JK Haru é Uma Profissional do Sexo em Outro Mundo

Jk Haru é Uma Profissional do Sexo em Outro Mundo – Cap. 07 – Chute a Lata: Hora de Encantar

Foi apenas nos últimos dias que percebi que ele só vem em dias chuvosos.

Ele senta sozinho em uma mesa à janela e fica bebendo algo seco. Nunca chamou uma garota para se sentar com ele ou levou qualquer pessoa para cima.

E não fala com ninguém, só fica olhando os arredores da loja ou a janela.

— Lupe, você conhece aquele cara?

Eu queria saber se esse velhote super gostoso, com barba por fazer e cabelo prateado, já aparecia há muito tempo. Quando sussurrei, ela franziu a testa.

— Eu já o vi por aí. Ele é meio assustador, não acha? Mesmo se eu chegar sendo bem amigável, a expressão dele continua igual, tudo o que fala é: “Quero beber algo”.

Ela não parecia gostar do homem, pelo contrário, estava com medo e tinha dificuldades para falar com ele.

Sério? Mas ele é tão gostoso. Era o cara mais gostoso deste outro mundo.

— Quando nossos olhos se encontram eu fico apavorada, parece até que estou encarando um falcão ou coisa do tipo.

Para mim, porém, nesta loja cheia de gente imunda e bárbara, ele era o único que brilhava. Era menos parecido com um falcão e mais parecido com uma garça rodeada por lixo — uma joia no meio do lixão. Eu queria que ele me chamasse de “Princesa”.

— Você quer mais algo?

Eu decidi tomar a iniciativa. Ele levantou a cabeça, em silêncio, e olhou para mim.

Que olhos afiados. Parecia que podiam ver dentro da minha cabeça. Mas, longe de ter um calafrio, fiquei emocionada. Eu preciso desses olhos encarando meu corpo nu.

— Não, obrigado. — Ele pagou a única coisa que tomou e foi embora.

Bom, ele parece ser difícil. Talvez não esteja afim de nenhuma garota.

Mas ele foi o primeiro.

O primeiro cliente com quem eu gostaria de dormir aqui.

— Então, é, finalmente comprei isso. Uma casa. Minha casa. Meu castelo. My home. Mas é tão grande e eu não tenho nenhuma mulher para cuidar das coisas, então acabou se tornando inconveniente. Talvez eu arrume uma escrava…

Ultimamente tenho me saído muito bem cozinhando, então posso até mesmo fritar uma panelona de arroz, igual uma chef, e nem suar.

Quando cheguei aqui, nunca tinha quebrado nem um ovo, mas às vezes tenho confiança para decidir o menu do dia.

Cresci muito neste mundo.

No mês passado eu fui a sexta colocada nas vendas, o que é bem perto da quinta colocação, e agora que valho oitenta rubers, acho que consigo chegar até na quarta colocação. Minha bunda ficou mais bonita também, ao ponto de que até aquele cara que fica cobiçando todo rabo me olha, e eu aprendi algumas técnicas novas com as meninas mais experientes, de modo que, na última pesquisa de satisfação do consumidor fui muito bem avaliada.

A pesquisa foi logo após o incidente com as orelhas de gata. Propus isso para ajudar a melhorar a imagem da loja.

Recentemente eu tenho ficado obcecada com a ideia de gostar do meu trabalho.

— Ei, Haru. Você está ouvindo?

— Sim. Aqui está seu arroz frito.

— Uou, mas já? E tem o mesmo gosto da comida de um restaurante!

— Nossa, não precisa chorar.

Quanto a Chiba, ele está ficando cada vez mais cheio de si, resmungando coisas sobre escravos e sua casa, e até usando uns acessórios de ouro que nem combinam com seu estilo. Não há nada mais feio de se olhar do que um otaku que de repente acha que é o pica das galáxias.

— Não pretendo ser sua empregada.

— Então você vai ser puta para sempre? Pensei que você queria sair dessa vida.

— Não para sempre, mas…

Não sabia nem por quanto tempo ficaria neste mundo.

Assim, se começasse a parecer que eu ficaria nele até morrer, então acho que teria que pensar no futuro, mas…

— Ah é, ouvi algo interessante. Se houvesse uma maneira de voltar para o outro mundo, o que você faria?

— Hein? E existe?

— Há uma lenda neste mundo. Pelo visto, em algum momento, o lorde demônio apareceu junto com uma súbita chuva negra, disse que estava se vingando da humanidade e começou a guerra. As pessoas ficaram com problemas, então pediram para Deus convocar um herói de outro mundo. Esse sou eu, mas, de qualquer forma, uma vez que o lorde demônio se for, algumas pessoas dizem que o herói poderá voltar, umas pessoas questionam se ele fará isso ou não.

— Do que você está falando? Claro que você voltaria. Chiba, vá chutar a bunda daquele lorde demônio agora mesmo!

— Nah, sem chances. Não tenho subido de nível esses dias. Além do mais, eu realmente não sinto que posso derrotar o lorde demônio. E mais, o que eu faria se voltasse para o outro mundo? — Ele torceu sua cara de bêbado formando uma carranca e começou a choramingar sobre como estaríamos apenas estudando para os exames de admissão. — Aqui eu já tenho renome, sou conhecido como um Gladivador. — Pelo visto só ele pensa isso, é uma mistura entre inovador e gladiador. Nem sei mais o… — E estou tendo uma vida estável. Para ser sincero, não tenho nenhum motivo para voltar ao nosso mundo, salvo os animes. Se a coisa é assim, então é melhor ficar aqui sendo o protagonista de tudo, não acha? Digo, o que você faria se voltasse?

