— Se você não gosta, pode ir para casa.
Uma voz clara ressoou no meio da floresta, que estava escura mesmo ao meio-dia.
Árvores, musgo, hera. Esse era um mundo onde as pessoas pisavam sobre os restos das construções de calcário abandonadas, um lugar governado por plantas tão profusas que se enredavam. As ruínas de uma grande cidade, provavelmente construída na Era dos Deuses, ou pelo menos, na primeira era daqueles que possuem palavras.
Até mesmo os elfos supostamente reconheciam que coisa alguma resiste sob o peso dos meses e anos, e, no entanto…
Essa cena era particularmente triste. Fissuras percorriam brutalmente sobre os entalhes bem trabalhados; pisos de pedras uma vez alinhados, agora estavam despedaçados. Entre os ramos que se estendiam acima como um teto, uma luz difusa e tênue pouco visível para enxergar se infiltrava. Esse lugar fora uma cidade uma vez, mas agora era nada, senão ruínas. Atualmente, apenas as árvores e plantas viviam nesse lugar.
Através desse cenário marchavam cinco figuras em uma fila, carregados com todos os itens que se pode imaginar. Eles eram, é claro, aventureiros.
A voz pertencia à garota na vanguarda deles, responsável pela exploração. Suas orelhas longas, a prova que ela era uma alta-elfa, tremeram.
— Isso não significa nada se forçar.
— O que é que não faz? — A resposta foi curta, com uma voz quase mecânica.
Ela veio do segundo na fila, um guerreiro humano com um capacete sujo e armadura de couro. Em seu quadril estava uma espada que parecia ter um comprimento estranho; no seu braço estava um pequeno escudo redondo; e em sua cintura estava pendurado um saco cheio com os mais variados itens.
Ele usava equipamentos um pouco melhores comparado aos que os jovens sonhadores do país poderiam ter. Mas por pouco. Ele não parecia grande coisa. Embora seu caminhar, a maneira como se portava, irradiava confiança.
Tal como o guerreiro ia, ele teria dado uma impressão estranha a qualquer pessoa que o observasse.
— Essa aventura! — Alta-Elfa Arqueira não se virou. Suas orelhas longas se moveram impacientemente para cima e para baixo.
Muitos elfos se tornavam patrulheiros. Eles eram batedores à altura dos rheas, mesmo que não fosse sua classe principal.
Ela saltou com tanta facilidade sobre a raiz de uma árvore que se estendia para fora do chão, que ela parecia pesar absolutamente nada.
— Eu não desgosto disso — disse o guerreiro.
As orelhas de Alta-Elfa Arqueira se ergueram.
— Isso foi o que nós combinamos. Não vou recusar a pagar o que te devo — acrescentou ele.
Suas orelhas caíram outra vez.
A terceira pessoa na fila suspirou quando ouviu as palavras do homem.
Pequena, jovem, inexperiente e a mais bela do grupo, uma garota humana. Ela agarrava um cajado de monge com as duas mãos e vestia as vestes clericais sobre a sua cota de malha. Ela era uma sacerdotisa.
Ela balançou o dedo, reprovando o guerreiro, como se dissesse não há o que fazer.
— Bem, isso não pode continuar. Você precisa ter um comportamento melhor.
— …Preciso?
— Sim, precisa. Justo agora ela está sendo muito atenciosa com você e com todos!
— É mesmo…? — murmurou o guerreiro, depois se calou. Não era possível observar sua expressão que estava escondida atrás do capacete de aço. Com uma breve deliberação posterior, ele virou sua viseira sinistra em direção à elfa e perguntou diretamente a ela: — É verdade?
— Você poderia não perguntar isso? — disse Alta-Elfa Arqueira, estufando suas bochechas.
Na realidade, desde que ela tinha pedido “uma aventura” como sua recompensa por ajudar o guerreiro a defender uma certa fazenda, a elfa estivera com bastante disposição.
Se ela admitiria isso em voz alta, entretanto, era outra questão.
— Ahh, desista! — Um anão gorducho alisou sua barba, dando uma risada sincera.
Ele era o quarto na fila, era um usuário de magia vestido ao estilo oriental; Anão Xamã. Ele era ainda mais baixo que Sacerdotisa, porém, sua constituição física era como uma rocha. O senso comum sustentava que os conjuradores eram fracos fisicamente, mas os anões eram diferentes.
Não que o tamanho pequeno de seus membros nunca fossem um problema. Seguir ao longo das trilhas de animais era um problema particular para eles.
— Esse é Corta-barba. Ser cabeça dura não é novidade.
— …Suponho que sim. Orcbolg é teimoso. — Com isso, Alta-Elfa Arqueira suspirou. — Embora me custe admitir que um anão tenha razão sobre qualquer coisa.
Anão Xamã soltou um “hmph” aborrecido, então sorriu convencidamente. — Como você espera encontrar um homem com essa forma de falar? Desse jeito, você vai ser uma solteirona de dois mil anos!
— Tsc! — As orelhas dela balançaram. — Eu não me importo. Por que eu deveria me importar? Seja como for, ainda sou jovem.
