Os fogos de artifício dançaram para o céu com uma série de estalos, deixando pequenos traços de luz pelo trajeto. O céu estava agora bem vermelho, visto que ficou como a cauda de uma salamandra.
Entre expulsar os goblins e deixar o vale, não precisaram de muito tempo. O sol já havia passado de seu zênite e começado a se pôr a oeste, acomodando-se atrás das árvores.
Os aventureiros entraram na enorme floresta, parando a jangada à margem do rio, em um local indicado por Alta Elfa Arqueira. Ela disse que a aldeia ficava um pouco distante. Nesse caso, imaginaram que uma noite de descanso seria melhor do que uma marcha forçada.
— Eu com certeza não esperava que iríamos usar isso tão cedo assim…
— Se soubéssemos que ficaríamos tão molhados, deveríamos tê-los colocado desde o começo!
— Heh heh. De outra forma, não teríamos a chance de usá-los. Ah, você sabe colocar?
— Sim, eu consigo. A única coisa que não entendo é por que se incomodar em usar um. Bem assim, certo?
Uma corda estava amarrada entre os troncos de algumas árvores, e havia toalhas penduradas sobre ela. Do outro lado, as mulheres podiam ser ouvidas em uma conversa animada. Afinal, eram quatro delas; isso estava fadado a ficar um pouco barulhento.
Alguns minutos depois, as toalhas foram puxadas. Quatro mulheres em trajes de banho, uma visão e tanto.
— Simplesmente não entendo por que colocaria roupas específicas para se molhar. Não pode fazer isso sem nada? — Alta Elfa Arqueira parecia muito desconfortável, brincando com seu cabelo em um incomum gesto de constrangimento.
— Por que se preocupar? — respondeu prontamente Lagarto Sacerdote. Ele parou de trabalhar para revirar os olhos. E abriu a boca de forma importante. — Admito que aprecio um pouco a pele sem escamas, mas meu julgamento é de que esta roupa combina com você.
— Você acha? — Bem, então tá bom. Alta Elfa Arqueira deu um pequeno aceno de cabeça, como se começasse a aceitar a situação.
Anão Xamã parecia estar prestes a fazer um de seus sempre espertos comentários, mas acabou transformando-o em um espirro, e então fechou a boca. Talvez tivesse percebido que não havia necessidade de deliberadamente estragar o humor da elfa enquanto iam para a casa dela.
— Suponho que nossas opiniões sobre a aparência de Orelhas-Compridas e amigas estão agora bem estabelecidas…
— Acho que sim. Sinceramente, estou com um pouco de ciúmes… — Garota da Guilda levou a mão à bochecha, embora não tivesse motivos para ficar envergonhada.
Claro, ela era de uma sociedade onde as pessoas eram ensinadas a não mostrar muita pele. Dizer que não estava envergonhada não seria bem verdade, mas era assim que era. Seu trabalho de todos os dias não podia ser subestimado. Ela não estava exatamente com medo de ser vista assim – o que a tornava diferente de Sacerdotisa, que se escondia atrás dela.
— Ah… Ahhh…
O rosto da clériga estava brilhando de tão vermelho, tentando ficar o menor possível. Ela tinha muita vergonha de seu próprio corpo, jovem e pequeno. O que estava vestindo neste momento não era muito diferente da roupa que usou no festival da colheita, mas ter outras pessoas ao seu lado, com as quais poderia ser comparada, não era algo fácil. Pelo menos Bruxa, por quem estava discretamente (pensava) enfeitiçada e com quem com certeza não queria ser comparada, não estava presente. Ela gostaria de algum dia poder ser como aquela feiticeira, mas isso era um simples sinal de quão longe estava seu objetivo.
— Ah, você ficou bem — riu Vaqueira, dando um tapinha no ombro de Sacerdotisa. Vaqueira pensava nela como uma espécie de irmãzinha, além de achar seu corpo magro adorável. Ela também sentia que tinha ficado um pouco mais musculosa com todo o trabalho que fazia. Torceu os quadris para dar uma olhada, uma expressão duvidosa em seu rosto. — Bom o suficiente… Será?