— Voltaria a ser uma colegial, duh.

— Você está supondo que voltaremos para onde tudo mudou? Mas fomos atropelados por um caminhão! Pode ser que, se voltarmos, simplesmente morramos.

— Nossos corpos e mentes chegaram aqui inteiros, não chegaram…? Deve acontecer o mesmo quando voltarmos. Não me estressa.

— Mesmo assim, estamos mortos. Já passaram oito meses desde que morremos.

Nossos funerais já tinham passado, nossos túmulos foram feitos e todos deve que ficaram doentes de tanta tristeza e depois voltaram à rotina costumeira. Meu namorado deve que já está trepando feito um coelho; meus amigos devem ter apagado meu contato do LINE; as flores na minha mesa da escola já devem ter murchado. Aposto que as únicas pessoas que continuam tristes são meus pais e minha irmã mais velha.

O único espaço que resta para mim é a foto em um quadro. Me pergunto se o Chiba também pensa no mesmo.

Se isso é tudo que estará esperando por nós em nosso retorno, então entendo como alguém prefere ficar onde já estabeleceu uma vida, não que eu queira admitir.

— Haru. Eu não vou derrotar o lorde demônio, mas vou virar o homem mais forte deste mundo.

Chiba é bem confiante sobre suas capacidades de sobreviver graças a suas habilidades roubadas, então ele ficou bem otimista nos últimos dias.

Mesmo sendo um otaku, mesmo sendo um perdedor, toda vez que o encontro ele fica um pouco mais viril. É até mesmo atrevido ao ponto de tentar me conquistar.

— Prometo que vou te proteger, então… você virá morar comigo?

Tomei fôlego e respondi:

— Sabe, Lupe me disse que te viu de mãos dadas com a Kiyori.

— Ah, merda. As rotas cruzaram. Eu preciso desarmar esta bomba da rota do romance!

— Sério, o que há com você? Já ouviu falar em autocontrole? Não é como se me importasse com quem você namora… isso não tem nada a ver comigo.

— Eu amo uma mulher com esse tipo de atitude.

— Nada a ver comigo significa que você e eu não temos um caso, entendeu? Não interprete de modo estranho.

Pelo visto esse cara realmente queria ter um harém esperando-o. Pensei que era algum tipo de brincadeira, mas Lupe disse que ele estava falando para ela sobre seus grandes planos no outro dia.

Eu realmente devia admirar ela por lidar com esse idiota. Claro, sou eu quem os apresentou, mas as coisas são assim mesmo.

— Eh, venha até minha casa pelo menos para uma visita. Eu preparei até um quarto para você. — Chiba se aproximou com um olhar sério no rosto. Isso era algo raro para ele.

A confiança que esse cara ganhou neste mundo causa mal-entendidos bizarros e deixa ele agressivo.

— Eu já falei, também penso no seu futuro, Haru. Dê uma olhada no quarto, você vai gostar… Largue o seu emprego e venha morar comigo.

No entanto, o modo como ele fez seus movimentos, igual merda fresca, me deixou louca. Meu rosto esquentou.

— Vamos nos ver na frente da arena amanhã. Vou esperar até você aparecer.

Eu tinha chegado até aqui com ele, então imaginei que não faria mal dar uma olhada em sua casa.

No dia seguinte, fui para a arena.

Eu iria até a casa dele e, bem, realmente não achava que algo aconteceria, mas, apenas para algum acaso inesperado, coloquei uma lingerie nova.

Nah, isso com certeza não vai rolar. De qualquer forma, parece que ele está saindo com a Kiyori.

Mas Chiba esteve ligado a mim o tempo todo. Parecia realmente me querer como sua mulher.

Tipo, por que alguém escolheria uma garota que dorme com um monte de gente diferente todos os dias?

Deve que é por eu ser a única que conheci o ele do outro mundo, certo? Sim. Era a única possibilidade. E quero dizer, a única razão pela qual me encontro com Chiba é essa, e não sinto nenhuma outra motivação fora essa.

Nós viveríamos juntos…? Nah.

Uma gota de chuva caiu no meu ombro. Estava ensolarado, mas o céu escureceu meio que do nada.

Ah cara, pensei, e procurei algum lugar para me proteger da chuva. Mas todos ficaram em pânico por causa do aguaceiro repentino, então não havia onde encontrar abrigo.

Então avistei alguém andando lentamente sob a chuva, alguém que parecia ter decidido se molhar de propósito.

Cabelos prateados, uma cabeça mais elevada que a de qualquer outro.

Era ele.

Oi? O quê? Como assim? É ele mesmo? Ele mora aqui por perto?

Fui atrás dele mesmo de baixo de chuva, apesar de tudo, tomando todo o cuidado possível para não ser notada.

Tive a sensação de que seria bacana dar um “oi”, mas não queria que ele pensasse que eu era fácil, ou — espera aí, eu trabalho em um bordel, é claro que sou fácil, mas talvez eu não quisesse causar uma impressão tão forte. De qualquer jeito, era impossível chamar ele no meio da rua no meio do dia, então decidi segui-lo.

Mas quando chegamos na praça, eu o perdi de vista.

A chuva que caía parou do nada. Estava tão ensolarado que tudo parecia uma mentira e ele sumiu.

Era como se ele tivesse se fundido com o céu e com as nuvens de chuva. Brincadeira.

