Marcha Mortal à Rapsódia do Mundo Paralelo

Marcha Mortal à Rapsódia do Mundo Paralelo – Vol. 05 – Cap. 03.2 – Às Margens do Grande Rio

 

Era de manhã cedo, alguns dias após minha sessão de experiências mágicas.

Havíamos atravessado a região montanhosa e estávamos chegando muito perto da estrada principal que passava ao longo do rio.

— Mestre, já posso ver onde esta estrada se encontra com a rodovia. — Comentou Lulu do assento do cocheiro, e eu saí para dar uma olhada.

Havia uma torre de vigia, montada perto do ponto onde as estradas se encontravam, junto com uma tropa de soldados do Ducado. Uma floresta atrás da torre obscureceu minha visão do rio.

Liza e Nana, que tinham ido à frente a cavalo para explorar a área, voltaram em nossa direção. Mia cavalgava junto com Nana.

— Mestre, por favor, dê uma olhada ali. Há algo do outro lado da floresta.

Olhei na direção para onde Liza estava apontando, mas tudo o que eu podia ver através das árvores eram as velas de um grande navio. Espere,  provavelmente era sobre isso que ela estava falando.

— Essas são as velas de um navio. Deve estar viajando ao longo do grande rio do outro lado da floresta.

Tama e Pochi levantaram a cabeça, aparentemente tendo ouvido meu comentário.

— Naviiio?

— Onde está, senhor?

Tama me usou para se apoiar e tentou ver sobre a floresta.

Pochi também se agarrou aos ombros de Lulu e ficou na ponta dos pés, mas ela ainda não conseguia ver.

— Por favor, venha aqui. Vocês podem se machucar assim.

— Capturado?

— Fomos pegos, senhor.

Puxei Tama e Pochi para o meu colo, segurando-as firmemente para que não caíssem.

Tama parecia gostar, mas Pochi fez beicinho para mim.

— Eu quero ver o navio, senhor.

— Apenas sente-se quietinha. Você poderá vê-lo em breve. Dei um tapinha na cabeça de Pochi com tranquilidade.

Arisa saiu de dentro da carruagem também. — Vamos mesmo. — Ela colocou os braços sobre os ombros de Lulu por trás em uma demonstração de carinho fraternal enquanto olhava para frente.

Finalmente, o rio apareceu à nossa direita.

— Viu?

— Grande naviiio?

— Eu vejo o navio, senhor!

Assim que eu apontei, Tama e Pochi exclamaram com prazer.

Havia um grande veleiro viajando na mesma direção que nós, embora mais rápido, enquanto se dirigia rio abaixo.

Ainda sentadas no meu colo, Tama e Pochi acenaram freneticamente para o navio.

Empoleirada no meu joelho esquerdo, Pochi girou para ver o navio à direita.

— Olá!

— Eles acenaram de volta, senhor.

Pochi continuou a acenar animadamente.

— Oh? Eles devem ter bons olhos. Eu me pergunto se também são gente do povo fera?

— Pássaros?

— Eles são os Srs. Cabeça de Pássaro, senhor.

Arisa estava certa: as pessoas no navio provavelmente eram algum tipo de povo-pássaro.

Pochi e Tama continuaram a acenar até que o navio desapareceu atrás da floresta.

Ao longo do caminho, decidi reinspecionar minhas informações sobre o Ducado de Ougoch.

O território incluía um enorme rio, com quase 500 milhas de extensão.

O rio começava ao norte na cidade de Daregan, para onde se dirigiam a senhorita Sara, a senhorita Karina e os outros. Ele passava pela antiga capital, depois por mais três cidades, e eventualmente desaguava no oceano.

Como seu enorme rio indicaria, o Ducado de Ougoch era muito grande.

O Baronato de Muno era do tamanho de Hokkaido, embora com uma forma irregular, mas o ducado em que estávamos agora era muito maior em torno da mesma área que Honshu, a principal ilha do Japão. Este território não era tão longo e estreito, então provavelmente tinha cerca da metade do comprimento.

