Matador de Goblins

Matador de Goblins – Vol. 04 – Cap. 09.2 – Dos Três, Alguns Meses Atrás

 

A carruagem deixou o portão, envolto pela noite. A essa hora, ninguém além de aventureiros teriam achado mais seguro viajar em uma caravana ou algo parecido. Mas os três não tinham tempo, e eles foram forçados de mais de uma forma.

O veículo que estavam não era um muito bom, era apenas um de carga ligeiramente modificado. E o cavalo era apenas mediano… bem, talvez um pouco abaixo da média. Anão Xamã e Lagarto Sacerdote tinham as rédeas. Alta-Elfa Arqueira estava observando o céu, com seu arco preparado.

Viajar de carruagem significava ir mais rápido do que uma pessoa podia andar, mas mais lento do que um cavalo podia correr. Anão Xamã não estava satisfeito com essa situação. Ele queria ter obtido a melhor carona e o melhor cavalo possível, para não falar do condutor. Mas os fundos que recebera de seu tio eram limitados, assim como o tempo. Ele foi obrigado a ceder.

— E ainda por cima temos que ir devagar. Que desgraça.

— Tenha em mente que não temos o luxo de mudar de cavalo em um dos postos intermediários. — Sentado ao lado dele no assento do condutor, Lagarto Sacerdote respondeu o comentário cauteloso de Anão Xamã. — E se considerar o problema que teríamos se corrêssemos e assim atraíssemos atenção indesejada, dessa forma é de fato mais rápida.

— Atenção indesejada? — Alta-Elfa Arqueira inclinou a cabeça, agitando a ponta de suas orelhas em direção ao assento do cocheiro.

— Bandidos ou salteadores, suponho.

— Certo…

Seu rosto franziu com a resposta, como se achasse isso muito desagradável. Anão Xamã captou a demonstração clara de emoção com sua visão periférica e fez um som de aborrecimento.

— Estivemos bem de alguma forma na cidade, pelos auspícios daquela adorável senhora, mas agora estamos em campos aberto.

— Assim que nos afastarmos do santuário do Deus Supremo, pode ser só uma questão de tempo até que algum espírito mau decida atacar — disse Lagarto Sacerdote.

— Está falando daquilo que chamam de benção de deus? Nosso deus da ferraria e do aço só é bom para encorajar em batalha… — Não obstante, Anão Xamã murmurou uma oração ao grande deus Krome. Ele soltou os ombros e balançou a cabeça, dizendo sem malícia: — Preciso ao menos rezar para que a nossa elfa não perca a coragem quando for preciso.

— Hum…! — As orelhas da elfa dificilmente poderia deixar passar esse comentário desagradável. — Apenas veja! Você vai se curvar para me agradecer quando isso acabar!

— Ahh, claro. Não posso dizer que estou muito esperançoso. — Ele agitou sua mão aberta. Alta-Elfa Arqueira bufou furiosa e rolou de costas. Anão Xamã apanhou a dica dela, olhando para o céu. Estava cheio de estrelas e com as duas luas. As estrelas brilhavam como se alguém tivesse espalhado joias preciosas sobre o veludo preto. As luas brilhavam como um par de olhos, verdes e frios.

Talvez fosse o verão que se aproximava que dava ao ar sua lentura incomum e fazia difícil respirar.

— Eu poderia fazer com facilidade… — murmurou Alta-Elfa Arqueira. Anão Xamã sentia o mesmo, embora não tenha dito nada.

Seu grupo chegou a um pedaço abandonado de terra que parecia alguma vez ter sido uma aldeia. A estrutura sombria das casas sob a luz da lua lançava sombras repulsivas nas ruas. Esse cadáver em forma de aldeia se tornara ermo, deixado à proliferação; teria parecido desolada mesmo à luz do dia. Mas agora, à noite, não seria surpreendente encontrar fantasmas ou carniçais ali…

— Hr-ah?

Alta-Elfa Arqueira fez um som estranho. Ela olhou sobre os ombros, com seu nariz cocegando.