— Oh, é mesmo? — disse Anão Xamã, com seu sorriso se reforçando, como se tivesse encontrado a brecha que estava procurando. — Eu devia ter percebido… a julgar por essa tábua que você tem como peito!
— Isso vindo de um barril que anda!
As sobrancelhas encantadoras de Alta-Elfa Arqueira se levantaram. Ela girou e encarou o anão. Então, abriu a boca para revidar enquanto cobria seu peito bastante plano com os braços…
…mas foi interrompida por uma respiração estridente.
— Os habitantes dessa terra podem ter partido para o outro lado, mas, alguns modos ainda seriam bons, não?
Foi um homem-lagarto com um talismã em volta do pescoço quem falou.
Ele era a cauda — literalmente e figurativamente, com o seu movimento traseiro — da formação. Ele era gigante, sua respiração sibilava pelas suas mandíbulas. Usando as roupas tradicionais de seu povo e juntando as mãos em gestos estranhos, ele era um lagarto sacerdote que seguia a vontade de seus ancestrais, os temíveis nagas.
— As pessoas não têm domínio nessas terras. Fiquem atentos e não se metam em problemas.
— Hmm. Talvez ela estivesse sendo um pouco barulhenta.
— Bah! O que? Isso é culpa sua por…
— Minha querida patrulheira, por favor — implorou Lagarto Sacerdote.
As palavras começaram a morrer nos seus lábios.
Lagarto Sacerdote não era o líder do grupo propriamente dito, mesmo assim, Alta-Elfa Arqueira não tinha a coragem de ir contra esse semblante imponente.
— Talvez você possa prosseguir. Escalar essa raiz parece apto a ser um desafio.
— …Sim, senhor.
— E prezado conjurador, não distraia nossa batedora.
— Eu sei, eu sei.
Anão Xamã não pareceu notar o quanto que as orelhas de Alta-Elfa Arqueira abaixaram sob a repreensão.
Enquanto isso, Lagarto Sacerdote revirou irritado os olhos.
Sacerdotisa riu quase inconscientemente. Ela gostava da forma energética que Alta-Elfa Arqueira e Anão Xamã ficavam quando discutiam.
É bom que eles sejam amigos o suficiente para discutirem assim.
— Hiup!
Alta-Elfa Arqueira saltou sobre a raiz de uma árvore quase tão alta quanto ela com um, dois, três passos, em uma exibição acrobática que a maioria das pessoas não eram capazes de fazer.
— Você é experiente nisso — disse calmamente o guerreiro, que estava a observando.
— Oh, você notou?
Junto a resposta satisfeita de Alta-Elfa Arqueira, uma corda de escalada caiu sobre o obstáculo.
O guerreiro deu dois ou três puxões por segurança, então pôs os pés na raiz e começou a subir.
Ele escalou com uma velocidade e leveza que contradizia toda a armadura que estava usando. Esse era possivelmente o resultado ao usá-las até mesmo fora das aventuras.
— Tudo certo. Isso vai funcionar. — Em cima da raiz, seu elmo virou para eles abaixo. — Próximo.
— Ah… Certo!
Sacerdotisa assentiu várias vezes e seguiu.
Ela colocou seu cajado nas costas e começou a escalar com insegurança, se apoiando atentamente contra a raiz para se sustentar.
— Mas… Ugh… E pensar que uma cidade grande dessa poderia se transformar em ruínas… Caramba!
— Tenha cuidado.
Chiiiii. Sacerdotisa escorregou em alguns musgos e quase caiu, mas o guerreiro agarrou rapidamente seu pulso e a puxou para cima.
Seu braço era tão fino, que parecia que a mão enluvada de couro do guerreiro poderia a partir.
— O-obrigada… — disse ela com uma voz infimamente baixa, olhando para baixo na raiz e corando.
Ela esfregou seu pulso ligeiramente dolorido. Não que ela estivesse se queixando.
— Se não estiver machucada, iremos descer.
— Certo.
Sacerdotisa andou sobre a raiz com o guerreiro segurando sua mão para apoiá-la.
Uma vez que eles estavam em segurança no chão, Alta-Elfa Arqueira inclinou um pouco sua cabeça para o lado e perguntou: — Está tudo bem?
— Sim… eu só… preciso aumentar minha força um pouco mais…
— Bem, não fique maluca — disse a elfa, com um movimento de suas orelhas. Ela estreitou seus olhos e deu Sacerdotisa um olhar atento de cima a baixo. — Você não iria querer acabar como o corpo de um anão.
— Eu consigo ouvir você orelhuda! E estou cansado de te dizer, eu tenho um físico normal para um anão! — gritou Anão Xamã do outro lado da raiz. — De qualquer forma, nada pode ganhar contra o fluxo do tempo. Nem suas árvores, nem nossas cavernas… nada.
Após receber um impulso prestativo de Lagarto Sacerdote para o topo da raiz, o anão se firmou determinado e saltou para o chão no outro lado.
Ele aterrissou no chão com seu traseiro com uma pancada seca.
Alta-Elfa Arqueira franziu visivelmente a testa para a exibição deselegante. — Você não podia ser um pouco mais ridículo?