Apesar de seu tamanho, havia apenas sete cidades ao todo. A capital tinha uma população de 210.000 pessoas, muito maior do que qualquer outra cidade que eu já tinha visto até agora. Suponho ser por isso que era a capital.

O transporte fluvial foi provavelmente o que deu suporte aos habitantes locais. Havia inúmeras aldeias ao longo do rio, muitas das quais eram povoadas apenas por semi-humanos.

No entanto, 80% da população total ainda era humana, portanto não era diferente de outros territórios em sua maioria humana.

Tanto quanto pude perceber com minha busca no mapa, não havia demônios, reencarnações ou qualquer um que tivesse habilidades únicas.

Havia muitos humanos e monstros acima do nível 30, por isso seria difícil marcar todos eles no mapa. Em vez disso, marquei apenas aqueles que poderíamos encontrar em nosso itinerário.

Havia também vários membros das Asas da Liberdade, a organização de adoração a lorde demônio: mais de trezentos no total.

A maioria deles pareciam ficar em cidades e grandes metrópoles, então decidi sinalizar apenas membros nas mais próximas por enquanto.

 

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Assim que terminamos nossa pausa para o almoço à beira da água, estávamos nos aproximando da ponte onde um riacho se juntava ao rio quando alguns visitantes muito incômodos chegaram.

Os monstros, um grupo de criaturas do tamanho de um cão chamadas grandes abelhas agulha, vieram voando para longe do riacho como se estivessem fugindo de algo.

— Pochi, Tama, tenham cuidado para não deixá-las cercar vocês.

— Sim!

— Sim, senhor!

As grandes abelhas agulhas foram em direção às meninas do povo-fera.

— Whoopsiiie?

— Pegue isto, senhor!

Tama se esquivou dos ataques com facilidade, e Pochi aproveitou a oportunidade para atacar uma das abelhas.

Quando Tama colocou três delas em uma única coluna, elas foram facilmente empaladas pela lança mágica de Liza como se fossem bolinhos em um espeto.

— Ah, merda!

— Desculpa.

Um descuidado feitiço de ataque à distância da Mia havia inadvertidamente atraído um enxame.

— Hiyah! Ha!

A Magia Psíquica de Arisa e a Arma Mágica de Lulu derrubaram as abelhas uma a uma, mas ainda havia um enorme enxame de abelhas que se dirigia para Mia.

— Eu vou proteger Mia, eu declaro.

Nana entrou na frente de Mia e usou sua técnica de Fundação Escudo, mas as abelhas simplesmente a contornaram e seguiram em direção a Mia.

Liza estava correndo para lá, mas estava muito longe para chegar a tempo.

— Satou.

— Mestre, ajude!

— Me-mestre…

Eu queria interceptá-las com magia, mas as garotas na retaguarda estavam entre nós e eu não podia ter uma boa mira.

Em vez disso, corri na frente de Mia e dos outros antes de destruir o enxame com magia.

Enquanto corria, pensei que sentia algo estranho e escorregadio por um momento, mas deve ter sido minha imaginação.

Enquanto eu estava intrigado com isso, as meninas do povo-fera acabaram com as últimas abelhas agulhas.

— Ufa!

— Bom trabalho.

Eu dei a Arisa uma bebida gelada com sabor de frutas e distribuí mais para as outras garotas, é claro, também.

— Obrigada. Realmente, quando nenhum dos atacantes tem a habilidade de “Provocar”, é muito fácil para um de nós, da retaguarda, acabar se tornando o principal alvo.

— Há uma habilidade “Provocar”?

Arisa assentiu.

A habilidade a qual Arisa estava se referindo era muito utilizada em jogos multiplayer baseados em grupos, como MMOs. Isso permitia que um personagem tanque fortemente blindado, como um usuário de escudo, chamasse a atenção de monstros.

A dificuldade de manter o alvo dos inimigos em uma pessoa variava dependendo do jogo, mas o controle desta característica era a marca de um jogador tanque habilidoso.

— Arisa, por favor, forneça informações adicionais sobre “Provocação”, eu solicito.

Nana veio para perguntar sobre a habilidade, então Arisa lhe explicou.