— O que foi agora? Parou para cheirar as flores ou algo assim? Hã?

— Ah, pare. Há um cheiro estranho… — Ela balançou a mão na frente do nariz, lançando uma olhadela ao redor da área com uma expressão de profunda suspeita. — É… meio forte e meio irritadiço… E posso sentir embora não haja vento algum.

— …Enxofre, muito provavelmente.

— Isso é enxofre?

— Algum tipo de vapor misturado com enxofre, para ser mais preciso.

O que isso significava não passou por eles. Eles se calaram e engoliram em seco coletivamente. A elfa olhou para cima, com uma expressão preocupada no rosto.

— Em cima de nós!

Parecia mais como uma máquina do que um ser vivo, com carne na forma de um inseto artificial. Seu corpo era vermelho, e a cabeça pontuda como se estivesse usando um chapéu. Algo vermelho.

Ele batia asas que lembravam as de morcegos, e garras curvas e cruéis eram visíveis em suas mãos.

Um demônio inferior. E havia dois deles. Isso foi um encontro aleatório.

— Eles estão vindo?! — gritou Anão Xamã, chicoteando com as rédeas e instando o cavalo a seguir. O animal relinchou, tendo sentido coisas que não eram desse mundo. As rodas da carruagem começaram a girar a sério quando o cavalo partiu com toda força.

— Faça ele ir mais rápido…! Não, me dê as rédeas. Você prepara suas magias!

— Todas sua!

Praticamente jogando as rédeas em Lagarto Sacerdote, Anão Xamã se virou no seu assento. Ele foi cuidadoso, é claro, para segurar firme a alça de sua bolsa de catalisadores em seu ombro para que não voasse.

— Não podemos fugir? — disse Alta-Elfa Arqueira, lambendo os lábios enquanto seu arco lançava flecha atrás de outra.

— Não sei quanto a isso, mas… — disse Anão Xamã.

— Não podemos arriscar da informação escapar — disse Lagarto Sacerdote acenando com a cabeça tão calmamente quanto se estivesse preparando jantar. — Temos que matá-los.

Os demônios pareciam ter a mesma ideia. Com uma rajada de ar, um deles mergulhou na carruagem. Enquanto alguém gritava que a iniciativa fora tomada, houve uma colisão, e lascas de madeira voaram.

O demônio atingira a carruagem por trás, com suas garras tão mortais quanto qualquer arma.

— Ergh! Pfah! — Anão Xamã retirou pedaços da carruagem de sua barba e berrou: — Se você destruir essa coisa, nós seremos aqueles que arcaram com a culpa!

— Vou cuidar da segurança do cavalo, então, se fizer a gentileza… — respondeu Lagarto Sacerdote.

O próximo ataque veio do céu enquanto conversavam.

Um mergulho veloz, com as asas dobradas. Alta-Elfa Arqueira franziu a testa; a criatura estava com uma lua nas costas. Suas orelhas tremeram, e ela puxou a corda.

— Seu estúpido, fedorento…!

— AAARREMMEERRRR?!?!

Um grito de outro mundo se seguiu. Alta-Elfa Arqueira não perderia a chance para disparar. O demônio, agora com sua mão pregada no transporte pela flecha, se contorceu, destruindo a madeira com as garras.

— Isso vai te mostrar!

A última coisa que o demônio viu foi uma elfa puxando o arco bem na sua frente, com a flecha com a ponta de broto.

A corda fez um som que seria apropriado a um instrumento musical de alta qualidade; ela lançou a flecha no globo ocular do demônio e através de seu cérebro. O pescoço da criatura quebrou para trás com a força do golpe. O cadáver pendeu flacidamente, raspando pelo chão. Alta-Elfa Arqueira deu um sorriso de apreço pelo trabalho feito. — Esse já era!

— Bom trabalho! Mas como ele é uma espécie de fardo, talvez você pudesse soltá-lo de nossa carruagem?

— Sim, claro… guh, o quê?