— Essa não é uma pergunta que eu possa responder — disse Matador de Goblins. Ele pegou as quatro varas afiadas, as restantes, que preparou mais cedo e as fincou no chão, formando um quadrado. Seu capacete estava apontado para o grupo de mulheres; ele não era grosseiro a ponto de sequer lhes dar um olhar. Ainda assim, sua avaliação podia deixá-las ou não felizes… — Mas, pessoalmente, acho que ficou bom em vocês.
Sheesh, suspirou Vaqueira. Ela, de alguma forma, sabia que, depois de dar uma olhada rápida, ele logo desviou o olhar.
As bochechas dela suavizaram enquanto formava um sorriso. Era assim que ele era.
— Acho que você precisa aprender um pouco mais sobre os sentimentos de garotas.
— É mesmo?
Garota da Guilda riu ao lado dela.
— Acho que nosso querido Matador de Goblins está bem do jeito que é. — Sim, ela poderia desejar que ele fosse um pouco mais atencioso, mas havia algo nele que fazia seu coração dançar.
Ele acha que ficaram bons em nós. Pessoalmente.
A breve frase foi tão boa quanto um soneto.
— Eu ficaria… envergonhada se alguém me olhasse por muito tempo…
Então, isso é bom para mim. Sacerdotisa estava tentando se tornar ainda menor. Suas bochechas estavam vermelhas, e não era apenas por causa do pôr do sol.
Alta Elfa Arqueira se inclinou para frente, como se esperando que Sacerdotisa relaxasse um pouco.
— Então, só preciso mergulhar no rio e assustar alguns peixes, certo?
— Sim.
— Embora eu não os coma — disse ela olhando ao redor. — Mas não há escolha. — Parecia quase chateada, mas suas orelhas vibraram alegremente, e ela correu para água, chutando-a e fazendo respingar.
Lagarto Sacerdote observou as garotas conversando e brincando à margem do rio com o canto do olho. Ele acenou solenemente com a cabeça.
— Agora, essas folhas talvez sirvam aos seus propósitos. — A enorme braçada de flores que ele carregava farfalhou enquanto era sacudida. Sua longa língua escorregou até a ponta de seu nariz. — Peço desculpas por não ter conseguido reunir mais. Logo escurecerá.
— Eu sei — disse Matador de Goblins, levantando-se. — Então, vamos definir as vigas.
Era um trabalho braçal. Só precisavam prender as vigas superiores e inferiores, oito no total, nas arestas de madeira que Matador de Goblins cravou no chão. Em seguida, colocariam gravetos no nível inferior, fazendo um piso bruto, enquanto as folhas seriam espalhadas por cima, formando um telhado. Um abrigo simples e agradável.
Considerando a presença de cobras venenosas e insetos da floresta, preparar um telhado e depois dormir no chão nu seria tolice.
Construíram dois abrigos: um para homens e outro para mulheres. Normalmente, eram apenas cinco, mas desta vez eram três homens e quatro mulheres.
— Pela graça — disse Anão Xamã, desviando o olhar do trabalho em andamento para verificar as garotas na água. Ele estava cuidando do fogo; não era alto o suficiente para as demais funções. Anões eram incomparáveis no manejo do fogo, mas como guardiões de espíritos, não era o ponto forte deles. Anão Xamã rapidamente tentou acender uma faísca e tirou uma pedra plana de sua bolsa. — Chama dançante, honra da salamandra. Conceda-nos uma parte do mesmo.
Ele pressionou a pedra entre as mãos e incitou Acender, produzindo uma pedra de fogo. Então jogou a pedra brilhante de uma mão para a outra (“Quente, quente!”) e cercou-a com algumas outras pedras. Serviria no lugar do fogo.
O brilho dessa “fogueira” improvisada se destacou. No momento, estava sendo usada para secar as roupas encharcadas, mas elas sem dúvidas logo seriam substituídas por peixes.
— Não acha que… deixar as garotas brincarem assim é um pouco perigoso?
