— Ha-Haru…!
— O quê?
— A-assim está bom?
— Ah, claro. Demaaais. Nn!
Mexendo meus quadris com Chiba, eu estava pensando em algo completamente diferente.
Talvez o que eu precise seja alguma pesquisa interior.
Já passaram seis meses desde que virei uma profissional do sexo. Eu deveria estar no terceiro ano do ensino médio. Seria o último ano antes da formatura. Todos meus amigos provavelmente estão preocupados com os exames para ir para a faculdade, com as coisas dos clubes, cirurgias plásticas… Todos indo em direção ao futuro.
Sim, talvez eu também precise mudar.
Passar por transformações diárias. Buscar um novo modo de vida. Não posso continuar fazendo a mesma coisa para sempre. Tenho que tentar algo novo.
Depois de arrancar toda a porra do Chiba da minha buceta e jogar tudo fora, fui até onde ele estava deitado todo esparramado.
— Ei, Chiba, eu queria te perguntar uma coisa.
— Hm? — Por alguma razão ele se apressou a sentar e engoliu em seco. — É sobre você ser minha escrava?
— Hein? Pode parar de sonhar. Não, é outra coisa. — Ele cutucou meu peito e eu deitei sobre seu corpo.
— Você me ensinaria a ser uma aventureira ou coisa do tipo? Você pode ganhar dinheiro acabando com monstros e lutando na arena, né? Talvez eu também pudesse fazer isso durante meu tempo livre de dia.
Chiba tomou algum tempo, soltando um longo suspiro e franzindo a testa.
— Koyama, você não está levando os Gladivadores a sério.
Aparentemente, esse cara, que tinha sido um “aventureiro” alguns dias atrás, agora estava se chamando por algum nome pretensioso de classe. Parecia que estava se deixando levar, então olhei para ele.
— Como assim?
— B-bom, até que faz sentido, já que você não sabe o que é, mas…
Esse cara não passa de um frangote perdedor, então quando eu fico um pouco agressiva ele recua.
Não importa quão forte ele fique, continua com medo de ser encarado por uma garota de sua idade. Deve que não passa de um reflexo condicionado ao momento.
— Monstros são super perigosos! Um amador não pode só aparecer e começar a lutar com eles.
— Eh, mas eu ficaria bem, não ficaria? Já joguei Dragon Quest e Monster Hunter antes. Peguei emprestados com meu namorado.
— Isso nem se compara com a coisa real. E você não pode nem passar pela linha de defesa do exército se não se registrar na guilda e comprar um passe de viagem. E, na verdade, apenas homens podem se registrar na guilda.
— Sério?
A sociedade dominada por homens aparece novamente.
Esses idiotas sempre se metem pelo meu caminho.
— Parece que você esqueceu como esse mundo funciona, Haru, então vou te explicar de novo. — Chiba cruzou os braços e ficou todo pretensioso.
Houve uma guerra nos últimos cem anos contra o exército do lorde demônio. Os inimigos vivem na Floresta do Lorde Demônio, que fica perto desta cidade. Supõe-se que o castelo do lorde demônio, que só aparece durante as noites, está localizado no meio dos bosques.
Os humanos têm despachado tropas para uma possível subjugação, mas a floresta é muito vasta e os monstros aparecem de todos os cantos, então é praticamente impossível chegar até o castelo; só dá para chegar até metade do caminho. Como é muito difícil atravessar a floresta pantanosa com seus monstros gigantescos, armadilhas e veneno, eles vêm travando uma batalha defensiva há centenas de anos.
Monstros têm suas próprias personalidades. Alguns trabalham em grupos e se portam como líderes; outros são tão poderosos que destroem todo o solo circundante. Seus níveis de inteligência também variam. Alguns são apenas animais selvagens, enquanto outros podem até falar a língua humana e usar magia.
Ninguém conhece os objetivos do lorde demônio, mas o que os monstros têm em comum é a hostilidade contra as pessoas. São inimigos mortais da raça humana.
O exército humano geralmente luta contra unidades organizadas do exército de monstros, enquanto os aventureiros cuidam dos que acabam cruzando os limites, subjugam e agem por instinto (para sequestrar, matar e estuprar pessoas), e aventuram-se além da linha, entrando na floresta.
