Riiing. Ela semicerrou os olhos contente quando tocou seu cajado de monge. O primeiro vento a sinalizar o fim do verão roçou suas bochechas. A carruagem sacudia também. Que agradável seria andar ao lado dela na estrada.
Ela voltou a si. Ela quase se esqueceu de que estava no meio de uma missão de escolta. Como membro do clero, ela achava às vezes que conseguia sentir a presença dos deuses em momentos como esse.
Apenas algumas nuvens preenchiam o céu. Ao longe, uma sombra negra voava. Um gavião? Uma águia? Um falcão?
— Aquele pássaro está bem alto, não?
— De fato…
Aquele que falou com ela estava sentado no teto da carruagem.
O patrulheiro com a besta não estava, é claro, lá em cima por diversão. Alguém precisava manter vigilância. Patrulheiro se mostrara confiável em ficar de olho no ambiente e não mostrou sinais de deixar sua atenção se perder.
Então a suspeita na voz de Patrulheiro fez com que ela apertasse de imediato as mãos no seu cajado de monge. Cada um dos outros preparou seus equipamento também, se preparando contra algo que não podiam ver. O único que não parecia notar algo era o dono da carruagem, um mercador. Eles o ignoraram quando perguntou: “Então, o que está acontecendo?”.
Patrulheiro disse em voz baixa: — Não acham que esse pássaro é grande demais?
— Agora que falou nisso…
Aconteceu quando ela tentou ver mais de perto.
Ele estava encurtando a distância até enquanto observava: pele e garras, bico e asas da cor de cinzas escuras…
— Demônio!
Eles reagiram com a voz do seu companheiro, Patrulheiro, mas estavam atrasados demais para tomar a iniciativa. No caso dela, criticamente tarde demais, e o monstro — o demônio de pedra — foi terrivelmente rápido. Não foi destino ou acaso, mas uma diferença clara nas capacidades que foi sua ruína.
Quando ela pensou Hum?!, seus pés já estavam voando sobre o chão. Ela sacudiu as pernas, mas não significava nada; ela foi puxada bem para o alto no ar. O chão, a carruagem, seus amigos, todos ficaram mais distante.
— Ergh… ahh… ou… aahã?!
Ela bateu no monstro com o cajado de monge no seu esforço desesperado para resistir, ao que ele apertou as garras nos seus ombros e a sacudiu.
Ela olhou para baixo e deu um grito com isso. Ela sentiu a parte inferior do seu corpo ficar úmida.
— Hrrgh… Eeegh!
Os problemas não pararam por aí. Sua coxa ardia como se fora atingida por uma pinça quente. Patrulheiro devia ter disparado uma flecha na tentativa de fazer algo, e o demônio deveria a ter usado como escudo.
Ela olhou para baixo, com a visão turva pelas lágrimas, para ver seu conjurador entoando alguma coisa.
Pare, pare, pare, pare! Ela agitou desesperadamente seu cajado de monge, balançando a cabeça em Não, não!
Estivemos enganados! Isso não é um demônio! Isso não é um…!
— Aaaaahhh!
A criatura se esquivava da avalanche de raios, a sacudindo como um chicote. A flecha em sua coxa se enfiou mais fundo na carne. Ela gritou e tremeu.
Ela não devia ter feito isso.
As garras em seus ombros escorregaram, rasgando a pele, a carne e tirando sangue.
— Ugh!
Um som escapou dela. A sensação de flutuar. Vento. Vento. Vento. Vento.
Ahh, estou com medo, me ajude, Deus do Conhecimento, ó Deus, oh Deus…
Infelizmente, tudo isso talvez tenha sido um desejo fervoroso de sua parte, mas não era uma oração.
Dessa forma, não alcançou os deuses. Sua única noticia positiva era que não sentiu dor. Ela teve azar até no momento em que atingiu o chão, sem perder a consciência.
Embora por ela agora ser um pedaço trêmulo de carne arruinada, isso não fazia diferença.
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— Então, qual é o plano?
Uma voz ríspida e masculina soou pela terra devastada fustigada pelo vento. A lança que ele carregava nas costas e a armadura que usava, o fazia parecer bonito e corajoso.
