Matador de Goblins

Matador de Goblins – Vol. 07 – Cap. 01.2 – Um Comunicado Para Ela

— Hrr… gyaaaaaahhhhhh!

O grito de mulher, como o cacarejar de uma galinha tendo o pescoço torcido, correu por toda a capela crepuscular.

Por mais que tentassem se aproximar, havia um limite físico para quantos goblins uma pessoa poderia acomodar de cada vez. Sim, os goblins eram pequenos, mas mesmo contando com os dois braços, sua boca e talvez seu cabelo, havia espaço para apenas cinco ou seis de cada vez.

Entretanto, havia facilmente mais de uma dúzia de monstros ao redor da mulher que naquele momento estava atada ao altar. A violação de sua castidade já foi horrível o suficiente, mas esta vítima estava sujeita a todos os desejos mais cruéis deles de uma só vez, uma posição verdadeiramente lamentável.

A mulher, cujo grito agonizante soou pelo salão de adoração, estava agora vestida com nada além de trapos que um dia foram uma roupa de viagem. Seus membros, que só podiam ser vistos através da pressão dos corpos dos goblins, eram bronzeados e bem musculosos.

Ela era uma viajante que se hospedou neste convento, em uma pequena biblioteca dedicada ao Deus do Conhecimento.

Agora não havia como saber para onde pretendia ir ou por que havia permanecido naquele lugar. Os textos, joias de sabedoria ali armazenadas, não estavam mais em condições de serem lidos. Todo o conhecimento reunido pelas donzelas – que deixaram suas casas e se trancaram neste lugar por uma série de razões – foi pisoteado. Os goblins pegaram esses preciosos registros de conhecimento e os destruíram, contaminaram e, em alguns casos, até mesmo incendiaram.

A biblioteca saqueada continha agora apenas as freiras, seus espíritos quebrados por predações inimagináveis. A viajante viu o que os goblins fizeram com elas e, ainda assim, escolheu lutar – uma boa e forte presa para os diabinhos.

Ela tinha lutado para proteger as freiras ou para abrir um caminho para a sua própria fuga? Os goblins presumiram que devia ser a segunda opção. A leitura mais honrosa, porém, era que a viajante empunhou sua espada com bravura, sem se preocupar consigo mesma.

Pelo menos até os goblins a derrubarem, baterem nela sem qualquer piedade e quebrarem seu braço.

Passaram-se vários dias desde então, e os goblins restantes ainda estavam ocupados em se vingar por aqueles que ela matou. Deixaram a viajante por último, para que pudessem desfrutar do seu terror crescente enquanto ela testemunhava o destino que eles deram às freiras.

Eles nunca pensaram que ela poderia tentar escapar. Ou melhor, presumiram que não havia nenhuma maneira de que ela pudesse fazer isso.

Goblins costumam demonstrar excesso de confiança, apesar da ausência de motivos. Nunca imaginariam que qualquer coisa que tentassem pudesse falhar. E mesmo com a chance de que algo acontecesse…

— GOORRIRRROG!!

— Urgh! Aggh… gah… s-seus bas… taaaagh!

Sempre seria porque algum idiota igual ela resolveu ficar no meio do caminho.

Os goblins acreditavam cegamente que todas nesta pequena biblioteca eram completas e absolutas idiotas. Mantinham esta sala cheia de documentos sem sentido e chatos, e havia tão pouca comida. Os humanos, riam os goblins, faziam tanta coisa sem sentido.

E eles, é claro, jamais poderiam entender o significado dos volumes mantidos nesta biblioteca. Ficava perto de uma estrada, localizada em uma floresta, onde foi construída com a convicção de que, embora o conhecimento e sabedoria tivessem nascido do mundo profano, era importante evitar acabarem manchados por esse mesmo mundo.

Só porque era uma biblioteca pequena, não significava que carecia de quaisquer defesas contra monstros ou bandidos. Tinha muros de pedra e, às vezes, aventureiros viajantes ou mercenários se hospedavam lá. Mas a prolongada exposição aos elementos pode desgastar um muro. E havia ocasiões em que nenhum visitante armado se hospedasse ali.

Foi por isso que os goblins alvejaram o local? Foi por isso que foram atacadas pelos goblins?

