Quando Anna abriu os olhos, ela viu que tudo ao redor dela estava pegando fogo. O vento quente soprou diretamente em seu rosto, fazendo-a sentir como se sua pele estivesse sendo escaldada.
Chamas ardentes.
As chamas ardentes estavam em todo lugar. Fumaça infiltrava-se pelas frestas, asfixiando-a.
Ela ouviu gritos vindo do quarto dos fundos, mas estava incerta se aquilo era apenas uma alucinação. Quando as madeiras entravam em contato com as chamas, rapidamente faziam sons de estalos. Faíscas e lascas de brasa caíam do teto a todo momento. Ela se levantou de sua cama de feno e tentou ir em direção ao quarto dos fundos, mas foi repelida imediatamente pelas ondas de calor.
Sem opção e desesperada, ela, com muita dificuldade, conseguiu sair de lá e, uma vez fora, assistiu impotentemente sua casa humilde e simples ser devorada pelas chamas.
Os vizinhos começaram a chegar em quantidade. Alguns tentaram parar o fogo. Contudo, a fonte mais próxima de água era o Rio Vermelho, que estava localizado fora da vila.
Os poucos baldes de água que eles deram o melhor para buscar não surtiram efeito nenhum nas chamas vorazes.
Após Anna vagar para lá e para cá, perdida e sem rumo, ela de repente viu seu pai.
Ele havia saído correndo das minas, onde trabalhava, assim que ouviu a notícia. Ele vestia um casaco desgastado e seu rosto estava bastante sujo, devido à poeira das minas. Ele estava parado próximo à casa, que foi reduzida a brasa, encarando o cenário com uma expressão morta no rosto.
Como se ela tivesse visto seu porto seguro, Anna não pôde mais suprimir seu medo e pânico no coração, e lágrimas começaram a escorrer de seu rosto. Ela chorava e gritava enquanto corria na direção de seu pai e o abraçava apertadamente.
Contudo, seu pai não a confortou como ela esperava.
— Onde está sua mãe?! — Ele agarrou os ombros de Anna tão violentamente que a fez gritar de dor. — E onde está seu irmão?!
Anna balançou a cabeça, impotente, mas não fazia ideia de que no momento seguinte levaria um tapa bem forte no rosto.
PÁ!
— Você escapou sozinha? Por que você não tentou salvar eles? Droga, você só se importa consigo mesma?
Anna de repente acordou, ofegando pesadamente. A voz de seu pai a repreendendo continuava a reverberar em seus ouvidos e recusava-se a ir embora.
Esse sonho de novo. — Ela pegou um copo d’água, que estava em cima da cabeceira, e bebeu. Levou um bom tempo até ela se recuperar completamente.
No primeiro dia de cada mês, Anna sonharia com essa tragédia. Era como se tivesse alguém em seu cérebro que não a deixava esquecer-se de seu passado. Acontece que hoje era o último dia da primeira semana de verão, e também o dia do mês em que a União das Bruxas distribuía os salários.
Ela tomou um banho rápido e vestiu suas roupas. Em seguida, ela saiu do castelo e foi em direção à Casa das Bruxas, que ficava à esquerda do castelo.
— Irmã Anna! — Ling abriu o sorriso quando viu Anna. — Você veio tão cedo!
— Bom dia. — Wendy sorriu. — O tempo hoje parece bom. Você vai para a Montanha da Encosta Norte depois daqui?
— Lady… Anna. — Suas duas ex-colegas de classe apressadamente curvaram-se em respeito.
— Me chamem apenas de Anna, como nos velhos tempos. — Anna se sentou em uma cadeira perto de uma grande mesa e ponderou por um momento antes de responder à pergunta de Wendy: — Eu vou resolver algumas coisinhas primeiro, mas estarei lá pela tarde.
— Oh? Isso é raro. — Wendy revelou uma expressão animada. — Poderia ser que você e Sua Majestade vão…
— Vão fazer compras! — Ling vozeou animadamente.
Pérola e Lebrecinza, que também estavam no local, começaram a rir incontrolavelmente.
Anna balançou a cabeça, negando, mas não disse mais nada.
Wendy também não insistiu em perguntar. Ela tirou um envelope da gaveta e o colocou nas mãos de Anna.
— Esse é o seu salário do mês. Duas moedas de ouro.
— Obrigada.
Bruxas não precisavam se preocupar com comida ou roupas, pois os recebiam de graça, nem tinham que pagar por moradia ou transporte. Elas até mesmo recebiam de graça protótipos de produtos luxuosos que posteriormente seriam vendidos no Mercado de Conveniências, e poderiam pedir por mais ou ter acesso a novos itens facilmente. Assim sendo, a maioria das bruxas sentia que seus salários não eram lá de muito uso, e não entendiam o porquê de Sua Majestade insistir em pagá-las. Apenas Anna entendia o motivo. Ademais, esse salário inadvertidamente a ajudava em algo importante.
Ela caminhou de volta ao castelo com o envelope em mãos. Ao chegar, ela viu que o Cavaleiro-Chefe, Carter Lannis, já a estava esperando.
