— E aceitou a missão sem ao menos saber qual seria a recompensa?!
— Recompensa…?
— Não me diga que esqueceu, Orcbolg!
Uma árvore esqueceria suas raízes se fosse tão burra quanto você.
De seu lugar ao lado de Lagarto Sacerdote no banco do cocheiro, Alta Elfa Arqueira balançou as orelhas em desgosto.
Acompanhada pelo grupo, uma carruagem puxada por dois cavalos saiu com estrondo pelo portão da cidade. Uma brisa fresca com o primeiro sopro do outono fez com que nuvens percorressem o céu; o tempo estava claro e ainda continuava confortavelmente quente lá fora.
Mas também era seu dia de folga. Esta deveria ser a sua folga. O dia em que poderia dormir até o meio-dia, se quisesse.
Em vez disso, foi tirada do sono com “Temos um trabalho” e “São goblins”. Até mesmo um elfo ficaria chateado, e Alta Elfa Arqueira estava perfeitamente disposta a demonstrar isso com o uso de suas orelhas.
— Bem, hm, vamos… — Sacerdotisa, com o rosto tenso, tentou acalmar a arqueira, mas não era como se não entendesse o sentimento. Afinal, tinha sido uma caça a goblins no dia anterior e agora seria uma caça a goblins de novo. Ela adorava aventuras decentes, por isso não tinha como estar feliz com isso.
Não que isso vá me impedir de ir com ele, é claro…
Ele foi até eles como sempre, com a discussão que não era uma discussão; era de fato incorrigível.
— Matador de Goblins, senhor, você precisa se certificar de obter os detalhes, entendeu? — Ela ergueu o dedo indicador como fazia ao repreender os clérigos mais novos no templo.
— Entendo — disse ele, acenando com a cabeça atentamente, o que o incomodou menos do que a maioria dos jovens discípulos.
— Acho que podemos falar sobre a recompensa mais tarde… não é?
— Certamente. Claro, estou preparada para compensá-los. — Dentro da carruagem que o grupo rodeava estava sentada uma mulher usando um capuz e com um pequeno sorriso. A atendente sentada à sua frente era muito bonita, mas a pura glória de sua forma e o formato misterioso e atraente de sua boca não eram nada comparados com os de sua senhora.
Os aventureiros que passavam pela estrada viravam os olhares desinteressados na direção da beldade que observava pela janela da carruagem.
A cena era… normal. Não foi a primeira vez que o homem que não aceitava nada além de missões sobre goblins fez algo estranho. Ele era um estranho, e agora havia pegado uma missão relacionada a goblins e estava protegendo esta mulher.
A atmosfera um tanto indulgente, entretanto, talvez tenha sido perdida graças ao próprio homem…
— Para começar, vou oferecer a todos uma bolsa de moedas de ouro com antecedência. Depois, outra quando chegarmos.
— Uma para cada? — disse Anão Xamã.
— Isso mesmo.
Isso provocou um “Hmm” e uma carícia satisfatória na barba do anão. Para matar goblins, mesmo com o trabalho adicional de guarda-costas, esse era um preço bom.
— Nada mal, nada mal. Pode até ser uma boa chance de fazer um pequeno passeio pela capital…
— Aham… A… a capital. Sempre quis conhecer… — Alta Elfa Arqueira ainda estava irritada, mas parecia perceber que ficar furiosa ali seria indelicado e se contentou em resmungar um pouco.
Bem, de fato, ha-ha. Lagarto Sacerdote gargalhou de onde estava sentado no banco do cocheiro, segurando as rédeas.
Lá estava Matador de Goblins, que parecia estar guiando a carruagem. Lagarto Sacerdote e Alta Elfa Arqueira estavam sentados no banco. Anão Xamã e Sacerdotisa foram para os lados para dar apoio. Ninguém precisou dizer nada; logo entraram nessa formação.
No final das contas, todos seguiram o “milorde Matador de Goblins” sem nenhum deles perguntar sobre a recompensa, e foi isso.
Não quer dizer que não tenham pensado na viagem ou se preparado de maneira adequada. Deram a tudo a devida consideração.
Sim, muito agradável. Lagarto Sacerdote ficou satisfeito em saber que a maioria das pessoas não seria capaz de ver sua expressão enquanto seu sorriso se aprofundava.