Ahhh. Mas que merda. Eu estava com uma calcinha nova, molhada por motivo nenhum.

Que estúpida. Sério, o que eu estava fazendo? Perdi o cara que eu gostava de vista, estava indo para a casa de um perdedor. Essa não parecia eu.

De repente eu queria ver todo mundo. Não as pessoas deste mundo, mas sim meus amigos da escola. Eu queria estar naquela mesma sala falando merda sobre estar pronta para morrer.

Este outro mundo é uma merda. Chove e não tem nem lugar para uma garota se proteger? Eles têm problema mental? Não há nenhum McDonald’s, nenhuma loja de conveniências, sem PokeStops… Mas que porra os políticos fazem? Onde eu vou me encaixar aqui?

— Pronto? Vai!

Assim que a chuva parou, algumas crianças correram para a praça para brincar de Chute a Lata[1]. Foi engraçado ver o tanto que estavam levando a sério.

Que barulheira. Mas parecia divertido.

As crianças brincam em todos os mundos. Eu também quero brilhar. Quero ficar forte o bastante para poder dizer quem sou eu, não importa onde esteja.

Não é como se eu fosse sempre ficar triste só por ter chovido.

— Ei! — Eu torci a saia do meu vestido e entrei no meio da brincadeira das crianças. — Deixem eu brincar também!

— Hã? Qual é a dela?

— Não nos incomode!

— Eh, não está tudo bem? Vamos lá, corram!

A lata pode voar direto para o céu recém-lavado.

— Haru, por que você não veio para…

— Uh, estava ocupada, então fora do meu caminho! Some!

Corri ao redor do bar carregando canecas de cerveja.

Sim, eu estava ocupada naquela noite. Não tinha tempo a perder.

— Haru, alguém está te chamando para…

— Ei, fico feliz em te ver de novo! — Bati palmas para dar boas-vindas ao cliente de sempre e levei ele para cima.

Agarrei seu pau igual um chef de sushi faz, com dedos rápidos, para agarrar o atum.

— E-ei, você parece estar com bastante pressa hoje.

— Estou com pouco tempo, foi mal!

— Err, tudo bem, mas… ooh.

Chupei tanto que minhas bochechas quase incharam, fazendo um monte de barulho, e quando ele estava quase gozando, empurrei o cara na cama e coloquei para dentro de mim.

— Uou, uou, eu ainda não fiz na…

— Oh, quer pegar nos meus peitos? Ou prefere me pegar de quatro? Tudo o que você quiser, contanto que peça nos próximos três segundos!

— Bom, tudo bem, mas você está realmente com pre… kgh, ah, merda, eu vou gozar, ah cara!

Tudo bem, um a menos.

Eu vi o meu cliente menos do que satisfeito, tomei uma ducha e voltei para o andar de baixo. Enquanto eu estava nisso, fiz cinco viagens para cima e para baixo. Eu precisava ficar mais forte.

A Cafetina parecia intrigada com o meu comportamento. Ah, claro. Havia algo que eu tinha que pedir a ela. Por favor, deixe eu sair às dez hoje!

O Sumô apareceu, e eu o recusei…

— Não tenho tempo para conversar hoje. — Seu corpo em forma de balão pareceu esvaziar. Depois de lidar com mais alguns clientes, fui direto para o meu quarto e coloquei tampões nos ouvidos.

O que eu ia fazer, você pergunta? É claro: dormir.

Não prestando atenção aos gemidos nos quartos vizinhos que pareciam proclamar que ainda estava cedo, eu dormi com uma determinação sem igual, me levantei ao pôr do sol e fui para a praça do dia anterior.

Já estava todo mundo lá.

— Você está atrasada, Haru!

— Chegamos meia hora mais cedo. Se você quer mesmo, então venha.

— Okay!

No outro dia eu descobri algo enquanto brincava de Chute a Lata.

Neste mundo, Chute a Lata é um esporte. Tem regras, posições e etiqueta bem definidas. No início, o time ficou furioso por eu ter chutado a lata, mas me procuraram devido ao meu chute poderoso.

— Escuta, de agora em diante vamos manter a Haru como nossa primeira chutadora. Mas vamos mudar de posição de acordo com a situação, então fiquem atentos ao meu sinal. Mantenham as linhas de comunicação abertas. Entenderam? — Disse o nosso armador, Pokyamaz, olhando nos olhos de todos.

Ele era um cara legal e tinha cara de inteligente, mas por dentro possuía uma paixão ardente pelos esportes.

Quando estamos na ofensiva, ele protege algum local distante do centro, dando instruções; quando estamos na defesa, ele é a “Coisa” deste mundo, assumindo a posição complicada de busca e caça aos outros jogadores.

— Haru, use todo o seu poder. Só tente não quebrar nenhuma janela ou você pode ser expulsa da partida. Pense na direção em que chuta. — Quem disse isso foi Gnace, o antigo primeiro chutador. Ele era do tipo travesso e vivia de cabelo arrepiado, mas era um garoto másculo e confiável. Ele me deu conselhos, mesmo após eu tomar o seu lugar.

Agora ele é um limitador, um jogador da posição da vanguarda — eles protegem o centro por dentro e fazem coisas como ir até a lata ou causar distrações.

— Vamos lá, um chute limpo. Haru, comece aprendendo a chutar. — Esse é o motivador, Relamap, que trabalha em seu próprio ritmo.

