Aiur Harson acrescentou:
— Exatamente, é difícil imaginar que a Sequência subsequente de Vidente é Palhaço. De acordo com a lógica normal, ninguém faria essa conexão.
— Isso é estranho? Eu lembro que um bom número de Sequências também parecem não ter semelhanças entre seus diferentes níveis. — Lorotta cobriu a boca enquanto bocejava. Era óbvio que seus ferimentos eram mais graves. Nem mesmo o Olhar da Deusa poderia ajudá-la a manter sua energia vibrante.
— Não, Lorotta. Isso é completamente diferente. Mesmo que outras poções Sequênciais não tenham uma conexão, também podemos encontrar pontos comuns se vistos de ângulos diferentes. No entanto, não consigo ver o mesmo para Vidente e Palhaço — disse Aiur Harson ao balançar a cabeça e suspirar.
Klein ouviu a discussão deles e riu.
— Não, ainda há um ponto em comum.
— Qual? — perguntou Aiur curiosamente. Até mesmo os exercícios de braço de Dunn diminuíram visivelmente.
Klein respondeu sem hesitação:
— Seja um Vidente ou um Palhaço, ambos podem ser encontrados no circo.
— … — Aiur, Dunn, e Lorotta ficaram estupefatos.
— Pfft… Que resposta boa. Eu gosto de jovens como você! — Lorotta foi a primeira a voltar a seus sentidos e começou a rir.
Aiur também sorriu e balançou a cabeça.
— Nesta época, o número de cavalheiros equipados com o espírito de autodepreciação está diminuindo. Felizmente, encontramos um hoje.
Você acha que eu gosto de me autodepreciar… Não é como se eu tivesse descoberto alguma semelhança entre os dois… — reclamou Klein internamente e respondeu com um sorriso irônico:
— Só gostaria que as poções do caminho da Sequência não tenham nomes como Domador de Feras, Acrobata ou Mágico. Isso realmente formaria um circo.
Além disso, um circo de um homem só…
— Haha — Dunn e companhia ficaram imediatamente mais animados, e, rindo, encheram a carruagem com uma atmosfera alegre.
A carruagem seguiu direto para a rua Zouteland. Klein, que não foi ferido, foi o primeiro a entrar na Companhia de Segurança Blackthorn.
— Deusa! O que aconteceu com você? Por que está assim? — exclamou Rozanne quando o viu.
Klein olhou para seu terno sujo e esfarrapado. Ele respondeu com o coração partido:
— Sempre há todos os tipos de acidentes durante uma missão. Felizmente, a Deusa nos abençoou e tudo terminou maravilhosamente bem.
— Louvado seja a Dama! — Rozanne devotamente desenhou a lua carmesim sobre o peito.
Antes de esperar que Klein continuasse, ela perguntou:
— Precisa que nos escondamos no terceiro andar de novo? O Artefato Selado é mesmo tão perigoso?
— Confie em mim. É muito mais perigoso do que você pode imaginar — respondeu Klein com um medo remanescente.
Se não fosse pelo seu ritual ainda mais misterioso de melhoria de sorte, ele teria perecido sob as proverbiais mãos de 2-049!
— Deusa… — Os lábios de Rozanne estremeceram como se ela ainda tivesse um milhão de coisas para dizer ou perguntas a fazer, mas em consideração com o capitão que estava esperando lá embaixo, ela reprimiu sua compulsão. Ela informou a Sra. Orianna e companhia para subir as escadas até o terceiro andar. Os vizinhos da Companhia de Segurança Blackthorn eram propriedades da Igreja, ou clérigos devotos que sabiam vagamente da situação.
Quando toda a equipe civil se dispersou, Klein não correu para a sala de recreação para informar os outros Falcões Noturnos. Ele imediatamente retornou e ajudou o capitão e o resto a escoltarem o Artefato Selado 2-049, os restos de Monstro Bieber, e o caderno da família Antigonus para o segundo andar.
Através da divisória, Dunn abriu a porta da sala de recreação e disse para os dois Falcões Noturnos que estavam jogando Gwent:
— Frye, Royale, vocês dois devem ir imediatamente ao Armazém Tyrell do porto e ajudar Leonard a lidar com as consequências.
— Tudo bem. — Royale com seu cabelo preto e expressão fria foi a primeira a levantar.
Coletor de Cadáveres Frye, com seus cabelos negros, olhos azuis e pele clara, levantou-se em seguida.
Eles soltaram as cartas de Gwent e saíram da sala de recreação e, quando passaram pela divisória, pararam.
— Esperem — gritou Dunn, sem desapontar suas expectativas.
— Algo mais? — Sem Sono Royale virou para trás e perguntou sem expressão.
— Lembrem-se de informar a polícia. Faça com que selem a estrada. Não deixe que ninguém se aproxime até que vocês terminem com a cena e tragam o cadáver de volta — disse Dunn, batendo na testa.
