Não sei como isso foi acontecer, mas eu estava sentada em um banco tomando chá com a Irmã que foi atrás do Chiba no outro dia.
O local onde eu costumava me divertir durante os intervalos de almoço com a Shequraso e Lupe, agora estava envolto em uma atmosfera estranha. Ainda mais pessoas começaram a passar por perto. As mulheres usavam saias tão curtas quanto as minhas, sempre agarradas ao braço de algum homem.
Esta era uma rua que ficava atrás do distrito da vida noturna, e havia um monte de profissionais do sexo por perto.
Kiyori franziu a testa e colocou a mão na frente da boca.
— Nunca vim em um lugar assim antes.
Ela parecia até uma princesa quando vista de perfil. Seu lindo rosto estava corado.
— Ah, você deve sempre ir à igreja, né?
Fiquei pensando que ela devia ter vindo para falar sobre Chiba — afinal, ele era o único que teria contado onde eu trabalho —, mas segurei minha vontade de matá-lo o quanto antes e então resolvi mudar os rumos da conversa.
— Não, eu já recebi um título de anja, então agora trabalho fora da igreja em algo tipo um hospital. Espero poder me registrar na guilda de aventureiros e ser útil nas linhas de frente — murmurou ela com sua voz baixinha.
Tudo o que eu pude dizer foi:
— Hmm.
Ela provavelmente estava falando sobre algo a ver com os grupos religiosos deste mundo, mas o bom senso não existia neste lugar.
— Quando eu era pequena, um aventureiro me salvou de um monstro. Desde então, sempre quis ajudar a proteger as pessoas dos demônios. Estudei muito, consegui tirar minha licença e, como queria fazer parceria com uma pessoa bem forte para poder salvar tanta gente quanto possível, comecei a frequentar a arena. Foi assim que descobri o Senhor Chuva Carmesim Infinita.
— Isso parece algo engraçado para se fazer quando você precisa pensar em toda a sua vida de antemão.
— Ele é muito forte. Ele também é tão jovem, mas luta com muita coragem e respeita todos os oponentes. Ele é alguém que eu admiro.
Admira? Tenho certeza de que ele só deixa o oponente fazer o primeiro movimento para dar andamento à sua pesquisa.
Ela não sabia nada sobre as habilidades e níveis ocultos, então não tinha ideia sobre o motivo pelo qual Chiba ganhava as lutas com tanta facilidade.
— Ele subestima todos os outros enquanto usava suas habilidades roubadas.
— Bom, mas ele me rejeitou.
— Ah, nahhhh. Ele não estava pensando em uma parceira para as aventuras naquela hora. Gente daquele tipo aceita o convite de qualquer garota no final das contas.
— Mas eu estou apaixonada…
— O quê?
— Eu gosto do Senhor Chuva Carmesim Infinita. Quero me aventurar com alguém que gosto, e é por isso que tentei me aproximar dele. — Kiyori bufou, suas bochechas ficando vermelhas. Ela estava olhando direto para mim.
Nossa, que coisa louca. Isso só está seguindo um caminho de mal-entendidos.
— Eu entendo sua relação com o Senhor Chuva Carmesim Infinita, Senhorita Haru. Por favor, me desculpe por ter aparecido do nada no outro dia e atrapalhado. Mas permita-me dizer algo, mesmo isso podendo parecer grosseria; não tenho certeza sobre a sua seriedade, onde já se viu, fazer esse tipo de coisa mesmo sendo a parceira dele.
— Não, as coisas não são bem assim. Isso é tudo um mal-entendido, bem, na verdade, o cara Carmesim está interpretando tudo errado desde o começo, eu só sou amigável com ele por ser paga para isso. No final, não passamos de conhecidos, nada mais, nada menos.
— M-mas eu ouvi que vocês dois mantinham relações carnais. Muito além do escopo do trabalho, ele me contou tudo.
— Mas eu fiz tudo apenas por ser parte do meu trabalho. Ele é o único cara que conheço aqui, então no começo pedi por ele, e até dei alguns bônus como forma de agradecimento. Digo, às vezes eu até atuo um pouco.
— O que você quer dizer com “bônus”? “Atua”? Tipo em um teatro?
— Uhh, deixar ele pensar que manda? Atuar é fingir que gozei, mesmo ele sendo um merda na cama. Fiz o que todo mundo faz.
— O que é “pensar que manda”? E o que é que você finge?
— Eu sabia que você ia falar isso. Você é, obviamente, esse tipo de pessoa.
