Não estou popular hoje?, pensou ele. Quando voltou da oficina para o saguão, ele viu alguém correndo na sua direção. Os passos tap-tap-tap eram acompanhados pelo salto de um peito maravilhoso e um rosto envolvido em um sorriso.
— Matador de Goblins, senhor! — Sacerdotisa acenou enquanto corria até ele.
— Sim, o quê?
— Aqui, veja isso!
Ela alcançou a sua manga ansiosamente e puxou sua insígnia. Já não era mais branco porcelana, mas sim uma obsidiana reluzente.
Ah. É disso que se trata?
Ele assentiu para sua companheira radiante. — Você subiu do décimo ranque para o nono.
— Sim, senhor! Fui promovida! — O sistema de ranque que os aventureiros viviam era baseado na quantidade de bem que um aventureiro fizera ao mundo; alguns se referiam a isso como “pontos de experiência” ou algo assim, mas era, em essência, baseado nas recompensas que eles ganharam pelas caças. Aqueles que haviam ganhado uma certa quantidade poderiam ser promovidos no ranque, na pendência de uma breve avaliação pessoal. Dificilmente poderia existir algum problema para com a personalidade de Sacerdotisa, então essa promoção foi efetivamente um reconhecimento de sua força crescente. — Não tinha certeza de que eles iriam me dar, mas acho que a batalha com o ogro contou um bocado… — Ela coçou sua bochecha ruborizada com o dedo.
— Entendi.
Novamente, o que é um ogro?
Ah, certo; era aquela criatura que eles encontraram sob as ruínas, não era? Ele assentiu. Então a pequena expedição deles foi bastante importante, no fim das contas. Depois de um momento de pensamento, ele acrescentou brevemente:
— Bom para você.
— Devo tudo a você, senhor! — Seu olhar, seus lindos olhos, estavam fixados nele. Ele respirou fundo. O que ele deveria dizer? Houve uma longa pausa.
— De modo algum — soltou ele, finalmente. — Eu não fiz nada.
— Você fez muita coisa! — respondeu ela com um sorriso. — Você me salvou quando nos conhecemos.
— Mas não pude salvar seus companheiros.
— É verdade, mas… — Seu rosto se tensionou por um momento. Ela não conseguiu terminar bem sua frase, compreensivelmente.
Até ele ainda se lembrava de toda cena terrível muito claramente. De Guerreiro, de Maga, de Lutadora, que haviam perdido tudo. O grupo dela fora esmagado a pó.
Sacerdotisa engoliu em seco, mas continuou resolutamente. — Mas você me salvou. Quero pelo menos te agradecer por isso. — Então ela sorriu. Em seu rosto, o sorriso era como uma doce flor. — Então, obrigada! — disse ela fazendo uma grande reverência. Matador de Goblins, previsivelmente, ficou sem palavras.
Sacerdotisa disse que iria ao templo e deixaria a Madre Superiora saber sobre sua promoção. Ele ficou parado, a observando partir com seus passos delicados e suas mãos envoltas firmemente ao redor do seu cajado de monge.
Ele ficou em silêncio.
Ele olhou para a recepção, onde sua velha amiga ainda parecia ocupada com a papelada.
— Vou descarregar a carroça — disse ele, e ela acenou como resposta.
Ele deixou o átrio e foi para a entrada da guilda. Ele pegava os vegetais e produtos da carroça, um a um, e os colocava perto da entrada da cozinha. Trabalhando sob o sol quente, suor começou a acumular em sua testa debaixo do capacete em pouco tempo.
Mas, era importante proteger a cabeça. Ele não podia baixar a guarda. Era o que ele estava pensando quando:
— Ei… Você tem um minuto? — chamou-o uma voz calma, repentinamente por trás dele.
Ele largou a carga e se virou lentamente.
— Orcbolg? O que está fazendo…? — Era Alta-Elfa Arqueira. Suas orelhas longas estavam de pé em linha reta.
— O que, Corta-barba está aqui? Então é ele! Você já deveria estar de pé?
— Ouvi dizer que você dormiu por três dias… mas você parece perfeitamente sadio agora.
