuma, mas a estrutura não se moveu. Eles logo sufocariam e se afogariam. Matador de Goblins assistiu para ter certeza, então chutou o fundo do rio. Isso mesmo: afunde bem fundo, depois dê o pontapé para cima e mesmo que suas duas mãos estivessem amarradas, você poderia nadar.
Era ainda mais fácil se, no dedo anelar da mão esquerda, usasse um anel de respiração.
A faísca havia desaparecido há muito tempo, mas a magia contida dentro dela permaneceu inalterada. Mesmo nas profundezas, não tinha motivos para temer. Empurrou através da superfície da água, para o ar livre, gotículas pingando de seu capacete.
— Ahh…
Abriu bem a boca, sugando o ar, que carregava a umidade espessa do início do verão, uma atmosfera que conduzia mal a energia mágica.
— GOOROGB!!
— GGB?! GOORGB?!
Olhou ao redor e descobriu que a carruagem de batalha goblin havia entrado no que parecia ser o segundo de três navios. O navio se partiu em dois com uma grande racha, ambas as metades agora descendo para o fundo. No convés, guinchando a plenos pulmões, estavam alguns goblins que pularam para longe do impacto, mas não havia ajuda para eles agora.
Os goblins pensavam que se andassem em uma carruagem, ou navegassem em navios de guerra, a vitória seria deles. Eles poderiam ser derrotados ou afundados? Claro que não, isso era o que cada um deles tinha certeza. Agora estavam lutando para sair do convés, cada um tentando se salvar primeiro. Mesmo se conseguissem pular no rio, provavelmente seriam atingidos pelo naufrágio abandonado, imobilizados e esmagados até a morte.
Mas mesmo assim… Na mente de Matador de Goblins, isso não mudou nada. Ele estava apenas considerando se deveria mergulhar, usando seu anel para ir fundo o suficiente para evitar o casco, ou se deveria escalar seu lado quando…
— Orcbolg, abra os olhos! — Uma voz clara gritou e logo ele foi salvo. Uma flecha com ponta de botão passou assobiando, alojando-se nas tábuas de madeira bem na frente dele. Notou a corda presa a ela e agarrou-a sem hesitar.
— Vou te falar, você tem os planos mais loucos, Corta Barbas…!
A outra ponta da corda estava nas mãos de Anão Xamã, de pé com os pés firmemente plantados na margem. Alta Elfa Arqueira estava com as mãos em volta da cintura dele, puxando com toda a força para evitar que o anão deslizasse no rio. Sacerdotisa, coberta de lama, veio correndo até os dois amigos envolvidos em seu cabo de guerra. Seguindo-a veio Lagarto Sacerdote, parecendo extremamente satisfeito enquanto soltava um grande suspiro.
— O impacto com o navio não fazia parte do plano. — A voz de Matador de Goblins alcançou os outros?
— Certo, agora, Corta Barbas, segure-se bem firme!
— Sim. — Ele assentiu. — Desculpe pelo problema, mas preciso de sua ajuda.
— Ahh, nenhum anão ficaria parado e assistiria seu amigo se afogar. Ele o puxaria para fora ou iria para o fundo com ele!
— Está parecendo muito mais com o segundo nesse ritmo! — Alta Elfa Arqueira gritou.
— Eu ajudo — disse Sacerdotisa estendendo a mão com um sorriso desajeitado. E quando o Lagarto Sacerdote gritou: “Permita-me!” e acrescentou sua força aos puxadores, parecia que não havia mais nada com que se preocupar.
— Nada para se preocupar? — Matador de Goblins murmurou debaixo de seu capacete, espantado consigo mesmo por ter esse pensamento. Olhou para trás para ver a embarcação goblin se partindo e afundando, claramente visível mesmo na escuridão da noite.
Isso, suspeitava, representava a conclusão bem-sucedida da missão. Os goblins morreriam todos. Se houvessem sobreviventes, seriam varridos assim que chegassem à costa. Tinha acabado. Ou, pelo menos, deveria ter acabado.
Pelo amor de Deus: nunca conseguiu se sentir completamente confiante. Provavelmente nunca se sentiu, não desde dez anos atrás, desde aquela caça aos goblins protegendo aquela vila em seu primeiro ano. Ele, de fato, realmente protegeu esta mansão? Foi capaz de esclarecer as suspeitas em torno da Irmã Uva? Quanto tempo duraria a batalha com os goblins?
O que ele foi capaz de realizar? Será que achava que poderia realizar alguma coisa?
Pensou no papel que desempenhara nesses eventos.
Então se perguntou se havia cumprido aquele papel.
Ainda não sabia.
Tudo o que sabia era que na outra ponta da corda que se agarrava estavam seus companheiros.
— Hrmph. — Matador de Goblins suspirou pela enésima vez, ajustando seu aperto na corda. — A caça aos goblins é realmente mais simples.
Tradução: NERO_SL
Revisão: Play_cabs
QC: Bravo
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