No espaço de alguns instantes, vários fios de cabelo de Alta-Elfa Arqueira foram apanhados por uma garra e lançados dançando pelo ar. O monstro que viera correndo desferiu uma pancada em sua nuca. Alta-Elfa Arqueira parou, tremendo, ainda segurando a haste da flecha que puxara. Ao mesmo tempo, o demônio morto deslizou no chão, quicando com um baque.

— Teve um pequeno susto aí?

— Não estou com medo, estou com raiva!

Ela se enfureceu com a provocação de Anão Xamã, que estava com a mão preparada na bolsa de catalisadores o tempo todo, depois olhou para o céu. Com um corpo de demônio a menos a bordo, a velocidade estava aumentando de novo; mas não seria páreo para uma criatura com asas.

— Ei, anão! — gritou Alta-Elfa Arqueira sem tirar os olhos do céu. — Você não pode usar uma magia para derrubá-lo ou algo assim?

— Acho que poderia, de certa forma… — Ele fechou um dos olhos e olhou para cima, avaliando a velocidade e a distância entre ele e o inimigo. A cortina da noite era impotente face a luz das luas e das estrelas, e, de qualquer forma, anões podiam ver com facilidade pela escuridão. — É só que se eu o derrubar com uma magia, ele simplesmente se ergueria de novo.

— O quê?! Mas que conjurador! Estúpido, anão estúpido!

— Ah, para de chorar — disse friamente Anão Xamã, franzindo a testa. — Eles não se movem com as mesmas leis que nós. Aço e ferro são as formas de lidar com eles.

— Fisicamente, você quer dizer. Muito bem dito! — Segurando as rédeas, Lagarto Sacerdote curvou suas imensas mandíbulas em um sorriso que lembrava tanto quanto o de um tubarão. Ele pareceu fazer alguns cálculos rápidos, depois assentiu com satisfação. — Mestre conjurador, você disse que pode derrubá-lo?

— Acho que sim — assentiu Anão Xamã. — Embora não por muito tempo.

— Então mestra patrulheira, finja gentilmente que vai dar um belo disparo…

— Consigo fazer!

Sem esperar ouvir o resto do plano, Alta-Elfa Arqueira lançou uma flecha na noite. Era potente como magia, uma flecha que só um elfo podia disparar, mas o demônio ziguezagueou agilmente do caminho.

 

 

 

— Ah, droga! — Alta-Elfa Arqueira estalou a língua e ajeitou uma nova flecha no arco, puxando a corda.

— Bem, então — disse Lagarto Sacerdote, puxando as rédeas para retardar o cavalo. — Talvez possa fazer a gentileza de perfurá-lo com uma flecha com uma corda amarrada?

— Uma flecha com uma corda amarrada…?! — Alta-Elfa Arqueira pegou a corda que fora jogada na plataforma de carga, com o rosto inexpressivo enquanto olhava para o inimigo. O monstro de pele vermelha continuou batendo as asas, procurando a sua oportunidade para ir até eles. — Beleza, vou fazer!

Tão logo falou e já começou a amarar a corda na flecha. Os dedos da elfa não tiveram problemas, mesmo em cima de uma carruagem agitada. Ela manteve seus olhos e ouvidos no oponente, com suas mãos se movendo como se houvesse outra pessoa as controlando. Sua expressão relaxou. — Você parece um general ou algo parecido — disse ela.

— Você é muito gentil. — Lagarto Sacerdote balançou bem sua cabeça. — Se quiser me comparar com alguma coisa, sou como a pena de uma flecha. Só defino a direção, eu não… — Antes de continuar, sua língua saiu e tocou a ponta do nariz. — Hm — disse ele por um tempo. — Para ter uma unidade funcional, é preciso juntar uma ponta de flecha, uma haste, uma pena, um arco e um arqueiro.

Ahh. Alta-Elfa Arqueira sorriu ligeiramente. Essa era uma metáfora que ela podia entender. — Me pergunto se isso me faria a ponta… Vamos, anão, tenha certeza de que a magia acerte o alvo!

— Hmph! Já estou farto de te ouvir!