— Seus passos o entregaram, não é? — respondeu a elfa, ao anão e ao homem-lagarto que estavam alinhados a ela. Parecia que os três haviam se assentado na cidade após a sua viagem de goblincídio.
Tradicionalmente, aventureiros sempre foram andarilhos, mudando suas bases de operações sempre que fosse conveniente ou necessário.
— Esse é um lugar agradável — disse a elfa — muito confortável. Mas, o que você está fazendo? — Ela se inclinou com grande interesse.
— Estou descarregando essa carroça.
— Hmm… Espere, não me diga… Você está precisando de dinheiro, então pegou um emprego de entregador.
— Não — disse ele irritado. — Você quer alguma coisa?
— Ah, sim. Esse cara, uh… — A voz da elfa morreu significativamente, assinalando com o dedo Lagarto Sacerdote. A língua do homem-lagarto sacudia para cima e para baixo de seu nariz. Suas mãos estavam incessantemente inquietas.
— Meu senhor Matador de Goblins, eu… Hum…
— O quê?
— Eu solicito humildemente, alguns… haa…
— O que foi? — perguntou Matador de Goblins.
Anão Xamã intercedeu com um sorriso. — Escamoso aqui quer um pouco de queijo.
— Ele deveria ter simplesmente dito logo — sugeriu Alta-Elfa Arqueira, estreitando os olhos como um gato. O homem-lagarto silvou para eles, mas os dois não pareceram ligar. Talvez tenham ficado satisfeitos por ter visto esse lado do imperturbável companheiro. Era o homem-lagarto que normalmente era o mediador do grupo.
Matador de Goblins podia ver que ele não ia sair dessa. Eles estiveram juntos por apenas uma missão até agora. Havia muitas coisas que ele não sabia.
— Isso servirá?
Ele abriu um dos pacotes na carroça, tirou uma rodela de queijo e jogou para eles.
— Oh-ho! — O homem-lagarto pegou e seus olhos se reviraram bastante em seu rosto.
— Pode pagar a guilda por ele.
— Sim, sim, entendido, meu senhor Matador de Goblins! Oh, doce néctar! Vales tanto quanto ouro! — Ele estava praticamente dançando. Ele abriu a boca e deu uma grande mordida no queijo.
A elfa deu um sorriso impotente. — Eu acho que mesmo o mais sério dos caras tem que se soltar de vez em quando — disse ela.
— Entendo. — Matador de Goblins assentiu. Ele não se sentia mal por isso. Ele foi para o próximo item na carroça.
Ele agarrou a caixa de madeira, pegou e a abaixou. Então, a próxima e a próxima. Era um trabalho simples, mas ele não odiava isso. Contudo, quando ele olhou para cima, algumas caixas mais tarde, havia a elfa, ainda parada.
Ela se movia inquieta enquanto observava ele com seu trabalho repetitivo.
— O-o quê? Não deveria estar aqui?
— Não. — Ele balançou a cabeça ligeiramente. — Mas vai ficar quente hoje.
— Ou… ouça! — Sua voz estava um pouco alta demais. Suas orelhas se moviam para cima e para baixo, para cima e para baixo.
— O que foi agora? — perguntou ele com um suspiro.
— Hum, estamos… estamos vendo algumas ruínas atualmente…
— Ruínas.
— É, como a que nós fomos em nossa última missão. Tentando descobrir o que os espíritos malignos estão planejando e tudo mais…
— Entendi.
— Mas o nosso grupo não tem um guarda de frente bom, certo? — Quero dizer, eu sou uma patrulheira; ele é um sacerdote. Baixinho é um conjurador. Ela brincava com o cabelo enquanto falava e sem olhar bem para ele.
— Certo — concordou ele. Tudo o que ela disse era verdade.
— Então, quer dizer… — Ela parou de falar e olhou para o chão. Ele esperou que ela continuasse. — Eu pensei que talvez… talvez deveríamos falar com você…
Ele estava em silêncio. Era isso? Ele levantou outra caixa sem uma palavra.
As orelhas da elfa caíram, e ele colocou a caixa de volta para baixo.
— Vou pensar nisso.
