Uma.
Duas.
Três.
Quatro.
Cinco.
Por fim, muitas para se contar.
As lanternas pequenas brilhavam como estrelas refletidas em um rio. Pela cidade escura aqui e ali elas piscavam, balançavam e brilhavam.
Finalmente, as luzes alaranjadas começaram a flutuar em direção ao céu como vaga-lumes.
Como neve caindo ao contrário, elas flutuaram, dançando até os céus.
— Balões de papel.
— Sim. Achei que eles seriam lindos daqui. — A resposta de Garota da Guilda às duas palavras de Matador de Goblins soou bastante satisfeita. — Já que eu conseguiria finalmente fazer isso, queria te convidar.
— …Entendi.
Matador de Goblins olhou para cidade abaixo e exalou calmamente.
Os pontos dourados de luzes já estavam longe, e no brilho laranja das velas, a cidade ficou incomparavelmente bonita.
Estava cheia de criações dos humanos.
Casas e edifícios feitos de pedra, a roupa das pessoas nas ruas, seus risos aumentando.
Eles acenderam as velas de suas lanternas, com o papel inflando antes de levar as partículas de luz para o céu.
O olhar de Matador de Goblins seguia sua ascensão da cidade abaixo no ar da noite.
Ele sabia que o ar quente subia e era por isso que as lanternas voavam. Isso era tudo. Sem magia ou milagres envolvidos. Eventualmente, a chama iria terminar e as lanternas cairiam de volta ao chão.
— Sr. Matador de Goblins, você…?
Garota da Guilda abriu a boca para dizer alguma coisa, mas naquele momento…
Riiing.
Um sino soou, repercutindo pelo silêncio da noite.
Se as lanternas eram estrelas em um riacho, esse era o borbulhar da água.
Riiing, riiing, riiing, riiing.
O som repetia em um ritmo fixo, um ritual sagrado para purificar a área.
Garota da Guilda procurou pela origem. Vinha da praça, onde uma multidão de lanternas estava subindo pelo ar.
Pessoas estavam espremidas na praça, sentados em torno de um palco redondo.
Ela avistou uma lança familiar e um chapéu pontiagudo na multidão e riu.
Oh, já deu a hora?
Dias bonitos, dias festivos, dias comemorativos. Esses dias também pertenciam aos deuses.
Eles eram dias de agradecimento às colheitas e um outono frutífero, bem como a súplica para passagem segura durante o inverno.
Petições que eles faziam, naturalmente, à toda-compassiva Mãe Terra.
Logo, alguém apareceu na praça em meio às fogueiras para encarnar essas esperanças.
Uma jovem toda vestida de branco emergiu graciosamente, uma donzela de santuário. Não…
— Ó deuses que se reúnem à mesa das estrelas…
Era Sacerdotisa.
Ela estava vestida de forma muito diferente. Sua roupa se parecia com algum tipo de traje de batalha, mesmo assim mostrava uma boa quantidade de sua pele.
Seus ombros e decote, barriga e costas, suas coxas, tudo revelava sua pele pálida e pura.
— …pelos pontos dos dados do destino e acaso…
Seu rubor sugeria que ela estava envergonhada por ser vista assim, mas ainda assim ela girou seu mangual baseado em uma relíquia sagrada.
A Mãe Terra era a deusa da abundância, a governante do amor e por vezes até uma deidade da guerra.
E essas eram as vestimentas de sua sacerdotisa.
Então, na verdade, não era nada de que fosse preciso ter vergonha.
— Ó Mãe Terra, vos suplicamos…
Sacerdotisa agitou seu grande mangual com as duas mãos, com as chamas se refletindo em suas gotas de suor no rosto.
Sempre que a relíquia — originalmente uma ferramenta de colheita — cortava o ar, deixava uma trilha branca e o toque de um sino.
Uma dança dos deuses, pelos deuses e para os deuses. Uma exibição sagrada.
— Como a sua vontade, seja a minha vontade…
Matador de Goblins lembrou dela murmurando: Tenho praticado.
Ela tinha falado do seu novo equipamento. Ela ficara com tanta pressa para ir à oficina.
