JK Haru é Uma Profissional do Sexo em Outro Mundo

Jk Haru é Uma Profissional do Sexo em Outro Mundo – Cap. 14 – Primavera de Kiyori: História posterior

— Desde aquilo, bom, nada mudou, mas acho que…

Começando pelo Chiba, que provavelmente não é de interesse de ninguém, ele se tornou o oitavo servo de Lupe e sempre pode ser visto rastejando aos pés dela.

E a Lupe ainda é a segunda colocada em vendas na loja. As nossas duas campeãs são realmente incríveis — não acho que posso vencer elas.

Além disso, a Cafetina começou a ensinar várias coisas sobre a loja para a Lupe recentemente, então parece que ela foi selecionada para ser a próxima cafetina, não? É claro que ela sempre cora e diz que isso é só impressão, mas sinto que, em breve, terei que chamar ela de “Senhora” também.

E o Sumô continua gordo.

Um cliente com uma carteira e um corpo gordos, ele aparece direto, mas ultimamente nós é que começamos a visitar o seu restaurante, portanto, tratando de negócios, é um relacionamento em que ambos os lados saem ganhando.

Parece que ele ainda sente algo por mim, mas ainda mais do que isso, parece ter ficado viciado em cozinhar, e realmente parece ser um rapaz bacana enquanto faz bolos tão delicados com aquela cara séria.

Com seus Níveis Ilimitados, ele pode continuar aprimorando suas habilidades culinárias e sexuais para sempre, virando um tipo de especialista, e parece até que já conquistou alguma confiança.

Ultimamente, até a Lupe começou a dizer que “Se ele perdesse um pouco de peso, seria um cara bem quente”.

Se perdesse peso, talvez pareceria até com um idol…? Nah, com certeza não. Não! É só o Sumô!

O problema é que ele faz bolos minúsculos mesmo parecendo que só come chanko, então nenhuma dieta deve estar em seus planos, é isso!

Oh, Widge também aparece com bastante frequência. Parece que ele ainda quer me seduzir, então fica sussurrando coisas tipo “Venha morar comigo”, ou “Vou te levar para a floresta”, e, ao mesmo tempo, faz todo tipo de coisa excêntrica. Eu sempre fico a ponto de me derreter toda, então isso é tipo, nossa! Mas aquele velhote diz isso para todas as garotas com que dorme, então eu queria que me deixasse em paz.

Digo, ele é bem maduro, generoso e tem uma voz tão sensual, então se fosse uns vinte ou trinta anos mais novo, eu poderia ter acabado me apaixonando, mas… Não, sem chances. Se fosse mais jovem, seria um playboy maior ainda. Outro dia, ele me levou para o bar onde sempre fica, mas todos seus amigos também são bizarros, e todos ficavam flertando com qualquer mulher que aparecia.

Ah, é mesmo. Eu ainda estou tomando chá com a Kiyori o tempo todo.

Ela está de olho em um aventureiro de Rank B, mas, pelo visto, está prestando mais atenção às coisas dessa vez. Bem, ela é uma beleza única, então parece que ele cedeu, mas está sendo um pouco mais cautelosa para que não cheguem muito longe antes da hora.

Kiyori sempre diz: “Tropecei na minha primeira vez, tanto no amor quanto nas aventuras”, e depois completa com: “Da próxima vez vou me preparar direito.”

Eu continuo dizendo que se esforçar demais também pode ser ruim. Mas tenho certeza de que seu sonho se tornará realidade. Digo, ela tem um rosto ótimo.

Tudo o que tenho para falar parece tão bobo, é chato, huh? Às vezes sinto que as coisas precisam tomar um novo rumo, mas nada muda, então o que posso fazer?

Desde que o homem de cabelos prateados parou de aparecer, meus sentimentos parece que congelaram no tempo.

Nas noites chuvosas, sempre fico olhando para as janelas, procurando por ele andando pela rua. Pensei que, enquanto ficasse na loja, poderia vê-lo novamente, mas talvez isso não aconteça.

Ele até me disse para procurá-lo da próxima vez… Mas nunca disse onde mora. Talvez nem esteja na cidade. Sinto que já vi aquele olhar tão afiado quanto o de um falcão em outro lugar.

É possível que, talvez, ele estivesse lá naquela hora.

Se quando ele disse para ir vê-lo, era isso que quis dizer, então…

— Ah é, cheguei à terceira posição nas vendas!

Perspectiva da Kiyori

A propósito, a Senhorita Haru começou a agir meio estranho ultimamente. Não devo ter sido a única que notou.

Mesmo quando estamos tomando chá, não é incomum que de repente a conversa pare e todas fiquemos apenas ali sentadas e distraídas. Nessas horas, geralmente era a Senhorita Haru que encontrava algum assunto, mas agora, mais do que nunca, ela só fica olhando para o vazio.

Olhando para o rosto melancólico dela, parece meio sensual e madura. É claro que ela é uma profissional do sexo, mas, se tentasse, seria muito mais sedutora e madura do que eu. Mas a imagem que tenho da Senhorita Haru é mais a de alguém que conta piadinhas maldosas, ri alto e realmente come muito, então parece ser até outra garota.

É como se ela estivesse olhando para algum lugar distante, então para as pessoas por perto parece realmente solitária.

Tentei enviar um olhar para a Lupe. Ela sorriu, traçando lindamente a borda de sua xícara com um dedo e levantou a mão para fazer um pedido.

— Sumô! Mais chá, por favor!

— J-já vai.

O Senhor Sumô, com sua enorme barriga balançando, logo apareceu com um bule super meigo. Ouvi falar que ele se esforçou até não conseguir mais para encontrar um do gosto da Senhorita Haru. Parece que realmente a adora.

Talvez o tremor do chão tenha feito a Senhorita Haru voltar a si mesma, já que lembrou de seu comportamento normal e disse:

— Este chá está tão bom! — E depois tocou no braço do Senhor Sumô enquanto sorria.

O Senhor Sumô sorriu modestamente, com o rosto até brilhando de vermelho, e murmurou:

— I-isto? Você pode tomar o quanto quiser. — E isso foi sério, ele até nos deu um refil de brinde!

— Ee-hee-hee! Obrigada!

A Senhorita Haru… Não, não é justo falar isso. Nós aproveitamos cada pingo de sua gentileza e tomamos nossa terceira xícara de chá gratuito naquele dia. A Senhorita Haru diz que os negócios estão bons para os dois lados, mas as coisas parecem bastante desiguais.

— Senhorita Haru, houve algo de errado? — perguntei vagamente.

Por apenas um segundo, ela pareceu ter ficado irritada. Mas foi só por um segundo mesmo.

— Algo de errado? Não, nada, mas isso é uma merda. Lupeeeeeee, quero que algo bom aconteça.

— Huh? Você não acabou de ficar na terceira posição no número de vendas? Eu sempre acreditei que você conseguiria.

— Sério? Obrigada. É graças a você, Lupe-senpai.

— É só uma questão de tempo para você me passar também…

— Não! Eu farei o meu melhor para te seguir. Além disso, você ainda vendeu o dobro que eu, então é bem difícil.