Ele podia ouvir praticamente suas orelhas florescerem. — Certo! Claro! Faça isso! — Com um pequeno aceno, ela partiu para a frente da guilda. O anão a seguiu, acariciando a barba com uma das mãos e puxando o homem-lagarto — ainda fascinado com seu prêmio delicioso — com a outra.
— Que tal isso, Corta-barba? A vida é tão difícil para Orelhuda. Ela deveria ter simplesmente perguntado logo para vir junto!
— Calado, anão. Eu ainda não estou sem flechas.
— Estou tremendo na base, moça. — Parecia que a elfa não estava fora do alcance da voz. Matador de Goblins observou os dois se afastarem, discutindo alto.
Antes que percebesse, ele estava quase terminando de descarregar a carroça. Ele soltou uma tragada de ar e balançou o capacete. O sol estava alto no céu. Era quase verão.
Então…
— Yaaah!
— Heeeeyah!
De repente, gritos ressoaram, acompanhados pelos sons claros de metal se chocando.
O som de uma luta de espadas. E não era repentino. Ele só não havia prestado atenção.
Ele ergueu seu pescoço para encontrar a fonte do distúrbio. Estava vindo da praça atrás do edifício da guilda, bem na frente dele.
— Ha-ha-ha, você chama isso de golpe? Você não poderia nem matar um goblin dessa forma!
— Droga! Ele é muito grande; ele está entrando na minha guarda! Dê a volta pela direita!
— Tudo bem, aqui vamos nós!
Um guerreiro fortemente armadurado empunhava uma espada larga tão facilmente quanto um palito de fósforo, e se defendia da pressão dos dois garotos. Um dos meninos era o batedor do grupo do guerreiro fortemente armadurado, e o outro… ele era o guerreiro novato que fora aos esgotos. Seus movimentos possuíam as características gerais de um ranque porcelana inexperiente, mas ele estava indo bem nisso de tentar encontrar o fluxo de combate.
— Não é um plano ruim — respondeu o guerreiro bem armadurado — mas isso não funciona se gritar para o seu adversário!
— Yrrrahhh?!
— Waaagh!
O abismo de experiência e força era simplesmente grande demais. Guerreiro de Armadura Pesada lidava com eles facilmente.
Parecia que Matador de Goblins ficou um pouco conspícuo demais enquanto ficava observando eles treinarem.
— Bem, se não é Matador de Goblins — disse uma voz baixa com mais do que uma pitada de suspeita. Era a mulher com amadura de cavaleiro. Como ele se lembrava, ela também fazia parte do grupo do guerreiro armadurado.
— Não vi você por alguns dias — falou ela. — Eu estava começando a pensar que o ogro deu um fim em você. Mas aqui está você, vivo e bem.
— Sim.
— …É assim que você fala com todos que conhece?
— Sim.
— …Estou vendo… — Cavaleira franziu a testa como se tivesse uma dor de cabeça e balançou a cabeça na medida.
Ele não achava que era tão estranho assim, mas ele mantinha isso para si mesmo. Ele disse, no entanto: — Não pensei que o guerreiro novato fosse um membro de seu grupo.
— Ah. Ele não é. Estávamos fazendo um pouco de treino com o garoto aqui… — Aparentemente, eles notaram o outro guerreiro jovem praticando sua espada nas proximidades e o convidou para participar.
A maioria dos possíveis guerreiros que surgiam no país com uma espada e um sonho, eram autodidatas no uso das armas. Mesmo essa chance de treinar com um aventureiro real poderia salvar a vida do garoto um dia.
— Agora só tenho que ensinar essas garotas a agirem como senhoritas…
Em frente ao lugar onde o batedor e o espadachim jovem estavam corajosamente encarando o guerreiro com sua armadura pesada, uma clériga e uma druidesa estavam encostadas em uma parede baixa, observando o confronto com um entusiasmo indisfarçado.
— E esse cabeça de atum está provavelmente ficando cansado agora. Talvez eu devesse entrar — disse Cavaleira, com um sorriso um pouco distorcido. Ela ergueu seu escudo enorme e sua espada (seu orgulho e alegria) e saltou sobre o muro para o confronto. — Muito bem, agora vocês estão em apuros! Pensei ter ouvido que havia guerreiros poderosos aqui, mas tudo o que vejo são um par de fracotes!