Ela devia ter ficado treinando para que pudesse manejar aquele mangual e ido à loja para preparar essa roupa.
Ele tinha finalmente compreendido o sorriso travesso de sua companheira elfa.
— Ofereço esse corpo, incansavelmente, inesitantemente…
Sua oração soava através da praça, pelas casas, até a torre de guarda.
Ele tinha certeza de que os deuses podiam ouvi-la de onde repousavam no céu.
A esperança era para que os seus dados pudessem rolar mesmo que só um pouco mais favoravelmente.
Oh um e um um e um!
Mostre-me seis e seis amanhã!
Onde ele tinha ouvido essas palavras?
— Lhe oferecemos essa oração…
Ela não estava exatamente possuída, mas ela aproximou mais o panteão.
É claro, se ela tivesse realmente usado o milagre Chamar Deus, certamente sua alma mortal não teria suportado.
Mas mesmo a imitação do milagre era preciso apenas um gesto, uma respiração, um som, para fazer os fundamentos parecerem santos.
A noite não pertencia às pessoas. Pertencia aos monstros e caos. E goblins.
— Ó formidável, Ó eterno, Ó vasto, Ó profundo amor…
Ela deu um grande passo de dança e seus trajes rodaram, revelando seus quadris.
Sua respiração intensificada esfumaçava e gotículas de suor voavam de cima dela.
Seus olhos lacrimejavam; seus lábios tremiam. Seu pequeno peito se erguia com cada respiração.
Mesmo assim ela não exalava nenhum erotismo, apenas santidade.
— E que seja assim sobre seu tabuleiro…
— …Eu nunca relaxei — sussurrou Matador de Goblins enquanto seguia a forma dela com seus olhos.
— O qu…?
As palavras vieram do nada. Garota da Guilda não sabia se estava mais surpresa ou confusa.
Levou um instante para perceber que ele estava respondendo sua pergunta de mais cedo.
— Não importa quanto eu faça, não importa quantos eu mate. Tudo o que eu ganho é uma chance de vencer. — Não importa o quanto seus companheiros e amigos o apoiavam, o encorajavam e lutavam ao lado dele. — E uma oportunidade de vitória não é uma vitória.
Não havia como ser.
O espectro da derrota estava sempre presente. Ele nunca poderia fugir da sombra que o tinha criado.
Certamente não quando essa sombra tinha uma forma concreta e poderia o atacar.
— É por isso que não fiz uma lanterna.
Para preparar. Para estar pronto contra os goblins. Para lutar.
Para se cobrir contra aquele 0,01 por cento enquanto tinha 99,99 por cento de certeza de que poderia vencer.
Ele concluiu que por tudo isso, ele não poderia poupar sua atenção para qualquer outra coisa.
Ele sabia.
Ele sabia que o que levava as lanternas voando para o céu era apenas um fenômeno natural. Que quando as velas esgotassem, elas iriam cair na terra como nada mais que lixo.
Matador de Goblins sabia disso.
Mas…
— Os balões de papel guiam as almas dos mortos — sussurrou ele com um pouco de arrependimento. — Gostaria de saber se eles conseguiram regressar em segurança.
De quem ele estava falando? Ou o quê? Como ele se sentia agora?
Garota da Guilda não podia dizer. Ela não sabia.
Mesmo assim ela disse “Tenho a certeza que sim” e sorriu.
No mesmo instante:
— Que nenhum mal perturbe a balança da ordem e do caos nos céus. Que tudo fique bem.
Sacerdotisa jogou seu cabelo enquanto erguia os olhos para o céu, oferecendo uma oração da terra aos céus.
Ela cantou com toda a sua força e esforço, seu pescoço pálido cintilava de suor. Alguém engoliu em seco audivelmente encantado com a sua beleza.
Então ela entoou uma súplica supostamente em nome de muitos crentes, aqueles que possuíam palavras.
— Abençoe o protetor da noite, traga a ele felicidade.
Mas ela falou só para um.
— Eu rezo para os céus distantes, ofereço minha petição…
Ela soltou um suspiro. Ele reverberou através do silêncio.