— Olhe para as minhas pernas! Elas são atarracadas! Vocês elfos, se preocupam tanto sobre como as pessoas os veem.
— Se isso te incomoda, você pode sempre usar Controle de Queda.
— Pfft! Usar uma magia para isso? Os elfos não têm nenhuma noção de moderação em magia?
— Certo, certo… — Sacerdotisa atravessou entre eles com um sorriso que ela não conseguia suprimir totalmente. — Se vocês fizerem mais barulho, tomarão outra bronca — advertiu ela.
— Oh, quem é que vai me repreender? Do ponto de vista de uma elfa, essa cobra é apenas uma criança…
— Oh-ho?
As orelhas de Alta-Elfa Arqueira se ergueram com o pequeno som da voz.
— Mesmo os elfos não são eternos. Talvez, a única coisa que seja, é a própria eternidade…
A voz foi acompanhada pelo sibilo de Lagarto Sacerdote escalando a raiz com a ajuda de suas garras e cauda.
Ele escalou graciosamente e aterrissou ao chão agilmente. Foi impressionante, mesmo sendo um pouco barulhento. — Talvez seria divertido descobrir se os alto-elfos são eternos ou não?
— …Eu dispenso.
Talvez ele tenha tido a intenção da sua expressão parecer divertida ou provocadora. Mas, para qualquer ser sem escamas, ele parecia apenas como um lagarto enorme com sua boca cheia de dentes totalmente aberta.
Alta-Elfa Arqueira franziu a testa e balançou a cabeça de um lado para o outro.
— Então — disse o guerreiro. — Onde estão os goblins?
— …Lá vem ele outra vez. — Alta-Elfa Arqueira deu de ombros como se dissesse não vale nem a pena responder, seguido por um suspiro ainda maior. — Eu me dei o trabalho de encontrar ruínas que pareciam ter goblins, só para você, Orcbolg. — Você podia estar um pouco agradecido.
Nisso, o guerreiro prosseguiu com: — Humm. Em outras palavras, você estava sendo ponderada.
— …Sim, pode chamar disso.
— Entendi.
Ele estava aparentemente esperando que todos se juntassem. Então ele deu apenas um aceno e partiu na frente da fila. Alta-Elfa Arqueira o seguiu apressadamente depois, ultrapassando ele para continuar com seu reconhecimento.
Considerando tudo, o guerreiro era um batedor muito bom. Apesar de seu modo de andar rápido, indiferente e um pouco espalhafatoso, sua armadura era estranhamente silenciosa. Ele poderia parecer um simples bandido, mas ele não pisava sobre um galho ou chutava uma pedra.
— Aham, não precisa se preocupar muito, meu senhor Matador de Goblins. — Lagarto Sacerdote puxou de sua bolsa algum papel enrolado e o abriu, o examinando mesmo enquanto caminhava.
Ele estava desbotado, desgastado e aparentemente meio apagado, mas ainda sim parecia ser um mapa da cidade que eles estavam.
Tomando cuidado para não danificar o papel, Lagarto Sacerdote percorreu cuidadosamente sua garra ao longo dele. — …Deve haver um santuário mais adiante. De minha parte, acredito que devemos ir para lá. O que vocês acham?
— Concordo — disse rapidamente o guerreiro. Ele parou a sua caminhada e estava examinando a estrada — que uma vez foi de ladrilhos — com o dedo, procurando por pegadas. — Pode haver goblins aqui.
— Isso é tudo que você tem na cabeça?! — disse Alta-Elfa Arqueira, a qual já estava exausta dele.
— Há mais alguma coisa?
— Olhe à tua volta! — disse ela abrindo bem os braços, mas sem abaixar sua guarda. — Olha para isso! Maravilha! Segredos! Mistério! Lenda! Você não sente nada disso?
— Não há tempo para isso.
— …Eu não posso acreditar em você.
— É mesmo?
Alta-Elfa Arqueira contraiu seus lábios após ouvir a resposta curta. Suas orelhas longas balançaram.
— Então, orelhuda. Se você apressar o polimento de uma pedra, você só vai quebrá-la. — Anão Xamã riu da elfa petulante, enrolando sua barba. — Dê tempo ao tempo. Deuses, todos vocês elfos são tão impacientes.
— É por isso que você é tão gordo, anão… só comendo e bebendo, nunca fazendo nada.
— Ahh, o que você tem contra um pouco de comida e bebida? Você também podia tentar um pouco! — Ele tomou um longo gole da jarra de vinho de fogo no seu cinto, aparentemente imperturbado com o comentário dela. — Embora seja justo, minha garota orelhuda, você não está errada.
Alta-Elfa Arqueira deu um olhar para Anão Xamã quando ele soltou um arroto indelicadíssimo.
— Corta-barba, você nunca pensou que poderia ser mais fácil se você fosse, digo, subisse na vida?
— Já — respondeu o guerreiro brevemente, enquanto agachava próximo a uma parede, e olhava ao redor de um canto.
— Oh-ho. — O anão grunhiu com a resposta inesperada.