Poderiam perguntar isso, mas o Deus do Conhecimento dificilmente levaria alguém a uma resposta.

Goblins eram como um desastre natural; surgiam de lugar nenhum. Eles, neste momento, tinham simplesmente aparecido.

— Hrrraaaaghhhh!

A biblioteca era agora um antro de devassidão. E em um um canto do salão de adoração ao Deus do Conhecimento, um único goblin apoiou o queixo entre as mãos, apreciando o som dos gritos da mulher aos seus ouvidos.

Depois de se divertirem com ela, a manteriam viva para gerar seus filhotes ou a matariam e devorariam?

Ela, muito provavelmente, viraria comida, pensou o goblin. Os jovens precisariam de algo para comer e, de qualquer forma, seria chato se não a matassem. Insatisfatório.

— Gyaaaaaaahhhh!

Um grito agudo. Algum goblin impaciente devia ter passado a machadinha pelo braço quebrado dela ou algo do tipo.

— GROB! GOOROORB!!

— GOORROB!

Alguém reclamou por causa disso, respondeu, e seus cacarejos cruéis contra a mulher derrotada preencheram a capela.

Isso não podia acontecer. Existiam várias formas de desfrutar de uma mulher morta, mas este era o único momento para aproveitar os prazeres de uma delas viva.

O goblin lambeu os beiços, seu cérebro minúsculo estalando. Talvez pudesse encontrar uma boa oportunidade para cortar a fila, para ter uma chance de desfrutar da mulher enquanto ela ainda estava viva. Essa era a sua única preocupação; não tinha qualquer interesse nos outros goblins que iria atacar, muito menos na própria jovem.

Goblins tinham senso de solidariedade e se reconheciam como companheiros, mas a maior lealdade que tinham era sempre a eles mesmos. Como poderiam ganhar, ter prazer, alcançar a melhor posição, matar pessoas más – ou ao menos quem não gostavam?

A morte dos outros goblins era uma desculpa perfeita para desfrutar da infeliz vítima até que a matassem.

— GROOROB!

— GRO! GOORB!!

O goblin escolheu um dos outros quase ao acaso e o acertou.

Fiquei o tempo todo de guarda! Vocês também precisam cuidar um pouco da defesa! Não é justo que os goblins que não ficaram de guarda sejam os únicos se divertindo, seus desgraçados gananciosos.

O goblin apresentou seu caso (no qual destacou apenas os detalhes convenientes) e deu um empurrão no ombro de outra criatura burra.

— Er… ergaahh! V-Vocês estão… me… matando…!

— GROB! GOOROBB!

Estes eram monstros que não se importavam com os outros goblins ou com a forma como a lamentável mulher tentava resistir. As crueldades com que se divertiam são coisas que não se suportam falar.

E outro ponto importante: absortos em sua diversão, sequer perceberam.

— GRRRRR…

Não perceberam o braço surgindo da escuridão e agarrando o goblin que resmungava sobre a injustiça de tudo isso. O adendo assustadoramente silencioso se enrolou no pescoço do goblin como se fosse uma cobra e apertou com força.

— B…?!

Antes que a criatura pudesse gritar, uma faca cortou sua garganta.

Uma mão cobriu a boca do goblin enquanto ele se engasgava com o próprio sangue, descansando ali por vários segundos até que parasse de respirar.

O cadáver do goblin foi prontamente jogado para trás de um dos bancos, e então o dono do braço acenou em direção às sombras.

O proprietário era um homem, usando uma armadura de couro encardida, um capacete de aço de aparência barata, uma espada de comprimento estranho e um pequeno escudo redondo preso ao braço.

Era Matador de Goblins.

Com seu gesto, Lagarto Sacerdote avançou, seu rabo atrás. Alta Elfa Arqueira o seguiu, depois Sacerdotisa e depois Anão Xamã. Nenhum deles fez som enquanto se moviam: nem um passo, nem um farfalhar de roupas.

A razão pela qual conseguiram realizar tal feito foi graças à garota que rogava com os olhos fechados, suas mãos em torno de um bastão.

— Ó Mãe Terra, abundante em misericórdia, conceda-nos paz para aceitar todas as coisas.