Ele é um garoto bonitinho e sorridente, além de ser ágil e cheio de ideias. — Nosso segundo chutador travesso que nunca deixa você adivinhar em que direção ele vai sair correndo.

Um segundo chutador é o único que continua procurando falhas enquanto o time está na defesa; eles podem dar conselhos sobre o que fazer.

— Ceeerto, aqui vou eu!

E eu fui encarregada de ser a grande arma, a primeira chutadora.

O primeiro chutador é um especialista em chutes que, durante a ofensiva, chuta a lata e depois se esconde para não ser encontrado pela outra equipe, às vezes usando o segundo chutador e o limitador como distrações para se concentrar no chute.

Esse time, o Esquadrão dos Amigos Felizes, quase desistiu de entrar no torneio porque o garoto que costumava ser o limitador saiu da equipe. Mas, comigo no elenco, eles estavam de volta e mais uma vez visando o campeonato.

Pelo visto, era a primeira vez de uma garota em um time de Chute a Lata, mas não era contra as regras. Claro, eu me senti mal em esconder o fato de que era uma profissional do sexo, mas não tinha certeza de como explicar isso para essas crianças, e seria complicado ensinar sobre bucetas e sexo, então era isso.

De qualquer forma, foi decidido que eu jogaria no torneio! Parece divertido!

— Bom chute!

— Se esconda o mais rápido que puder. Haru, a ideia básica para você é se esconder em algum lugar no mesmo raio de distância que o Relamap, mas tenha certeza de que pode ver o que o Gnace está fazendo!

— Haru, sua bunda está aparecendo! Você não se escondeu direito!

— Pokyamaz está dando o sinal. Ele sempre faz isso logo depois que o inimigo arruma a lata, então se você errar, procure algum companheiro de equipe que esteja por perto!

— Haru, a sua bunda! Eu tô vendo a sua bunda daqui!

— Troque de esconderijo. O inimigo está se movendo perto do Relamap! Relamap, recue. Gnace, dê a volta pelas costas deles. Haru, vá para frente, do lado direito. Em um jogo real, tente cortar a linha de busca quando você se mover!

— Haru! Sua bunda!

Praticamos até todos estarmos cansados, bebemos da fonte da praça e fizemos uma reunião. A família de Gnace é dona de um armazém que fica por perto, então eles usavam o lugar como clube.

Gnace era aquele que estava tão bravo com minha bunda inútil que queria arrancar ela fora, mas, de qualquer forma…

— Gnace, pare com isso. Você não pode falar assim com uma garota.

Pokyamaz é tão maduro.

— Tch! — Gnace estalou a língua e ficou emburrado.

— É por Haru ter se juntado ao time que podemos jogar no torneio, então vamos todos nos dar bem — disse Relamap sorrindo.

Eu quero proteger esse sorriso.

— Eu sei que Haru está dando duro… — murmurou Gnace, tímido, coçando a cabeça e resmungando.

Por que isso aqui parece tão bom? Os meninos são mais gentis do que eu pensei? Ou os caras que dão as caras no bordel que não passam de lixo?

— Nós com certeza não podemos perder o torneio. — Pokyamaz levantou a lata que estávamos usando para praticar. — Esta é uma lata do abalone que a família de Relamap produz.

— O quê? Sério?

— Pokyamaz, eu te disse que não precisa se preocupar com essas coisas. Estamos bem.

— Não, acho que precisamos contar para a Haru. Ela é uma de nós.

A maioria dos patrocinadores das equipes de Chute a Lata eram fabricantes de produtos enlatados.

Isso porque a lata da equipe que vence o torneio é usada como oficial nos jogos do ano seguinte. E com todos os fãs da cidade, isso também ajudava com um aumento nas vendas.

O Esquadrão dos Amigos Felizes sempre era desclassificado na primeira rodada, então a lata da família de Relamap nunca foi a oficial. As vendas também não estavam lá muito boas, e seus pais estavam falando que, se a crise continuasse, teriam que voltar para o interior.

É por isso que Pokyamaz declarou que precisávamos vencer o torneio.

— Não quero que nos separemos de mais amigos. Temos que vencer com a lata do Relamap.

— Sim, nós queremos todos nossos amigos felizes.

— Bleh, não acredito que isso é tudo culpa da minha família. Que merda… Mas quero continuar chutando a lata com vocês sempre. Incluindo você, Haru.

— Vocês…

Isso é muito bom. Que paixão! É disso que eu senti falta na minha vida.

— Okay! Também não quero perder! O Esquadrão dos Amigos Felizes é eterno! Rraaaagh!

— Rraaaagh!

Sinto como se tivesse recuperado minha juventude.

No primeiro dia do torneio… já estávamos em apuros.

Uma partida segue até o primeiro time conseguir três vitórias, e começamos bem, com duas, mas nosso oponente nos derrotou duas vezes seguidas. Eles aproveitaram o momento muito bem.

Gnace torceu o tornozelo. Não tínhamos nenhum substituto, então, se reportássemos a lesão e ele deixasse o campo, acabaríamos sendo desqualificados.

Deve ter doído um bocado, mas ele fingiu que não era nada e continuou ali. Eu também não fiquei de frescura. Não podíamos perder o jogo.

Era hora de atacar. No final da defesa, estávamos diante de uma vantagem de sete pontos.

Conseguir dois chutes livres era o caminho mais curto para a vitória. Gnace não podia mais correr, muito menos agir como limitador. Quanto mais tempo durasse a partida, pior seria nossa desvantagem.