O guerreiro olhou para a esquerda, depois para direita, então continuou adiante. — Desenvolver minha reputação, se tornar um ranque Ouro, e pegar trabalhos mais variados como um aventureiro é uma possibilidade — disse ele.
— Então, por que não fez isso? — perguntou o anão.
— Porque se fizesse, os goblins estariam atacando as aldeias.
Observando próximo a eles, Alta-Elfa Arqueira balançou a cabeça como que para afastar uma dor de cabeça.
— Eu tinha ouvido dizer que os humanos podiam ter visão limitada, mas… todos são assim?
— Eu acho que ele é especial — disse Sacerdotisa, com um sorriso o que podemos fazer?
Assim ele tinha sido nos meses desde que tinham se encontrado, embora tivesse sido estranho no início.
— Embora ele converse sobre muito mais temas do que costumava.
— ……
O guerreiro continuou silenciosamente sua investigação, com aquela mesma caminhada energética. Sacerdotisa o seguia ainda sorrindo. Digo, olhe.
— E ele está fácil de compreender, não é?
— Eu percebi, pelo menos — disse Alta-Elfa Arqueira, com um aceno e uma risada.
Anão Xamã e Lagarto Sacerdote trocaram um olhar, depois um sorriso silencioso.
Eles logo chegaram ao fim do que parecia ter sido uma vez uma grande estrada principal e chegaram ao seu destino: uma grande praça e uma imensa clareira nas árvores. Eles podiam ver mesmo uma abertura branca isolada, como a entrada de uma caverna.
— Não vejo nenhum guarda. — O guerreiro deu um suspiro quando ele analisou o território a partir das gramas altas nas sombras escuras das árvores.
Desde que entraram na floresta, eles não tinham visto nenhum animal selvagem, para não falar algum monstro.
— Oh, então… isso quer dizer que não há quaisquer goblins lá! — Da parte de trás da fila, Sacerdotisa tentou encorajar o guerreiro aparentemente desapontado.
— Não necessariamente.
A resposta foi quase mecânica, mas isso não parecia a incomodar. Ela dava a impressão de ser um pintinho enquanto andava atrás dele.
— Eu não acredito que eles deixariam um ninho pronto assim ser desperdiçado.
— Você não precisa imaginar que eles estão aqui se não estão — disse Alta-Elfa Arqueira, então murmurou para si mesma: — Goblins, goblins. Francamente.
O guerreiro ignorou ela e disse: — Ou eles podem ter simplesmente cavado recentemente um túnel do ninho até aqui.
— Ei… Você sente o cheiro de alguma coisa? — Alta-Elfa Arqueira franziu a testa. Ela não queria dizer isso como resposta ao guerreiro.
Lagarto Sacerdote balançou lentamente sua cabeça. — Infelizmente, meu nariz é de pouca utilidade nessa floresta. Que tipo de cheiro é?
— É meio que… hum. Como… ovos podres?
— …Então eles estão aqui — murmurou brevemente o guerreiro. Com isso, cada aventureiro preparou suas armas. Alta-Elfa Arqueira pegou seu arco, um grande galho de teixo amarrado com seda de aranha, junto com uma flecha que tinha um broto como ponta.
Com uma oração aos seus antepassados, Lagarto Sacerdote transformou um dente em uma espada polida.
Anão Xamã alcançou um pequeno saco de catalisadores, enquanto Sacerdotisa segurava seu cajado de monge com as duas mãos.
Eles partiram rapidamente, se espalhando para cercar a entrada.
— O que devemos fazer? Quer entrar? Ou devo usar o meu milagre Proteção…?
— Não. — O guerreiro balançou a cabeça, cortando a pergunta ansiosa de Sacerdotisa. — Há outra entrada para essas ruínas… esse santuário? O que o mapa diz?
— Não pelo que vi — respondeu Lagarto Sacerdote, que conhecia o mapa como a palma da mão. — Embora sendo essas ruínas muito antigas, nós não podemos garantir que um colapso não criou uma.
— Então iremos os expulsar com fumaça. — Com o escudo preso na sua mão esquerda, o guerreiro revirou sua bolsa.
O que ele tirou era amarelado e do tamanho de sua mão; parecia um pedaço de alguma coisa endurecida. Ele usou uma corda para amarrar a coisa com um pouco de gravetos secos, até ter apertado eles em uma bola.
Sacerdotisa estava com uma expressão um pouco tensa. Talvez ela se lembrasse dessa coisa.
— Isso é… hum… isso é resina de pinheiro, não é?
— Sim.
— E… enxofre.
— Isso fará uma bela fumaça densa. — Mesmo enquanto ele falava, o guerreiro golpeou com facilidade uma pederneira, colocando fogo na bomba de fumaça. Tendo cuidado para não respirar a fumaça que começou a subir imediatamente do engenho, ele o arremessou dentro do buraco. — E ele envenenará o ar. É pouco provável que mate eles, no entanto… — Com isso, o guerreiro tirou uma espada pequenina da bainha. — Agora, esperamos.
O fumo da bomba de fumaça avançou para as profundezas das ruínas.
Os aventureiros suspiravam entre si com uma mistura de pesar e nervosismo.