— …Olhe. — Garota da Guilda estava sorrindo para Matador de Goblins com um toque de surpresa. — Os deuses estão apreciando… todo o seu esforço.
E, de fato, estavam.
Se ele não tivesse resgatado Sacerdotisa naquela caverna, essa cena nunca teria acontecido. Todo mundo aqui na cidade, celebrando o festival. Tudo porque ele ajudou aquela garota e deteve a horda goblin com ela e seus companheiros.
Foi destino ou acaso? Isso dependia da jogada de dados dos deuses.
Embora, talvez, aqueles no tabuleiro não pudessem imaginar…
Garota da Guilda não se importava o que era. Porque seja qual fosse a causa, a tinha levado até ele.
Ela não sabia o que lhe trouxera para se tornar um aventureiro, para se tornar Matador de Goblins.
Mas ela sabia dos cinco anos que o tinha levado até esse momento, tudo o que ele tinha passado durante esse tempo. Ele estava aqui para proteger aldeias, pessoas, cidades, qualquer um.
Basta olhar ao redor dele.
Ela não podia acreditar, era ridículo ela não ter notado.
Matador de Goblins não era amargo. Ele não era triste.
Ela, ela era a única que mal conseguia aguentar.
Garota da Guilda tremeu com a humilhação de seu próprio egoísmo.
Naquela noite, naquele momento, ele tinha Sacerdotisa, Alta-Elfa Arqueira e Vaqueira também.
E embora ela soubesse disso, ela havia tentado ganhar vantagem sobre todas elas, e ela odiava o comportamento vergonhoso
Ela odiava como tinha evitado elas até o festival, sem saber o que diria a elas.
Mas… mas.
Ela estava esperando. Ela estava aqui.
Ela estava o apoiando, torcendo por ele.
Ela queria que ele visse.
Notasse.
Percebesse.
Ela. Outras coisas. Tudo que não fosse um goblin. Qualquer um.
Ela não tinha nada parecido com coragem que precisava para pôr tudo isso em palavras.
Mas agora que ela havia conseguido passar metade de um dia com ele, ela se perguntava se algo tinha mudado.
Ele me viu?
Ele viu alguém?
Ele pensa em alguma coisa além de goblins?
— Tenho certeza… de que eles foram capazes de voltar para casa em segurança.
Havia muita luz, afinal de contas. Deve ser verdade. Eles não conseguiriam se perder no caminho.
Essa fé inspirou as palavras de Garota da Guilda. Como sempre, ela escondeu os seus pensamentos mais íntimos atrás do sorriso.
Para sua tranquilidade, ele soltou um som fraco, uma palavra.
— …Sim.
No fim, isso foi tudo que Matador de Goblins disse, e depois ele assentiu.
O fim do ritual marcou a conclusão do festival e seu dia abençoado.
As fogueiras queimavam baixo quando as pessoas deixaram a praça, apenas algumas chamas restavam a se consumir nos céus da noite.
Os dois desceram de volta às escadas, retornando ao chão da torre de guarda.
O sol se fora completamente, deixando a Guilda escura.
Embora ela pudesse normalmente encontrar o caminho nessas circunstâncias, hoje não era normal.
— Oop… oh! Ops…
— Tenha cuidado.
Garota da Guilda tropeçou e agarrou o braço de Matador de Goblins.
Seu coração acelerou com a força dele.
Ela estava feliz por estar escuro. Ela não queria, sobretudo, que ele visse seu rosto naquele momento. Embora ela não pudesse esconder o problema em sua voz.
— Ah, s-sinto muito…
— Não — disse Matador de Goblins, balançando a cabeça. — Não foi… ruim.
— O qu…?
— Me refiro à hoje.
— Ah…
— De manhã até a noite… Então é assim que “dia de folga” se parece.
Seu coração acelerou de novo
Ela se sentiu um pouco mercenária, como ela pôde? Mas ela não conseguia ignorar a alegria que anulou o lado calculista de sua natureza.
— Ah, não, n-não foi nada demais. S-se gostou de hoje, isso é maravilhoso.
— Entendi.