— Contamos com você, Haru. Quero esconder o Gnace o mais longe possível. Consiga um bom chute, ou um que deixe todos confusos — instruiu Pokyamaz enquanto estávamos no centro.

Estávamos jogando na Cidade Ocidental. Era parecido com uma praça onde praticamos antes, mas sem o solo igual, eu não estava confiante de que poderia conseguir um bom chute. Senti como se pudesse acabar quebrando a janela de alguém.

Mas agora é hora de atacar. Temos que ganhar, não importa o quê.

Eu tomei uma decisão e me preparei. Fingi que estava calculando a direção até a lata, mas me inclinei muito, mesmo usando uma saia.

— Mas que…?

A súbita visão da minha calcinha fez o outro time perder a atenção, mas eu estava séria ao jogar Chute a Lata. O juiz também não falou nada.

O time adversário ficou aturdido e a sua defesa encheu de buracos, então era minha chance de dar o chute da vitória.

— Sim! Gnace, aqui!

— Okay! Haru, corre e se esconde. Faça o que fizer, não deixe te encontrarem!

— Eu vou de limitador. Haru, volta!

Os meninos estavam todos animados.

Mas essa não era a resposta ainda. A garota aproveitaria a chance para agarrar a vitória.

— Relamap, você vai ser o primeiro chutador! Eu fico de limitadora. Vou conseguir uma abertura, então não perca a chance de chutar!

Distraí os inimigos para dar uma chance para ele. Depois de passar as instruções, me escondi perto do centro… certificando-me de que apenas minha bunda estava visível.

— Agora!

Relamap pulou de onde estava e deu um chute enquanto o outro time estava extasiado com minhas curvas adoráveis.

Gnace conseguiu se afastar ainda mais. Saí mais uma vez trabalhando como limitadora e tentando atrair o inimigo.

Tudo o que fiz foi mostrar as minhas coxas finas e os rostos de todos ficaram tão vermelhos que me senti mal por eles.

— Vai Relamap!

Com um barulho satisfatório, o vencedor pôde voar pelo ar. Meninos nessa idade são tão fáceis de se animar que chega a ser engraçado. Graças a isso, fomos capazes de lutar com esplendor neste jogo apertado.

— Você conseguiu Haru! Ah… — Em um evento raro, Pokyamaz, que normalmente era sempre tão legal, ficou todo animado e me abraçou, mas meu corpo macio afastou ele.

Então você também se excita com facilidade?!

Então Gnace veio pulando e apertou tanto Pokyamaz quanto eu em um abraço de uma só vez.

— Mrrrf! — Pokyamaz gemeu com dor, ficando ainda mais corado quando seu rosto foi afundado em meus seios. Relamap começou a rir.

Ah, nossa. Eles são tão fofos!

— Relamap, vem cá!

— Uh, eu estou de boa. H-Haru, mrrf!

Abracei todos de uma só vez e acariciei suas cabeças beijadas pelo sol.

Caras, eu amo vocês!

O torneio continuou e chegamos nas semifinais.

Ter um desempenho tão brilhante depois de sofrer tanto tornou nosso time interessante de se assistir, e nossos espectadores continuaram aumentando. Eu recebia atenção especial por ser a ás da equipe. As pessoas pediram até mesmo meu autógrafo quando saí pela cidade; eu era quase uma estrela.

Francamente, estávamos ganhando graças aos vislumbres de minha calcinha, então até que faz sentido. Mas havia tantos garotos que viraram meus fãs, e parecia que, a cada dia, aparecia mais ainda.

Neste mundo, atletas do sexo feminino ainda eram raras, então eu fiz tudo o que podia para ganhar.

Encurtei minha saia. Comprei uma roupa íntima mais sexy. Parecia que estávamos a caminho da vitória do campeonato, mas foi aí que o problema começou.

Aviso de Alteração das Regras do Torneio.

Artigo 14. Os jogadores estão proibidos de usar saias em campo. Esta é uma nova regra. Qualquer um que ache que isso possa ser aplicado a si, deve cumprir com a ordem.

Associação de Chute a Lata.

— Hã? Espera aí. Isso é para mim…?

— Bem, só pode. Você tem mostrado muito a sua calcinha.

— Tch. E finalmente estávamos ganhando…

Uma nuvem negra se formou sobre o extremamente popular Esquadrão dos Amigos Felizes. Mas Pokyamaz foi rápido para encorajar todos.

— Está tudo bem. Só precisamos pensar em outro plano.

— Certo! Nós ainda não perdemos.

— Sim, temos que conseguir!

Em momentos assim, eles olham para a frente e se erguem.

Eu realmente amo isso. Deveria tentar ir atrás deles.

E estamos indo bem. Não precisamos nos preocupar. Afinal, eu sou uma estudante de ensino médio que nasceu e foi criada em Tóquio.

No dia das semifinais… fingindo que iria correr, me inclinei de costas para o time adversário. Minha calcinha rosa apareceu um pouco na minha cintura.

Depois de ganhar a atenção de todos, me virei para a frente e me inclinei na posição de chute livre.

Eu tinha arrancado as pernas da calça velha que Lupe me deu e transformei em uma bermuda. Agora eu tinha pego eles de um ângulo que não mostrava quase nada.

Alguém engoliu em seco. Prendi a atenção dos meninos do outro time e mostrei um pouco das minhas deliciosas coxas brancas. Suas cabeças estavam se movendo em sincronia. Os espectadores seguiram o mesmo movimento.