— Você conhece os truques mais desprezíveis — disse Anão Xamã.
— Conheço?
— Você não vê?
Mas, não havia como discutir com os resultados imediatos. Pequenas silhuetas vieram correndo através da parede de fumaça, clamando com vozes estridentes.
Eles eram monstros com faces cruéis do tamanho de crianças; goblins.
— Hmph.
Quando ele viu que os goblins estavam vestindo couraças de couro, ele os cortou com sua espada como um machado cortava lenha.
Impacto. Grito. Um esguicho de sangue.
Ele pisou casualmente em um goblin que caiu de cara para cima com uma espada enfiada em seu crânio, e pegou a arma dele para si.
Uma foice pequena. O guerreiro girou um pouco a arma ensanguentada, então assentiu. Nada mal. A arma tinha sido feita para um goblin manejar em uma caverna, mas ela parecia natural na sua mão.
— O nosso alvo possui excelente equipamento. Tenham cuidado.
— Isso não é como qualquer aventura que já estive.
— Não é?
— Não! — Alta-Elfa Arqueira disparou uma flecha com uma carranca.
Ela era feita de um galho naturalmente adequado para uma flecha, e ela voou como se o próprio santuário estivesse a puxando.
Três gritos surgiram.
— Você normalmente não entra nas ruínas para lutar com os goblins?
— Eu suponho que é o método convencional.
Lagarto Sacerdote se movia de um goblin retorcendo para o outro, finalizando cada um com sua espada.
— Se alguém quiser se juntar ao meu senhor Matador de Goblins em sua caçada, os preparativos devem ser feitos para o que é menos esperado.
— Se você diz…
Sacerdotisa lançou um olhar duvidoso para o guerreiro.
Ele estava enfiando a foice, segurada inversamente, na garganta de um goblin. Ele destruiu a traqueia do monstro quando retirou sua arma expropriada; então ele a arremessou imediatamente através do ar. A lâmina girou através da nuvem de fumaça, e um grito de goblin pôde ser ouvido. Os seus movimentos eram brutalmente bem-feitos.
— Suponho que não serão necessárias magias nesse ritmo — disse Anão Xamã, preparando gemas para a sua funda.
Era apenas precaução no caso da linha de frente se romper; ele estava na verdade bastante tranquilo.
— Não.
Então o guerreiro pegou a adaga do goblin cuja garganta ele tinha dilacerado, negando com a cabeça enquanto examinava o seu fio.
Um veneno escuro de algum tipo estava espalhado ao longo da lâmina. O guerreiro limpou o veneno na túnica do goblin, ignorando o arrepio de Sacerdotisa.
— Guarde sua magia para quando estivermos lá dentro — disse o guerreiro a Anão Xamã, colocando a adaga no seu cinto.
Ele analisou a entrada do santuário. Os cadáveres dos goblins se espalhavam no chão, mas não havia sentido esperar outros virem de dentro.
Eles tinham matado todos? Ou algum tinha escapado?
— Eles são resistentes…
Ele puxou a espada do corpo do primeiro goblin que ele tinha matado, limpando as entranhas da lâmina para a renovar. Isso resolveria.
Ele enfiou decididamente a espada de volta em sua bainha, então acenou. — Quando o ar ruim sair, nós entramos.
— Repito, esse não é o tipo de aventura que estou acostumada — resmungou Alta-Elfa Arqueira.
— Não?
— Porque isso não é uma aventura! Isso não conta, entende?
— Está bem.
Isso foi tudo o que o guerreiro disse enquanto se dirigia para o santuário. O grupo o seguiu.
Um guerreiro e uma clériga humanos, uma alta-elfa arqueira, um anão xamã e um lagarto sacerdote.
Os planetas e as estrelas tinham completado quase metade de suas voltas desde que esse grupo incomum se juntara.
Não tinha passado muito tempo ainda desde que outra luta na batalha sem fim contra o caos e a desordem tinha terminado. Eles foram para as ruínas e cavernas ao redor das cidades da fronteira, procurando em cada uma delas. Muitos eram as fortalezas, santuários, ruínas e cavernas que tinham sido esquecidos na longa batalha. Aliados do caos podiam encontrar descanso nesses lugares e esperar pelo seu tempo chegar. Deve-se estar sempre em guarda, mas não apenas por monstros.
Os governantes da terra, que tinham adquirido tempo suficiente para retomar suas pequenas rivalidades, deixava esse tipo de assunto para aqueles que viviam nas regiões selvagens.
Isso não era nada; os aventureiros terminariam suas lutas e retornariam as suas vidas cotidianas.
As pessoas se tornavam aventureiras pela curiosidade sobre as terras desconhecidas. Seus sonhos eram fazer seus caminhos no mundo matando monstros e encontrando tesouros. E se eles pudessem ganhar uma recompensa em seus caminhos o fazendo, melhor ainda.
O guerreiro aqui, pouco se importava onde os goblins viviam, quer se trate de uma caverna ou uma ruína antiga.
Orcbolg, Corta-barba, Matador de Goblins… ele era conhecido por muitos nomes. Mas, mesmo quando ele andava audaciosamente na caverna, ele ainda não era um aventureiro.