— O-o quê? Por favor, não tire sarro de mim.
Eu não estou tirando sarro de você. Sério, sinto que quem está tirando sarro de alguém aqui é você. Como eu posso te ajudar assim?
— Só quero dizer que para mim ele é igual um boneco que pensa e se anima apenas com o próprio mundinho dele. Provavelmente ele está se divertindo aqui neste mundo, então vai mudar aos poucos. Mas eu sei que tipo de pessoa ele é, então nunca vamos sair juntos. Não precisa se preocupar com isso.
— Então exatamente qual é a relação entre vocês…?
— Como eu disse…
— Ele fica falando coisas tipo “este mundo” e “Haru é a única que conhece o velho eu”. É quase como se existisse algum outro mundo que só vocês dois conhecem. E você acabou de falar a mesma coisa.
— E-eu falei?
— Sim, falou. Vocês dois falam como se viessem de outro mundo. E às vezes usam umas palavras estranhas também. — Kiyori ainda estava murmurando com sua voz baixinha, parecendo me fritar com a intensidade do olhar em meu rosto.
Merda.
— Ahhh, a gente veio do mesmo lugar.
— Ah? Eu tenho a mesma sensação com você e com o Senhor Chuva Carmesim Infinita. Não consigo descrever, mas é como se vocês tivessem um ar diferente do povo daqui. Vocês também não são como as pessoas da capital… A diferença cultural parece ser ainda maior.
É o ar de Tóquio.
Mas eu sabia que ela não entenderia mesmo se eu tentasse explicar. A Cafetina também não acreditou em nada do que eu disse.
Nenhuma das pessoas daqui tinha um cérebro moldado a animes que aceitaria uma história tão ridícula sobre se tornar um aventureiro igual o Chiba.
— Nós acabamos vindo parar nesta cidade por acaso e não conhecemos mais ninguém. Essa é a única razão pela qual nos falamos. E, para começar, ele nem faz o meu tipo, então acho que em algum momento vamos nos distanciar.
Conhecendo-o bem, ele não viria mais me ver depois que começasse a namorar com a Kiyori.
E eu já tenho um bom número de clientes regulares, então o Chiba nem vai fazer falta.
Tenho certeza de que, depois de algum tempo, nós só vamos acenar um para o outro ao nos encontrarmos, e olhe lá.
— Então…, o que eu deveria fazer?
Não é estranho perguntar isso para mim?
Seria fácil deixar ela correndo em círculos, mas não é legal deixar as pessoas desamparadas, por conta própria, elas ficam correndo atrás da própria sombra a vida toda.
— Acho que o Chuva Carmesim é o tipo de cara que, na verdade, gosta de garotas como você. Ele só pensa em mim por eu ter sido a parceira dele pela primeira vez, então vá em frente e boa sorte.
— Mas eu não sou fofa igual você, Senhorita Haru….
Ah, que saco, que garota detestável. Ela é tão chata.
— O quêêêêêê? Sem chances, você é muito mais fofa que eu. E a sua cara também faz o tipo dele.
— I-isso não é verdade. Por favor, não fique me provocando.
Enquanto eu falava tudo o que ela queria ouvir, consegui fazer um contato visual desesperado com Lupe, que tinha esticado a cabeça para ver o que é que estava acontecendo.
— Ah, Haru. Temos que começar a preparar as coisas logo.
— Tá bom, vou me preparar então. Certo, é isso aí. Estou torcendo por você!
— Hein? Umm!
Eu corri para me preparar para aquilo.
Nossa, esses perdedores precisam aprender a se virar. O que isso tem a ver comigo?
Da minha parte, estava ocupada demais enquanto trabalhava para aumentar minha classificação no número de vendas.
Eu meio que parei de me importar com as aparências quando decidi que era hora de trazer um pouco da cultura do outro mundo para cá.
— Nyan-nyan♪
Coloquei umas orelhinhas de gato feitas à mão e fui para a loja.
Eu parecia tão bem no meu vestidinho preto enquanto usava orelhas de gato. Yay. Acredite em si mesma.
— Haru, isso é tão original! Que fofo!
Eu também acabei levando uma nova sensação para a loja. Sim, agora sou uma deusa revolucionária além da imaginação. Vou trazer a fofura inigualável do outro mundo.
— Uau!
Da entrada soou o barulho de alguém guardando uma espada enorme.
— Sem chances. Haru, não me diga que você colocou essas orelhas de gato só para mim…
Ugh, aí vem o Sr. Irritante.