Então Gnace saiu correndo e chutou a lata com tanta força quanto pôde. Os meninos estavam prestando tanta atenção em mim que acabaram pegos de surpresa.

— Vocês estão cem anos atrasados!

Este outro mundo é muito tapado. Quantas vezes acham que uma garota do colegial teria que lidar com pessoas espiando sua calcinha? Eu estou tão familiarizada com as várias maneiras de mostrar ela que poderia até vomitar!

Assumir que essas coisas são sexys é coisa de velhotes!

— Haru, você conseguiu!

Outra vitória esmagadora. Nós nos abraçamos e compartilhamos da mesma felicidade.

Hora da partida final. Chegamos tão longe!

Cara Haru, a Prostituta.

Se você não quer que todos saibam quem você é, então venha para o escritório da associação sozinha.

Associação de Chute a Lata.

Uma ameaça foi entregue no bordel, carimbada e assinada com o selo do presidente.

Parecia que a associação não gostou muito de mim, apesar de eu estar fazendo grandes contribuições para aumentar a emoção do torneio.

Mas se eles estavam me tratando como uma profissional do sexo, eu não tinha escolha senão ir.

Havia um velhote barbado me esperando no escritório.

— Que bom que você veio. Eu sou o presidente da Associação de Chute a Lata, Nechinativo. Hee-hee-hee-hee.

Nossa, ele é um completo vilão… mais do que pensei.

— Haru do Esquadrão dos Amigos Felizes… Fiquei surpreso ao descobrir que você é uma prostituta. Então é por isso que você é uma pervertida sem igual! Como ousa sujar meu amado jogo de Chute a Lata com erotismo tão barato?!

— Eu não fiz nada contra as regras.

— De fato, isso é verdade. Você não quebrou nenhuma regra. Mas as regras mudam de acordo com o meu gosto. Por exemplo, se eu dissesse que “Mostrar muita pele é proibido”, você não poderia fazer nada!

— O quê? Isso não é justo!

— Oh? Eu acho que é bem razoável… Se você não gostou, então faça o que eu disser.

— Hein? O que você está fazendo? Pare com isso! — Ele me forçou a sentar em sua mesa.

Mas que diabos? Como esse cara virou o presidente? A Associação de Chute a Lata deve ter só loucos!

— Então este é o corpo da Haru… O corpo da diaba que enfeitiçou todos os jovens que amam Chute a Lata. A sua pele fica muito bem contra a minha mão.

Ele abriu a frente do meu vestido e me apalpou com suas mãos enrugadas.

Quando o velho lambeu a minha nuca eu fiquei toda arrepiada.

— P-por favor, pare. Você não é um oficial importante da Associação de Chute a Lata? Eu sou uma jogadora… Por favor, você não pode fazer isso comigo.

— Tem certeza? Seus companheiros de equipe sabem o que você faz? Eles ainda serão seus amigos quando souberem que você é uma puta? Se for assim, então são seus cúmplices. Eu terei que acabar com o time. Não é? Heeee-hee-hee-hee.

O rosto dos garotos apareceu na minha mente um após o outro. Eles brilhavam tanto, amantes de Chute a Lata… Os meninos me consideravam uma deles.

Uma prostituta nunca devia ter se aproximado das crianças. Isso só iria prejudicar o futuro deles.

— Por favor…

— Hmm?

— Por favor, não conte aos meninos. Eu farei o que você disse. Deixarei a equipe quando o torneio acabar… Só deixe eu jogar a partida final.

— Tudo bem, mas você precisa fazer o que eu disser. Dê um show na final. Estarei falando nos bastidores que você é minha mulher. Hee-hee-hee!

Todos, desculpe. Este será meu último jogo. Espero que vocês continuem jogando. Amanhã vamos fazer um grande jogo na final…

— Espera aí!

A porta foi aberta e Gnace entrou correndo e balançando um pedaço de pau. Pokyamaz e Relamap também estavam com ele.

— Vimos Haru e nos perguntamos onde ela estava indo, então a seguimos!

— O que você estava fazendo com a nossa amiga?

— Não vamos deixar você fazer nada com ela, seu velho maldito!

Esses são os meus garotos, isso aí!

Eles apareceram na hora exata e começaram a bater naquele velhote sem noção com o pedaço de pau.

— Rragh!

— Guhhhhh! — O presidente soltou um grito horrível e caiu. A propósito, quem bateu nele dessa vez fui eu. Gnace e os outros tinham suas vidas inteiras pela frente; eu não achava que seria bom eles serem vinculados com algo violento, então, em nome de toda a equipe, dei uma joelhada nas bolas daquele velho fedido.

— S-sua putinha, mas que porra…!

— E-ele está certo, Haru. Isso foi algo horrível para se fazer.

— Só de ver isso eu comecei a suar frio.

Eles estavam preparados para um espancamento há alguns instantes, mas depois baixaram as mãos instintivamente até as virilhas.

E o que eu tenho a ver com isso? Eu sou uma garota.

— Senhor presidente, se aprendeu a sua lição, então não mexa mais conosco.

— Nós vimos você ameaçando nossa amiga e empurrando ela para essa mesa. Estamos prontos para te acusar a qualquer momento.

— Seria melhor você renunciar antes do final do torneio.

Suando frio e com lágrimas escorrendo pelo rosto, o presidente ofegou e concordou várias vezes.

Foi só uma joelhada nas bolas. Esses caras estão exagerando…

— Vamos embora. Mas eu ainda estou com pena dele.

— Haru, você passou um pouco dos limites. É melhor pensar no que fez.