— Hoo-hoo. Você só precisa vender mais, Haru.

— E aqui está ela, a próxima cafetina.

— Para com isso!

A Senhorita Haru e a Senhorita Lupe podem pegar uma conversinha dessas e arrastar por horas. São coisas assim que fazem eu realmente admirar as trabalhadoras noturnas. Quando não vejo nada de errado, não digo nada, e isso é tudo.

Mas agora estou acostumada com esse tipo de conversa, então não conseguem mais me enganar facilmente.

Segundo a Senhorita Haru, há algo bem “irritante” em mim. E também sei que ela fica irritada quando alguém começa a pressionar sobre algo que não quer falar. E, nesse caso, até eu concordo, deve que sou uma mulher bastante irritante. Mas só quero saber das coisas. Embora tenha certo medo de descobrir.

— Você por acaso está pensando em ir a algum lugar?

Sinto que já ouvi a falando que a terceira posição era o seu objetivo. Naquela época, eu não pensei muito sobre isso, mas o que a terceira posição significava para ela? Não era a primeira, mas sim uma logo após a de Lupe. Não parece um objetivo módico? Como um tipo de ponto de parada.

— O quêêêêê…? Como assim? Este é o único lugar que tenho para ficar.

Depois de levantar um pouco as sobrancelhas, sorriu. Lupe olhou para longe, e eu pude perceber que ela estava apenas deixando as coisas estarem com estavam.

Eu acho que ela quis dizer, “Se você quer saber algo sobre isso, se vire sozinha”. Isso era minha responsabilidade. Eu cerrei meus punhos sobre a mesa.

— Você pode ir aonde quiser, não pode, Senhorita Haru? Não há nada te segurando. Você é livre, forte, alegre… É o tipo de pessoa que pode sobreviver em qualquer lugar. Você provavelmente já cansou disso aqui. Você quer ir para outro lugar, não é? Por favor, seja sincera e me diga.

Haru suspirou. Depois disse:

— Agora você realmente fala tudo o que quer, hein, Kiyori? — disse meio exasperada, mas pareceu feliz.

É graças a você, Senhorita Haru.

— Você conhece o Widgecraft, né? Aquele velho safado que te apresentei daquela vez. Ele me chamou para ir com seus amigos para a floresta.

Eu e Lupe arregalamos os olhos com a resposta inesperada. Ela também notou que a Senhorita Haru estava preocupada, mas nunca imaginou que isso envolvia o covil dos demônios. Ninguém imaginou.

Na verdade, por que ela não me levava junto? Eu disse tantas vezes que queria ir.

— Não é como se eu quisesse ir muito longe ou algo assim. É só que algo está me incomodando. Então quero ir lá para confirmar algumas coisas.

— Eu vou com você.

— Não. Eu entendo que você queira ir, mas não vou usar a rota convencional do exército. Isso porque não sou uma Irmã, sabe? Então não posso te levar. Sinto muito por não ter te contado.

— Se esse tipo de rota existe, então também serve para mim. Por favor, me leve. Eu quero ir com você.

— Não. Isso é super perigoso. Não posso te levar.

— Por que não? Posso não parecer muito confiável, mas sou uma Irmã capaz, já até recebi um nome de anja da igreja. Posso não ser boa em lutas, mas pelo menos posso salvar todos com minha magia de cura. E posso até criar barreiras sagradas…

— Não foi isso que eu quis dizer. Falando de forma mais básica, é impossível. Não vai dar tempo para usar magias de cura. E aonde eu vou, você morre instantaneamente se for atacada. Lá, só sobrevive o mais forte, então não posso te levar.

— Se eu estivesse com medo de morrer, não iria querer ser uma aventureira. Quero ir para as profundezas da floresta mais do que qualquer outra equipe, e quero dar às mulheres deste mundo um pouco de coragem. Se for possível, quero fazer parte do time número um com você, Senhorita Haru. Quero mostrar a todos que as garotas também podem fazer essas coisas!

— Kiyori, você foi sempre tão ambiciosa…?

Isso é tudo graças a você, Senhorita Haru. Te observando, descobri o que significa querer algo. E tenho certeza de que também sou corajosa.

— Mas você precisa entender. Não existe glória para as garotas na floresta. É um lugar sujo, lamacento e mais assustador do que você imagina. Como posso explicar isso? Não é como se houvesse algo para encontrar lá. Acho que você teria uma vida muito melhor se tivesse um sonho, objetivo ou qualquer coisa por aqui mesmo.

— Mas você está indo, não está? Não posso ser tão estúpida a ponto de desistir antes mesmo de tentar.

— Estou falando, é diferente do que você imagina. É um lugar onde demônios estão por todos os cantos, mas, acima de tudo, é um lugar onde as leis deste mundo não são aplicadas. Você entende? Não tem nenhum soldado, oficial ou habitante da cidade. Em outras palavras, é uma terra que existe sem as leis dos homens — disse Haru fazendo uma careta.

Então? Franzi meus lábios enquanto nos encarávamos.

— U-umm, posso te perguntar uma coisa, Haru? Por que você precisa ir a um lugar tão perigoso…?

Sem perceber, eu fiquei absorta na conversa, a ponto de quase entregar a verdadeira natureza da Senhorita Haru na frente da Senhorita Lupe.

Haru disse:

— Ahh… — Seu sorriso brilhava e ela juntou as mãos. — Lupe, foi mal. Eu vou em uma aventura secreta. Se parecer que vai demorar mais do que o esperado, vou pedir umas boas férias, então não conte nada para a Cafetina.

— Senhorita Haru, vamos…

— Certo, fim de papo. Já respondi as suas perguntas, então não fale mais de coisas que podem causar problemas.

A Senhorita Lupe parecia querer dizer mais alguma coisa, mas a Senhorita Haru ignorou nossos olhares e virou a cabeça para a rua. Sua expressão parecia cravada em pedra.

Quando essa garota de outro mundo olha para longe, nossos olhos não podem ver o mesmo. É tão solitário, já que ela não entende como nos sentimos.

— Por falar em floresta…, ouvi um cliente dizer que existem monstros em forma de pênis lá.

— Mas que diabos? Eu nunca ouvi isso! É sério?

— Eles ficam se esfregando nas árvores e cospem coisas brancas de suas cabeças. São monstros virgens.

— Ee-hee-hee-hee-hee. O quê? Isso é hilário. Se eu encontrar um, vou pegar e bater uma para ele!

Ela realmente gosta de falar besteira. Não sou como a Senhorita Lupe, então não tenho como reagir a esse humor estranho da Senhorita Haru. Só fico assim, confusa.

Quando pergunto sobre o outro mundo, a Senhorita Haru não me conta que tipo de deus tem por lá. Além disso, ela não me diz o que quer fazer, então sinto que nossa amizade é bem frágil. Talvez um dia ela simplesmente resolva não voltar. Fico imaginando essas coisas solitárias.

Ela não deve entender o que sinto. Ou talvez eu é que não signifique nada para a Senhorita Haru.

— Estou indo. — Coloquei o dinheiro do meu chá na mesa e saí.