Por qualquer razão, ela se apressou em direção à porta, desenredando do braço dele.
Os dois estavam sozinhos no escuro. Foi daí que o nervosismo veio.
Quando chegassem do lado de fora, ela tinha certeza de que essa sensação mudaria. Que iria respirar mais facilmente.
Com isso em mente, ela pegou a maçaneta…
— …O quê?
Ela inclinou a cabeça quando ela não girou.
— O que foi?
Matador de Goblins se aproximou com um passo perfeitamente normal apesar da escuridão.
— Estou mal da memória? — disse ela, ainda confusa. — Não… eu não tranquei a porta. Mas…
Está trancada.
As palavras começaram a se formar, não exatamente em seus lábios, quando Matador de Goblins se moveu.
Ele agarrou Garota da Guilda pela cintura e a abaixou ao chão.
— O quu?
Ele derrubou a mesa para os proteger.
Ela caiu de costas e uma lâmina se enfiou na mesa quase ao mesmo tempo.
— A-ai! O-o que está acontecendo?!
— Fique perto da parede. Tome cuidado e fique quieta.
Matador de Goblins sacou a espada de sua bainha enquanto sussurrava as ordens.
Mantendo-se discreto, ele se moveu de lado atrás de sua cobertura, mantendo sua distância.
Ele puxou a faca da mesa e viu como ela brilhava claramente na noite. Então ele partiu após o seu atacante.
Longe de Matador de Goblins permiti-lo escapar.
Uma forma pequena — um homem pequeno, cerca da metade do tamanho de um humano — esgueirado na escuridão.
— Um goblin?
A única resposta foi um ruído zombeteiro que cheirava ligeiramente a sangue.
Então o atacante avançou.
Ele segurava uma faca inversamente, a qual moveu de cima para baixo como a presa de um predador.
Matador de Goblins ergueu seu escudo para defender. Houve um som seco. Um esguicho de líquido.
— Coberto de veneno.
A secreção viscosa caiu em seu capacete. Mas ele tinha a viseira. Não o cegaria.
O inimigo deixou o contato e pousou no chão, tirando vantagem da distância que se abriu para um segundo ataque relâmpago.
Matador de Goblins desviou os golpes que se aproximaram com o escudo e atacou com a espada, esperando acertar o atacante no abdômen.
Faíscas dançaram, iluminando a escuridão.
O atacante tinha uma faca na mão esquerda também, que usou para empurrar a lâmina de Matador de Goblins para o lado.
Sua técnica era refinada, o agressor tinha evidentemente uma certa experiência.
— Você parece muito diferente de um goblin.
— M-Matador de Goblins…! — gritou Garota da Guilda.
— Não há problema.
Ela ouviu um som de rangido, o agressor rangendo os dentes, talvez?
Os olhos de Garota da Guilda estavam se adaptando a escuridão, mas as formas lutando ainda eram indistintas.
O atacante usava armadura de couro e proteção ao redor de seu abdômen. O pano ao redor era negro, assim como o rosto dele…
— Não… um elfo negro?!
Seu grito serviu como um sinal.
O atacante brandiu sua faca na mão esquerda rápido o suficiente para cortar o próprio ar e acompanhou imediatamente com algo em sua direita.
Faíscas deslumbrantes surgiram do escudo de Matador de Goblins quando bloqueou a lâmina pequena três vezes.
Dardos!
A breve iluminação também permitiu que ela visse o verdadeiro ataque por trás do despiste.
— Hrr…!
A saraivada forçou Matador de Goblins para trás em uma espécie de meio salto mortal.
Ele tombou na mesa com um barulho espetacular, lançando poeira para o ar escuro.
— Oh, ah, M-Matador de Goblins…?
Não houve resposta.
Mesmo pela silhueta, ela poderia ver inúmeros dardos enfiados em sua armadura.
Era demais.
— Não…
— Sim! — Um grande grito abafou seu sussurro aflito. Veio, obviamente, do inimigo que rugia saliva com “Eu consegui! Eu consegui! Hya-ha-ha-ha! Por causa dele… é tudo por causa dele!”.