— Prometa que nunca mais fará coisas assim a nós homens.

Mesmo depois que saímos do lugar, os garotos ainda se juntaram e ficaram me criticando.

A vítima aqui sou eu… por que estão com raiva de mim? É por isso que eu odeio este mundo misógino.

Então chegou a manhã da partida final.

Não houve nenhuma mudança de regras ou impedimento no nosso caminho. Uma brisa revigorante soprou pelo campo. Somente os qualificados para serem testados quanto à sua dedicação ao Chute a Lata poderiam pisar onde estávamos.

Era o primeiro chute livre do nosso jogo.

Em nosso turno de defesa, os oponentes fizeram sete pontos. Nossos adversários eram bem fortes, assim como esperado de um finalista do campeonato.

Depois disso, era nossa vez de mostrar o que poderíamos fazer.

Os únicos no centro eram Pokyamaz, Gnace e Relamap.

Eu ainda não tinha aparecido. Estava esperando que terminassem as preparações.

No dia anterior, pedi que todos na loja nos ajudassem. A banda do Gato Azul Noturno estava alinhada ao campo e começou a tocar.

Para mim, as vibrações dos discos dos anos oitenta eram super ultrapassadas, mas, neste mundo, os ritmos que ecoavam pelo campo pareciam inéditos.

Eu dei bastante tempo para que todos escutassem a música antes de aparecer. O zumbido virou uma comoção.

Preparei meus calçados no último minuto, então fico feliz que tudo tenha dado certo a tempo. Para as pessoas deste mundo que só conhecem calçados baixos, os saltos de oito polegadas eram ainda mais chocantes do que eu imaginei.

Eu tinha deixado o short ainda mais curto que o da semifinal e cortei a camiseta para que ficasse igual a um top.

Além disso tudo, minha blusa era sem mangas. Chegando ao centro, onde a lata estava, empurrei meu cabelo para trás e me aproximei sem pressa. Todos estavam olhando para mim.

Quando cheguei ao meio do centro, soltei a blusa e fiz uma pose. Os poderosos vocais de Shequraso ficaram ainda mais altos, deixando todos ainda mais animados.

Pokyamaz e os caras estavam dançando. Eu deixei a outra equipe sexualmente provocada, além de todos os homens na plateia. O presidente da associação estava com uma expressão de dor no rosto e eu dei um beijinho nele.

Me abaixei lentamente em frente da lata e, depois, deixei minhas coxas bem abertas.

Usei a lata de abalone da família do Relamap para esconder minha virilha e balancei os quadris. Os homens que estavam assistindo começaram a cair sozinhos.

Tomei meu tempo ficando de pé e depois chutei a lata.

Ela traçou um belo arco sobre a cabeça do outro time, que estava curvado escondendo a frente das calças.

Tendo perdido a vontade de lutar, eles perderam a partida, então, como sempre, vencemos.

Os meninos ficaram extasiados, e fomos ovacionados por todos na praça.

Gnace pulou na frente da fonte e foi repreendido por um cara aleatório, foi tão engraçado que todos nós rimos até nossas barrigas doerem e depois nos abraçamos mais vezes do que eu podia contar.

Relamap levantou a lata e gritou:

— Nós conseguimos. — Gritou isso várias vezes, o mais alto que pôde.

Pokyamaz estava enxugando as lágrimas sem parar. Compartilhamos da mesma felicidade até anoitecer e proclamamos que no próximo ano venceríamos de novo. Prometemos que iríamos praticar no dia seguinte, assim como de costume.

Foi apenas três dias depois que eu contei que sairia do time.

— Espera… Nós vamos descobrir um jeito de fazer as coisas darem certo.

— Impossível. São as regras.

— Nós já falamos para o presidente. Podemos chantagear ele!

Mas eu balancei a cabeça depois da sugestão de Pokyamaz. Não tínhamos provas, e qualquer um que ouvisse a história com certeza ficaria ao lado do presidente. Digo, eu sou uma profissional do sexo.

Somente garotos podem jogar no torneio.

A nova regra era bem normal para esse povo misógino; em outras palavras, era apenas o senso comum deste mundo. Era tão simples que tinham esquecido de escrever. Meninas em equipes esportivas era um conceito completamente sem noção.

Além disso tudo, agora toda a cidade sabia que eu era uma profissional do sexo. Depois da loucura no último jogo do campeonato, os rumores acabaram se espalhando, então agora todos os envolvidos tinham descoberto, e tentar explicar qualquer coisa era inútil.

A equipe também acabou descobrindo. Não falaram nada, mas tenho certeza de que seus pais falaram para não tocarem mais em mim.

— Não… que merda. Nós só somos o Esquadrão dos Amigos Felizes se você estiver junto. Essa equipe não vai mudar.

— Sim, não precisamos jogar no torneio. Eu não faria isso nem se pedissem. Vamos continuar jogando juntos para sempre, certo, Haru?

Foi muito difícil não chorar.

Esses caras não são príncipes que caíram de alguma estrela cintilante?

Mas eu não consegui continuar me aproveitando da gentileza deles. Além disso, não tinha coragem de dizer isso quando pareciam tão sinceros, mas, de qualquer forma, o que estávamos fazendo dificilmente poderia ser chamado de Chute a Lata.

Hora de começar a jogar de verdade gente.

— Seus bobinhos. Eu não posso ficar sempre com vocês. Estou ocupada com o trabalho.

