Matador de Goblins

Matador de Goblins – Vol. 09 – Cap. 09 – Finalmente à Vida Diária

 

 

— Bem, parece que foi simplesmente terrível… — Garota da Guilda pode não ter experimentado isso em primeira mão, mas suas palavras aqueceram o coração com sua mistura de gratidão e preocupação.

Sim — Sacerdotisa, tendo finalmente terminado seu relatório, acenou com a cabeça, incapaz de dizer qualquer coisa a mais. Quase à mão estava uma xícara de chá preto que Garota da Guilda tinha cuidadosamente preparado para ela. Ela tomou um ou dois goles do líquido aquecedor e disse “Sim” de novo, baixinho — Foi difícil o suficiente para nós… Mas para Matador de Goblins… Um ogro? Quem poderia imaginar?

— Acho que Orcbolg vai ficar bem — disse Alta Elfa Arqueira ao lado dela. Ela estava ajudando com o relatório; agora ela bateu a mão na mesa em frustração — Mas essa garota aqui! Ela foi totalmente… totalmente contaminada!

— Contaminada…? — Não, não é bem assim… Perturbada, Sacerdotisa olhou para a esquerda e para a direita em busca de ajuda.

— Bem, a pessoa absorve a influência de seus predecessores — isso veio de um jovial Lagarto Sacerdote. Sua cauda balançou no chão e seus olhos rolaram alegremente em sua cabeça — Seja o caminho bom ou ruim, seguir em frente é inerentemente digno de respeito — ele fez um estranho gesto com as palmas das mãos juntas, enquanto olhava para a enorme peça de metal que estava pendurada na parede da sala de espera do Clã. Foi ao mesmo tempo um troféu de uma aventura e a prova de que um novo capítulo foi adicionado à histórica história desta Guilda.

Lanceiro e Bruxa, entre outros, estavam estudando atentamente, com o grupo de Guerreiro de Armadura Pesada logo atrás deles. Cavaleira estendeu a mão para tentar tocá-la, mas Guerreiro de Armadura Pesada a impediu; ela olhou para ele, fazendo beicinho.

— Vou ter que trazer um bom escudo ou algo assim para combinar — Anão Xamã observou os admiradores com diversão, tomou um gole de sua jarra de vinho e lambeu as gotas de sua barba com satisfação — Gigantes, um vampiro e ainda por cima, um ogro. Mesmo para os nossos padrões, é uma bela galeria de vilões.

— Certamente é… — Garota da Guilda acenou com a cabeça, checando suas folhas de aventura e relatórios. Parando para pensar, não fazia muito tempo que eles resgataram uma garota nobre de uma masmorra. Que série de aventuras incríveis. Desta vez, parecia que haviam trabalhado com aventureiros enviados da capital também…

— Então, no final quem acabou estando por trás de tudo isso, afinal? — Alta Elfa Arqueira perguntou, chutando com suas pernas bem torneadas.

Excelente pergunta, com certeza. A pessoa misteriosa que atrasou o início da primavera e contou com uma Bruxa de Gelo e um ogro entre seus subordinados.

— Certo — Garota da Guilda disse, batendo os papéis cuidadosamente e decidindo que ela poderia dizer isso — Presumimos que algum vestígio do exército do Lorde Demônio estava planejando algo, mas…

Parece que a honorável heroína os destruiu.

— Horrível, de fato — Lagarto Sacerdote disse facilmente. Ao contrário de Garota da Guilda, não havia gratidão nem preocupação em sua voz. Em sua opinião, enquanto ele pudesse construir sua lenda e comprar queijo com suas recompensas, não havia muito mais a dizer — Falando dessa heroína reverenciada, parece que ela tem estado muito ocupada indo e vindo. Se assim posso dizer.

— Sim… Alguém forte como ela tem muito a fazer, um monte de coisas que têm que fazer — disse a Garota da Guilda.

— Pratas precisam de babá — Lagarto Sacerdote disse quase para si mesmo. Anão Xamã reprimiu uma risada, enquanto Alta Elfa Arqueira soltou um bufo irritado. Ela estufou as bochechas, apesar de toda a sua infantilidade, o gesto tinha uma elegância condizente com uma Alta Elfa.

— Então, onde está Orcbolg?

— Segundo ele… ele achou que de vez em quando deveria voltar para casa mais cedo. Embora eu ache que ele geralmente o faz de qualquer maneira — concluiu Garota da Guilda, meio desapontada e meio resignada.

— Huh! — Alta Elfa Arqueira disse com um movimento intrigado de suas orelhas — Entendo — nesse caso, ela pode ter sido a única — Você pode até contar com Orcbolg… às vezes.