— Mestre, coletamos os núcleos dos monstros.

— Asas?

— Agulhas, senhor.

As garotas do povo fera, enérgicas mesmo depois da batalha, vieram me presentear com os despojos que haviam recolhido dos corpos dos monstros.

— Uma segunda onda de abelhas estará aqui em breve, portanto, faça uma pausa enquanto podem.

Contei às meninas o que tinha descoberto no mapa, então elas se juntaram às outras para descansar.

Dez minutos depois, a segunda onda chegou.

Apenas por diversão, decidi me juntar à Nana na tentativa de ganhar a habilidade “Provocar”.

— Arisa, por favor, ofereça uma demonstração, eu solicito.

— Pode deixar! Ei, abelhas grandes e estúpidas! Vá ser comido por um urso de mel, sim?

Arisa deu o melhor de si para enfurecer as abelhas, mas infelizmente elas não pareceram notar.

Voando de forma instável, as abelhas praticamente caíram na ponte e baixaram suas asas. Elas pareciam mais exaustas do que qualquer coisa. Na verdade, não pareciam se importar conosco, não importava as provocações de Arisa.

— Tudo bem, agora você tenta.

— Entendido. Olá, abelhas estúpidas! São essas asas apenas para mostrar, eu ridicularizo!

Nana seguiu as instruções de Arisa, mas novamente, não houve efeito.

Agora era a minha vez.

— Vem pra cima.

Assim que eu dei um simples grito, as mais de trinta abelhas agulhas grandes que estavam rondando a ponte imediatamente avançaram na minha direção.

> Habilidade Adquirida: “Provocar”

Um enxame tão grande poderia rasgar minhas roupas, então usei “Atordoamento Curto” para acabar com elas antes que se aproximassem demais.

— Não, meus pontos de experiência!

— Isspurrieeence?

— Exporians, sir?

Tama e Pochi imitaram Arisa, que se jogou no chão dramaticamente.

Eu dei um tapinha no ombro de Arisa com tranquilidade.

— Não se preocupe, Arisa. Aí vêm os monstros que perseguiram as abelhas até aqui.

Deslizando na nossa direção a partir do rio acima estava um monstro de trinta metros de comprimento chamado de Salamandra Dura. Ela estava no nível 25 e tinha um forte ataque ácido, então eu não tinha intenção de deixá-la ferir Arisa e as outras.

— Vem pra cima.

Como um total de nove delas surgiram, eu usei a habilidade “Provocar” que acabara de adquirir.

— Pessoal, certifiquem-se de derrubá-las em um só golpe! Não se aproxime delas, apenas ataque à distância!

Com essas ordens, enfrentei as salamandras que se aproximavam.

Graças a esta poderosa técnica de polimento, as meninas subiram de dois para quatro níveis. Mia, a de menor nível, atingiu o nível 11, enquanto as garotas do povo fera foram as mais altas em 16.

Cada uma aprendeu algumas novas habilidades, sendo as mais notáveis a “Lâmina mágica” de Liza e a ” Provocar” de Nana.

Os que haviam ganho mais níveis estavam começando a ficar doentes com isso, então decidimos montar um acampamento para a noite exatamente onde estávamos.

Uma vez que ainda levaria algum tempo até a noite, passamos nosso tempo livre em atividades de nossa escolha.

Lulu, Mia e Nana estavam todas abatidas por causa da doença do aumento de nível e estavam dormindo na cama convertida dos assentos da carruagem.

Liza praticou sua nova habilidade de “Lâmina Mágica”, e Tama e Pochi foram à procura de comida no leito do rio.

Arisa estava lendo um dos livros de feitiços que tínhamos pego na Cidade de Bolehart.

Quanto a mim, decidi fazer algum trabalho artesanal pela primeira vez em algum tempo.

Ocasionalmente eu tinha juntado pequenas coisas como máscaras sobressalentes e novas perucas coloridas para me divertir na viagem, mas já havia algum tempo que não dedicava tempo a fazer projetos mais complexos como armas e ferramentas mágicas.