Em frente aos olhos de Lanceiro se erguia uma torre branca, brilhando na luz do meio-dia. As paredes eram feitas de uma pedra branca cintilante; da forma como alcançava aos céus sem uma única sutura, devia ser marfim. Mas a ideia de que não havia nenhum elefante assim tão grande deixava poucas dúvidas se esse era o produto de magia.
— Eu diria que essa coisa tem pelo menos sessenta andares.
— Entrar pela porta da frente pode ser complicado.
A resposta veio de alguém com aparência não menos heroica do que Lanceiro. Seu corpo musculoso estava armadurado, e em suas costas levava uma espada larga quase tão grande quanto ele. Guerreiro de Armadura Pesada, famoso na cidade fronteiriça, estendeu a palma da mão e olhou para cima, semicerrando os olhos para o topo da torre.
— Oitenta e nove por cento de chance dessa torre ter sido construída por algum tipo de idiota que a preencheria com monstros e armadilhas.
Aos seus pés havia um cadáver brutalmente deformado; parecia ter caído de uma grande altura. Eles já haviam pegado a insígnia que estava em seu pescoço, indicando seu nome, gênero, ranque e classe. Aparentemente, o corpo pertencera a uma garota, mas se ela havia morrido antes da queda ou por causa dela, eles não sabiam.
Eles viam outros pontos carmesins ao redor da torre, presumivelmente mais restos.
— Suponho que algum mágico estranho construiu ela como um esconderijo. Eu diria que ele se saiu mal.
Guerreiro de Armadura Pesada cutucou levemente o cadáver com a bota. O dono da torre era um Que-Não-Reza, ele se esquecera como. Essa aventura significava que seria basicamente um corta-e-massacra, cheio de oponentes monstros.
— Duvido que haja necessidade de termos que enfrentá-lo de frente.
A última pessoa falou com a voz calma e baixa. Era um homem com armadura de couro suja e um capacete de aço medíocre, com um pequeno escudo redondo no braço e uma espada de tamanho estranho no quadril. Ele enfiou a mão na bolsa de itens em sua cintura e começou a procurar pelos equipamentos.
— Podemos escalar a parede.
— Ei, está dizendo com uma corda ou algo assim? Se o gancho soltar no meio de caminho, nós vamos cair direto!
— Segure um pitão em cada mão e puxe.
Lanceiro deu de ombros, olhando para o pitão que Matador de Goblins pegara.
— Você tem alguma experiência em escalada?
— Um pouco, em montanhas. Penhascos também.
Guerreiro de Armadura Pesada cruzou os braços e grunhiu. Ele estendeu o dedo, medindo a altura da torre, e estalou a língua.
— A questão é como lutar contra algo que pula em você no caminho. Não precisa ser um demônio. Uma gárgula seria problema de sobra.
— Gárgula?
— Estátuas de pedra — disse Guerreiro de Armadura Pesada, indicando seu tamanho aproximado com as mãos. — Asas. Elas voam ao redor do céu.
— Hmm. — Matador de Goblins soltou um grunhido. — Então existem inimigos como esse também…
— É. Pessoalmente, sou focado em armamento de curta distância, mas… um usuário de magia certamente facilitaria as coisas aqui agora.
— Não fique todo animado aqui, tá? — Lanceiro olhou para Guerreiro de Armadura Pesada, que começara a formular uma estratégia com a maior seriedade, como se não pudesse acreditar no que via.
— E então? Quer abrir caminho até lá, detectar e desarmar armadilhas, procurar por aí? De certo que não. — Guerreiro de Armadura Pesada suspirou, deslizando a espada enorme nas costas para repousar entre as omoplatas. — Porque não temos conjurador, monge e nem ladrão.
Nisso, Lanceiro só pôde ficar em silêncio.
Havia uma gama interminável de lugares para se aventurar no mundo. Ruínas das batalhas da Era dos Deuses eram numerosas, e ainda mais na fronteira. Independente se eles seguissem a Ordem ou o Caos, nações floresciam e depois declinavam, e o ciclo continuava com outra nação surgindo. Em consequência, encontrar uma ou duas ruínas novas não era nada especial. Mas quando ruínas apareciam um dia depois de quando não estavam antes, era outra história.