— O quêê? Como você pode mesmo ser uma paladina falando desse jeito?!
— Aqui está a minha resposta!
— Um pouco de treinamento! — chiou Guerreiro de Armadura Pesada, que sempre atacou da frente; era por isso que as pessoas gostavam dele. Sua espada larga girou como um furacão, com seu escudo enorme impedindo um golpe atrás do outro. Ele bailou para longe de cada retaliação perspicaz e encontrou uma abertura de brinde. A clériga e a druidesa estavam bem indo à auxílio dos rapazes muito pressionados quando…
— Essa cavaleira não consegue cuidar da própria vida, não é? — Uma risada tão clara quanto um sino seguiu. Quando alguém apareceu ao lado dele?
— Perdoe a intromissão, meu querido Matador de Goblins, mas que tal você beber isso? Está muito quente aqui fora… — Ela havia saído pela porta da cozinha. Agora lhe oferecendo um copo.
— Obrigado — disse ele, o pegando. Ele tomou em um grande gole com seu capacete. Era frio e doce.
— Tem um pouco de limão e mel nele — disse Garota da Guilda. — Dizem que é bom para a fadiga. — Ele concordou. Isso poderia dar uma boa adição ao seu setor de suprimentos. Ele teria que lembrar disso.
— Há uma conversa ultimamente sobre um edifício novo que seria dedicado a esse tipo de treino — disse ela, acenando para o grupo treinando.
— Oh? — Ele limpou as gotas do líquido em seus lábios.
— Poderíamos contratar alguns aventureiros aposentados para ensinar. Há muitos iniciantes que simplesmente não sabem nada de nada. — Se pudéssemos ensinar a eles mesmo um pouco, talvez mais deles voltariam para casa. Ela olhou para longe e sorriu. Garota da Guilda vira muitos aventureiros virem… e irem. Só a papelada que ela tinha que lidar não suavizava o golpe. Não era difícil de entender por que ela queria ajudar os recém-chegados.
— E… — acrescentou ela. — Mesmo depois de se aposentar, você ainda tem que viver. Todo mundo precisa de algo para ocupar o tempo.
— É mesmo? — Ele deu o copo vazio para ela.
— Sim, é — insistiu ela, com seu habitual aceno serelepe, suas tranças saltavam. — Então é melhor se cuidar também, está bem?
Ele ficou calado por um momento. — Parece ser o conselho de todo mundo para mim ultimamente.
— Eu vou esperar até que você esteja curado antes de lhe dar mais missões. Talvez um mês.
— Tsc… — gemeu ele.
— E da próxima vez que você trabalhar até colapsar, será seis meses.
— Isso seria… um problema.
— Seria, não seria? Então, por favor, aprenda a lição dessa vez. — Ela riu. Então, ela disse que havia terminado a papelada das entregas. Ela se virou para voltar à guilda, os gritos e tinidos dos aventureiros jovens voando para seu mentor ainda soavam atrás dele.
A garota, sua velha amiga, estava esperando impacientemente ao lado da carroça. Quando ela viu Matador de Goblins, seu rosto se iluminou. Ele a chamou em voz baixa:
— Vamos para casa?
— Sim, vamos!
A carroça estava muito mais leve do que estivera pela manhã.
Quando ele chegou de volta na fazenda, ele buscou algumas pedras queimadas pelo sol e começou a construir um muro de pedra. As bases do muro já existiam, mas com os goblins, você nunca poderia ser cuidadoso demais. Até Tio reconheceu relutantemente o valor do muro, com a lógica de que isso ajudaria a manter longe os animais selvagens.
Matador de Goblins trabalhou silenciosamente até que, após o sol ter passado de seu zênite, sua velha amiga veio com uma cesta no braço. Eles se sentaram juntos na grama, comendo sanduíches e bebendo vinho de uva frio como almoço. O tempo passou a um ritmo prazeroso.
Com o muro quase terminado e as entregas do dia seguinte já transportadas na carroça, o sol começou a se pôr no horizonte. Sua amiga disse que iria preparar a comida e partiu, o deixando vagar sem rumo pelas pastagens. A grama farfalhava suavemente na brisa do início de verão.