Bem, agora que tenho alguns novos feitiços úteis e tudo mais, mais vale brincar com o fundição.

Primeiro, fiz quatro paredes para minimizar os danos causados pelo fogo. Optei por uma altura de cerca de três metros para estar seguro.

Eu estava apenas brincando, então derreti coisas como moedas de prata e castiçais de latão como material em vez de desperdiçar algo mais valioso como os lingotes de ferro e barras de aço que comprei na Cidade de Bolehart.

Depois de cerca de uma hora, produzi todos os tipos de copos de prata, frascos de prata e inúmeros acessórios de latão.

Isto incluiu peças personalizadas para as meninas: brincos em forma de pintinho para Nana, um distintivo em forma de gato e cachorro para Tama e Pochi respectivamente, e braceletes florais para as outras meninas. Apliquei prata em cada um deles com alquimia.

E agora com algum tempo extra para matar, comecei a fazer Armas Sagradas.

— Agora, o que devo usar como materiais…?

Bati com o queixo enquanto pensava.

Quando fiz as Flechas Sagradas antes, usei pontas de flechas de obsidiana e galhos das árvores da montanha, mas desta vez eu não tinha nenhuma obsidiana. Em vez disso, decidi utilizar o resto do meteorito de onde criei minha bancada de trabalho.

Usei uma Espada Sagrada para processar os restos de meteoritos.

Como minha espada sagrada Excalibur estava em uso para experiências de armazenamento mágico no momento, decidi escolher Durandal desta vez. Eu tinha outras duas Espadas Sagradas, mas escolhi Durandal por causa das lendas que diziam que ela poderia ser restaurada se fosse quebrada, colocando-a de volta em sua bainha.

A propósito, embora raramente tenham visto alguma ação, eu também tinha duas Espadas Mágicas e uma Lança Sagrada no Armazenamento.

Meu entendimento era que as Espadas Mágicas podiam ser usadas sem um título especial, mas não só eram chamativas, como eram extremamente pesadas, por isso estava relutante em fazer minhas crianças usá-las.

Além disso, contra monstros menores que o nível 30, uma arma feita com liga de mithril já era um exagero.

Enfim, fiz pontas de flechas e pontas de lanças a partir dos restos de meteoritos, bem como uma ferramenta para esculpir circuitos mágicos. Os fragmentos restantes voltaram ao Armazenamento como cascalho.

Assim que terminei de esculpir ranhuras de circuito nas pontas das flechas e das lanças, voltei minha atenção para produzir mais azul.

Eu havia esgotado o estoque que havia feito antes, durante nossa estada na cidade de Muno, e estávamos prestes a começar um novo lote. Desta vez, eu teria muito a mais.

Tinha feito essas coisas uma vez antes, então o processo era bastante simples agora.

Coloquei o azul pronto em meus frascos de prata recém-fabricados e os guardei. Fiz cinco ao todo.

Depois disso, usei uma haste de medição para despejar o líquido nos padrões mágicos das pontas das flechas e das pontas das lanças.

No final, fiz dez Flechas Sagradas e três Pontas de Lança Sagrada.

Como seria impossível usar um arco enquanto empunhava uma Espada Sagrada, compensava essa falha preparando uma Lança Sagrada Curta com uma mão.

— Mestre, Lulu está acordada.

Arisa me chamou de fora, então removi as paredes e fui ao encontro de todos.

Os acessórios foram muito bem recebidos.

 

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O jantar naquela noite foi muito intenso. Acho que todas estavam com fome depois das batalhas do dia.

Deixando Liza e as outras para fazer a limpeza após a refeição, fui para um bosque de árvores para realizar um sonho que eu tinha tido por um tempo.

— Esta área deve servir.

Eu tinha escolhido uma seção da margem com uma boa vista do rio.

Primeiro, fiz uso prático das magias de Terra Muro e Fosso para criar uma banheira com cerca de três metros.

Uma vez que usei o feitiço Endurecer Argila para ter certeza de que não enlamearia a água, acrescentei as pedras que Tama e Pochi trouxeram do leito do rio a meu pedido.