Quando Anão Xamã retorquiu para Alta-Elfa Arqueira e colocou o inimigo no campo de visão, ele viu algo: uma única luz vermelha no céu. Estava ardendo na boca grande e aberta do demônio…

— Seta de Fogo vindo!

— Ahh, agora! — disse Lagarto Sacerdote com alegria sincera, dando uma sacudida forte nas rédeas. O cavalo deu um relincho horrível de confusão e medo, e a carruagem guinou em uma nova direção, rangendo o tempo todo.

Segundos depois, um feixe de fogo atingiu o lugar onde a carruagem estaria, com brasa voando pelo céu. A luz brilhante iluminou o semblante terrível de Lagarto Sacerdote.

— Ha-ha-ha-ha-ha-ha-haaaa! Agora as coisas ficaram interessantes!

— Acho que você confundiu nossa carruagem com uma biga, Escamoso!

— De fato — respondeu o lagarto, provocando um “maluco…” de Anão Xamã enquanto olhava para o céu.

O demônio vermelho parecia se preparar para outro mergulho, agora que eles evadiram sua seta de fogo, marca registrada.

Acha que vai ser assim tão fácil, é?

Anão Xamã berrou para a sombra que ficava cada vez maior:

— Pixies, pixies, rápido e depressa! Sem doces para vocês, travessuras é o que preciso!

Palavras cheias de verdadeiro poder para dobrar a realidade jorraram, e o círculo mágico apanhou em cheio o demônio.

Normalmente, a criatura nunca deveria ser capaz de escapar dos grilhões da gravidade, não importando quanto batesse suas asas. Demônios inferiores ainda eram demônios; esses monstros viviam para distorcer a ordem natural.

— ARREMERRRERRRR!!

O demônio, que caiu na terra, uivou e bateu as asas vigorosamente, quebrando os vínculos mágicos que o segurava. Ele teria a sua vingança contra aquele anão, aquele homem-lagarto e aquela elfa. Só de pensar no sangue de um antigo alto-elfo, o cheiro de seu fígado, era o suficiente para atiçar a ganância básica da criatura.

— Tome isso!

Foi uma flecha daquela mesma elfa que pôs um fim agonizante nessa ganância. Ela se inclinara, se apoiando na beirada da carruagem, e disparou uma única flecha ponta-broto implacável no monstro.

— AREEERM?!

Se debatendo de tormento, o demônio foi um pouco lento em notar a corda amarrada à flecha. E esse foi o tempo necessário que a carruagem precisou para ganhar velocidade e puxar a corda tensa.

Um rugido horrível de desespero, o suficiente para fazer o sangue gelar, ecoou pela planície.

O demônio estava longe de imaginar que seria arrastado pelo chão atrás da carruagem. Havia uma certa pena dele enquanto quicava, contida pelo grupo enquanto ele se bagunçava na terra e tentava voar desesperadamente.

Demônios inferiores ainda eram fortes. Se o trio não conseguisse controlar a posição dele, ele poderia rapidamente fincar as garras na terra, e se ele se levantasse, seria apenas questão de pouco tempo para estar no ar. E uma vez no ar, seria perigoso.

— E agora?! — gritou Alta-Elfa Arqueira, pegando outra flecha de sua aljava.

Lagarto Sacerdote se levantou com facilidade. — Daremos o golpe final, é claro. — Ele segurou um dos seus catalisadores, uma presa, entre as palmas. — Ó asas falciformes de velociraptor, rasgue e dilacere, voe e cace! — Uma grande Garraespada surgiu e então se modelou em suas mãos.

— E o cavalo?! — Mas quando Alta-Elfa Arqueira olhou para trás, ela viu um Guerreiro Dragãodente agarrando firmemente as rédeas.

— Espera um pouco, Escamoso — disse Anão Xamã, com os olhos se arregalando. — Que história é essa de golpe final? V-você não vai…

— Pular? Não seja tolo. — Lagarto Sacerdote balançou a cabeça com um movimento considerável. — Isso seria ridículo.

Nos próximos instantes, a carruagem chiou quando Lagarto Sacerdote saltou no demônio inferior.

— Ó temíveis nagas! Observem minhas ações, meus antepassados!