— Vou manter a guarda para todos nós. — Matador de Goblins tinha terminado de cuidar do chão e partiu para a próxima etapa. — Quero que tenham a chance de relaxar. — Enquanto ele ficava de pé, seu capacete inclinava-se um pouco para Vaqueira e Garota da Guilda.
Então voltou-se para Alta Elfa Arqueira, que arrastou Sacerdotisa para ajudar na caça aos peixes.
— Talvez seja por esta ser a terra natal dela — resmungou ele suavemente.
— Ho ho! Ela nunca teve tempo para mostrar esse lado. Ah, espera! Minha habilidade não é como a sua — riu Lagarto Sacerdote, mostrando suas presas, colocando folhas nas vigas de madeira assim que foram preparadas. — Mas, por que, milorde Matador de Goblins, demonstra a compaixão de Maiassaura?
— O que quer dizer com isso…?
— Que você é uma pessoa mais atenciosa do que aparenta.
— Isso é tão impressionante? — Matador de Goblins soltou um suspiro. — Eu sou tão impressionante?
— Diria que é uma qualidade mais valiosa do que mithril — disse Anão Xamã, jogando um gravetinho no fogo. A salamandra dançante abriu as mandíbulas e deu uma mordida, depois, com um estalo, ficou mais quente.
— Basta olhar para aquela moça de orelhas compridas — continuou Anão Xamã. Ele apontou para o rio com um braço aquecido. Alta Elfa Arqueira estava lá, alcançando a água com ambas as mãos, como se fosse pegar um peixe. Mas ela errou e, em vez disso, jogou um monte de água em direção de Sacerdotisa.
Isso fez com que Vaqueira caísse na gargalhada e, como resposta, Garota da Guilda jogou água nela também.
Alta Elfa Arqueira talvez tivesse se cansado da pesca infrutífera, ou talvez tivesse apenas decidido esquecê-la, mas, de qualquer forma, arrastou Sacerdotisa para perto e…
— Não acredito que ela se considere uma alta elfa de verdade — riu Anão Xamã, seu sorriso escondido pela barba.
— Seja lá como for, já estamos na terra dos elfos — disse Lagarto Sacerdote, sentando-se perto do fogo e esfregando suas mãos escamosas.
Assim que prepararam onde dormir, só havia o jantar a se esperar. E ele amava carne e peixe.
— Não acredito que os diabinhos nos alcançarão com facilidade.
— Não? — Matador de Goblins seguiu a deixa de Lagarto Sacerdote, também se sentando. Ele bateu as mãos para afastar a poeira e murmurou: — Pensei o mesmo.
— É…? — Anão Xamã encolheu os ombros, seus olhos semicerrados, e agarrou o frasco na cintura. Ele o desarrolhou e começou a jogar álcool em um copo que tirou da bolsa. Então ofereceu a bebida. — De qualquer forma, comece com uma bebida — disse. — Não o suficiente para ficar bêbado, é claro.
— …
Matador de Goblins olhou silenciosamente para a bebida de Anão Xamã, então para as garotas brincando no rio.
Vaqueira o notou e começou a acenar. Matador de Goblins balançou a cabeça.
— Pois bem.
Pouco depois, ouviu-se o grito de “Conseguimos alguns!” e puderam prosseguir para o jantar. Talvez não querendo ficar de fora, Alta Elfa Arqueira ajudou a pegar sete peixes. Anão Xamã bufou um pouco, mas espetou e grelhou o peixe sem reclamar.
Os sete (incluindo as garotas) sentaram-se em círculo e esperaram o peixe ficar pronto. Embora estivessem antes tão tímidas, brincar parecia ter ajudado elas a relaxar, e agora estavam sentadas com apenas um cobertor sobre seus corpos. Suas roupas, penduradas perto da pedra de fogo, ainda não estavam secas, e não podiam colocar nenhuma das outras roupas, já que o suprimento de vestimentas tinha que durar até chegarem à cidade.
Em vez disso, secaram seus corpos, enxugaram seus cabelos ensopados e esperaram ansiosamente pelo jantar.