Foi supostamente uma caravana mercante que descobrira a torre de marfim se erguendo de resíduos. A floresta que estava lá em sua viagem de ida desaparecera, substituída pela torre branca que os contemplava de cima.
Naturalmente, sua surpresa foi tremenda, mas não tiveram tempo para ficar olhando, eles foram atacados por criaturas com formas humanas e asas de morcegos.
Demônios! Aqueles agentes horríveis do Caos! Aqueles Personagens Que-Não-Rezam!
Os comerciantes fugiram, e por meio da Guilda dos Aventureiros, seus relatórios foram enviados ao próprio rei. O rei poderia ter enviado o exército para exterminar a ameaça e o assunto teria sido resolvido. Se as coisas fossem simples assim.
Mandar o exército exigia homens e dinheiro. Nesse caso, os homens eram cidadãos normais e o dinheiro eram impostos. Os impostos poderiam subir no ano seguinte. E parentes, membros da família, amigos e vizinhos poderiam morrer cumprindo seu dever como soldados. Os cidadãos achavam isso intolerável e criariam apenas ressentimento.
E também havia o dragão para vigiar que vivia no vulcão e outros problemas como partidários do Senhor Demônio que ainda ameaçava a área. Enviar o exército significaria haver menos pessoas para participar nessas outras questões.
E se a torre fosse uma isca, uma distração, e então? Verdade, demônios estavam se reunindo lá, mesmo assim, era só uma torre no meio de um terreno baldio. Talvez algum mago doentio tivesse construído. Não podia ser dito ainda se era uma ameaça para o país ou ao mundo. Não havia razão para os militares se envolverem.
Poder-se-ia perguntar, então, para que serviam os militares. Estarem prontos contra uma invasão das forças do Caos, é claro. Na recente batalha culminante entre o novo herói ranque Platina e o Senhor Demônio, eles estiveram nas linhas de batalha. As baixas foram elevadas. Muitos morreram, muitos ficaram feridos. Eles não estavam em condições de ir imediatamente para a próxima escaramuça ou grande batalha.
Mais do que tudo, uma estratégia simples dizia que tentar enfiar um exército em uma ruína ou uma caverna era uma boa forma de destruí-lo. Unidades militares eram feitas para lutar em planície aberta contra unidades inimigas, não para entrar em espaços fechados que nem mesmo cavalos podiam entrar.
Ruínas e cavernas tinham monstros que ameaçavam as aldeias pioneiras. Como o exército poderia ser despachado para todos eles de uma só vez? Era precisamente devido ao rei e os nobres serem um bom rei e bons nobres que não podiam utilizar suas forças tão levianamente.
— Mas essa questão também não será ignorada.
O jovem rei, visitando sua amiga pela primeira vez em muito tempo, suspirou profundamente.
O lugar era mesclado de raios solares suaves, cheio de tranquilidade e silêncio verdadeiro.
A vida vegetal era cuidadosamente tratada, as flores perfumadas. Os pilares brancos no bosque pareciam ser árvores enormes. O correr de um riacho, que parecia vir de nenhum lugar em especial, era relaxante aos seus nervos desgastados.
— O que acha que devo fazer?
— Meu Deus.
Eles estavam em um jardim na parte mais profunda do Templo. Sua sacerdotisa deu um sorriso elegante e inclinou a cabeça. Seus lindos cabelos dourados fluíram como mel, caindo sobre seu peito vasto.
— Uma interessante mudança de ideia para alguém que deu as costas quando estávamos lidando com os goblins.
— Você tem de entender, embora possa ter sido uma tragédia pessoal, em uma visão geral, era trivial.
O rei falou sucintamente, depois sacudiu a mão como se para afastar as palavras.
A maneira como se acomodou no banco que fora preparado para ele era ao mesmo tempo rude e ainda assim gracioso. Era isso o que chamavam de realeza? Ou orientação aristocrática? O que quer que fosse, ele se movia como alguém que entendia desde o nascimento.
— E alguns goblins podem ser lidados facilmente por um grupo de aventureiros.
— …Sim. Tem razão.
Isso era um simples fato.