O Senhor Sumô estava prestes a levar um pouco de bolo para a nossa mesa, mas pedi para ele cancelar o meu pedido.

Acho que ultimamente tenho me irritado com mais frequência.

Mas a Senhorita Lupe me ensinou que na frente de um homem, independente de tudo, você precisa ser agradável, então estou me forçando a sorrir, mesmo não estando de bom humor.

— Tudo fica mais gostoso quando estou com você. — Posso até falar esse tipo de coisa boba, mesmo com ele pedindo um monte de carne gordurosa e nem perguntando o que quero.

Mesmo se você não conseguir manter a conversa fluindo direito, os caras ficarão bem desde que você diga algo engraçado nos momentos mais importantes. Essa é outra coisa que a Lupe me ensinou.

Ele — seu nome é Killak — corou e sorriu. Não passa de um aventureiro de Rank B cinco anos mais velho que eu. Não posso chamar de meu namorado, mas torço por ele em suas partidas (mesmo não apostando), e às vezes tomamos chá e conversamos, então somos só amigos.

Nos últimos dias, não sei o motivo, mas ele começou a me elogiar, consolar e tocar na minha cabeça e ombros com muito mais frequência. A julgar pela minha experiência com o Senhor Chuva Carmesim Infinita, ele provavelmente vai querer ter algo mais sério em breve.

Mas as Senhoritas Lupe e Haru são contra isso. Dizem que não preciso aceitar nada, a menos que queira.

Elas podem até falar isso, mas realmente não sinto vontade de seguir seus conselhos, e não acho que um homem saia com uma mulher que não aceite as coisas.

O Senhor Killak tem um rosto bonitinho, mas é só um Rank B e se veste de modo bem chamativo, e várias garotas gostam dele. Acho que outras Irmãs até pediram para serem suas parceiras. Em outras palavras, eu tenho algumas rivais. Estou sendo avaliada.

Então, para que ele me leve para a floresta, preciso que se interesse mais por mim do que pelas outras Irmãs. Se ele quiser meu corpo, vou ter que entregar. É claro que, se a Senhorita Haru me levasse, eu não teria esse tipo de problema, mas…

Pessoas como ela, com poderes especiais, não entendem isso, eu acho. Para ir até a entrada da floresta, primeiro precisamos vencer esta batalha. São os homens que escolhem suas mulheres.

Mas não é como se eu não gostasse dele, e estou sempre dizendo que quero um namorado forte com quem possa contar quando estivermos nos aventurando, então não posso voltar atrás agora.

— Uh, parece que o clima vai piorar, então quer dar uma passada na minha casa? — perguntou ele bem baixinho sob um céu totalmente azul.

E, claro, eu respondi que sim.

Só faço isso porque é necessário.

E com certeza não me arrependo.

Tudo que ele faz é ficar chupando meus mamilos, isso está me deixando irritada.

No começo, eu podia gemer fingindo que isso era bom, mas como ele ficava chupando igual um mosquito, começou a doer e me irritou. Quando eu disse “Nnn”, meio que protestando, por algum motivo pensou que eu estava gemendo e começou a apertar meus mamilos e a morder também.

— Nn, não.

Eu acidentalmente disse que não. Mas ele talvez não tenha escutado, ou interpretou as coisas de forma errada, já que começou a ofegar e passou a lamber minha pele.

— Você está ficando excitada só enquanto brinco com seus peitos? E olha que ainda é a sua primeira vez!

Por que homens e mulheres sofrem tanto para se entenderem? Quando eu disse: “Por favor, não diga coisas assim”, ele ficou ainda mais feliz e por algum motivo começou a falar sobre suas técnicas.

— Ngh, nn!

Ele começou a me tocar lá embaixo e de repente enfiou um dedo para dentro. Doía ser penetrada enquanto não estava molhada, mas ele forçou e disse:

— Oh, você está tão molhada.

Eu acho que não estava, mas quando não disse nada, ele disse que cuidaria de tudo, então pegou um pouco de grama luvya e passou nos dedos.

— No começo pode doer um pouco, mas logo passa — disse enfiando dois dedos em mim.

Isso realmente doeu, mas quando mencionei isso e me desculpei, ele perguntou se eu não queria fazer sem usar nada. Isso seria ainda pior, então apenas suportei.

— Dizem que as mulheres preferem sem a luvya, eventualmente chegaremos lá.

Isso com certeza era mentira.

Mas se esse homem me escolhesse como sua parceira, ele poderia realmente querer que eu acabasse fazendo isso com ele mesmo sem usar luvya. Só preciso que me perdoe quando eu não permitir.

A outra coisa em que eu estava pensando, embora fosse rude, era em como o Senhor Chuva Carmesim Infinita sempre parecia um peixe morto na cama. Acho que daquele jeito era mais fácil, já que eu era capaz de me preparar.

O Senhor Killak parecia gostar de brincar com o corpo das mulheres, mas não parecia nada bom nisso. Eu senti como se estivesse sendo espremida, isso foi tudo. Se continuarmos assim, terei que encontrar uma chance de pedir para que me toque mais gentilmente.

Eu descobri o que as Senhoritas Haru e Lupe passavam no trabalho.

— Kiyori, tenho certeza que rapidinho você vai ficar viciada no meu pau. Não acredito que ficou tão molhada na sua primeira vez… Vou ser gentil e te ensinar tudo — disse enquanto ofegava.

O Senhor Killak forçou até conseguir entrar. A luvya faz as coisas acontecerem mais facilmente, mas isso ainda doeu.

— Nn, ai…

— E aí? Isso dói?

— Uh, não. Está tudo bem…

— Você pode dizer se doer. Vou com calma.

Oh, então você está pensando em se mover. Abri um pouco as pernas para dar mais espaço a ele.

Ele começou a mover os quadris, até tremendo, se forçando para dentro de mim. Não foi algo lento, era mais como se estivesse tentando fazer flexões. E depois colocou todo seu corpo sobre mim.

Ofegando.

Sim, tenho certeza que assim ele vai cansar mais rápido. Lembro dos problemas que tive quando o Senhor Chuva Carmesim Infinita disse para eu ficar por cima.

— U-umm, você não precisa se esforçar tanto…

— Está tudo bem. Como eu disse, pode… Pode deixar tudo comigo. Ahh. Isso doeu? Está doendo?

Pra falar a verdade, dói e você está me sufocando, mas eu não poderia dizer algo assim a alguém que parecia estar se esforçando tanto. Então eu disse que não estava doendo. E do nada ele perguntou se estava bom.

Não sei por que essas parecem ser as duas únicas opções, mas eu disse que sim, já que achei que ele ficaria feliz assim.

— Huh? Você é virgem mesmo?

E com isso ele ficou chateado. Eu não tinha ideia do que dizer, então disse que sentia muito.

— Nossa, espera aí. Sério mesmo? Não é a sua primeira vez?

Ele estava falando coisas que indicavam que era minha primeira vez, mas pensei que falava da minha primeira vez com ele, então não achei que precisava corrigir. Me perguntei o motivo para querer tanto saber sobre isso.

O Senhor Killak começou a mover seus quadris tão rápidos que a cama até começou a fazer barulho. Parecia até tortura, doía cada vez mais.