— Bem, parece que estão todos se divertindo. — Anão Xamã puxou uma variedade de garrafinhas de sua bolsa de catalisadores. Ele abriu cada uma delas, cheirou para verificar o odor e, depois, jogou um pouco na comida.
Quando finalmente puderam ouvir o estalo da gordura fritando, ele anunciou: “Deve estar bom”, e entregou um espeto para cada pessoa.
Apesar da simplicidade da refeição, havia um aroma atrativo emanando dela, sem dúvidas graças às especiarias de Anão Xamã.
Alta Elfa Arqueira levou a comida até o nariz, cheirando um pouco, depois olhou para o anão.
— Você sabe que eu não posso comer isso…
— Só queria que você se sentisse incluída. Paciência. Se não quiser, tenho certeza de que alguém vai querer.
— Hmph… — As orelhas compridas de Alta Elfa Arqueira caíram enquanto ela olhava para a parte branca dos olhos de seu peixe, antes de passá-lo para Sacerdotisa.
— A-ah! Não posso comer dois…
Alta Elfa Arqueira sorriu.
— Qual o problema? Amanhã teremos um banquete, você pode praticar um pouco para conseguir comer. Vou ficar com alguns feijões secos.
— Então é mais uma razão para ter certeza de que meu estômago estará vazio… — Ela fez uma careta para Alta Elfa Arqueira, mas a patrulheira a ignorou. Sacerdotisa soprou seu peixe para esfriá-lo, começando com mordidinhas.
A gordura derreteu em sua língua, liberando um leve amargor, e então um sabor salgado tomou seu paladar.
— Mm! — exclamou ela, suas bochechas suavizando e formando um sorriso. Depois: — Estamos perto?
Uhum. Alta Elfa Arqueira balançou a cabeça, abrindo os feijões que pegou em sua bagagem.
— Provavelmente estamos bem na fronteira entre a floresta e a aldeia. Podem até mesmo nos encontrar antes de os encontrarmos.
— Então sua irmã mais velha vai ser a noiva — disse Vaqueira, dando uma mordida generosa em seu peixe e murmurando: — Mm, isso está bom. — Ela então disse, ainda mais alto: — Aposto que as noivas elfas são lindas…
— Bem, é claro! — Alta Elfa Arqueira riu e estufou o peito, como se Vaqueira estivesse falando sobre ela. Então abriu os braços e declarou: — Minha irmã mais velha é especialmente bonita! Afinal, ela é uma alta elfa!
Anão Xamã tirou os olhos da refeição por tempo suficiente para interpor:
— Você é uma prova ambulante de como isso não prova nada. — Mas com seu atual humor, ela foi capaz de ignorar até mesmo o desprezo a ela direcionado.
— Ho ho ho. Espero que sejam receptivos a um homem-lagarto — disse Lagarto Sacerdote. Ele havia tirado uma rodela de queijo de sua bagagem e estava cortando-a com suas garras. Enfiou pedaços em seu espeto, onde os cozinhou no fogo. Suas mãos escamosas sibilavam enquanto eram esfregadas em antecipação, esperando que o queijo derretesse.
— Você realmente gosta de queijo, não é? — disse Garota da Guilda enquanto o observava. Ela estava dando delicadas mordidas em seu próprio peixe. — Naquela batalha você parecia uma espécie de coordenador. Pelo menos pelo que pude ouvir…
— A administração tem seus próprios testes.
— Poupe-me dos detalhes. Isso é problemático.
Tantas coisas para pensar. Garota da Guilda revelou um sorriso ambíguo; sem dúvidas tinha preocupações mais do que suficientes.
Na verdade, nem os aventureiros nem a equipe sabiam muito sobre o trabalho diário um do outro. Existiam tão poucas oportunidades para experimentar o perigo da aventura ou a brutalidade do trabalho burocrático.
— Tive experiências muito informativas nesta viagem. Mesmo sendo um pouco assustadoras.
Sinto muito, Alta Elfa Arqueira parecia dizer, suas orelhas mais uma vez cedendo.