Estavam abrigados no silêncio absoluto concedido pelo milagre de Silêncio de Sacerdotisa.

As vestes dela estavam cobertas por manchas escuras, evidências dos vários goblins com os quais já haviam lidado. As marcas de sangue, porém, não pareciam incomodá-la; apenas se ajoelhou e continuou a orar. Seu coração fiel ajudava a proteger os aventureiros com esta bolha de silêncio.

Alta Elfa Arqueira era o exato oposto; parecia capaz de explodir em lágrimas a qualquer momento.

— Ugghh…

Ela podia ter usado uma cartucheira de perfume, mas, ainda assim, o fedor de excrementos de goblins e dos sucos de suas entranhas agredia seus sentidos aguçados. Ela não conseguia evitar que as coisas nojentas caíssem em sua capa, deixando sua roupa com um cheiro bem desagradável.

Por que os deuses não podem bloquear os cheiros também? Alta Elfa Arqueira ergueu os olhos com ar de censura para a estátua no salão de adoração.

Era uma imagem do sábio que mapeou os movimentos das estrelas.

É claro que não houve resposta para sua pergunta impertinente.

Estou aqui salvando seus seguidores porque, aparentemente, você não pode cuidar disso sozinho. Agradeceria um pouco de gratidão.

Certo, isso talvez estivesse tendendo para o sacrilégio. Suas orelhas se contraíram e ela colocou uma flecha em seu arco.

O grupo de aventureiros havia chegado à capela sem passar por dificuldades desnecessárias. E agora se deparavam com cerca de vinte goblins, todos absortos em sua diversão. Não deixariam essa chance passar.

Os membros do grupo de Matador de Goblins acenaram as cabeças uns para os outros, seguidos por uma série de sinais rápidos.

— …

— …

Anão Xamã foi o primeiro a agir. Ele tomou um gole de vinho de fogo do frasco em seu quadril e cuspiu na mesma hora. A névoa pairou sobre a sala enquanto cantava:

Beba muito, cante alto, deixe os espíritos guiá-lo! Cante alto, dê um passo e, quando dormir, o verão, que uma jarra de vinho de fogo esteja em seus sonhos para cumprimentá-lo!

Os goblins, afligidos por Estupor, começaram a espreguiçar, e, então, Matador de Goblins entrou em ação. Ele saltou sobre o banco, correndo pelo chão de pedra e enviando sua espada pelos ares. A lâmina viajou silenciosamente pelo ar até que deixou a área de efeito de Silêncio, quando começou a soltar um leve assobio.

Mesmo os goblins, por mais estúpidos que fossem, não deixariam de notar isso.

— GOOROB! GOROOOB!!

— GRRORB!!

Vários dos monstros apontaram e gritaram, mas era tarde demais. O goblin estava empurrando seus quadris, então sentiu algo entrando na parte de trás de sua cabeça e o perfurando até a boca. Será que ao menos entendeu o que aconteceu?

O goblin, com a coluna toda cortada, espumava pela boca, seus olhos dourados e sujos, girando.

— GOOROOROOOB?!

— Um.

Matador de Goblins praticamente se lançou para frente, usando seu escudo para atacar um dos goblins por perto. No mesmo movimento, agarrou uma foice do quadril do primeiro monstro, que se contorcia, usando-a para cortar a garganta do segundo.

— Dois.

Usando seu escudo para impedir que o sangue respingasse, puxou a lâmina e jogou o goblin para baixo, cobrindo a jovem mulher.

— Você está viva, correto?

Ele olhou para a mulher se contorcendo e coberta de sangue que estava embaixo de um cadáver.

Sabia muito bem como os goblins trabalhavam. Se pudessem usar o corpo da mulher como escudo, isso seria mais do que um pouco problemático.

Os movimentos que ele via, entretanto, eram provavelmente de choque pela dor e perda de sangue. Ela ainda estava viva, mas não lhe restava muito tempo. O tempo era, como sempre, essencial.

Os goblins tornaram clara a hostilidade que tinham contra os invasores. Matador de Goblins vigilantemente os observava.

— Depressa!

— Então vamos seguir o nosso caminho.

— C-Certo!