— Ah, ah, merda! Mas que porra! Eu não sabia disso! Oooooh, ooh…! — Então de repente ele gozou dentro e ficou todo zangado. — Por quê?! Eu transei com você por pensar que era sua primeira vez. E você é uma Irmã, então deveria ser virgem!

Ele vestiu a cueca e bufou. Eu não tinha certeza do que fazer, então comecei a pegar o meu hábito de Irmã.

— U-umm, por que ficou com raiva?

— A pergunta é: por que você não é virgem?!

Como assim? Tudo o que eu podia dizer é que estava vivendo a minha vida. E não é como se eu tivesse feito algo horrível.

— Qualquer um que fosse enganado ficaria bravo! Eu fui enganado… Enganado! Quanto você acha que gastei contigo? Porra. Saia daqui, sua puta! Não quero ver sua cara nunca mais!

— O quê? Umm, por favor, espera, eu…!

Eu mal coloquei as roupas e fui expulsa. Corri para as sombras para terminar de me vestir e chorei um pouco. Não sei por que algo tão terrível tinha que acontecer comigo. Eu ainda devo ter cometido algum tipo de erro.

Como a Senhorita Haru sempre diz, sou uma mulher irritante, então irrito as pessoas mesmo sem perceber. Talvez seja tudo minha culpa.

— Entendo… Bem, os homens às vezes são muito exigentes.

— Exigentes? O quarto dele estava um nojo.

— Não é isso. Digo, eles gostam de virgens. Muitos caras não vão te querer só por ter transado com outro cara. — Quando eu contei para a Senhorita Lupe que eu tinha sido descartada, ela logo explicou o motivo.

Acho que homens gostam de ser o primeiro de uma mulher. Tanto os jovens quanto os velhos.

Pelo visto, elas também têm clientes que preferem virgens no bordel, então a Senhorita Lupe, com cara de mocinha, é convidada e sempre finge que é a primeira vez dela. Pelo visto, também gostam muito de Irmãs.

Hoje estou aprendendo várias coisas.

— Você usa roupas fofas e parece séria e ingênua, então acho que passa a impressão de que é virgem.

— Sério? Existem várias Irmãs com namorados, sabe. Além disso, a maioria delas, até aquelas que parecem ser boas, na verdade são bem arrogantes.

— Mas elas ainda assim são populares. A maneira como vocês se vestem e falam é tão pura. E elas realmente sabem como se vender.

Não entendi. Se somos tão populares, as pessoas não deviam assumir que todas já tivemos algum namorado?

— Não foi culpa sua, Kiyori. Aquele cara era só um moleque. Ahh. Se ele fosse meu cliente, eu daria umas chicotadas nele para que nunca mais falasse nada sobre o estado da virgindade de nenhuma mulher — disse a Senhorita Lupe deixando um sorriso fofo e travesso escapar.

Eu retribuí com um sorriso constrangido. Ainda não estou acostumada com a diferença entre seu rosto inocente e suas habilidades de adestramento.

Mas estou feliz. É ótimo ter amigas que escutam minhas reclamações em momentos assim. Mesmo com uma delas ausente.

— Haru disse que vai tirar uma folga… — Parecia difícil para Lupe dizer isso, mas ela sorriu.

Me desculpei por ir embora de maneira tão rude no outro dia e perguntei algo que estava pairando em minha mente.

— Senhorita Lupe, você já se perguntou o que faria se a Senhorita Haru fosse embora?

Eu já.

Sei que espero muitas coisas dela, mas ela me ensinou muito e, para ser franca, eu a respeito. Afinal, é uma heroína escolhida por deus.

Se ela foi embora, sinto que o mundo pode estar com problemas. E mais do que isso, acho que se isso acontecesse, eu ficaria tão sozinha que preferiria a morte.

A Senhorita Lupe provavelmente achou estranho, já que perguntei tão séria e com o rosto pálido, mas então disse:

— Hmm… — E sorriu. — Eu provavelmente choraria muito mesmo. Choraria mais e mais. Mas, mais tarde, no mesmo dia, acho que sorriria para os clientes e foderia. E, quando estivesse atuando na frente dos clientes, aos poucos esqueceria a tristeza. Sei disso por já ter passado por coisas assim. Nem me lembro mais do rosto do primeiro cara com quem deitei, sabe?

Eu comecei a realmente odiar o quanto sou estúpida… Eu só estava preocupada com meus próprios sentimentos, pensando só no quanto eu ficaria triste ou odiaria essas coisas.

Foi insensível da minha parte perguntar algo assim logo após ela perder sua querida amiga Senhorita Shequraso.

— Então, se esse dia chegar, espero que você fique triste de verdade por mim. Ficarei encarregada de te consolar e escutar suas queixas. — Então, com sua expressão gentil de sempre, continuou: — Você é a única amiga que tenho que se lembrará de tudo e que fala de forma tão direta. Não vá a lugar algum, tá bom?

Eu entendi o motivo de a Senhorita Haru a respeitar tanto. Eu não me importaria de levar algumas chicotadas se fosse dela.

— D-desculpem pela demora. — O Senhor Sumô trouxe alguns bolos fofinhos.

Ele disse que era um bolo novo, especial para a primavera. Lembrei que tinha cancelado meu pedido no outro dia, então pedi desculpas.

— S-sem problemas. — O Senhor Sumô não ficou bravo, só sorriu, igual sempre.

Eu ouvi a história da bravura dele, direto das Senhoritas Haru e Lupe, mas o Sumô realmente não me parece o tipo de pessoa que se levantaria contra o filho do mestre da guilda.

No entanto, ele faz um ótimo bolo.

Eu vou à igreja para orar ao menos uma vez por semana.

Ultimamente, estou ocupada com todo o trabalho que me empurram no hospital, e tenho que começar a procurar um parceiro de novo, então talvez não possa passar pela igreja por um tempo. Por isso decidi orar um pouco mais que o normal.

Querido deus, por favor, me dê sorte com o trabalho.

Orar por si só é contra as regras, já que é egoísmo, então sempre oro por várias coisas.

— Kiyori, como tem se saído ultimamente?

Outra Irmã, a Senhorita Hasper, apareceu com suas amigas e disse um oi.

— Tudo bem… — respondi com bastante descuido.

Hasper parecia pensar que essa resposta foi estranha e ergueu as sobrancelhas.

Sério, não sei por que ela estava falando comigo. Para ser sincera, tenho certeza de que ela e suas amigas me odeiam. Portanto, não há nenhum mal-entendido, e ainda digo mais, por algum motivo, a maioria das Irmãs me odeia, então provavelmente o problema não são elas, mas eu. Já que sou uma mulher irritante.

— Hmmm? Pensei que você estava orando sobre algo a respeito do trabalho, mas agora parece que é outra coisa. Talvez seja porque você se deitou com um cara?

— Então você se graduou mesmo sendo tão séria? Você sempre foi tão popular, então deve ter encontrado alguém bem bom, huh?

— Ela provavelmente está fazendo com todos eles. Ah-ha-ha. Com esse rosto e esse peito, deve conseguir caras aos montes!