De repente, não muito longe da cidade, Matador de Goblins falou:
— Pare a carruagem.
— Assim o farei. Lagarto Sacerdote colocou uma mão escamosa nas rédeas para interromper os cavalos.
— Espere um momento — disse Matador de Goblins e começou a andar. Eles não precisaram perguntar por quê. A uma curta distância da estrada, do outro lado da cerca, puderam ver uma jovem de cabelos ruivos.
— Corta Barba é deveras dedicado. Não acha, escamoso?
— Dizem que ser visto de frente um para o outro é uma maneira de formar um vínculo. Mas um vínculo pode se soltar sem a devida atenção.
Anão Xamã se aproximou da carruagem parada, tirando a rolha de sua jarra de vinho e tomando um gole.
— Bebendo antes mesmo do meio-dia? — comentou Alta Elfa Arqueira, surpresa, mas um anão que não bebe não é um anão.
— Não seja chata. Isso é combustível; me faz continuar. Como devo entoar meus feitiços se minha língua não está solta o suficiente?
Sacerdotisa se surpreendeu sorrindo com a aparente seriedade de Anão Xamã.
— É fácil ficar com sede, não é? Pode ser outono, mas caminhar o suficiente ainda fará suar. — Ela abriu um pouco o colarinho, embora soubesse que não era nada elegante, e se abanou.
Não estava quente o suficiente para se qualificar como um verão de verdade, mas os últimos vestígios da estação quente ainda eram bastante perceptíveis. Os aventureiros estavam acostumados a andar por toda parte, mas, mesmo assim, suar podia ser exaustivo e cansativo.
Isso a torna ainda mais impressionante, pensou Sacerdotisa enquanto observava Vaqueira conversando com Matador de Goblins. A camponesa estava sempre alegre e sorridente, apesar de quão exigente seu trabalho agrícola devia ser.
No momento, ela estava fazendo um gesto de não se preocupe com isso em direção a Matador de Goblins. Ele devia ter lhe dito que precisava ir embora imediatamente.
E se eu estivesse na posição dela…?
— Se…
A palavra, dita suave e relutantemente, saiu de dentro da carruagem.
Sacerdotisa espiou a janela e viu Donzela da Espada se movendo de maneira desconfortável. Seus seios, que convidavam à comparação com algumas frutas muito grandes, balançaram um pouco quando se pressionou contra o batente da janela. Sacerdotisa se surpreendeu bastante.
— Com licença, posso perguntar quem está aí?
Hmm? Sacerdotisa pensou, mas rapidamente conectou os pontos.
Ela estava falando sobre ele também.
— Hm, é a jovem da fazenda onde vive Matador de Goblins.
— Entendo… — Um suspiro, carregando uma pitada de tristeza, escapou dos lábios úmidos e vermelhos de Donzela da Espada.
— Senhora, há algum…?
— Não… — disse Donzela da Espada, balançando a cabeça e inclinando-a levemente para baixo. — Não é nada.
— Eu… Entendo. — Sacerdotisa se forçou a desviar o olhar de Donzela da Espada, apesar de seu desejo de lançar outro olhar para a mulher.
Sacerdotisa estava bem familiarizada com esse sentimento de paixão. Era o mesmo que sentiu naquela linda bruxa.
Então, o que era esse sentimento que sentia em Donzela da Espada, a exaltada arcebispa?
Não acho que seja exatamente reverência.
Quando se lembrou de seu tempo na cidade da água, relembrando aquele banho e o ritual do milagre da Ressurreição, ainda podia sentir algo dentro dela ficando quente.
Erk!
Balançou a cabeça com força para evitar que suas bochechas ficassem vermelhas ao pensar naquele momento na cama.
— Já terminei.
— Ah, tudo bem! — Sacerdotisa ergueu os olhos depressa enquanto os passos se aproximavam. Certificou-se de que estava segurando bem o cajado, verificou se a bagagem estava em ordem, enxugou o suor da testa com um lenço e estava pronta para partir.
— Então, vamos lá. — Lagarto Sacerdote sacudiu as rédeas, e a carruagem começou a se mover novamente.
Anão Xamã vasculhou sua bolsa, tirando uma maçã na qual deu uma grande mordida enquanto caminhava.
Sacerdotisa soltou uma risadinha e pôde ser ouvido um murmúrio incisivo “Sério, agora”, sobre o tilintar de seu cajado.