Lagarto Sacerdote pegou Sacerdotisa em seus braços e saiu correndo, suas garras cravando-se no chão de pedra. Ele se inclinou para frente em um ângulo impensável para um humano, mas sua longa cauda lhe permitia manter o equilíbrio.

— GOROOOB! GROBB!

— GGOOORB!

Os goblins, desnecessário dizer, não deixariam que escapassem impunes. Podiam até não ser os mais inteligentes, mas não deixariam essas mulheres escaparem de suas mãos, ainda mais todas de uma só vez. E Lagarto Sacerdote estava literalmente com Sacerdotisa em suas mãos…

— Krrraaahhhhhhaaaa!

— GOOROB?!

Mas, contanto que ele tivesse suas garras, presas e cauda, quem se importaria com suas mãos? Dragões e nagas com certeza não precisavam de armas.

— GROOB?!

— GOBORB?!

Um antigo provérbio dizia para deixar os dragões adormecidos dormindo. Mas o que os goblins sabiam sobre provérbios?

A cauda do Lagarto Sacerdote e as garras de seus pés acertaram um goblin, fazendo-o voar. As feridas não seriam fatais, mas tudo o que precisava no momento era levar Sacerdotisa ao altar.

— Devo ficar na vanguarda? — perguntou.

— Sim, por favor.

No meio dessa breve conversa, Matador de Goblins largou a foice, que estava alojada no crânio de um goblin.

— GROBBB…?!

Quando sua vítima desabou, agarrou o porrete grosseiro na mão da criatura. Seria o suficiente; no momento não precisava ser exigente.

— Pois bem, milady Sacerdotisa. Deixo com você.

— Claro. Boa sorte!

Lagarto Sacerdote a colocou gentilmente no chão, usando a cauda para manter os goblins afastados, então fez um estranho gesto de juntar as mãos.

— Ó falciformes asas de Velociraptor, rasgue e dilacere, voe e cace!

A presa entre suas mãos cresceu e uma Garrespada apareceu diante de seus olhos, e Lagarto Sacerdote atacou o inimigo, uivando.

— Krrraaaaaaahaaaaahhhhaaaa!

— GOORBGG?!?!

Ele era um clérigo, sim, mas também um guerreiro, do tipo que pode ser chamado de sacerdote-guerreiro. Se tivesse nascido em outra raça, poderia ter sido um excelente cavaleiro.

Em contraste com Matador de Goblins, que dava golpes rápidos e precisos em pontos vitais, Lagarto Sacerdote era um turbilhão de pura violência. A capela, já suja do sangue das freiras e imundície dos goblins, estava agora ainda mais suja com o sangue dos diabinhos.

— Certo…!

Sacerdotisa, por sua vez, ainda agarrava seu cajado. Ela balançou a cabeça energicamente e encarou seu próprio campo de batalha.

A respiração da jovem estava irregular; Sacerdotisa ajoelhou-se ao seu lado, sem se importar com o sangue e sujeira que a tocaram no processo. A cena estava além de terrível, mas ela engoliu o nojo, junto com o que quer que tivesse voltado de seu estômago.

Não importa quantas vezes eu veja essas coisas, não consigo me acostumar. Mas…

Nunca deveria se acostumar com isso, pensou vigorosamente. E cada vez que repetia isso para si mesmo, sua fé ficava mais forte.

— Ó Mãe Terra, abundante em misericórdia, coloque tua venerável mão sobre as feridas desta criança.

Ela agarrou seu cajado enquanto implorava, dedicando seu coração à Mãe Terra no céu.

Por favor, tenha a gentileza de curar as feridas desta pessoa. Salve sua vida. Salve-a.

E então, por fim, teve a chance de voltar a lançar Cura Menor.

E a magnânima Mãe Terra respondeu à oração sincera de sua querida seguidora. Uma luz pálida brilhou, saltando em direção aos ferimentos da jovem, começando a estancar o fluxo de sangue.

O milagre não restauraria, é claro, a vitalidade perdida. Mesmo um milagre divino não poderia facilmente desfazer as feridas do corpo e da mente.

Mas ela também não morreria de imediato.

— Matador de Goblins, senhor, terminamos aqui…!

— Bom. — Sem parar, Matador de Goblins enfiou a mão na bolsa de itens em seu quadril, tirou um ovo e jogou nos goblins.