— Bem, se for uma questão de quem teve mais dificuldade desta vez, eu teria que escolher aquela garota da fazenda.

— De fato, mesmo assim, desejo a ela dias tranquilos, que esses eventos não influenciem negativamente seu trabalho.

— Você quer dizer o queijo — Alta Elfa Arqueira disse exasperada, arrancando uma revirada de olhos despreocupados de Lagarto Sacerdote.

Alguém soltou uma risada, que se espalhou por toda a companhia até que toda a guilda ecoou com uma alegria gentil.

— U-hum, eu realmente… não acho que contaminada é uma palavra justa… — Sacerdotisa continuou a objetar, mas foi abafada pelo coro de risadas. Ela estufou as bochechas de raiva e olhou para todos, mas ninguém parecia prestar atenção a ela. Quando ela desviou o olhar, carrancuda, porém, havia Guerreiro Novato e Clériga Aprendiz, junto com Caçador Homem-Lebre. O jovem guerreiro compartilhava com entusiasmo as histórias de sua aventura, acompanhadas por palestras ocasionais e interjeições de seus companheiros. Ela não sabia quantos “pontos de experiência” aqueles três tinham, mas tinha certeza de que o guerreiro e a clériga, pelo menos, não podiam mais ser chamados de novatos.

E ela… e quanto a ela?

Sacerdotisa queria acreditar que estava avançando. Se perguntasse a seus ex-companheiros… o que eles diriam a ela?

Ela fechou os olhos com força e balançou a cabeça vigorosamente. Com o mais elegante dos movimentos, Alta Elfa Arqueira olhou em seu rosto.

— E aí? Ei, você está realmente chateada? Desculpe por isso, quis dizer isso como um elogio, ou algo assim.

Sacerdotisa soltou um suspiro de alívio, olhando nos olhos da elfa.

— Não. Bem… — desta vez ela tinha certeza — Talvez eu estivesse um pouco chateada.

Ela sorriu incisivamente, ganhando um exagerado “O quê?” de sua amiga muito mais velha.

Percebendo o quão engraçado isso era, o quão delicioso e o quão abençoado, Sacerdotisa começou a rir.

***

O céu é azul em todo lugar, mas da janela da fazenda, era um azul que ela reconheceu. Vaqueira olhou para o céu se espalhando lá fora, apoiando o queixo nas mãos e soltando um suspiro melancólico.

Eu sei por que o tio está preocupado, mas ainda assim.

Depois que ela voltou, foi uma série de eventos que foram angustiantes, perturbadores e também de alguma forma tranquilizadores. Quando chegou à cidade, foi acolhida, repreendida pelo tio e incomodada pela recepcionista; ela esperou por ele, foi ao seu encontro.

E então tudo acabou.

A produção estava estragada, infelizmente, mas ela soube que pelo menos os arranjos de seu tio haviam chegado a tempo. As tramas sombrias que estavam se enraizando naquela área, foi dito, foram desfeitas por algum aventureiro incrível.

Agora tudo estava de volta ao que era antes. Ele partiu para aventuras com seus companheiros, enquanto ela vivia na fazenda. Se havia um problema para apontar, era que seu tio raramente achava por bem deixá-la sair de casa.

Ele poderia pelo menos me deixar fazer algumas entregas um dia desses.

Ela iria amolecer, a última coisa que queria era engordar, e era tão difícil para seu tio lidar com todo o trabalho sozinho. Claro, pensar em como seu tio devia se sentir a incomodava. Ela não queria preocupá-lo desnecessariamente, mas por alguma razão estranha, apesar da confusão e hesitação de Vaqueira, uma coisa que ela nunca sentiu foi medo ou terror.

Depois de tudo que aconteceu comigo, com certeza você esperaria que eu…?

Então, novamente, talvez ela soubesse o motivo. Vaqueira sorriu gentilmente, riu para si mesma onde ninguém podia ver. O único que a ouviu foi o canário piando em sua gaiola. Vaqueira enfiou os dedos nas grades e se levantou do parapeito da janela.

Bem, ficar deprimida não vai me levar a lugar nenhum!

— Melhor começar com a roupa! — ela disse alegremente, para se encorajar, e então ela prontamente começou a fazer o trabalho doméstico. Ia de cômodo em cômodo puxando os lençóis das camas e jogando-os na pia do quintal. Tudo que ela precisava era um pouco de água e cinzas e ela estaria pronta para começar.

— Oooh — ela murmurou, estremecendo com a água fria do poço enquanto pisava na roupa com os pés descalços. Os lençóis esmagaram-se sob os seus dedos dos pés; ela puxou a rolha e drenou a água, depois repetiu o processo. Finalmente, ela pendurou os lençóis em uma corda no quintal sob o céu azul, dando um bom e forte puxão nas bordas e pronto.