Ele gritava horrivelmente enquanto saltava para cima e para baixo, batendo palmas.
Ele esbarrou em Matador de Goblins e lhe deu um chute por garantia.
— Ranque Prata, pfft! Presas fáceis e um pouco de sorte, isso é tudo o que tinha!
Outro chute. Um terceiro, depois um quarto.
A cabeça de Matador de Goblins balançava cada vez que a bota tosca se conectava. O visor do seu capacete sujo ruiu terrivelmente quando caiu como uma boneca barata.
Era insuportável ver.
Até alguns minutos atrás, eles estavam conversando juntos, andando juntos.
— P-pare com isso…
Ela só podia sussurrar, tão baixo que ninguém poderia ouvir.
Mas agora algo estava jorrando de seu coração.
— Eu disse para parar!
— É bem feito por manter todas as garotas para si. — O agressor se virou, com seu olho cintilante fixado em Garota da Guilda. Ela formou um punho na frente do seu peito. — E ele estava em relações tão próximas com uma empregada da Guilda, ainda por cima. Não tão justo quanto ele fingia ser, acho!
Ela deveria ficar em silêncio? Não. Tinha de ser dito.
Ela sentia arrependimento, mas também uma determinação que o superava. É claro. Ninguém tinha o direito de chutar ele assim.
O veneno escorria da adaga com uma cor nojenta.
Ela deveria gritar de novo, chamar alguém? Não… Mesmo se fizesse, seria tarde demais.
— !
Ao menos, ela não evitaria seus olhos.
Seu olhar intenso só parecia irritar o atacante ainda mais.
— Não ache que vou deixar você se safar dessa tranquilamente…!
— É mesmo?
A voz era tão fria quanto o vento das profundezas de um poço.
— …
— O quê? Gargh…!
Os olhos de Garota da Guilda se arregalaram e o agressor só conseguiu dar um som abafado.
Matador de Goblins se moveu.
Ele se levantou como um espectro, ainda crivado de dardos. Sua espada…
Sua espada estava enfiada nas vísceras do atacante, tendo encontrado cuidadosamente uma lacuna na armadura de couro do oponente.
Ele rompeu violentamente através das entranhas do homem, fazendo seu ex-agressor tossir e se engasgar.
O corpo caiu para trás, se contorcendo, perdendo sangue e força.
— Hmph.
Matador de Goblins bufou, colocando seu pé contra a forma ensanguentada enquanto puxava a espada.
O atacante tossiu uma última vez, então ficou parado.
— Ma… — A voz de Garota da Guilda estremeceu. — Matador de Goblins…?
— Sim?
— Você está bem?! Está ferido?!
— Eu uso cota de malha debaixo de minha armadura de couro — murmurou ele de forma natural, afastando gentilmente Garota da Guilda enquanto ela tentava freneticamente chegar perto. — Um simples dardo não pode penetrar nela.
Ele agarrou os dardos e puxou de sua armadura. As pontas estavam encharcadas de algo, presumivelmente o mesmo fluído que tinha revestido a adaga.
Matador de Goblins disse desinteressadamente: — Ele era bem rápido. Com minha habilidade, eu não poderia tê-lo abatido.
Isso significava que — para ele, pelo menos — a solução óbvia tinha sido um ataque surpresa. Ele não poderia ganhar em uma luta justa, então ele não entraria em uma.
Mas, Garota da Guilda não simpatizou inteiramente com essa perspectiva.
— E-eu pensei que você… estava morto……!
Mesmo enquanto falava, lágrimas se formaram em seus olhos e escorreram por suas bochechas.
Uma vez que começaram, não havia como impedi-las. Confrontado com a garota chorando, Matador de Goblins só conseguiu reunir um “Ugh…”. Ele sacudiu o sangue de sua espada para se distrair. — Sinto muito.
— Se… Se tivesse que se desculpar… você não devia… fazer isso para começar…!
— …Não vou.
Matador de Goblins assentiu, e então com a ponta de sua espada ele retirou a máscara do atacante.
— Sniff… Ele…? Ele é um elfo negro?
— Isso eu não sei.