— Então, Haru. A Kiyori é muito fofa, mas em termos de quem é mais esforçada, você é muito mais, então…
— Cala a boca, seu Cara de Pizza. Eu tive dor de cabeça hoje de novo por sua culpa, então não vou deitar com você. Lupe, tenha um pouco de Tempo Para Conversa Fiada com esse cara.
— Hein? E-eu?
Eu praticamente forcei a Lupe para cima do Chiba e comecei a rodar pelo salão com meu melhor sorriso no rosto. Devorei todo mundo com meu rosto de gatinha.
Em vez de comprar a Lupe na hora que acabou a Conversa Fiada, o Chiba veio até mim de propósito só para falar:
— Estou indo…
Mas eu fingi que estava ocupada e ignorei.
Ele pensou que minhas orelhas de gato eram para ele, mas, no final, foi para casa derrotado. Perguntei para a Lupe sobre o que ela tinha achado dele.
— Bem, no começo foi estranho igual sempre, dada a situação… — Mas aparentemente ela deixou ele vidrado. Eu não esperaria nada menos da Lupe-senpai.
Na verdade, eu estava bem ocupada mesmo. Eu estava sentindo que os caras estavam sendo fisgados por minhas orelhas de gato.
Um monte de clientes pedia alguma bebida só para mexer comigo, e o Sumô chega brilhou de tão vermelho que ficou só por ver o meu rosto.
Pensei em conversar com ele com a linguagem de gato, mas bem nessa hora um ferreiro falou que eu lembrava uma gata que ele já teve, então me comprou e me levou para cima.
Eu decidi dar um tratamento completo de gata.
— Nyaaaaa.
— E-ei, isso faz cócegas.
Eu lambi até os mamilos peludos dele.
Eu fiquei pelada enquanto usava as orelhas de gato, mas ainda continuei usando meias. Se eu tivesse feito uma cauda, então ficaria ainda mais parecida com um gato, mas não sabia como usaria.
— Você é bem fofa mesmo.
Ele ficava acariciando minha cabeça. Deve ser que realmente tinha amado aquela gata.
Fui colocar o pau dele na minha boca. Ainda estava todo molenga. Mas assim que coloquei todo para dentro, comecei a brincar com suas bolas como se fosse um gato.
— Ha-ha, tá bom, já chega disso. Já é o suficiente.
Oh, vamos lá, você está gostando disso.
Suas coxas tremeram.
Seu pau já estava ficando duro dentro da minha boca.
— Nya?
Ele desviou o olhar, parecendo até tímido.
Olhei para ele mais de perto, igual um gato faria, então fiquei de quatro e empinei a bunda.
— Nyan?
Minha buceta recém-lubrificada estava até brilhando com a grama luvya recém-colocada.
Senhor, eu sei quem você é. Você não compra garotas com muita frequência, só vai atrás das mais cobiçadas.
Existem mais moleques do que homens no mundo.
O homem silenciosamente foi aproximando o seu pau. Eu mexi minha bunda de propósito e me afastei.
— Ei! — disse ele, como se estivesse brigando com um gatinho. Ainda corado, ele agarrou minha bunda.
E enfiou o pau.
— Não fiz isso com minha esposa por tantos anos, acho que sou horrível.
Depois de dar uma desculpa envergonhada, ele aos poucos começou a mover os quadris.
Então você deve adivinhar a cara que ele estava fazendo, mas ele é do tipo que fica constrangido com bastante facilidade. Fazia muito tempo desde que eu tinha feito num ritmo desses, então meio que fez cócegas e me fez sentir bem.
— Nyaaaaa.
— Eu já falei, pode parar com isso.
— Nya, nyaa.
— Nossa…
Comecei a mover os quadris junto com os dele. O homem estava vermelho igual um tomate, mas parecia estar gostando.
— Você é uma gatinha bem fofa mesmo.
Fico feliz por ter deixado ele contente. Isso faz eu também me sentir bem. Estou fornecendo o serviço certo. A Operação Orelhas de Gato foi um sucesso.
Ele começou a acelerar. Parecia que tinha recuperado a confiança.
— Nyaan, nya, nyan, nyaa!
— Sim, isso é bom mesmo. Acho que vou gozar. Eu vou… vou gozar!
Sim, eu precisava de um rabo. Seria fofo se pudesse usar uma coisa dessas nesse tipo de momento.
Ele gozou um monte, tudo dentro de mim.
Então ele, desajeitado, colocou as roupas e perguntou:
— Posso te pedir por mais algum tempo?