— AREEERMEER?!?!

Garra, garra, presa, cauda. Ele golpeou, cortou e rasgou o demônio enquanto ele se esforçava para resistir. A criatura abriu suas mandíbulas para liberar uma seta de fogo, mas Lagarto Sacerdote uivou… — Grrrryaaahhh! — …e visou um chute direto em sua garganta, esmagando sua traqueia. E então sua Garraespada alcançou a cabeça do demônio, a cortando sem esforço.

A cabeça rolou pelo chão e desapareceu na grama. O resto do corpo, ainda preso à carruagem, traçava um jato de sangue roxo-azulado. Lagarto Sacerdote, em cima do cadáver, estava bastante calmo apesar da quantidade crescente de sangue o cobrindo; ele ergueu a cabeça alegremente.

— Ahh, eu fiz por merecer o mérito desse dia.

O sol começara a espreitar atrás do horizonte, e seus raios cobriram Lagarto Sacerdote com uma atmosfera indescritível.

 

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— Olhe para isso. Não tínhamos concordado secretamente que não íamos contra ele?

— Ah, mas de vez em quando meu sangue ferve. — Depois da resposta simples de Lagarto Sacerdote, ele ergueu alegremente um naco de queijo com as duas mãos. Ele abriu a boca e a rasgou, com cada mordida acompanhada por um brado de “doce néctar!” e um bofetada com a cauda no chão. — Porque sou uma criatura de sangue quente, sabe.

— Suas piadas nunca fazem qualquer sentido para mim — resmungou Anão Xamã. Ele ergueu as mãos em resignação, mas também para sinalizar a garçonete que ele queria mais cerveja. Quando bebendo com amigos, Anão Xamã achava que estava sendo apenas educado ao encher seu barril tanto quanto podia.

— Então estamos todos juntos?

— Não entendi o que quer dizer.

— Sua flecha. Flecha e arco.

— Ahh. — Lagarto Sacerdote engoliu o pedaço de queijo bem-mastigado com um glub e lambeu os restos em seus lábios. — A ponta da flecha é a nossa patrulheira, a haste que nos mantém unidos é você, mestre conjurador, e eu sou a pena…

— …O arco é aquela garota, e Corta-barba seria o arqueiro… estou certo?

— Isso mesmo.

Anão Xamã pegou a cerveja que a garçonete lhe trouxe, observando de soslaio Lagarto Sacerdote assentir. Ele levou o copo transbordando até a boca e tomou um golinho, depois bebeu tudo em um único gole.

— Por mais renomado que seja um arqueiro, se ele dispara apenas para o céu, ele se machucará um dia.

— Então, de novo, se nós não caçarmos nada além de goblins, isso é bom ou ruim? — Anão Xamã, com o rosto vermelho, soltou um arroto e passou a mão em sua barba para limpar alguns pingos.

— Qualquer que seja o caso… — começou Lagarto Sacerdote.

— De fato, em todo o caso — subscreveu Anão Xamã.

— É um bom grupo.

— Sem queixas.

Lagarto Sacerdote sorriu com suas mandíbulas grandes, e Anão Xamã deu uma gargalhada estrondosa. Os dois pegaram os copos frescos que foram trazidos a eles, e os tocaram.

— Aos bons amigos.

— Aos bons companheiros de batalha.

— Às boas aventuras!

Ouça, ouça! No momento em que os copos foram erguidos três vezes, eles estavam vazios.

Quantas vezes nos encontramos, e separamos?

Alguns desaparecem, em cinzas, como devemos

Com a esperança de reencontro, cada jornada começa

Como virar uma página que está se transformando em pó

Lembra da lenda que treinou durante anos?

Qual era seu nome? Agora não me lembro

Você percebe tarde demais, agora ele já se foi

E apesar de nossas despedidas e encontros, todavia

Cada um desses encontros é único, e isso é tudo.

Assim a noite sucedeu para os aventureiros.

 


 

Tradução: Kakasplat (3 Lobos)

Revisão: JZanin (3 Lobos)

 

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