Garota da Guilda ergueu a cabeça, ainda fungando.
Elfos negros estavam entre os povos que possuíam palavras, também conhecidos como Jogadores. Eles compartilhavam as mesmas raízes que outros elfos, mas se alinhavam com o caos.
Não se poderia presumir que eram todos Não-Jogáveis — aqueles seres que-não-rezam — porque de tempos em tempos, um elfo negro retornaria ao lado da ordem.
Com apenas um punhado de exceções, a maioria dos elfos negros eram maus e se divertiam em desafiar a lei e a ordem.
Os elfos negros tinham orelhas pontudas como os outros elfos, mas com a pele escura.
Ela tinha ouvido dizer que eles eram geralmente altos, como seus primos habitantes da floresta, mas o corpo no chão não tinha crescido tão bem.
— Mas isso é um rhea.
— O qu…?
Garota da Guilda se engasgou quando deu mais uma olhada no cadáver.
O rosto estava escuro e sujo, mas ela tinha uma memória distante disso.
E por que não? Por que ele cobriria seu rosto quando atacava?
Matador de Goblins usou o salto de sua bota para limpar o rosto do cadáver.
— Oh! Esse é…! — Garota da Guilda colocou inconscientemente a mão na boca. Ela reconhecia ele. — Ele é aquele que acusamos de cometer delito naquela entrevista…!
Os traços estavam distorcidos pelo ódio, amargura e desejo de vingança… mas era sem dúvida Rhea Batedor.
Um aventureiro que eles tinham entrevistado para uma promoção. O homem que tinha acumulado discretamente recompensas e tesouros para si mesmo e escondido dos membros de seu grupo.
Todos os entrevistadores tinham exilado ele… Ele tinha voltado? Ou ele estivera na cidade desde então?
Matador de Goblins ficou olhando para o rosto do rhea.
— Acho que me lembro dele.
— É. Você estava na nossa entrevista com ele. Foi por isso…
— Não. — Matador de Goblins balançou a cabeça. — Quando eu estava comendo na taverna, ele estava sussurrando com outra pessoa. Eu também o vi me observando na Guilda antes disso.
— Está dizendo…
— Mas se ele só me quisesse como alvo, ele não precisaria de roupas tão estranhas.
Matador de Goblins grunhiu.
Tantas possibilidades, tantas escolhas, ele não conseguia decidir o que devia fazer exatamente.
Mas só havia uma conclusão a se prosseguir, um aviso a se prestar atenção.
— Os goblins podem estar se movendo.
Com essa declaração, Matador de Goblins bateu sua espada na bainha.
— Estou indo. Consegue ficar de pé?
— Ah, hum…
Garota da Guilda não sabia bem onde olhar. Ela estava ajoelhada como se suas pernas estivessem fracas, mas era capaz de se mexer.
Mas, se ela dissesse que não podia, ele ficaria? Não seria melhor se ele ficasse?
— E… Estou bem.
Ela reuniu tudo o que tinha para dizer isso, depois estendeu a mão e a pôs na mesa.
Matador de Goblins recolheu os dardos na máscara do rhea, então os guardou na bolsa. Ele limpou a lâmina da adaga envenenada e a colocou no cinto.
Depois de uma verificação rápida em seu equipamento, inspecionou onde os dardos o atingiu. Ele decidiu que não havia problema.
— Nesse caso, por favor, cuide das coisas aqui.
Assentindo, Garota da Guilda usou a mesa como apoio para se pôr de pé instavelmente.
O que tinha acontecido? O que estava acontecendo? Ela não sabia. Como ela poderia saber?
O dia de celebração acabou. Seu dia de felicidade desapareceu.
— …Só, quero dizer, que eu… que eu mesma não entendo nada disso…
Certo. Ela só teria que voltar a ser a recepcionista da Guilda, tratar ele como outro aventureiro.
— M-mas seja o que for, por favor, faça o seu melhor!
Ela pôs o maior sorriso que conseguia em seu rosto, e Matador de Goblins respondeu com apenas duas palavras.
— Eu irei.
Tradução: Kakasplat
Revisão: JZanin
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