Goblins eram perigosos, e se eles o derrotassem, “tragédia” era a palavra exata para o que se esperava.
Mas goblins continuavam sendo os monstros mais fracos, e eles não eram os únicos contra os quais a perda significava um destino cruel. Você poderia ser comido por um dragão, dissolvido por um limo ou feito em pedaços por um golem…
O que em última análise o aguardava era a mesma coisa que encontraria quando os goblins tivessem acabado de brincar com você: a morte. Quer fosse devido à falta de força física, habilidade ou simplesmente azar, não havia futuro para aqueles que não pudessem derrotar goblins.
— Como Vossa Majestade é muito gentil…
Uma música cômica veio dos lábios entreabertos da mulher:
Uma vez um rei tão gentil e justo
Para tomar da população seus impostos
Água ele deu a um rio furioso
E aos conselhos municipais sempre ajudou
Enfiou os conselheiros na cama
E cada esfomeado alimentou
Ele fez seus soldados mostrarem coragem
E heróis enviou para buracos de goblins:
A Capital logo era uma festa para trolls.
O rei franziu a testa ao ouvir uma música que zombava da nobreza, e ela riu como uma garota.
— Não é esse o momento de recorrer aos aventureiros, Vossa Majestade?
— Realmente, pode ser…
O rei colocou a mão na testa, a esfregando como que para aliviar um músculo tenso, e assentiu. Ele pensava que terminaria assim.
O exército não era adequado para caçar monstros. Assim eles dariam status a esses malandros, dariam recompensas, eles iriam enviar os aventureiros. Era isso que mantinha o mundo girando. Eles fariam isso de novo agora. Os aventureiros não eram especialistas em caçar monstros, afinal?
— Os mercadores disseram que foram atacados por demônios, mas não sabemos ao certo o que foi responsável.
O rei balançou a cabeça como se para frisar que não existiam provas, depois se acomodou brutamente na sua cadeira.
Mal poderia um rei se sentar em um trono dessa forma. Ele fechou os olhos, respirando o ar refrescante do jardim à vontade do seu coração.
— Duvido muito que comerciantes possam diferenciar um demônio de uma gárgula.
— É uma torre de conjurador maligno, não é? — A mulher que era a mestre desse templo deu uma risada e murmurou “Nossa, que assustador”, como se não fosse problema dela.
O rei ergueu a cabeça apenas o suficiente para olhar para seus olhos tampados, mas não deu nenhuma resposta. Era assim que ela iria alfinetá-lo por ignorar o incidente com goblins. A capacidade para aceitar cordialmente os ressentimentos de suas políticas era, supunha ele, a marca de um rei. Deixe-os o chamar de incompetente, se quisessem.
— Isso é certamente mais perigoso que goblins. Mas não é nada comparado aos Deuses Demônios.
— Verdade, de fato.
— Parece que algum necromante ao sul encontrou uma tumba antiga. — O rei se recostou bem na cadeira, quase como se estivesse dizendo que o assunto o entediava. A cadeira fez um rangido. — Um exército dos mortos! Isso não me dá o luxo para lidar com goblins ou uma torre solitária.
— Heh-heh. Quão cansado você deve estar. — Ao falar, a mulher deixou suas coxas aparecerem pela bainha do vestido, como se as exibindo.
— Status é uma coisa difícil — murmurou o rei. — Sequer posso encontrar meus amigos sem um pretexto.
— Tal é a posição — sussurrou a mulher. — Tudo muda, o que você poder ver e o que não pode.
— Perdi a capacidade de dizer que eu e meus amigos deveriam simplesmente lidar com isso com nossas espadas, como fazíamos antigamente. — O rei suspirou, parecendo ponderar sobre uma memória dos tempos passados. — Não consigo deixar de pensar que as coisas eram mais fáceis quando eu era um único senhor desafiando labirintos por conta própria.
— Ah, sim, você ficava muito bem, fugindo depois de ser surrado por aquele atacamato.
— Eu me lembro de um grupo que sofreu um destino terrível quando atacado por limos.
O tom gracejador deu lugar a um mais contundente. Donzela da Espada soltou um suspiro silencioso. — Há momentos em que eu também gostaria de deixar a minha posição e voltar a ser apenas uma garota.