Sobre o que é isso? Que desconfortável. Não lembro de ter feito nada contra elas. Se vão me incomodar assim, então gostaria que ao menos dissessem o motivo para não gostarem de mim. Uma vez eu perguntei o motivo para isso, mas só me disseram para me olhar no espelho, então desisti.

— Sinto muito.

Imaginei que, se pedisse desculpas, isso melhoraria as coisas. Então pensei em ir embora, mas a Senhorita Hasper me impediu.

— Kiyori, ouvi dizer que você quer ir para a floresta. — Nessa hora me virei sem nem pensar.

A Senhorita Hasper é uma Irmã bem experiente, que tem um namorado e sempre vai para a floresta. Dito isso, eu sei que ela não faz isso em busca de paz ou por querer explorar. Ela e suas amigas Irmãs vão com os namorados aventureiros em grupos, formando casais para passear. Isso é só um desabafo. Não acho que deveria ter muito contato com elas.

Mas a Senhorita Hasper disse algo inesperado.

— Na verdade, Killak é um de nossos amigos. Ele disse que queria te ver de novo.

— Sim, ele pediu para te passar uma mensagem. Disse que te transformaria em sua parceira e a levaria para a floresta. E então?

O que eu digo? Sério, eu não estava mais confiando tanto no Senhor Killak. Mas como eu não era mais virgem, seria meio difícil encontrar um parceiro. Mais do que tudo, se eu não encontrasse um logo, não seria capaz de alcançar a Senhorita Haru. Era uma questão muito urgente para mim.

— E-eu quero ir. Uma amiga minha está na floresta!

Apertei meus punhos e dei liberdade aos meus sentimentos genuínos, e elas concordaram sorrindo.

— Oh? Tudo bem então.

— Não se preocupe. Nós estaremos fazendo companhia.

Ir com elas, na verdade, me deixou ainda mais nervosa, mas achei que devia tentar ser otimista, já que finalmente partiria em uma aventura.

Fazer um registro na Guilda dos Aventureiros foi muito mais fácil do que eu esperava. Ou melhor, o velhote na janela mal olhou para os papéis. O Senhor Killak e os outros mandaram ele se apressar, de modo bem grosseiro, e então ele só carimbou a aprovação e a devolveu.

O quê? Foi tão fácil assim? Mas meu nome estava na licença.

Eu quis uma licença por tanto tempo, mas não tive tempo para saborear a emoção. E não consegui aproveitar o momento de passar pela linha de aventureiros pela primeira vez… Agarraram minha mão e me puxaram para a floresta.

Na entrada, estavam várias tochas ao longo do caminho, e por isso estava claro, mas mais para a frente ficava escuro e senti medo de ser devorada.

Esta é a floresta demoníaca. Tenho certeza de que a Senhorita Haru está em algum lugar por aqui…

— Oh, esse caminho aí é para quem está levando as coisas a sério.

— Estamos com algumas garotas hoje, então vamos por esse outro caminho.

Mas eles tentaram me levar por um caminho alternativo. Ele também estava bem escuro, mas parecia ser muito pior.

— Por favor, espere. Eu quero ir por esse caminho. Não se preocupem. Estou com meus itens e água sagrada, fui purificada e estou com plenitude de poder sagrado.

— Uh, isso é sério? Que hilário.

— Você não precisa disso. Temos muita bebida, então hoje vamos nos divertir.

— E-eu não posso. Irmãs que servem a deus são proibidas de tomar álcool.

— Ei, ei meninas. Olhem o que ela está falando.

— Kiyori, vamos lá. Você só vai estragar o clima se ficar agindo assim agora.

— Kiyori, vamos aproveitar!

— Espera, o que vocês querem dizer com “aproveitar”? Nós, Irmãs, devemos usar o poder de deus para ajudar os aventureiros em suas lutas contra demônios perigosos e…

— Certo, certo. Ajudar, certo. Então ajude a nos unirmos!

No final do caminho estreito havia uma área mais aberta. Havia um monte de garrafas e restos de comida espalhado por ali. Por alguma razão, havia até mesmo sapatos e roupas deixadas para trás, e o cheiro era bem estranho. Eles me sentaram e tentaram fazer eu beber. A Senhorita Hasper e as outras estavam bebendo por si mesmas.

Eu realmente não me importava de os outros estarem bebendo, mas para uma Irmã, beber é um ato tolo que enfraquece sua fé e poderes.

— Senhorita Hasper, meninas, vocês não deveriam! Nós somos servas de deus! — Quando gritei, todo ficaram chocados e o silêncio dominou.

Então suspiraram exageradamente.

— Kiyori, cala a boca.

— Por que você sempre… Tem que ser tão certinha?

— Não pense que vai conseguir o melhor cavalo só por ter um rosto bonitinho.

— Acha que está do lado da justiça se agir assim, mesmo com a sua cara? Os homens e as nossas superioras gostam de você e acham que você é fofa, sabe.

— Mas você nem é mais virgem! Fica se divertindo fazendo tudo o que quer, então pare de bancar a santinha!

Realmente, não entendo por que a Senhorita Hasper e as outras ficaram tão bravas. Eu não disse nenhuma mentira. Observando as garotas brigando, o Senhor Killak e os outros homens começaram a sorrir.

— Ei, Hasper. Está pronta?

A Senhorita Hasper fez uma careta para mim por um momento e depois disse:

— Vai.

Os homens se levantaram e me cercaram.

Tive a sensação de que realmente estava em perigo e quis fugir, mas eles me derrubaram e em um piscar de olhos um homem subiu em cima de mim.

O Senhor Killak me olhou com um brilho cruel nos olhos.

— Você colhe o que planta, sua vadia feia. Vamos te castigar em nome de todos os caras que você enganou.

Eles forçaram uma garrafa para dentro da minha boca. Engasguei com o líquido quente que queimava enquanto descia pela garganta.

— Isso, beba tudo! Beba, Irmãzinha!

Mas eles seguraram minha cabeça e mandaram álcool para dentro da minha boca. Eu mal conseguia respirar, comecei a tossir e todos riram de mim. Depois molharam meu rosto e cabelo.

Meu peito e garganta ficaram quentes. Pensei que ia morrer, foi tão ruim. Mas então minha cabeça ficou pesada e minha língua começou a se enrolar. Eu nem mesmo poderia implorar pela minha vida.

— Ajuda… M-meu peito…

— Huh? Você quer que eu aperte deu peito?

— Ela é tão nojenta… Certo, tire, tire!

Os homens tiraram meu hábito sagrado de Irmã com enorme violência.

Eu estava tão mal que não tinha energias para resistir, mesmo sabendo o que estavam prestes a fazer. Tiraram minha calcinha e abriram minhas pernas. Então riram e jogaram álcool lá embaixo também.

— Me ajude… Senhorita Hasperrrrr….

As garotas viraram as costas e começaram a falar mal de mim entre si.

— É um castigo divino — disseram —, a culpa é dela, então o que esperava?

Elas falavam tão rápido, repetindo as mesmas coisas sem parar.

O que eu fiz? Eu realmente fiz algo que justificasse isso?