Isso deve ser grande o suficiente para todas usarem.

A banheira das mulheres estava terminada, então fiz uma banheira particular para um homem só, a uma pequena distância.

Provavelmente seria bom se todos tomássemos banho juntos, mas eu não queria que uma adolescente tímida como Lulu se sentisse mal, então imaginei que seria melhor que as meninas tomassem banho separadamente.

Em seguida, entrei no rio sob a cobertura da escuridão e coloquei um monte de água no Armazenamento. Então, enchi as banheiras e usei o feitiço Água Pura para limpá-la. As impurezas foram armazenadas para serem descartadas posteriormente.

Finalmente, usei o feitiço de Magia de Fogo Forja em seu ajuste mais baixo possível para aquecer a água até quase ferver, e com isso, o banho ao ar livre estava completo.

Acrescentei alguns toques de acabamento, solidificando o solo ao seu redor com Argila Dura e construindo uma pequena área de lavagem.

Eu também coloquei de lado alguns barris e baldes de água para controle de temperatura.

O Castelo Muno tinha apenas uma sala de sauna, portanto já fazia muito tempo que eu não tomava um banho adequado. Espero que todas gostem.

Quando voltei para elas e disse que tinha feito uma espécie de casa de banho, suas reações foram misturadas. Lulu e Nana não sabiam o que eu queria dizer, então dei uma breve explicação.

— Ah, tomar banho com um garoto! Finalmente serei recompensada por todas as dificuldades pelas quais passei!

— Não, os banhos são separados por gênero.

— Q-quêêêêêêêêê?! Deus, não seja tão certinho! Esta é obviamente uma oportunidade para um episódio “fan-service de fontes termais”!

Assim como eu esperava, Arisa ficou toda nervosa com algo absurdo. Não era realmente uma fonte termal de qualquer maneira.

— Mestre, eu me ofereço para lavar suas costas, eu declaro.

— Não.

— Ela está certa, você não pode.

Também como esperado, Mia e Lulu foram rápidas em interromper a oferta da Nana.

— A última vez que tomamos banho foi há algum tempo. Ficaremos felizes em lavar suas costas novamente, se desejar, mestre.

— Tama, também!

— Pochi, também, senhor.

As meninas do povo-fera, lembrando-se do banho na casa de hóspedes do castelo da cidade de Seiryuu, pareciam muito animadas.

Algumas das meninas tiveram uma forte reação ao uso da palavra de Liza novamente, mas escolhi ignorá-las.

Já tinha feito uma ferramenta para limpar minhas costas de qualquer maneira, então eu ficaria bem.

Por alguma razão, essa informação parecia desapontar as meninas. Liza e Lulu se ofereceram para me deixar usar o banho primeiro, mas disse a elas que havia preparado um separado para mim, então elas humildemente saíram para o banho. Naturalmente, Arisa tentou me seguir, mas Lulu a levou embora.

— Ah, é isso mesmo.

Quando entrei no banho dos homens, olhei para o céu.

As estrelas estavam começando a sair. Era uma pena que o rio não estivesse quieto o suficiente para refletir as estrelas, mas o luar dançando na superfície ainda era bastante bonito.

Desliguei o display de RA do menu e apreciei a vista.

— Eu não tomo banho fora assim desde que saímos daquela vez na faculdade.

Ao encostar-me contra a parede da banheira e começar a relaxar, ouvi um súbito choque e  senti um peso contra o meu corpo. Eu podia dizer que alguém tinha entrado no meu banho, mas com o radar desligado, não sabia quem.

Levantei a cabeça para encontrar Mia com o cabelo comprido solto.

— Mia, este é o banho dos homens.

— Mn.

Mia, claramente desinteressada em minha gentil repreensão, se abaixou na minha frente com as costas para mim. Não pude deixar de me lembrar quando ajudei a dar banho em um parente mais jovem quando estava servindo de babá.

Uma equipe de resgate parecia estar a caminho para buscá-la, então decidi deixá-la fazer o que ela quisesse, por enquanto.

— Existem banhos como este na aldeia dos elfos?