— GOOROOROB?!

— GOOOROBOROOB?!?!

Uma fumaça desagradável surgiu, provocando um coro de gritos. Vários daqueles goblins que estavam se aproveitando da tortura da mulher agora se debatiam de dor, seus olhinhos cheios de lágrimas. O ovo era uma casca cheia de gás lacrimogêneo caseiro de Matador de Goblins. Ele não tinha sido capaz de usá-lo antes por medo de que o gás pudesse afetar a garota refém, mas isso não era mais motivo para preocupação.

— Oito… Nove!

Então jogou seu porrete em um goblin e derrubou outro com uma espada enferrujada que roubou. Cortou a garganta da criatura, não se importando com a possibilidade de destruir a arma no processo. Houve um assobio da traqueia do monstro, junto com um jato de sangue, e então os goblins desabaram um sobre o outro.

— GBBB…!

— GORBG! GGOOBBG!

Metade do número deles foi eliminada no espaço de um momento, e os monstros agora estavam com medo. Por mais assustados que estivessem, odiavam deixar a presa duramente conquistada escapar. Sem mencionar a parte feia de suas mentes que ansiava por adicionar a nova jovem e a elfa à coleção.

Entretanto, seria difícil passar pelo guerreiro humano e pelo monge lagarto.

Então…

— GROOB!

— GORB!

Na mesma hora, vários dos goblins largaram suas armas e dispararam às cegas. Estavam tentando fazer uma formação, fugir, ou…? Não.

— Eles estão indo para os escudos! — Matador de Goblins avaliou a situação em um instante e deu ordens.

As criaturas em fuga estavam se dirigindo para as coberturas jogadas no chão. Iriam usar as mulheres que capturaram para gerar suas crianças. As usariam como escudos de carne.

— Odeio isso que os goblins fazem. Se pensam que vou ficar parada… Hah!

As criaturas de repente encontraram flechas projetando-se de seus quadris. Da sombra dos bancos, Alta Elfa Arqueira disparou uma impiedosa saraivada de flechas.

— GROB! GROOORB?!

— GOOROB?!

Três disparos sem qualquer pausa. Três goblins ao chão, gritando.

Mirar na cabeça era fácil, mas sempre existia a possibilidade de uma trapalhada. No momento, o mais importante era imobilizar os monstros; poderiam cuidar deles depois.

Alta Elfa Arqueira levou apenas um instante para mirar, então plantou um projétil de ponta-broto no globo ocular de um goblin.

— Orcbolg! Cuidei de tudo por aqui!

— Bem, então devo pegar as escadas?

O trabalho de Anão Xamã como lançador de feitiços estava terminado, o que restava era o trabalho físico. Com surpreendente agilidade para uma estrutura tão grande, saltou em direção à escada. Sacou o machado quase mais rápido do que os olhos poderiam ver e assumiu uma postura de combate; estava óbvio que não era um amador.

— GOOROOB!

— GRRRRORB!

Era nesse ponto que o avanço dos goblins iria parar.

As criaturas tinham originalmente entrado por uma fenda no insignificante muro defensivo, mas agora estavam cercados. Assim como muitos aventureiros novatos, eles nunca imaginaram que isso pudesse acontecer. Acreditavam que cabia a eles matar, e não ser mortos. Isso era absoluto; entretanto, ali estavam eles na situação oposta.

Matador de Goblins entendia isso muito bem. Ele mesmo já tinha sido assim.

— Quatorze… Quinze!

— Krrraahhhh!

Ele esmagou a cabeça de uma criatura com seu porrete, depois, agarrou uma lança de mão e apunhalou outra delas na garganta.

Lagarto Sacerdote atacou com as garras, presas e cauda, transformando os goblins em chumaços de sangue.

Este era um grupo com quatro aventureiros Prata e uma aventureira Aço.

Mais importante, um desses aventureiros era Matador de Goblins.

Nunca houve qualquer dúvida de que ele iria derrotar vinte e tantos goblins enfurnados em um prédio de igreja. Para ele, a questão sempre foi como fazer isso rapidamente, como matar com precisão e como resgatar qualquer refém.

 


 

Tradução: Taipan

 

Revisão: Shibitow

 


 

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