Digo; eu realmente precisava ajustar as coisas. Para chegar à prática matutina na hora certa, eu tinha servido os meus clientes com muito descuido e acabei despencando na última pesquisa de satisfação. E quem é que tinha começado com essa coisa?

— Já chega de brincar com vocês crianças. Vocês, seus punkzinhos, encontrem novos amigos punks e brinquem com eles. De qualquer forma, já cansei disso. Tchau!

Já chega. Vou parar de me intrometer no mundo dos garotos agora. Tenho certeza de que eles querem voltar a jogar o verdadeiro Chute a Lata. Para mim já chega dessas coisas de crianças!

— Haru… Você é uma péssima atriz.

— Você acha mesmo que consegue enganar alguém?

— Sabemos que você não quer parar. Quem é punk aqui, hein Haru?

— Calem a boca. Tanto faz, só não olhem para mim agora. Eu não quero chorar. Pessoal, tomem cuidado. Quando vocês crescerem, venham até a loja. Eu vou ensinar algo divertido a vocês.

Acenei duas vezes antes de me virar.

Realmente amo vocês.

— Sério? — gritou Pokyamaz, e eu parei e virei apesar do que pensava. Seus rostos estavam surpreendentemente ansiosos.

— Haru, isso é uma promessa!

— Quando crescermos nos ensine algo divertido!

— Nossos corações são seus!

Rostos brilhando de tão vermelhos, narizes intumescidos e olhos brilhantes e úmidos.

— Certo, é uma promessa…!

Consegui esconder o fato de que estava prestes a desmoronar em soluços, sorri e fugi.

Idiotas. Todos homens são idiotas. Cresçam e virem três caras grandes. Vocês não precisam se importar comigo.

— Hee-hee-hee-hee! Como se sente, hein, sua diabinha? Você sabe o que vai acontecer se me desobedecer agora?

— Oh…? Por favor, perdão.

Os caras que se apegam a mim são todos estranhos.

O presidente da Associação de Chute a Lata sobreviveu, e continuou se aproximando.

Mas enquanto estivesse indo na loja e pagando, tudo que eu podia fazer era deixar ele me violar e não reclamar.

Ele pegou o selo de presidente de Chute a Lata e carimbou a minha bunda.

— Olha, você é minha! — gritou o velhote, todo alegre.

— Eu farei o que você quiser! — respondi, balançando o traseiro.

— Tão bem malhada, que bunda linda. Chute a Lata realmente é maravilhoso… Deixa todos os jogadores mais bonitos. — Ofegou o velhote.

— Uh, então você vai deixar garotas jogarem…?

— Não seja atrevida comigo. Mulheres não devem falar sobre Chute a Lata — disse ele com um sorriso satisfeito, empurrando em minha buceta com seu pauzinho minúsculo.

Bom, tá. Onde quer que eu vá, este mundo continua sendo este mundo. A loja é o único lugar que posso chamar de casa.

— Eu vou gozar, ohhh, sua diabinha. Hahh, eu vou gozar tudo em você. Sua bunda é minha!

Para o presidente da Associação de Chute a Lata, a maneira como ele gozou dentro da minha buceta foi bem débil.

— Ah, senhor presidente, você é incrível! Nunca mais desobedecerei esse seu pau incrível!

— Hee-hee-hee-hee. Se é isso que você sente, então vamos mandar mais uma.

— Oh, custa oitenta e cinco rubers.

Bem, eu tenho muito mais clientes agora, tinha que criar algo como um fã clube aqui, e os garotos eram fofinhos.

Foi tão divertido!

— Vou sair com a Kiyori agora.

Um cara com cabelo em forma de touca disse com a voz de um perdedor, apoiando-se no balcão do bar com os tornozelos.

— Sou eu, pelo amor de deus!

— Ahhh, Chiba! Quanto tempo! Por onde você andou?

— Tenho vindo na loja todos os dias e também tenho te esperado do lado de fora da arena!

Chiba, o representante dos caras tristes de todos os mundos.

Pelo visto, enquanto não estávamos nos vendo, ele aprendeu a falar sem alguém começar a conversa. Ele parecia estar bem.

— Você virou algo incerto, então progredi bastante com a Kiyori.

— Eu ainda não entendi essa conversa, mas você começou a sair com ela? Ótimo. Ela é fofa, não é?

— Sim, ela é fofa, eu acho. E ela era virgem. O que é ótimo e tudo mais, mas tem um problema.

— Qual?

— Ela parece um cadáver na cama.

Olha só quem fala. Você faz sexo como se fosse um cadáver congelado! Eu queria dizer algumas palavras, mas achei melhor não. Merda, meu retorno está sendo destruído. Eu acabei arruinada pelo clima ruim.

— Haru, acho que você é única para mim.

Ele pegou na minha mão sem pedir. Finalmente conseguiu uma namorada normal e tudo mais… Estava mesmo se empolgando.

— Você será minha empregada e ensinará um monte de coisas para a Kiyori? Pelo menos faz ela aprender a dar sem me perguntar tudo…

— Quer um pouco de café?

— Oww! Minha cabeça não está boa para esses assuntos! Mas que diabos?!

— Foi mal, Gunma.

— É Chiba!

Não há nenhum bom rapaz em lugar nenhum.

 


Notas:

1 – Uma brincadeira bem popular fora do Brasil. Colocam uma lata no meio da quadra, algumas pessoas ficam protegendo e outras tentando derrubar com os pés.

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    • Conheça também o mangá de JK Haru, traduzido pelos caras da Tao Sect

 

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Bravo

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