— Encontrem todos os goblins. Matem eles.
Ele era Matador de Goblins.
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Fim da tarde. O sol estava bem além de seu zênite e logo começaria a sumir.
O primeiro a notar seu regresso foi o dono da fazenda.
Uma estrada pequena percorria para cidade ao lado dos campos, agora colorido com o pôr do sol.
Ele caminhava lentamente por ela com seu passo ousado e despreocupado. Como sempre, ele usava um capacete sujo e uma armadura de couro, com sua espada de comprimento estranho e seu pequeno escudo redondo.
O dono tinha ido reparar uma cerca quando sentiu um cheiro de ferrugem e parou.
— …Você está de volta — disse ele brevemente.
Ele assentiu, andando até o dono. — Sim. Terminei meu trabalho.
— Estou vendo…
O dono balançou a cabeça para o jeito sincero do outro homem e desviou o olhar de seu capacete, que escondia seja o que for que a figura misteriosa estivesse pensando.
O dono não tinha nada a dizer a essa pessoa que ele tinha conhecido — ou achava que o tinha conhecido — desde a juventude do homem.
Na verdade, o dono tinha dificuldade em lidar com ele. Ele podia o entender, não queria o dispensar assim, mas também não era alguém que o dono queria por perto.
— Você sabe quantos anos já se passaram? — murmurou ele sem perceber.
Quando os goblins atacam sua aldeia, é como uma força da natureza, como um ato dos deuses.
Então, o homem tinha tido apenas uma escolha; correr. Mas ele não tinha só se salvado; ele agora estava revidando.
Isso não era suficiente?
— Sim. — Ele assentiu como se tivesse entendido.
— Então não exagere… eu tenho pena daquela garota.
— …Eu terei cuidado — respondeu ele, com um pouco de hesitação.
Era isso que deixava tão difícil, o dono pensou.
Se ele fosse um homem que não se importasse com nada, o dono não precisaria se preocupar com ele.
Talvez ele tenha adivinhado o que estava na mente do dono, pois ele continuou com sua voz ríspida: — Desculpe. Eu gostaria de alugar seu estábulo.
— …É o de costume. Não se preocupe com os detalhes, faça o que quiser.
Ele pareceu suportar essa curta resposta sem preocupação, e apenas passou pelo dono.
Agora, na fazenda propriamente dita, ele deu a volta atrás do celeiro de gado. Após um monte de grama seca, logo depois. Havia um estábulo bem velho que fora abandonado há muito tempo.
Tábuas tinham sido marteladas nas paredes e no teto para tapar os buracos. Era uma coisa certamente grosseira, mas isso era o trabalho de suas mãos, que ele tinha feito sem reclamar.
Vaqueira, a filha adotiva do dono e sua amiga desde a infância, tinha insistido que faria, mas ele achou que deveria fazer esses serviços, pois era o inquilino.
— Oh! — Assim que ele foi abrir a porta, uma voz soou atrás dele com um entusiasmo infantil. Ele se virou e viu uma mulher jovem apontando para ele; Vaqueira. Ela correu na direção dele, com seus peitos saltando, agitando seus braços.
— Bem-vindo de volta! Deuses, você podia ao menos me falar quando voltar!
— Eu não queria te incomodar.
— Não me incomoda me dizer olá.
— Não? — Ele assentiu calmamente; Vaqueira cutucou ele com o dedo indicador.
— Não! Então me cumprimente apropriadamente!
Ele não disse nada por um momento, então balançou a cabeça lentamente. — …Cheguei.
— Assim está melhor. Bem-vindo de volta. — Vaqueira sorriu, e seu rosto estava radiante como o sol.
— Eu ouvi você a primeira vez.
Ele abriu a porta desajustada com um rangido e entrou no estábulo.
Vaqueira o seguiu, se espremendo através da porta.
Ele parou e virou sua cabeça, olhando para o rosto de sua velha amiga. — Como está o trabalho…?
— Eu estou meio que em uma pausa.
— Hum?
— É!
Ele não parecia especialmente interessado. Ele jogou sua bolsa no chão; então pegou uma pederneira e acendeu a luz de um lampião velho pendurado em uma viga.
O estábulo pairou na visão, parecendo mais como uma caverna em si.
Um tapete estava esticado sobre o chão, e o lugar era a morada de algumas prateleiras estreitas e uma variedade de itens misteriosos. Frascos, ervas, uma arma estranha em forma de cruz quebrada, livros antigos escritos em letras indecifráveis, a cabeça de alguma besta… e muitas outras coisas cuja natureza Vaqueira não podia começar a adivinhar.
Ela suspeitava que mesmo a maioria dos aventureiros não seria capaz de compreender o que ele faria com muitos desses itens.
— Tenha cuidado.
— Com certeza…
Ele falou essas palavras para ela enquanto ela cutucava a coleção, então se sentou com força no meio do chão. Ele tirou a espada de seu quadril e a colocou de lado, a bainha e tudo mais, depois começou a desmontar sua armadura de forma barulhenta.