A mão de alguém apertou meu peito e a cabeça de alguma outra pessoa se moveu em direção de minhas partes baixas. Forcei a palavra “Socorro” para fora da garganta, mas talvez por estar tão bêbada não consegui nem gritar direito.

Chorei e pedi para que ao menos usassem grama luvya. Mas riram disso também.

— Você já quer que enfiemos? Mas que gracinha.

— E assim apresento Kiyori, a puta, para todos vocês.

— Desculpa, não trouxe nenhuma luvya. Mas não faz mal fazermos sem só por hoje, certo?

— Vou gozar bastante com você, então vamos nos divertir, Kiyori.

Em total desespero, eu estava perdendo todas as esperanças. Essa era a floresta demoníaca. Apenas monstros horríveis poderiam sobreviver nela.

Senhorita Haru. Por favor, venha me salvar, Senhorita Haru…

— U-uh? Ah, merda. Este é um local de festa popular entre as crianças? Estou atrapalhando?

Nesse momento, ouvi uma voz que reconheço, ela estava muito rápida.

Ele surpreendeu todo mundo aparecendo assim, do meio do nada, mas parecia ser o mais chocado de todos. Ele estava totalmente fora do lugar.

Sim, era o Senhor Chuva Carmesim Infinita. Eu nem chamei por ele, mas ele apareceu.

Quando me viu com todos esses homens me segurando, disse:

— Oh meu deus, é uma festa do sexo — disse colocando as mãos no chão.

Ele realmente se curvou para pedir desculpas. E não tinha chegado sequer há cinco segundos.

Eu não deveria estar em condições para pensar nessas coisas, mas foi um pedido de desculpas tão bom que não pude deixar de ficar impressionada. Era a postura natural de alguém que passou a vida se prostrando todos os dias.

Depois de se prostrar por completo, de forma tão perfeita que poderia ser explicada em livros didáticos e ensinada a crianças, o Senhor Chuva Carmesim Infinita pediu desculpas.

— Sinto muito por atrapalhar sua festa do sexo.

— Senhor… Chuva… Carmesim… Mais importante…

— Huh…? Essa é… Kiyori? — O Senhor Chuva Carmesim Infinita ficou surpreso quando finalmente me notou. — Isso é sério? Você está fazendo algum tipo de vídeo de violação? Ouvi uns boatos de que estava saindo com outro cara. — Ele falou algumas coisas que eu não entendi. — Não, espera. Eu não sou o tipo de cara que fica excitado com coisas assim, por isso é realmente irritante estar aqui. Mas, huh? Espera um pouco. Esse tipo de coisa… Ah, que coceira… Não, isso é errado. Eu não estou ficando empolgado e nem estou prestes a ser forçado a rastejar no local de uma orgia com minha ex-namorada…

Huh? Mas que diabos? O que era isso…?

— P-por favor, me salve… Socorro…!

— Huh? Não, sou em quem quer ser salvo aqui.

Ele é tão idiota e nunca escuta, e isso me irrita, mas nesse momento terrível eu senti que talvez estivesse me vendo em um espelho, e isso doeu. Muito.

— O que há com esse cara? Que lamentável. Por que está rastejando?

— Ohh, eu conheço ele. Esse é o Chuva Carmesim Infinita, um Rank C, coisa assim. Ele começou com tudo, mas recentemente sumiu.

— Sim, tem um monte de caras assim. Talvez eles até tenham algum talento, mas não se esforçam e não chegam a lugar algum.

— Eles subestimam todo o mundo da luta, então são enterrados rapidamente. Saia daqui. Não temos tempo para paspalhos como você.

— Este é o Rank B, Killak. Tenho certeza de que o conhece. Se sim, é bom desaparecer. Suma daqui.

Os outros homens também riram do Senhor Chuva Carmesim Infinita.

Fiquei tão frustrada que comecei a chorar.

Não me importo mais, então você devia ao menos fugir.

— O que é isso? — perguntou o Senhor Chuva Carmesim Infinita com uma voz decepcionada enquanto olhava para cima. Ele levantou e limpou os joelhos. — Sheesh! — E riu. — Um moleque de Rank B? Eu confundi vocês com pessoas da vida real e sofri um déjà vu… Que erro! Agh. E agora? O que estão fazendo com a ex-namorada do Lendário Gladivador das Chamas Vociferantes, O Chuva Carmesim Infinita?

Após uma repentina mudança de atitude, o Senhor Lendário sei lá o quê, algo assim, sacou sua espada e se aproximou casualmente.

Eu já tinha visto todos tipos de duelos na arena, mas essa foi a primeira vez que vi homens brigando fora dela. Eles não se seguraram. Era uma luta por suas vidas.

Eu tinha visto o Senhor Chuva Carmesim Infinita na arena, pensei que ele era muito forte para um simples Rank C e acompanhei seu progresso. Mas descobri que ele não estava levando aquilo a sério.

E isso não era tudo. Muito tempo depois, quando não conseguiam mais segurar as espadas e perderam toda a vontade de lutar, os homens continuaram sendo oprimidos.

O Senhor Chuva Carmesim Infinita era realmente incrível e implacável. Aprendi que na arena, quando ele vencia com tanta simplicidade e apertava a mão do oponente, esse era apenas seu rosto para negócios.

Ele era totalmente perverso e gostava de atormentar os outros com modos cruéis. Ele pegou insetos com várias pernas e ordenou que os homens comessem.

Embora eu não tivesse nenhuma simpatia por eles, também não era uma cena que gostaria de ver.

Sob as ordens do Senhor Chuva Carmesim Infinita, peguei a capa de um dos homens que foram forçados a rastejar nus no chão, coloquei ela e fui até onde a Senhorita Hasper e as outras garotas tremiam no canto da clareira.

— Eek!

Elas desviaram os olhos e olharam para baixo.

Perguntei por que elas não me encaravam.

— Vocês não disseram que era meu castigo divino? Não queriam assistir?

Senhorita Hasper falou com uma voz trêmula, seus dentes estavam batendo:

— Eles disseram que queriam fazer aquilo… Não tivemos escolha…

Eu devia ter muita vergonha disso por ser uma Irmã, mas a próxima coisa que fiz foi levantar a perna e dar um chute na cara de cada uma.

— Seu castigo divino está chegando. É melhor que tenham cuidado!

Chamei pelo Senhor Chuva Carmesim Infinita e disse que deveríamos ir para casa.

Ele parecia muito orgulhoso com todos aqueles caras espancados caídos a seus pés.

— Huh? Ah, não. Às vezes eu perco a consciência e meio que enlouqueço. Eu não fiz isso de novo, fiz?

Eu disse que não precisava pensar nisso e que deveríamos partir, então saímos juntos.

Lancei um olhar depreciativo para o Senhor Killak e os namorados da Senhorita Hasper, além das outras garotas. Era possível que tivessem sido feridos de maneira que não poderiam se recuperar, mas se as Irmãs, que tinham enchido a cara de álcool, lançassem um feitiço de cura neles, ficariam bem. Como era bom ter uma Irmã como namorada.

A Senhorita Hasper e as outras continuavam chamando por mim, mas me fingi de surda.