— Quando chegarmos à aldeia, vou ter certeza de que alguém ouça a minha opinião. “O que seus guardas estão fazendo?!” Esse tipo de coisa. Mas terei certeza de cumprimentar sua irmã de forma apropriada — disse Garota da Guilda. — Preciso deixá-la saber o quanto aprecio tudo o que você faz por nós.
Alta Elfa Arqueira coçou a bochecha, parecia estar envergonhada.
— Falar esse tipo de coisa para a minha irmã será muito bom. Mas quanto ao meu irmão…
— Você tem um irmão? — perguntou Matador de Goblins, bem baixinho, enquanto colocava pedaços de peixe pelo seu visor.
Bem, quero dizer primo. Alta Elfa Arqueira respondeu de forma breve, seu dedo indicador desenhando círculos no ar.
— Não consigo lembrar como vocês humanos chamam isso. Um futuro cunhado?
— Você quer dizer o noivo?
— Sim, isso aí mesmo — disse ela com um aceno de cabeça. Então colocou mais comida na boca e olhou para o céu. Já estava quase negro, uma diversidade de estrelas estava visível entre as folhas das árvores.
Com uma cadência quase musical, Alta Elfa Arqueira explicou que os elfos chamavam isso de “portão da chuva”.
— Meu primo — disse — é louco pela minha irmã há muito tempo, agindo de forma quase fanática por causa disso!
— Bem, o orgulho é a única coisa que todos associam aos elfos! — gracejou Anão Xamã.
— Exatamente! — respondeu Alta Elfa Arqueira. — Ele é um elfo de verdade.
— Mas se vão se casar… — disse Sacerdotisa, levando um dedo ao queixo enquanto pensava. Então sorriu quando notou a resposta. — Sua irmã deve ter percebido que ele se importa com ela!
— Ele não foi exatamente sutil a respeito disso. E não é como se eu soubesse o que ela viu nele. Isso tudo me parece um monte de problemas. — Então aquela risada tilintante soou. Alta Elfa Arqueira abraçou os joelhos. — Sabe o que os elfos fazem para chamar a atenção de alguém? Cantam. — Sua voz estava baixa, como se estivesse revelando um segredo, e carregava uma sombra travessa. — Ele saiu por aí cantando uma balada épica sobre todas as suas grandes conquistas marciais, até que o espancaram.
— Ah. Alguns bandidos o pegaram? — perguntou Lagarto Sacerdote, divertindo-se.
— Não, minha irmã que fez isso!
O grupo todo riu.
Alta Elfa Arqueira compartilhou uma história dos velhos tempos atrás da outra, contos que nunca poderia ter contado durante um casamento. Como na vez em que seu primo quis pegar um veado para dar de presente, mas falhou. Ou da vez em que ele adoeceu e a irmã dela ficou tão preocupada que não conseguiu dormir, e por causa disso acabou pegando um resfriado. Houve uma vez em que sua irmã cozinhou muito algumas guloseimas (um lapso atípico), mas seu primo comeu tudo enquanto mantinha uma expressão séria.
Havia o fato de que Alta Elfa Arqueira aprendeu tudo que sabia sobre ervas, frutas e muito mais com sua irmã, enquanto seu primo ensinou a usar o arco e flecha e a como cruzar um campo rapidamente.
Ou quando disse que deixaria a aldeia, sua irmã se opôs, mas seu primo a apoiou…
Ela passou dois mil anos nesta floresta. Tinha tantas memórias espalhadas ao longo daqueles dias mutáveis e sempre diferentes.
No meio dessa enxurrada de histórias, Matador de Goblins disse:
— Então esta é a sua casa.
— Isso mesmo.
— Isso é bom.
— Bem… — Alta Elfa Arqueira semicerrou os olhos, ficando assim como ficaria um gato sorridente. — É onde está o meu coração.
Matador de Goblins balançou a cabeça. Vaqueira piscou para ele por um momento.
Ele, então, disse:
— E há goblins por perto.
O tom de raiva em sua voz era inconfundível.
Tradução: Taipan
Revisão: Shibitow
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