— Você vai ficar cheio demais para o almoço.
— O quê? Se refere a isso? Coisas assim dificilmente chegam ao estômago de um anão.
— Oh, me dê um pouco! — disse Alta Elfa Arqueira, descendo do banco do cocheiro; Anão Xamã jogou a maçã para ela com um “Aqui está”.
Ela pegou com as duas mãos e, sorrindo, poliu-a com a manga…
— Ahhh… — Sem aviso, a elfa soltou um bocejo satisfeito, enxugando os olhos enquanto o fazia. — Cara, eu ficaria muito feliz se não cruzássemos com nenhum goblin nesta viagem.
Mas isso parecia muito improvável.
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Donzela da Espada acordou com o crepitar rítmico das chamas dançantes do fogo.
Ela se ergueu do assento da carruagem escura. Tateou a espada e a balança, tomando cuidado para não acordar sua assistente, que dormia à sua frente, enquanto movia o cobertor.
Então vestiu as roupas e saiu silenciosamente da carruagem.
Eles estavam acampados durante a noite. O sol havia se posto, as luas tinham surgido e estrelas brilhavam.
Estavam em um local perto da estrada onde a grama havia sido removida para que os viajantes pudessem descansar. A questão era: o que veio primeiro, os viajantes ou o lugar para uma fogueira?
Normalmente, seria de se esperar uma pousada em um lugar assim, mas com todos os monstros dos dias atuais, isso era querer demais.
Donzela da Espada dirigiu-se ao centro do acampamento com apenas um leve farfalhar de pano. Tinha ouvido falar que não havia outras carruagens. Isso significava que quem quer que estivesse cuidando do fogo tinha que ser um membro de seu grupo.
Uma figura apareceu vagamente contra a luz das chamas, um homem que ela reconheceu de seus próprios sonhos.
— Boa noite…? — disse enquanto se aproximava, sentando-se ao lado dele com seu traseiro volumoso. Ficou a uma certa distância dele, pois não tinha coragem de se aproximar mais.
A sombra de Matador de Goblins se moveu, sua cabeça protegida por um capacete virando-se para Donzela da Espada. Sua atendente reclamou que parecia sujo e barato. E parecia mesmo, quando ela o removeu uma vez.
— Por que não está dormindo?
— Hm…
Sua voz era tão suave e fria, desinteressada, quase mecânica. Donzela da Espada levou a mão à boca para impedir que o coração pulasse para fora de seu peito abundante.
O que dizer a ele? As palavras que imaginou falar desapareceram em um instante. Era, pensou, como quando alguém estava trabalhando em uma carta, mas depois escreveu a coisa errada, amassou o pedaço de papel inteiro e o jogou fora.
— Depois… de tudo que você fez, enfim consegui dormir bem novamente. Eu queria te agradecer mais uma vez…
— Mas está acordada agora.
Ela finalmente conseguiu falar com o coração, mas Matador de Goblins a derrubou com seu comentário.
— Isso… — Donzela da Espada estufou as bochechas, franzindo os lábios vermelhos. — Você, senhor, é o pior.
— É mesmo?
— Com certeza acho que sim.
Ele nem percebia como ela se sentia.
Donzela da Espada se afastou de Matador de Goblins, mas sob sua venda, olhou em sua direção. Ele era uma presença sombria que olhava para as chamas, sem se mover. Para ela, parecia uma espada esperando o momento em que seria desembainhada.
Suponho que não esteja nem um pouco interessado no tipo de conselho que estão realizando na capital.
Eles estavam cercados por aventureiros cochilando em seus sacos de dormir e cobertores.
Donzela da Espada soltou um suspiro suave. No final, viu-se com apenas uma escolha de assunto para conversa.
— Então, não vimos nenhum goblin hoje…
— Eles virão — disse Matador de Goblins, mexendo no fogo com uma vara comprida. Um pedaço de lenha se estilhaçou, levantando brasas brilhantes.
— Temos uma carruagem rodeada por guardas armados. Seria difícil atacar de uma vez.
— …
— Esta noite ou amanhã.
Donzela da Espada não conseguiu dizer mais nada. Seu útero parecia ter sido apunhalado por um sincelo, o frio se espalhando a fazendo tremer.
Agarrou a espada e a balança contra o peito. A escuridão pressionava de todas as direções.