— Tudo bem. — Royale se virou e deu dois passos antes de parar mais uma vez.
Ela virou a cabeça, piscou e confirmou friamente:
— Capitão, nada mais?
— Não — respondeu Dunn categoricamente.
Royale assentiu imperceptivelmente e caminhou em direção à entrada.
Quanto ao Coletor de Cadáveres Frye, que exalava frieza e escuridão, ele manteve um ritmo adequado.
Naquele momento, Dunn acrescentou:
— Lembre-se de dizer à Rozanne, sra. Orianna e companhia que eles podem descer.
— Sem problemas. — Frye respondeu calmamente como se nenhuma emoção se agitasse nele.
Klein viu quando os dois Falcões Noturnos saíram pela porta e subiram as escadas antes de soltar um suspiro de alívio em segredo. Ele seguiu o capitão e o resto ao subsolo, indo direto para o Portão Chanis.
Enquanto Dunn gesticulava ao Sem Sono Kenley para abrir o Portão Chanis, ele instruiu Klein:
— Vá ao arsenal e traga Velho Neil aqui. Precisamos de sua mágica ritualística para nos curarmos.
Assim que os efeitos do medicamento começaram a desaparecer, seu estado mental diminuiu gradualmente.
— Tudo bem. — Klein não esperou que o capitão continuasse, e acrescentou:
— Vou vigiar o arsenal no lugar do Velho Neil. Também pedirei pelo menos vinte balas anti-demônios e também aguardarei a aprovação da Catedral Sagrada, retendo minha curiosidade sobre o caderno da família Antigonus.
— … — Dunn ficou imediatamente sem palavras.
— Capitão, mais alguma coisa? — perguntou Klein com um sorriso depois de ser mais rápido que Dunn.
Dunn balançou a cabeça e permaneceu sem palavras.
Ele pegou sua bengala e se virou. Depois de caminhar certa distância, Klein chegou no arsenal e resumiu os acontecimentos ao Velho Neil, que estava bebendo água.
— Ele se tornou um monstro que perdeu o controle… Você até matou um Beyonder? — Velho Neil rapidamente arrumou sua escrivaninha. — É como se estivesse ouvindo o roteiro de uma peça.
Ele murmurou enquanto circulava ao redor da escrivaninha e caminhava direto para o corredor sem esperar pela resposta de Klein.
Klein perguntou por curiosidade:
— Sr. Neil, a Igreja não tem medicina restauradora verdadeira? Por que magia ritualística seria necessária?
— Nenhum medicamento feito com ingredientes comuns pode fornecer os efeitos restauradores permanentes de um ritual. Ingredientes extraordinários são muito raros, e a maioria deles não é adequada para medicina restaurativa — explicou Velho Neil casualmente. — Você sabe sobre o Olhar da Deusa, certo? Quando o medicamento é feito pela primeira vez através de um ritual, seria um remédio restaurador real padrão. Mas a cada minuto após sua conclusão, seu efeito evapora até que resta pouco de sua eficácia.
— Entendo… — Klein assentiu decepcionado.
Como um ex-“guerreiro de teclado” e ávido jogador, era um hábito ansiar por um medicamento com propriedades mágicas curativas.
Ele assistiu Velho Neil sair e se sentou, absorvendo a tranquilidade que não teve em muito tempo.
Em meio a sua paz, ele lembrou a trágica morte do palhaço de smoking. Ele lembrou de ter atirado friamente, a ferida horrível e o sangue fresco sendo expelido.
Klein sentiu desconforto e seu corpo estremeceu. Ele primeiro se levantou, depois sentou-se e depois repetiu lentamente o processo. Ele também andou alguns passos de um lado para o outro.
Ufa… Ele soltou um suspiro e decidiu se ocupar com algo para que pudesse parar de pensar nessas imagens negativas.
Klein tirou seu chapéu de seda e o traje formal. Ele então pegou um lenço e uma escova para limpar a sujeira e a lama.
Depois de uma quantidade incerta de tempo, ele ouviu os passos familiares de Velho Neil. A marcha dele envolvia andar sobre seus calcanhares, e isso fazia um barulho característico quando caminhava pelo corredor.
— Que cansativo… — reclamou Velho Neil enquanto entrava na sala. — Diga ao resto que ninguém deve vir aqui na próxima hora. Eu preciso descansar — ele instruiu casualmente, olhando para Klein.
— Por que você não descansa no andar de cima e eu fico de vigia aqui? — Klein sugeriu por gentileza.
Velho Neil balançou a cabeça.
— É muito barulhento lá em cima. Rozanne é uma dama que simplesmente não consegue parar de falar.
— Tudo bem. — Klein não insistiu. Vestiu o casaco e o chapéu, pegou a bengala e voltou ao corredor. Então, ele deixou a porta do arsenal entreaberta.
Tap. Tap. Tap.
Ele caminhava lentamente pelo corredor vazio quando de repente viu muitas salas ao lado que nunca havia visto antes.