— Compartilhado.

Ou seja, havia banhos públicos, então.

Mia descansou sua pequena cabeça no meu peito e se juntou a mim olhando para as estrelas.

Então chegou a equipe de resgate, ou talvez eu deva chamá-las de segundo pelotão de ataque.

— Nós, também?

— Estamos entrando, senhor.

Tama e Pochi saltaram para o banho da minha esquerda e direita.

Não importa o quão pequenas as meninas do povo-fera possam ser, aquele banho estava definitivamente acima da capacidade agora. Estava começando a parecer menos como uma banheira e mais como uma lata de sardinhas.

Tama e Pochi queriam copiar Mia, então eu as segurei com uma mão cada para que eles não afundassem.

— Ei, vocês duas! Não tente pular em mim!

Arisa chegou em seguida, vestida com um roupão fino.

O manto molhado estava definitivamente agarrado ao corpo dela, mas eu não tinha nenhum interesse na figura de uma garotinha.

De qualquer forma, as duas meninas mais velhas atrás dela logo desviaram meu olhar.

Não havia como comentar a figura de Nana sem ser indecente, mas eu admitiria que sentia um certo orgulho quase paternal ao perceber que as proporções de Lulu estavam crescendo.

— Mestre, acho que você deveria se juntar a nós na banheira maior.

A proposta de Arisa foi recebida com unanimidade das meninas, então acabei sendo arrastado para lá.

Acho que maior é melhor para banhos, afinal.

— Droga, está muito escuro! Acho que devo aprender Magia da Luz a seguir…

Arisa continuou murmurando para si mesma entre mergulhos curtos sob a água.

Eu tinha um palpite de qual seria o objetivo dela. Infelizmente para ela, eu estava usando calções de banho novos, para que não visse de qualquer maneira. Sei que isso vai contra a ideia de banho natural, pense nisso como uma medida de emergência.

— C-clavícula…

Lulu, que estava submersa até os ombros ao lado de Arisa, estava murmurando algo enquanto olhava para mim com as bochechas coradas. Ok, você está me deixando um pouco desconfortável.

Inclinei-me para trás na parede novamente, retomando minha pose anterior.

O vapor não estava fazendo seu trabalho muito bem, então eu realmente não podia continuar olhando para a frente.

Eu estava ficando um pouco quente, então tirei meus braços da água e os descansei na lateral da banheira, apenas para imediatamente usá-los como travesseiros. Tama e Pochi estavam no meu braço direito e Mia no meu esquerdo. Estranhamente, Lulu estava se aproximando como se esperasse sua vez.

— Mestre, eu fiz uma descoberta! Confirmação necessária, eu solicito.

A voz de Nana veio até mim de algum lugar atrás de Lulu. Quando olhei indiferente…

— Eles flutuam na água, eu informo! Eles também são leves e bastante fofos.

Nana, que havia aberto a frente de seu roupão, estava olhando para seus seios flutuantes. Embora sua expressão estivesse em branco como de costume, ela parecia terrivelmente entretida.

Se isso fosse um mangá, o nariz do protagonista teria começado a jorrar sangue. Um verdadeiro colírio para os olhos.

— Senhorita Nana, você não deve!

— Sensual.

 

 

 

Lulu rapidamente se moveu na frente de Nana, bloqueando minha visão. Infelizmente, seu roupão molhado estava grudado em seu corpo, então agora eu podia ver claramente o contorno de seu traseiro.

Depois de um momento, Mia bloqueou minha visão disso também, ficando no caminho com os braços abertos. Ela não estava usando um roupão, então eu podia ver todos os tipos de coisas que eu realmente não precisava. Se ela fosse uma mulher mais velha, eu ficaria tão feliz que poderia chorar.

O restante de nosso tempo no banho passou de maneira semelhante, relaxante, se bem que ocasionalmente turbulento.

Na manhã seguinte, encontrei Liza olhando tristemente para o banho frio, então o aqueci de volta para um mergulho matinal. Ela sempre gostou deles.

 


 

Tradução: Nagark

revisor: Bravo

 

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