É um trabalho perigoso, mas você pode acabar ganhando muito dinheiro ao aceitar pedidos para matar certos monstros. Vender os tesouros e documentos históricos valiosos que são encontrados nas ruínas misteriosas e labirintos adormecidos dentro da Floresta do Lorde Demônio também pode ser lucrativo.
— Mas existe ao menos uma mulher aventureira, certo?
— Apenas sacerdotisas abençoadas. São chamadas de “Irmãs”. Podem usar magia de cura.
— Oi?
— Acho que neste mundo, por algum motivo religioso, ou seja lá o que for, apenas mulheres conseguem usar magia de cura. Mas poder curar é bem diferente de poder lutar, então elas não podem cruzar a linha a menos que estejam em companhia de algum aventureiro, e apenas mulheres com parceiros podem se registrar na guilda.
— Então tudo que preciso fazer é virar uma dessas garotas curandeiras.
— E mais uma vez eu digo: você não está levando isso a sério. Todas elas treinam desde pequenas, e somente as mais habilidosas conseguem virar Irmãs. Mesmo se você começasse agora, a menos que tenha algum tipo de habilidade perfeita para tal, seria impossível. Além disso, Haru, você nem tem uma habilidade, não é?
— Bem, não… mas…
— Você está sendo muito ingênua. Não é tão fácil assim sobreviver neste mundo. E também nem sempre os conhecimentos do outro mundo são úteis por aqui. Você já ouviu muitas histórias assim, né? Algumas noções de senso comum ou produtos do outro mundo não existem aqui, e isso toma tempo dos heróis. Coisas como fazer sabão ou cozinhar algo totalmente normal não é tão simples aqui.
— Eles têm sabões melhores aqui. E a comida é boa.
Neste mundo usam sabão orgânico à base de plantas que cheira super bem e não deixam meu cabelo sujo. Carne e peixe são coisas caras, mas os vegetais são extremamente baratos e saborosos. Você pode comer eles mesmo sendo pobre.
— Sim, as plantas daqui são incríveis. E graças a algum tipo de magia chamada archimia, coisa assim, a biotecnologia daqui é avançada para cacete. Eles usam grama para tudo, desde necessidades diárias até fornecimento de energia. Pode haver uma abertura para a engenharia, mas, por serem atrasados, cada pessoa cria suas próprias ferramentas, então é difícil saber por onde começar. No geral, é tudo bem complicado. — Chiba estalou a língua e resmungou: — Fomos mandados para este outro mundo; eu gostaria que as pessoas daqui fossem uns idiotas que se impressionam com qualquer coisa.
Para ser honesta, fiquei chocada ao saber que Chiba, que estava tão convencido quanto a suas habilidades, estava considerando tudo por vários ângulos.
Ele estava usando a cabeça muito mais do que eu. Fiquei espantada.
— Não importa em que negócio você entre, existe um sistema de guildas, então não existem segredos. Tudo o que você pode realmente fazer é achar algo que sirva para você e aprender isso. É assim que o mercado de trabalho funciona por aqui. Eu tenho umas habilidades roubadas, então posso continuar sendo um aventureiro. Você só está fazendo este serviço por não ter habilidades, não é, Haru? Se você quiser outra coisa, sua única opção real é confiar em alguém…
Ele estava olhando para os meus peitos de novo, parecia querer dizer algo mais, mas eu o ignorei e fui tomar um banho.
Que porra é essa? Quem é que designa essas merdas sobre ter habilidades ou ser imbatível? Que estúpido.
— Ohhhkay! Aqui vamos nós! Baa-ba-ba-baa-baa! Fibo, wiper, tchau tchau… Shequraso e Haru! Whooo! Fuwafuwa, hoo-hoooo!
Me apresentei com tudo de mim no palco ao lado de Shequraso, a vocalista principal, e conseguimos o resultado de sempre, tendo a primeira fila bem animada e a fila de trás fazendo o melhor de si para nos ignorar.
Ainda me pergunto se eu realmente devia estar fazendo essas coisas, mas tenho a sensação de que quem não pode fazer o que faz, dando tudo de si, fracassará, não importa o que estiver fazendo.