Vaqueira se ajoelhou próxima a ele, olhando as suas mãos sobre seus ombros.
— Ei, o que está fazendo?
— Reparando os golpes em meu capacete, mudando as dobradiças na minha armadura, consertando minha cota de malha, afiando minha lâmina e polindo a borda de meu escudo.
— O resto eu consigo entender, mas… a borda de seu escudo? Que diferença isso faz?
— No momento certo, isso pode ajudar.
— Hum…
Seus movimentos eram diligentes e cuidadoso. Com um martelo, ele retirou e substituiu os acessórios metálicos, modelou as correntes interligadas de fio dobrado de metal, e poliu sua espada e escudo com uma pedra de amolar.
Uma arma poderia ser substituída por algo tomado de um goblin, mas a armadura era uma questão diferente. Era extremamente incomum ver um goblin com um elmo de metal que realmente pudesse proteger sua vida. E mesmo que ele encontrasse um, ele não teria tempo para remover o seu capacete e colocar o outro.
Um golpe azarado na armadura, que estivesse em seus últimos momentos, teria boas chances de ser fatal. Isso fazia seu mais importante trabalho, o seu salva-vidas.
Vaqueira observava cada movimento dele com um olhar atento e um sorriso que sugeria que ela estava se divertindo.
— …Você acha isso interessante?
— Acho. Eu sempre gosto de ver o que você está fazendo. — Ela riu e estendeu seu peito um pouco teatralmente. — Então? Como foi a sua aventura?
Ela se aproximou dele, com os olhos brilhando. Havia um cheiro doce de leite nela.
Com um tom extremamente indiferente, ele respondeu:
— Havia goblins lá.
— Ah, é?
— Sim — respondeu rapidamente ele, ainda trabalhando. Então, ele acrescentou: — Alguns.
Vaqueira olhou atentamente suas costas, então…
— Iaa!
Ele soltou um suspiro quando sentiu de repente alguma coisa pesada e macia em suas costas.
Vaqueira se pressionou contra ele e bagunçou seu cabelo.
Suas mãos sossegaram; ele se virou para ela com um olhar desconfiado. — O que foi?
— Nada! Só queria o parabenizar pelo trabalho bem-feito — disse ela, bem-humorada.
— Eu teria cuidado se eu fosse você.
— Ahh, está tudo bem!
— Não está tudo bem.
— Aconteceu alguma coisa interessante? Que tipo de lugar era?
Ele ficou em silêncio. Talvez ele tenha sentido que nada que ele dissesse seria de alguma utilidade.
Ele colocou seu escudo recém-polido na parede e, então, foi vasculhar as prateleiras. Ele pegou vários frascos, um saco e um pilão que deslizava da prateleira, e depois tirou o lacre de um frasco com as mãos enluvadas. Dentro dele estavam os restos mortais de uma cobra.
Ignorando Vaqueira que murmurou “ugh” atrás dele, ele colocou a cobra no pilão.
— Não toque nisso. Você vai ter uma erupção cutânea.
— Certo… Então, hum…
— Eram ruínas em uma floresta.
— Ruínas… Então, você foi matar goblins?
— Não. — Ele balançou a cabeça. — …Eu fui convidado pelos outros.
Ela assentiu com um murmurinho de interesse, quando ele acrescentou o conteúdo de um frasco após outro no pilão.
A cobra, e depois um pó vermelho; algum tipo de condimento. Ervas secas. Todos irritantes. Ele nem sequer fez medições exatas; o processo era bem familiar para ele. Ele esmagou tudo no pilão até que estivesse misturado.
— …Parece que elas foram algum tipo de cidade uma vez.
— Você não sabe o nome dela?
— Sinto muito. Não me importo.
— Bem, eu acho que há muitas delas por aqui. Sendo essa a fronteira e tudo mais.
Uma vez que ele estava convencido de que a cobra estava completamente moída, ele começou a vasculhar uma prateleira nas proximidades.
Ele veio com um ovo; a casca de um que veio da fazenda. Eles tinham galinhas, mas elas não colocavam ovos todos os dias.
Ele derramou cuidadosamente o conteúdo moído do pilão dentro do ovo, através de um buraco em seu topo. Conforme ele fazia isso, ele murmurou: — Pensando bem, havia uma grande…
— Hu-hum? — disse Vaqueira com um aceno.
— Uma raiz grande de árvore sobressaindo o solo.
— Quão grande é o grande?
— Tão alta quanto você. Foi um trabalho difícil escalar ela.
— Hum. Isso é realmente impressionante.
Isso foi uma avaliação infantil e, em seu modo, um deslumbre infantil. Ela tinha vivido a maior parte de sua vida na fazenda, nunca fora mais longe do que a cidade; ela nunca tinha visto uma coisa dessa. Agora era ele quem conhecia mais do mundo do que ela.
Isso a deixava um pouco triste, mas feliz também.
— E havia goblins — acrescentou ele, quando envolveu o ovo preenchido em papel-óleo e o selou. Seu tom era desinteressado, mas muito sério. — …Foi estranho. Eles estavam estranhamente bem equipados.