— Até a arcebispa do Deus Supremo se sente assim?
— Sim. — As bochechas da clériga cega tingiu-se de rosa claro, e seus lábios formaram um sorriso generoso. Ela pôs a mão em seus seios grandes para impedir de tremer, e com uma voz tão ardente quanto se estivesse confessando seu amor, ela disse: — Muito mesmo, ultimamente.
— As coisas não saíram da forma que qualquer um de nós esperava. Mas é isso que faz a vida ser interessante. — Com esse sussurro, o rei fez um espetáculo ao se erguer da cadeira. — Já é hora de me despedir. Afinal, só vim para pegar emprestado algumas sacerdotisas da guerra.
— Sim, Vossa Majestade. Estou feliz de termos a oportunidade de conversar.
— Imagino. — O rei deu um leve sorriso que abrangia tanto o amargo quanto o familiar. — Você parecia ter outra pessoa em mente além de mim.
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— Lamento, não posso fazer isso.
Guerreiro de Armadura Pesada olhou para o formulário da missão e balançou a cabeça com firmeza, embora fosse assinado pelo próprio rei.
— É muito difícil?
— Nem, mas o meu grupo está indisposto no momento. Caso contrário teríamos pegado.
— Bem, essa é uma situação difícil — murmurou de novo Garota da Guilda, franzindo a testa para o aparente sombrio Guerreiro de Armadura Pesada.
Em sua mão ela segurava um pedido para investigar as ruínas chamadas provisoriamente de “Torre do Demônio”.
Recentemente se tornara cada vez mais comum ruínas e labirintos surgirem de repente. Desde a derrota do Senhor Demônio, seus partidários restantes andavam fazendo trabalho sombrio por todo o lado. Enquanto os militares se recuperavam, os conjuradores malignos e semelhantes ficaram menos relutante em ser vistos pelas pessoas.
Como parte da Guilda, seria mentira dizer que Garota da Guilda não queria designar todas as missões disponíveis. Mas mesmo com uma recompensa de dezenas de peças de ouro por pedido, havia cem ou duzentas para serem resolvidas. Ela percebeu que o tesouro nacional era basicamente ilimitado e não conseguia pensar em nada mais indulgente do que isso.
— Estaríamos contra demônios, certo?
Podendo ouvir ou não o suspiro de seu peito bem formado, Guerreiro de Armadura Pesada deu mais uma boa olhada na folha de missão. Com o dedo envolto de uma luva simples, ele traçou lentamente as letras dançando na página, então formou um punho.
— Sem ao menos um conjurador e um batedor… ranques Prata, ainda por cima…
— Um grupo de três?
— Esse seria o mínimo. Se possível, eu gostaria especificamente tanto de um mago quanto um clérigo comigo e dois outros na linha de frente, e esse batedor. Seis no total.
Hum, hum, hum. Garota da Guilda pensou nisso com uma expressão séria no rosto, com os papéis em sua mão farfalhando enquanto os virava descuidadamente.
Fichas de Aventura.
Elas gravavam como cada capacidade do aventureiro crescera com cada aventura que passavam. Não seria exagero dizer que, de certo modo, esse maço de papel eram as próprias vidas dos aventureiros. A pilha continha um monte de novatos, magos e clérigos, batedores e guerreiros. Mas quando chegava naqueles que formavam os ranques superiores, o número caia drasticamente. Um dos seus problemas era que havia bem poucos veteranos de ranque médio.
Não temos ninguém que se encaixe perfeitamente nessa descrição.
Garota da Guilda olhou para os aventureiros que faziam do edifício tão vivo. Claro que eles deviam ser capazes, mas também tinha de ser pessoas decentes. Afinal de contas, o recrutador de missão dessa vez era o próprio rei. A Guilda não precisava de alguém que só saia para provar alguma coisa. Eles poderiam ser um pouco egoístas ou ambiciosos, mas tinha que entender o que realmente estava em jogo…
— Se apenas houvesse alguém que tivesse todas essas qualidades e pudesse equilibrar o uso de magia com batalha…
— Pode deixar! Estou bem aqui!