Acima dele brilhava duas luas e um céu cheio de estrelas. As estrelas já deveriam estar em suas novas posições para a nova estação, mas ele não conseguia dizer. Para ele, as estrelas eram apenas uma forma de orientação. Quando era mais novo, com seu coração ainda ardendo com os contos dos velhos heróis, ele queria aprender as histórias das constelações. Mas agora…
— O que foi? — Ele ouviu os passos leves na grama atrás dele. Ele não se virou.
— Hummm? O jantar está pronto. Mas não tenha pressa. No que está pensando? — Quando ele olhou para as estrelas, ela se sentou próximo a ele tão tranquilamente quanto o vento. Ele pensou por um momento e então se sentou também. Sua malha tilintou um pouco.
— Sobre o futuro.
— O futuro?
— Sim.
— Hum…
A conversa morreu, e eles ficaram em silêncio, olhando para o céu. Não era um silêncio desagradável. Era um silêncio que eles acolheram; era tranquilo. Os únicos sons eram a quietude do vento, o balbuciar da cidade de longe, os insetos e suas próprias respirações. Cada um deles parecia entender o que o outro queria dizer.
Ele era humano, afinal. Ele envelheceria, se machucaria. Quando ele estivesse muito cansado, ele colapsaria. Um dia ele chegaria no seu limite. Se ele não morresse primeiro, o dia em que ele não conseguiria continuar matando goblins inevitavelmente chegaria.
E o que ele faria então? Ele não sabia.
Ele é mais fraco do que pensava, pensou ela, o olhando de soslaio.
— Desculpa.
As palavras saíram de repente, espontaneamente, dos seus lábios.
— Pelo quê? — Ele balançou a cabeça, atipicamente. Talvez devido ao seu capacete, o gesto pareceu estranhamente amplo e infantil.
— Não… nada. Não é nada.
— Você é estranha — murmurou ele enquanto ela ria.
Ele está fazendo birra? Era um pequeno detalhe, mas não havia mudado desde que ele era jovem. Com esse pensamento em mente, ela puxou o braço dele.
— Hrg… — Ele viu sua visão se mover, e então a parte de trás de sua cabeça foi apoiada contra algo suave. Quando ele olhou para cima, ele viu as estrelas, duas luas; e os olhos dela.
— Você ficará com óleo.
— Não me importo. Essas roupas podem ser lavadas, e eu posso me banhar.
— É mesmo?
— É. — Ela apoiou sua cabeça em seus joelhos. Ela acariciou o capacete dele enquanto se aproximava e sussurrou: — Vamos pensar sobre as coisas. Podemos ter o nosso tempo.
— Nosso tempo, hum…?
— Correto. Temos todo o tempo do mundo.
Ele se sentia estranhamente à vontade, como uma corda bem tensionada que tinha finalmente se afrouxado. Quando ele fechou os olhos, ele ainda sabia como ela estava mesmo que não pudesse a ver. Assim como ela sabia como ele estava, mesmo com seu rosto ocultado.
O jantar naquela noite foi guisado.
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Um dia de remanso como esse se seguiu por quase um mês.
Em algum lugar, a batalha entre os aventureiros e os espíritos malignos ficava mais acalorada enquanto isso…
Então, de repente, acabou.
Foi dito que um simples novato seguiu a orientação de uma espada lendária, e no final de sua aventura havia matado o rei demônio. Esse principiante — uma garota, como ocorreu — assim, se tornou o décimo sexto aventureiro ranque platina da história.
Uma grande celebração foi proclamada na capital, e até mesmo Matador de Goblins afastado da cidade, observou alguns festejos.
Isso não queria dizer que tinha alguma coisa a ver com ele.
Ele estava interessado apenas no clima, nos animais, nos campos e nas pessoas ao seu redor. O tempo passou a um ritmo prazeroso. Os dias possuíam a qualidade de uma sesta da tarde.
Mas, todas as coisas acabam, muitas vezes cedo.
O fim de seu idílio apareceu sob a forma de manchas negras repulsivas em suas pastagens encharcadas de orvalho matinal. Traços de lama e excrementos pelos campos, eles eram inconfundíveis: pegadas pequenas.
Tradução: Equipe 3Lobos
Revisão: Equipe 3Lobos
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