O Senhor Chuva Carmesim Infinita afastou sua franja dura e vermelha (no entanto, ela não ficou para trás) e sorriu.

— Cara, faz um tempo desde que fiquei tão chateado. Sei que te salvei e tudo mais, mas não pretendia mostrar meus verdadeiros poderes. Não fique apaixonada por mim novamente!

O que eu tinha visto era mais parecido com ele mostrando sua verdadeira natureza e menos com ele tentando dar o seu melhor. Realmente achei que o ápice de seu ridículo foi quando se prostrou no chão, mas abaixei a cabeça e agradeci.

— Você me salvou. Muito obrigada.

O Senhor Chuva Carmesim Infinita corou e sorriu. Acho que foi a primeira vez que o vi sendo tímido. Essa cara combinava muito com ele.

— Então você é realmente forte quando quer. Por que abandonou a arena?

— Hum? Abandonei? Acho que é mais como se eu tivesse visto meu limite.

— Limite? Você ainda é jovem, por isso tenho certeza de que pode ficar mais forte.

— Sério? Digo, para ficar mais forte vou ter que me esforçar.

— Então que tal tentar se esforçar?

— Eu jamais faria isso. Por que deveria me esforçar se tenho habilidades incríveis? Ninguém precisa saber disso, mas vida divertida e invejável cheia de eventos interessantes não é o suficiente?

Eu realmente não entendi o que ele estava dizendo, normal. Mas mesmo se eu nunca pudesse ser a amante dele, percebi que, como parceiro de aventuras, ele seria o melhor para alcançar a Senhorita Haru, eu tinha que conseguir sua ajuda.

— Preciso falar com a Senhorita Lupe amanhã…

— Huh? Disse alguma coisa? Sou um daqueles protagonistas que não escuta muito bem, então é bom você falar mais alto.

— Não foi nada.

— Ah, tenho certeza de que você confessou seu amor por mim. Eu sei disso. E realmente não te escutei, então poderia dizer de novo?

Acabei de deixar meu plano de pedir que ela o transforme em um guerreiro escapar. Por favor, não pense tanto nisso.

Duas semanas depois, a Senhorita Haru voltou a aparecer no restaurante do Senhor Sumô.

Eu simplesmente olhei para ela.

— O que foi? Você ainda está brava? Eu já disse: eu tinha que ir para a floresta, mas não ia te levar, e não é porque estou sendo má ou coisa assim…

— Eu entendi. Eu iria apenas atrapalhar, e você não queria que eu entrasse em perigo, né? Entendo muito bem que você não pode ir sem alguém em quem realmente possa confiar.

— Huh? Aconteceu alguma coisa?

— Não se preocupe com isso. Mas com certeza vou atrás de você, então não deixe sua guarda baixa.

— O que há com essa selvageria? Isso é estranhamente diferente da Kiyori que eu conheço. Quem é você?

— Kiyori.

Só para você saber, aconteceu um monte de coisas comigo enquanto você estava fora. Mas isso não tinha nada a ver com a Senhorita Haru.

— Parece que aconteceu alguma coisa. Fala, fala. É como se você tivesse ficado um pouco inflexível quando eu não estava vendo, e a Lupe estava arrastando o Chiba por um gancho de nariz. Não faço ideia do que está acontecendo!

Fiquei me perguntando o que estava acontecendo também, mas apenas disse:

— Não aconteceu nada.

Da próxima vez que eu ver o Senhor Chuva Carmesim Infinita, acho que o nariz dele pode estar meio diferente.

— Você ficou forte, hein, Kiyori? — murmurou Haru.

— Quem foi que me afastou por eu ser fraca? Isso não é meio contraditório?

Quando eu disse isso, a Senhorita Haru falou:

— Não, eu não disse que você era fraca. Você é forte. Para ser franca, você era uma esquisitona antes, e era tão séria, sempre ficava pressionando com seus argumentos, sem nem pensar no que os outros sentiam. Ao mesmo tempo, seu rosto é tão fofo, peitos enormes… E todos os caras acham você a melhor, então meio que comecei a te odiar.

— Você é a primeira pessoa que fala tudo tão claramente…

Sério, acho que vou desmaiar…

Mas me senti melhor, já que descobri a raiz para todos os meus problemas interpessoais. No futuro, farei o que puder para lidar com isso.

— Mas Kiyori, você parece mais inflexível, mas isso é bom. Digo, Você ficou mais inflexível, mas também ficou mais flexível. Quaisquer que sejam minhas expectativas, você as trairá, então é bem divertido de assistir isso.

— Eu não acho que isso seja algo a ser elogiado, mas será que preciso tolerar e continuar escutando?

— Huh? Eu não te elogiei?

— Não. Você estava falando que me vê como se eu fosse um animal de estimação ou coisa do tipo.

— Oh. Hee-hee-hee. — Ela começou a rir. — Então vou tentar inventar outra coisa para a próxima vez.

Não é como se eu quisesse ser elogiada. Mas eu gostaria que ela um dia me dissesse o que eu tenho de bom.

— Eu só quero ser como você, Senhorita Haru.

Ela inclinou a cabeça e quis saber o por quê. Fiquei um pouco aborrecida e disse:

— Porque você é forte. Ver você avançar por conta própria com tanta força me deixa com inveja.

Mas a Senhorita Haru se calou e ficou absorta em seus pensamentos.

— Na verdade, sou do tipo indeciso e vivo hesitando…

Então ela me contou o que houve na floresta.

Ela não estava com medo de lutar contra os demônios. Widgecraft e seus amigos estavam acostumados com essas coisas e tomaram cuidado com tudo, e eram muito fortes. Mesmo quando passaram pelo ponto mais distante que já tinham alcançado, não ficaram em pânico, e seguiram em direção ao castelo do lorde demônio.

Mas a Senhorita Haru parou. Ela se recusou a ir mais adiante. Ela disse que, assim que viu o lorde demônio, ficou petrificada.

— Claro que isso seria assustador. Não é culpa sua, Senhorita Haru. O lorde demônio é um demônio de coração frio, o ser mais poderoso e maligno deste mundo, o inimigo de deus e da humanidade…

— Não, ele não é. Ele não é assim.

— Hein?

— Desculpa. Não posso falar mais nada. Realmente não posso. Estou com medo… De descobrir a verdade — disse Haru. — Estava chovendo. — E começou a chorar. — A chuva estava fria, muito fria. Provavelmente nunca parou de chover lá, por centenas de anos. Só pode ser…

Depois disso, não pude dizer o que ela estava falando. A senhorita Haru apenas chorou desolada.

Eu não sabia o que fazer, então a abracei. Quando toquei em suas costas, fiquei arrependida pelas coisas que disse e também comecei a chorar. Como eu poderia ser tão insensível a ponto de perguntar o que ela estava sentindo neste lugar?

Ela estava vivendo tão ferozmente.

— Nah, nah, foi mal.

Com lágrimas nos olhos, a Senhorita Haru foi para casa.

Eu pedi desculpas, mas ela não aceitou, dizendo:

— Não há motivo para se desculpar, Kiyori.