Vaqueira tocou seu queixo pensativamente antes de dizer: — Hmm… Você acha que eles fugiram da batalha daqui?
— Se fosse assim, eles teriam pelo menos colocado um guarda.
— Hmm… Bem, se você não sabe, tenho certeza de que não descobrirei.
Ela deu um suspiro de lamento, e então esticou os dois braços com um “ahhh” e encostou suas costas no chão.
Perto do teto escuro, a lamparina queimava e crepitava.
— Você vai se sujar.
— Eu não me importo — respondeu Vaqueira, com uma risada animada.
Então… — Ei — disse ela, rolando para o outro lado sobre seu ombro para o encarar. — E se você fizer uma pausa amanhã?
— Não. — Ele balançou a cabeça calmamente conforme colocava o ovo em sua bolsa. — Garota da Guilda me chamou.
— Ah, é? É uma pena.
Ele assentiu. — Pode ser extermínio de goblins.
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— Não, não é extermínio de gobl… Espere, por favor, não vá embora!
Matador de Goblins se virou aborrecido, com a sua mão na porta da sala de reuniões.
Havia cadeiras luxuosas e um tapete felpudo. Uma parede estava coberta com cabeças de monstros e bestas mágicas, junto às armas antigas.
Rodeado pelos troféus dos aventureiros através dos tempos, o homem respondeu:
— Mas você já disse que não se trata de goblins.
— Sim, bem, isso é… isso é verdade, mas… — Garota da Guilda, parecendo pequena em uma das cadeiras, parecia que poderia acabar em lágrimas a qualquer momento. Se agarrando a uma penca de papéis, ela disse com uma voz baixa: — Tem… tem que ser realmente goblins para você, não é?
Matador de Goblins ficou calado. Não havia como adivinhar sua expressão sob o capacete.
Depois de um momento, ele deu um suspiro silencioso.
Então ele se virou, andou rapidamente até uma cadeira e se sentou mais agressivamente do que o necessário. Ele olhou para ela sentada em frente e disse:
— Seja breve, por favor.
— Certamente!
O rosto de Garota da Guilda brilhou como uma criança.
Ela endireitou rapidamente seus papéis, os organizando mais uma vez sobre a mesa. Os velinos que ela espalhou na frente dele parecia ser o resumo de alguns aventureiros. Nome, raça, gênero, habilidades e um histórico de missão estava incluído.
— Eu gostaria de pedir a você para ser um observador, Sr. Matador de Goblins.
— Um observador. — Ele assentiu como se já estivesse convencido. — Isso é para um teste de promoção?
Os aventureiros eram divididos em dez ranques, de Porcelana a Platina.
Os ranques eram determinados com base na quantidade de recompensa que ele tinha ganho, o quão bom fizera ao mundo e a sua personalidade. Alguns referiam a eles coletivamente como “pontos de experiência”, e isso não era incorreto. Era, de fato, uma simples medida de quão bom eles tinham feito as pessoas e a sociedade.
Mas, claro, havia aqueles aventureiros cuja excelência parava em suas habilidades de luta. A personalidade de um aventureiro era valorizada pelo menos tão altamente quanto suas habilidades. Assim, os aventureiros de alta patente poderiam servir como testemunhas em um teste, essencialmente, uma entrevista.
Dessa forma, por exemplo, um vagabundo com habilidades incríveis de sei lá o que, poderia se ranquear como Prata ou Ouro imediatamente. Ou melhor, tipo um sistema de livro de contos era o ideal. Mas, não funcionava assim.
Um aventureiro masculino cujos membros do grupo eram todas mulheres, por exemplo, poderia encontrar dificuldade para progredir. Independentemente das circunstâncias, poucos estavam dispostos a confiar missões importantes a alguém que parecesse um mulherengo. No entanto, por mais fortes que pudessem ser, os tolos cuja força era a sua única habilidade, permaneceriam ranque Porcelana por toda vida. Enquanto isso, os melhores aventureiros sabiam que estavam sendo observados e tentavam atuar de uma maneira confiável.
…Com a exceção de alguns dos Platinas, historicamente extremamente raros.
— Mas… — Matador de Goblins parecia duvidoso. Era uma coisa incomum para ele. — Você tem certeza de que vou conseguir?
Céus. Garota da Guilda respondeu como se isso não a incomodasse de forma geral. — O que de fato você quer dizer? Você é um ranque Prata, você sabe também.
— A associação decidiu isso arbitrariamente — disse Matador de Goblins.
— Isso só mostra o quão grato todos são a você.
Garota da Guilda parecia confiante, tão orgulhosa como se estivesse falando de si mesma.
Matador de Goblins ficou em silêncio. Por um momento, ele olhou para o teto, mas, ele logo pegou o papel.
— Quem está sendo testado?
Garota da Guilda deu um aceno contente quando ela percebeu que ele aceitou, suas tranças saltaram.
— Mu-muito obrigada! São vários membros de um único grupo, cada um deles está se movendo de Aço para Safira, em outras palavras, do oitavo ranque para o sétimo.
Tradução: Kakasplat (3 Lobos)
Revisão: JZanin (3 Lobos)
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