— Ufa! — ela exclamou com um salto de seu peito generoso. Enxugou o suor da testa.

— Hrmph, pensei ter sentido cheiro de leite; aposto que tem muito neles.

— ?!

A voz rouca a pegou completamente de surpresa; ela se virou em direção a ele. Ela apenas pensou ter sentido um vento oeste, uma brisa seca vindo da direção do sol poente, mas quando esperava que a rajada passasse, ela viu uma pequena sombra negra como uma mancha na terra. A sombra se transformou em uma figura, um homem terrivelmente velho que parecia ter visto tantos anos quanto qualquer rocha ou árvore.

Um velho rhea. Vaqueira piscou e disse — Er, posso ajudá-lo?

— Droga, bem, não pode — o rhea mexeu as mandíbulas por um momento e depois cuspiu ruidosamente — Mas falando sem rodeios… ele está aqui, não está?

— ?

— O aventureiro, o estranho — o rhea riu maldosamente, mostrando os dentes tortos — O idiota, tolo, o prodígio sem talento, cuja única característica redentora é que ele leva tudo muito a sério.

Vaqueira franziu os lábios, não muito satisfeita. Ela sabia a quem o rhea estava se referindo, mas queria objetar que ele estava totalmente errado.

— Sim, um aventureiro mora aqui, mas ninguém tão estranho quanto você está descrevendo — as palavras saíram mais agudas e mais agressivas do que ela pretendia. O velho surpreso soltou um “Huh!” que a fez perceber. Não foi o melhor dos começos. Ela sabia que foi infantil e abriu a boca para se desculpar, mas…

— Então me conte. Vocês dois, er, estão se dando bem? Eh?

Até mesmo Vaqueira poderia captar o significado por trás do tom desdenhoso. Ela sentiu um rubor de vergonha espalhar-se por suas bochechas.

— Você está enganado — ela o corrigiu incisivamente.

 

 

 

— A propósito, um velho mago disse algo uma vez.

A mudança repentina de assunto do rhea pegou Vaqueira desprevenida.

— Um-um velho… mago? — isso a fez pensar no rhea à sua frente. Ele era enrugado e velho.

Mas o rhea, talvez pegando essa linha de pensamento, bufou de desagrado.

— Ele disse que as pequenas coisas contam mais do que as grandes aventuras. E um anão disse algo mais — o rhea continuou e Vaqueira se viu inclinada para mais perto. Sua voz não era nada bonita, mas era estranhamente atraente — Ele disse que lá no fundo, há uma beleza que você nem conhece — uma mão como uma garra se estendeu e Vaqueira inconscientemente deu um passo para trás, com medo de que ele estivesse prestes a agarrar seu peito. O velho sorriu como um tubarão com dentes muito irregulares, uma expressão grande, larga e selvagem — Passar bem então, doce garotinha da aldeia. Que bom que passei por aqui!

E então o vento soprou novamente.

— Eep! — Vaqueira exclamou, fechando os olhos com surpresa. Quando ela os abriu, a sombra havia sumido, como se nunca tivesse estado lá. Como se tivesse guardado em seu bolso.

— …O que foi aquilo…? — Vaqueira respirou fundo e soltou o ar novamente, tentando acalmar seu coração acelerado. Passou por sua cabeça perguntar a ele sobre isso, mas estranhamente, ela descobriu que a ideia não parecia certa. Afinal, a coisa toda mal durou um minuto. Uma sombra veio, soprada pelo vento, depois foi soprada para longe novamente. Havia tantas coisas neste mundo que uma jovem humana nem poderia imaginar. Esta poderia ter sido uma delas.

E havia muitas coisas mais importantes, no que dizia respeito a ela.

— …Ah sim, eu tenho que fazer o jantar!

Ela faria o favorito dele, ensopado com bastante leite. Verificou como os lençóis estavam secando, então voltou para casa em uma corrida suave. Colocou os ingredientes em uma panela, levou para uma fervura forte e começou a mexer. Por fim, um aroma doce começou a sair pela janela com a brisa.

Ela viu uma figura escura abrindo caminho pela estrada que saía da cidade, o pôr do sol vermelho-escuro ao fundo. Era a silhueta do aventureiro mais ridículo, mais patético, porém mais legal de todo o mundo.

Ela começou a cantarolar quando o viu pela janela, dando-lhe um sorriso quando ele entrou pela porta.

— Bem-vindo em casa!

O mundo não tinha acabado ontem, tinha continuado hoje e, ela tinha certeza, continuaria amanhã.

Não havia nada mais precioso do que isso.

 


 

Tradução: Nero

Revisão: ZhX

 

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