— Senhorita Anna. — Carter se levantou e a cumprimentou. — Faremos o mesmo de sempre?
— Sim. — Ela tirou uma moeda de ouro de dentro do envelope e a deu para o cavaleiro. — Vamos.
Durante a reconstrução de Vila Fronteiriça, os nativos receberam um novo alojamento. O “pai” de Anna não foi exceção.
Depois que o “pai” de Anna a vendeu por vinte e cinco moedas de ouro à Igreja, ela nunca mais tentou entrar em contato com ele.
Daquele momento em diante, ela não mais o considerava como pai.
Contudo, trial algumas coisas que Anna não conseguia se afastar completamente.
Por exemplo, a moeda de ouro que Anna passava a Carter para entregar ao seu pai, a fim de cobrir as despesas dele.
Como a maioria das pessoas que de repente colocam a mão em muito dinheiro, o dinheiro que seu pai recebeu por vendê-la não durou lá muito tempo. Em meio ano, ele ficou sem um tostão no bolso por causa de apostas excessivas, roubos sofridos e golpes. Naquele tempo, Anna ainda era desconhecida, mas seu talento logo foi notado pelos nativos quando ela usou seus poderes mágicos para construir uma parede de chamas, tapando o buraco na muralha1Para lembrar, você pode ler novamente o capítulo 50.. Seu “pai”, sabendo disso, tentou fazer com que um dos soldados o levasse para visitar Anna, mas foi invariavelmente rejeitado e ridicularizado. Quando Carter, que estava naquela época responsável pela organização da milícia, soube disso, ele foi direto contar para Anna.
Daquele dia em diante, ela soube que tinha que fazer algo para manter seu “pai” quieto.
Ela não queria que seu “pai” criasse problemas para Roland.
Ela caminhou com Carter para o lado leste da cidade e logo chegaram a uma vizinhança quieta. Em seguida, eles foram para o primeiro andar de uma pousada que havia no local.
Carter olhou para Anna e disse:
— Senhorita Anna, espere por mim aqui.
— Desculpa por isso.
— Não é nada demais.
Ele caminhou em direção a uma porta e bateu três vezes com força. Após um momento, a porta foi aberta.
— Oh… Senhor Cavaleiro… Eu…
— Por que você demorou tanto para abrir? Você é surdo? — Carter bradou. — Saia do caminho.
— Sim, sim…
Carter entrou no quarto e a porta se fechou.
Anna, que estava encostada na parede do corredor, deu um suspiro de alívio.
Honestamente, ela não queria ter que lidar nunca mais com seu “pai”, mas ela sabia que as coisas só iriam piorar se ela o ignorasse. Além disso, ela não queria aparecer em pessoa na frente dele, senão esse homem agressivo e arrogante agiria como se ele ainda fosse o pai dela, e, desta forma, fazê-lo obedecer seria impossível.
Ao invés de implorar para que ele não fizesse nada, seria melhor deixá-lo saber que havia agora um mundo de diferença em seus status sociais. Sendo o renomado Cavaleiro-Chefe, Carter era considerado um grande nobre para os cidadãos da Área Fronteiriça. Ao fazê-lo entregar a moeda de ouro como um cala-boca acompanhado de algumas ameaças, seria o suficiente para manter o homem calado, e assim garantir que não houvesse problemas para Roland.
Anna não entendia esse tipo de relacionamento no passado.
Após ser capturada e aprisionada, ela havia perdido o interesse em tudo, e seu mundo havia se tornado completamente preto e branco. Mas aí Roland apareceu e a resgatou, fazendo com que seu mundo voltasse a ser colorido novamente. Após viver no palácio por um bom tempo, ela gradualmente foi compreendendo a complexidade que acercava o relacionamento entre as pessoas, e também as razões pelas quais o seu “pai” a odiava tanto.
Mas ela detestava ter que lidar com essas coisas complexas.
Ela só poderia relaxar verdadeiramente quando estava ao lado de Roland.
Ou… quando estava lendo algum livro que continha conhecimentos intrigantes. Apesar de parecerem complicados e incompreensíveis à primeira vista, após uma leitura prolongada, a pessoa lendo descobriria que as relações entre coisas diferentes são simples e diretas, e não mudarão por causa de novos interesses ou desejos. Ela se perguntava por que o mundo real não funcionava como as fórmulas lógicas e organizadas descritas nos livros, explicando o seu funcionamento.
A porta do quarto abriu novamente. Após ouvir algumas palavras de bajulação do homem, Carter foi ao encontro de Anna e disse:
— Senhorita Anna, está feito.
— Certo. — Anna respirou aliviada. — Não diga a Sua Majestade.
— Claro… Entendo.
Ela assentiu com a cabeça em aprovação e virou-se para descer as escadas.
Mesmo que ela não pudesse se livrar desses sentimentos terríveis, ela sabia que com Roland, as coisas prazerosas da vida aumentariam mais e mais. Ela mal podia esperar para ir à Montanha da Encosta Norte e continuar seu trabalho de pesquisa.
Aquele era um lugar onde ela realmente amava estar.
Tradução: JZanin
Revisão: Kabum
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