— Claro, nyan ♪
Ele riu, parecendo tímido, e me deu cinco rubers.
Yay!
Demorei algum tempo no banho e coloquei minhas orelhas de gato de novo.
Hoje eu vou ficar com tudo.
Mas quando — tra-la-la — desci as escadas, houve algum tipo de comoção.
Aquele filho do mestre de guilda esnobe e seu bando estava gritando:
— Ei, onde está a Shequraso? Ela normalmente deveria estar aqui a essa hora, né?
— O jovem mestre chegou. Ela não devia ao menos aparecer para falar um “oi”?
— Um passarinho me contou que ela saiu com um cara, mas isso não pode ser verdade, né? Tenho certeza de que dissemos que ela não poderia fazer nada sem permissão do jovem mestre!
O que eles estavam usando para ficar com um cabelo tão duro? Cola? Podiam usar acessórios e roupas extravagantes, fingindo que eram pessoas de alta classe, mas não conseguiam esconder suas personalidades vulgares.
O homem com cara de cobra era persistente, direto aparecia perguntando sobre a Shequraso, já estava até incomodando a Cafetina com seus dois lacaios.
— Desculpe-me, Shequraso está folgando hoje.
— O quê? Então ela saiu com um cara?
— Não, ela disse que ia visitar a família.
Era por esse fim de semana que ela estava tão animada. A Cafetina não queria que esse cara começasse a incomodar. Ela gosta que suas garotas vivam felizes.
Mas o filho do mestre da guilda torceu a boca em um sorriso.
— Família? Putas não têm família. Ela vai voltar com um cachorrinho?
Só os lacaios dele riram. Todos os outros clientes estavam ficando agitados. A Cafetina forçou um sorriso, mas eu, usando minhas orelhas de gato, não consegui.
— Jovem mestre, nossa garota mais popular está disponível agora mesmo.
— Não quero. Estou aqui para escutar a Shequraso cantando. E eu ainda tenho alguns negócios inacabados com a bunda dela. Traga ela aqui agora.
— Vou pegar uma bebida para você… Por favor, divirta-se.
O rosto da Cafetina não vacilou, mas lidar com o filho do mestre da guilda era difícil até para ela.
Ela pegou uma bebida e recomendou um monte de outras garotas, mas ele não ficava quieto.
Shequraso é uma heroína por aturar esse cara o tempo todo. Claro, ela recebe bem, mas eu realmente odeio gente assim, então a respeito por isso.
E eu entendo porque ela falava dele daquele jeito pelas costas.
— Ah, ei, aqui está uma vira-latas filhote.
Ele virou para a minha direção e começou a falar alguma coisa. Sobre um filhote? Onde?
— Você, a pequena de preto. Você é a cadela da Shequraso?
— N-não, não, eu sou uma g… g-g-gata. — Fiquei tão abalada que acabei gaguejando.
Isso é sério? Por favor, não me encha agora. Isso é muito trágico.
— Você sabe onde a Shequraso foi? Se você é uma filhote, então deve saber, não é?
Eu tive uma ideia. Ela falava um monte de coisa sobre seus segredos.
Mas eu morreria antes de contar qualquer um deles.
— Ou você vai servir a gente no lugar dela? Hmm?
Lupe estava se aproximando com bebidas, mas eu parei ela com um contato visual.
Obrigada, melhor amiga, mas estou preparada para colocar meu corpo em risco para proteger uma amiga.
— Será um prazer te atender! Au au!
Eu sou uma gata, mas tanto faz.
Eles riram jocosamente e um dos lacaios pegou sua carteira recheada enquanto piscava.
— Então, a Conversa Fiada primeiro. — Ele colocou quarenta rubers na mesa.
Essa era a taxa cobrada pela Shequraso, mas eu não tive problemas em aceitar. Quando fui me sentar, o ricaço idiota gritou comigo.
— Sério? Aí não! Por que uma cadela iria sentar na minha cadeira? É aí que você vai sentar. — Ele apontou para os pés enquanto mostrava um sorriso desagradável.
Os outros clientes fingiram que não viram nada. Sumô foi o único que ficou chateado.
Chiba, por que você foi embora? Esse é o único tipo de situação em que você seria útil. Eu vou te dar, seu cabeção, então volte logo, idiota.
Eu soltei um gemido de cachorro.
Mas é claro que eu não podia insinuar que não gostei da ideia, então sentei no chão mantendo uma postura perfeita.
A Operação Orelhas de Gato foi um grande fracasso.
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