O vento dançou através das folhas e grama com um som silencioso. Donzela da Espada sentiu-se enrijecer.
Ela olhou para a direita. O som de galhos balançando. Olhou para a esquerda. A brisa soprando na planície. Hush, hush. Os cantos dos pássaros. Os rugidos das feras.
Um cheiro azedo de terra foi em sua direção. Estrala, estrala. O fogo estalando. O cheiro de lenha queimando.
Uma risada horrível ecoou em sua mente. Apontando e gargalhando. O fogo se aproximou de seus olhos.
Ela balançou a cabeça mais de uma vez, não, não. Sentia-se como se implorasse por nada.
Uma língua carmesim deixou sua visão branca. Um uivo abafado. Uma queimação como uma pinça quente entre suas pernas. Vozes estridentes.
Um grito parecendo estertor de morte, interminável, batendo contra seus tímpanos. A voz era dela mesma. Ela havia chegado ao limite, sua alma e sua própria dignidade se despedaçando…
— Durma.
A voz baixa fez parecer que era aço. A palavra chegou da sombra negra pairando em sua frente.
— Feche os olhos e, quando os abrir, será de manhã.
— Você faz soar… — falou Donzela da Espada com uma voz tensa, tentando controlar a respiração que tinha ficado rouca sem que percebesse. — Tão fácil…
— Sei que é difícil — disse Matador de Goblins com a maior seriedade. — Quando era criança, ficava deitado na cama tentando descobrir quanto tempo eu tinha que manter meus olhos fechados antes que amanhecesse.
As palavras mais simples. E evocaram o mais suave dos sorrisos de Donzela da Espada. Assim como houve um tempo em que ela era uma garota pura e imaculada, o homem diante dela tinha sido um garoto inocente.
Donzela da Espada não disse mais nada. Duvidava que pudesse dar voz às coisas que realmente queria falar.
Sobre ela mesma, sobre ele, sobre aquela garota da fazenda e aquela sacerdotisa corajosa.
Vários pensamentos rodearam sua mente, e cada vez que tentava dizer algo sobre eles, sua língua tremia e nenhuma palavra saía.
Mas havia um homem em forma de sombra ao lado dela, e por causa dela, ele silenciosamente cuidou do fogo.
Eu gostaria que a manhã se apressasse e viesse.
Eu gostaria que a noite durasse para sempre.
Sentiu como se tudo que havia esquecido nos últimos dez anos estivesse prestes a explodir… Sim, ela se sentia assim.
Donzela da Espada aproximou os joelhos e apoiou os cotovelos neles, apoiando a cabeça nas mãos. Soltou um suspiro que misturava doçura com pena.
— Mrn, ugh… Ooh.
Estava prestes a falar quando alguém dentro dos cobertores se mexeu e se virou, e Sacerdotisa se sentou. Esfregou os olhos para espantar o sono, bocejou e murmurou algo indecifrável.
Ahh. Donzela da Espada exalou, decepcionada. Tanto por conversar. E o amanhecer ainda estava longe.
Sacerdotisa levantou-se cambaleante; havia removido a cota de malha e estava usando apenas suas vestimentas. Com toda a incerteza de um acólito caminhando pelos corredores do templo no meio da noite, foi até suas coisas. Abriu a bolsa antes de murmurar:
— O quê? — Parecia enfim acordada. — Milady arcebispa…? E… Matador de Goblins?
Piscou, inclinando a cabeça em perplexidade. Seu olhar vagou de um para o outro, onde se sentaram lado a lado.
Matador de Golins já esperava, pois estava de guarda. Mas Donzela da Espada ao lado dele… O que estava fazendo lá?
— Hm, algum problema?
— … — Matador de Goblins grunhiu baixinho e virou o capacete de metal em direção de Donzela da Espada. — Ela acordou.
— Com licença — disse Donzela da Espada —, você me faz parecer uma criança hiperativa.
Já havia acabado por esta noite, decidiu ela. Estufou as bochechas, na verdade muito parecida com uma criança.
Então, antes que Sacerdotisa assustada pudesse fazer uma expressão de surpresa, a arcebispa se recompôs.
Ela não era mais uma garotinha. Nem era uma mulher jovem em idade para se apaixonar por garotos. Não tinha obrigação de admirar ninguém incondicionalmente.