Foi como um sonho. Quando seu desejo havia acabado de se perder, alguém respondeu entusiasticamente.
Ele veio correndo alegremente até o balcão, carregando sua lança, como se tivesse esperado por esse momento a vida toda. Assim que Garota da Guilda percebeu quem era, ela disse “Ah!” e trouxe um sorriso ao rosto. — Agora que penso nisso, me lembro de você ter aprendido um pouco de magia.
— Um aventureiro tem que estar pronto para todas as situações possíveis! — Lanceiro assentia ansiosamente e confiante, e não pareceu notar Guerreiro de Armadura Pesada exclamando “Aggh” e batendo na própria testa, um gesto fácil de se entender.
Independentemente disso, Garota da Guilda sabia muito bem que Lanceiro trabalhava com Bruxa.
— Ham-ham, o seu… grupo está de acordo com isso?
— Ah, claro. Acabamos de voltar de um de nossos “encontros”. Acho que vou deixá-la descansar.
…Ele tem certeza disso?
Garota da Guilda olhou sobre os ombros de Lanceiro e viu Bruxa atrás dele, descansando no banco. Bruxa lhe ofereceu um sorriso elusivo.
Essa é a atitude mais problemática de todas.
Mexendo com as tranças com uma das mãos, Garota da Guilda soltou um leve suspiro perturbado. Da perspectiva de Bruxa, Garota da Guilda era uma rival amorosa. Mas isso era negócios… certo?
Hmm. Não posso deixar minha vida pessoal se envolver com meu trabalho.
— Está bem, de momento, vocês dois… tudo bem?
— Claro, não me importo. Eu posso confiar… bem, tenho confiança nesse cara. — Apesar de ele parecer se atrapalhar um pouco com as palavras, Guerreiro de Armadura Pesada assentiu. — Mas ainda não é o bastante.
Lanceiro surrupiou o papel da missão de Guerreiro de Armadura Pesada com um “Me deixe ver isso” e inclinou a cabeça. — Como não somos o suficiente? — disse ele.
— Quero um batedor, pelo menos.
— Não há muitos batedores talentosos por aí. E quanto aquele garoto do seu grupo?
— Não quero envolvê-lo em uma luta com demônios — disse seriamente Guerreiro de Armadura Pesada. — Eu não poderia carregar essa responsabilidade. — Ele encarou Lanceiro. — Não preciso necessariamente de alguém com alinhamento bom, mas quero pelo menos um neutro.
Em alinhamento, “bom” e “mau” não tem exatamente o seu significado literal, mas sobretudo descrevia se alguém era alocêntrico ou um egocêntrico, se preferiam lutar ou não. Batedores e ladrões estavam por si mesmos e eram dispostos a agir. Era algo que valia pensar se você não quisesse ter de se preocupar com seu compatriota agindo contra o personagem quando o momento crucial viesse.
— Então o que você precisa é…
Alguém que era um batedor e poderia ficar na linha de frente. Capaz, bem como respeitável. Alguém que pudesse manter seus negócios e vida pessoal separados. Cujo alinhamento era, se não bom, ao menos neutro. E alguém que estaria susceptível a tomar essa missão.
— Sim! Consigo pensar em um!
Quando Garota da Guilda bateu as mãos e saltou do seu lugar, Lanceiro lhe deu um olhar duvidoso. O breve momento que esse olhar sondou seu peito não passou despercebido, mas no momento Garota da Guilda não se importava.
— Hã? Existe realmente alguém assim?
— Posso garantir que ele é habilidoso, de qualquer forma. — Ela chegou mesmo a lhe dar um sorriso e uma piscadela, depois marchou muito bem-disposta. Ela parecia impressionante, seus sapatos faziam barulho enquanto andava com o papel apertado no peito. Ela ia para o banco em um canto da área de espera da Guilda. O lugar onde ele sempre se sentava. Ela achou ficar um pouco emocionada só de ver o capacete de aço se virar em direção a ela quando reparou que vinha.
E então ele perguntou, com uma voz baixa e desapaixonada:
— …Goblins?
Tradução: Kakasplat (3 Lobos)
Revisão: JZanin (3 Lobos)
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