Já estávamos cansadas de pedir desculpas uma para a outra, então nos despedimos. Mas eu não tinha energia para voltar à igreja (oh, a Senhorita Hasper foi excomungada, que horror), então fui até o balcão e pedi para o Senhor Sumô fazer um chá para mim.

A Senhorita Haru não estava lá, então tive que pagar por isso, mas ultimamente não tenho mais tido problemas para tomar chá sozinha, então às vezes relaxo mesmo sem companhia.

Do lugar onde sentei, pude ver o Senhor Sumô de perto enquanto ele experimentava comidas bem delicadas.

— Você faz tudo com tanta paixão.

Esperei ele fazer uma pausa antes de dizer qualquer coisa, não queria atrapalhar enquanto ele pensava em uma nova receita.

O Senhor Sumô sorriu todo tímido.

— É o meu trabalho — disse enquanto voltava ao trabalho.

Ouvi dizer que ele odiava os negócios da família e nunca tinha ajudado. Só começou a ajudar na cozinha quando a Senhorita Haru começou a aparecer e começou a cozinhar por ela ser uma cliente muito exigente — todos, desde seu pai, o dono, até os clientes, sabiam disso.

Ele provavelmente tinha visto ela chorando há pouco. Tenho certeza de que eram lágrimas caindo por outro cara, um que nenhum de nós conhece.

— Você está trabalhando naquele bolo que a Senhorita Haru pediu…?

Percebi que talvez fosse uma coisa besta demais para se perguntar, mas quando quero saber algo, quero saber mesmo, então perguntei mesmo assim.

— S-sim… — murmurou ele, sem parar o trabalho que eu estava atrapalhando. — Mas se a Senhorita Haru gostar, sei que os outros clientes também gostarão. Ninguém mais faz comida para mulheres, então eu posso acabar sendo o primeiro… Bem, foi isso que a Senhorita Haru disse…

Talvez ele tenha ficado envergonhado enquanto falava, já que sua voz ficou tão baixa que eu mal conseguia ouvir no final.

Então eu finalmente falei aquilo. Algo desnecessário.

— Você está de acordo em não ser o número um da Haru?

O Senhor Sumô olhou para cima. Ele não ficou bravo com minha pergunta indelicada, nem respondeu, só sorriu sem jeito.

Seu dedo branco deixou uma marca de farinha em sua bochecha. Sem dizer qualquer palavra, ele balançou a cabeça vagamente e voltou ao trabalho.

Tomei meu chá enquanto o observava.

Eu vi suas grandes mãos gordas fazendo delicados enfeites no bolo. E vi como ele desenhava as coisas nos pratos com molho. Então lembrei que aqueles dedos foram usados para transar com a Senhorita Haru… E pisquei lá embaixo.

Perspectiva da Haru

Então é isso que tem acontecido ultimamente.

Às vezes fico deprimida, mas passo por coisas cheias de sensualidade todos os dias.

Por falar em sensualidade, a Kiyori passou muito tempo no restaurante do Sumô ultimamente, tem ido até sozinha. Lupe e eu ficamos vendo isso, e quando ela olha para ele, seus olhos ficam cheios de luxúria. Isso pode acabar virando algo interessante.

E desde aquela vez, não voltei para a floresta.

Widge até que me convida, mas, mm, sei lá.

Alguma hora eu vou, mas meu objetivo provavelmente não é o mesmo que o dele e seus amigos, então acho que no futuro preciso de outra equipe para tentar. Tenho procurado por novas amizades às quais eu possa confiar minhas costas.

Não estou com pressa. Sei que ainda sou fraca demais para encontrar o lorde demônio. E eu ainda sou só uma criança.

Oh, e mais, deus apareceu pela primeira vez em muito tempo.

Enquanto ele me fodia, reclamou que meu preço subiu demais e, quando terminou o que estava fazendo e se preparou para ir embora, eu o golpeei.

— Como está a Shequraso? Você tem total responsabilidade de garantir que na próxima vida, e na próxima, e na outra e na outra, ela viva perfeitamente feliz, entendeu? — perguntei enforcando ele.

— Não sei nada sobre essas outras vidas, mas ela já escolheu a mãe que vai querer na próxima.

Oh.

Quando eu pressionei para conseguir detalhes sobre riqueza, beleza, educação, senso de responsabilidade e coisas do tipo, ele riu de mim.

— Uhhh, acho que ela será pobre durante a vida toda, e sua moral e educação serão meio suspeitas. Mas Shequraso parece que ficará feliz com isso.

Huh. Aquela garota está bem mesmo?

Fiquei preocupada porque Shequraso tem a tendência de tratar decisões importantes de forma leviana. Preciso que ela seja feliz, sério.

Por isso, ordenei que deus assumisse a responsabilidade e tomasse conta de Shequraso e de sua mãe estúpida. Ele cuspiu no chão de forma desagradável e disse:

— Certo, certo. — Depois riu de mim de novo e se despediu.

— Bem, então vou passar aqui de vez em quando para te ver.

Não venha mais aqui, seu idiota. Caia morto agora mesmo.

Eu o persegui enquanto batia nele com um osso e depois desejei que Shequraso tivesse uma vida feliz quando vi uma estrela cadente.

Enquanto eu pensava nisso, desejei que todos neste mundo fossem felizes.

E todos no outro mundo também.

E então desejei que meus desejos fossem direcionados a alguém responsável, e não àquele deus.

Isso aí!

 


 

📃 Outras Informações 📃

 

Se quer apoiar a scan para que ela continue lançando conteúdo, comente, divulgue, acesse e leia no nosso site.

 

    • Conheça também o mangá de JK Haru, traduzido pelos caras da Tao Sect

 

    • Não esqueçam também de fazer uma visitinha para nós em nosso Discord. Receberemos vocês de braços abertos.

 

Bravo

Share
Published by
Bravo

Recent Posts

O Caçador Imortal de Classe SSS – Cap. 165 – Chuva, Lama e Fogo (2)

  Quando dei um passo em direção à luz, fechei os olhos reflexivamente. — Grr.…

18 horas ago

O Caçador Imortal de Classe SSS – Cap. 164 – Chuva, Lama e Fogo (1)

Os Terras mais jovens não sabiam o que era chuva, embora os mais velhos –…

18 horas ago

O Caçador Imortal de Classe SSS – Cap. 163 – O Fogo da Caverna (3)

  O alvoroço naquela manhã cedo despertou os Cascomontes. — Qual é o motivo dessa…

18 horas ago

O Caçador Imortal de Classe SSS – Cap. 162 – O Fogo da Caverna (2)

  — Gostaria de ouvir as opiniões de todos também — disse o Inquisidor. —…

18 horas ago

O Caçador Imortal de Classe SSS – Cap. 161 – O Fogo da Caverna (1)

  A caverna estava fria. Os goblins fungavam, o vapor gelado da mina aderindo à…

18 horas ago

A Nobreza de um Cavaleiro Fracassado – Vol. 01 – Cap. 01 – A Prodígio e o Fracassado

  Blazers. Aqueles que podem manifestar o poder de sua alma em uma arma —…

20 horas ago