A única pessoa que poderia ser descrita de todas essas maneiras era, na verdade, a garota intrigada diante dela. O fato causou um arrepio no coração de Donzela da Espada, mas ela sorriu fracamente do mesmo jeito.
— Vi que não conseguia dormir — disse ela. — E você? Há algo de errado?
— É, uh, não, senhora — disse Sacerdotisa com um aperto enfático de sua mão. — Eu estava com um pouco de sede. Pensei na minha água…
— Entendo. — Matador de Goblins agarrou seu próprio odre de sua bolsa e o jogou casualmente para ela.
— Eep! — exclamou Sacerdotisa, mas pegou, inclinando a cabeça educadamente e dizendo: — Obrigada.
Ela abriu o odre e bebeu de forma audível, consumindo seu conteúdo a cada gole. Donzela da Espada a observou de perto… e então seu olhar oculto de repente se voltou para o espaço vazio.
— … — Matador de Goblins não perguntou o que havia de errado. Rapidamente verificou se estava com sua espada e se sua armadura estava presa.
Quando Sacerdotisa viu isso, seu rosto ficou rígido.
— Vou acordar os outros…!
— Não deixe que percebam que você sabe.
— Certo!
Sacerdotisa pegou seu cajado e começou a circular o acampamento o mais indiferentemente que podia. Os anéis em seu cajado tremiam a cada passo, tilintando com o som de um sino. Em resposta, os outros três cobertores começaram a se mover.
Lagarto Sacerdote foi o primeiro a despertar, levantando-se em silêncio. Ele rastejou para fora de sua pilha de cobertores, sacudiu o corpo rígido e rapidamente pegou sua presa de dragão.
— Eles vêm, então?
— Pode ser. Vamos, acorde.
A resposta foi de Anão Xamã. Ele deu um chute em Alta Elfa Arqueira para tirá-la da cama. Com muitos “ooh” e “ahh”, ela se levantou, esfregando os olhos.
— Ainda nem amanheceu… — disse ela.
— Depressa — disse Sacerdotisa. — Preciso repassar a mensagem…
— Olha só quem é uma garotinha crescida — disse Alta Elfa Arqueira, agarrando o arco. Então pegou uma aranha rastejando por perto e tirou um pouco de seda para fazer a corda do arco.
Quando viu cada um de seus companheiros se preparando para a batalha, Matador de Goblins se levantou.
— Volte para a carruagem.
— Mas… — Donzela da Espada ergueu os olhos; a mão áspera dele já estava segurando o braço dela.
— É perigoso.
Ele a colocou de pé sem lhe dar tempo para discutir. Então partiu para a carruagem, e Donzela da Espada não teve escolha a não ser segui-lo.
Com suas habilidades, ela poderia facilmente ter participado da batalha com o mínimo de perigo, mas…
!!
Mas os dedos cravados na carne macia de seu braço não permitiram.
Entendeu perfeitamente bem que esta não era sua luta. E, no entanto, parte dela ainda queria discutir.
Donzela da Espada estava alegre ao se deixar ser puxada, mas quando foi empurrada para dentro da carruagem, soltou um pequeno “oh” de decepção.
— Tranque a porta e espere por nós.
A entrada fechou-se com estrépito. Donzela da Espada expirou, triste, então tocou seu braço, onde ainda havia marcas vermelhas de seus dedos.
— Nós vamos. E estaremos à sua espera!
Sua voz era tão suave que não poderia ser ouvida do lado de fora da porta da carruagem. Em vez disso, foi uma oração. Se ele a ouviu ou não, era de pouca importância.
— Mrf… O que está acontecendo? — Sua atendente com olhos sonolentos se sentou, ainda com o cobertor.
Donzela da Espada não respondeu, mas mordeu o lábio e puxou a espada e a balança para perto de si.
— … — Seus sentidos aguçados já podiam detectar as presenças do lado de fora. Quando puxou o símbolo de sua divindade para o peito abundante, seu corpo começou a tremer, assim como seus lábios.
— Goblins…. estão aqui!
Por favor, por favor, não deixe nenhum deles escapar vivo.
Sua voz tensa ofereceu um conjunto de palavras, seu coração, outro.
Se havia outra maneira de ela lutar contra os goblins, não sabia.
Tradução: Taiyo
Revisão: Guilherme
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