— Há uma porta secreta aqui… — Klein parou num ponto em uma curva enquanto olhava para a sala.
Ele descobriu que o Coletor de Cadáveres Frye já havia retornado. Ele estava examinando cuidadosamente um cadáver completamente dissecado.
Um cadáver? — O coração de Klein se agitou enquanto ele reunia coragem e se aproximava da sala. Ele bateu levemente na porta entreaberta.
Toc! Toc! Toc!
Frye parou suas ações e se virou, olhando com seus olhos azuis, mas frios.
— Desculpe por incomodar. Eu só queria saber se este é o cadáver de um Beyonder — Klein perguntou enquanto controlava seu tom.
— Sim. — Os lábios de Frye abriram e fecharam, mas só falaram uma única palavra.
O olhar de Klein passou por ele e pousou no cadáver. E ele descobriu a ferida familiar e horrível na testa.
É aquele palhaço de smoking… — Klein exalou secretamente e disse:
— Alguma descoberta?
— Não — respondeu Frye de uma maneira anormalmente simples.
O clima instantaneamente se tornou estranho. Assim que Klein estava prestes a se despedir, Frye tomou a iniciativa ao dizer:
— Se você se sentir desconfortável, pode entrar para dar uma olhada. Descobrirá que é apenas um cadáver.
Com receio que eu fique traumatizado? — Klein assentiu, pensando.
— Tudo bem.
Ele entrou na sala e chegou na frente da longa mesa branca enquanto olhava para o cadáver.
A tinta vermelha, amarela e branca do palhaço foi removida, revelando um rosto desconhecido que não tinha nada de especial. Ele tinha trinta e poucos anos e tinha cabelos negros e uma ponte alta no nariz.
Naquele momento, Frye foi até uma mesa quadrada no canto da parede e pegou um lápis e um pedaço de papel.
Ele retornou ao cadáver, colocou o papel no chão e começou a desenhar com o lápis.
Klein olhou com curiosidade e descobriu que Frye estava fazendo um esboço da cabeça do palhaço.
Não demorou muito para que Frye parasse de mover o lápis. No pedaço de papel, havia um retrato realista. Comparado ao cadáver, a única diferença era a falta de uma ferida e do azul dos olhos.
Que gênio talentoso… — Klein ficou maravilhado de surpresa.
— Eu nunca pensei que você fosse tão bom em esboçar.
— Meu sonho era me tornar um artista antes de me tornar um Falcão Noturno. — O tom de Frye estava completamente calmo.
— Então por que não cumpre seus sonhos? — perguntou Klein curiosamente.
Frye pousou o lápis e disse com o retrato do palhaço na mão:
— Meu pai era um sacerdote da Deusa. Ele desejava que me tornasse um sacerdote. É um trabalho apresentável.
— Você se tornou sacerdote? — Klein perguntou, surpreso.
Ele achou inimaginável que Frye poderia se tornar um sacerdote com sua personalidade e a vibe que emanava.
— Sim, eu até que fiz um bom trabalho. — Frye tinha uma expressão fria enquanto os cantos de sua boca se curvavam um pouco quando respondia. — Mais tarde, encontrei e passei por algumas coisas e acabei me tornando um Falcão Noturno.
Klein não planejava infringir sua privacidade, então perguntou:
— Você já foi um sacerdote da Deusa, então por que não escolheu ser um Sem Sono?
— Uma razão pessoal — respondeu Frye francamente. — Além disso, Madame Daly é um ótimo exemplo.
Klein assentiu e justo quando estava prestes a mudar de assunto, ouviu Frye dizer:
— Me ajude e vigie esta sala. Tenho que entregar imediatamente o esboço para o Capitão… Fechar uma porta secreta dá muito trabalho..
— Tudo bem. — Embora Klein estivesse com um pouco de medo de enfrentar o cadáver sozinho, ele enfrentou seu medo e concordou.
Sem Frye, a sala ficou quieta. O cadáver estava ali e o coração de Klein ficou pesado.
Ele respirou algumas vezes e, em uma tentativa de derrotar seus medos, se aproximou da longa mesa.
O palhaço estava em silêncio com seu rosto pálido. Seus olhos estavam bem fechados e ele não tinha nenhum sinal de respiração. Além da horrível ferida, ele emitia a frieza única de um homem morto.
Klein observou por um momento enquanto suas emoções gradualmente estabilizavam enquanto ele se acalmava.
Ele passou o olhar e descobriu uma marca estranha no pulso do palhaço. Reunindo sua coragem, ele estendeu a mão para tocá-la, na esperança de virá-lo para ver mais claramente.
Assim que o toque gelado chegou das pontas dos dedos de Klein ao cérebro, a palma pálida que havia perdido toda a vibração se mexeu repentinamente, agarrando-o pelo pulso.
Agarrando seu pulso com força!
Tradução: Lodis
Revisão: MoriSan
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