Brincadeirinha! Não estou pensando em nada tão sério.
— Haru, seu namorado chegou!
— Já vou!
O Sumô veio de novo para mais uma sessão de Conversa Fiada.
Ele continua um virjão, paga os 10 rubers para conversar, mas, por algum motivo, a probabilidade de alguém me pedir enquanto estamos conversando parece mais alta.
Pelo que parece, se estou sentada na mesa à janela com um cara gordinho, eu pareço pequena e fofa. Se não houvesse um limite de tempo para a Conversa Fiada, então eu gostaria de ter esse gorducho sempre por perto.
Digo que estamos “conversando”, mas na verdade só eu que fico falando, o Sumô é tímido e fica sempre olhando para baixo com um sorriso no rosto. Se eu mostro meu decote ou toco seu braço, ele fica tão envergonhado que começa a se encolher, e eu meio que me sinto mal por ele.
Apesar disso, ele quer me fazer feliz e sempre me traz um pouco de carne ou algum tipo de presente.
Eu acho que é como… “Ahh, amor”. Ele parece tão feliz que fico até com inveja.
Antes, se um cara do nível de “nenhuma mulher jamais sairá com você!” gostasse de mim, eu apenas iria rir e considerar como uma piada, mas agora, vendo o Sumô, ao invés disso eu comecei a torcer por ele!
Quando penso em como estou desesperada, ou até que ponto eu decaí, isso dói, mas as boas coisas continuam boas. Eu nunca sairia com o Chiba ou com o Sumô, mas todo mundo precisa se apaixonar quando é jovem.
É claro que, quanto mais eu fizer esse trabalho, menos provável seja que algum dia eu vá provar um amor verdadeiro.
Ah, você com certeza envelhece rápido nesta linha de trabalho.
— Haru, alguém está te solicitando…
— Pra jáá!
No meio da nossa conversa (que se baseia em minhas reclamações), outro homem me pediu. O Sumô é mesmo uma atração brilhante.
— E aí? Se você oferecer setenta e cinco rubers eu recuso ele. Não me quer?
— Uh… nah…
Sua carteira com certeza tinha uns cem ou duzentos mangos, mas o Sumô apertou a mão em torno dela e hesitou.
Hesitar nesse tipo de situação é o que mantém um virgem sempre virgem.
— Volte sempre, tá? — Bati na cabeça dele e fui até o cara que me solicitou.
Se algum dia o Sumô me comprar, vou fazer um servicinho especial para ele, decidi.
— Você é ainda mais bonita do que pensei que seria. Você é gloriosa sob o luar.
O comprador era um jovem bem fofinho e assobiou para mim com seu rosto niilista.
Ele era um bardo, e começou a tirar a roupa perto da janela enquanto me olhava de cima a baixo e arrancava seu instrumento para fora.
Muitas pessoas vêm a esta cidade para gastar seu dinheiro com coisas relacionadas a monstros, então existem muitos sádicos, ou, ao contrário, masoquistas, caras esquisitos mesmo, com preferências diferentes, acho.
— A voz da Senhorita Shequraso é sublime, claro, mas sua apresentação esta noite foi tão original. Cheia de paixão e tão criativa. De fato, você é como Muselusso ♪
(Depois perguntei sobre isso, e pelo que parece é a deusa da música).
Eu queria estar tipo: “Você tá falando sério?”, mas me contive e me curvei.
— Obrigada.
— Oh, fique curvada assim. Isso mesmo, agora levante apenas seu rosto. Coloque as mãos nos joelhos. Sim, isso mesmo. Ótimo. Essa é uma pose extremamente criativa. Siiim.
O bardo continuou me fazendo ficar em poses diferentes enquanto tocava seu instrumento.
Com seu cabelo comprido, chapéu grande e botas pontudas, ele parecia até um tipo de produtor. Me deu instruções detalhadas e ficou duro.
Ah, então ele é esse tipo de pervertido. O canto empreendedor de minha mente entendeu.
— Isso é tão bom. Sim, apenas assim. Olhe para mim com aqueles olhos frios. Sim, isso é tão bom. Você é incrivelmente parecida com Muselusso!
Ele começou a esfregar seu instrumento na virilha e se inclinou para frente. Mudei minha pose conforme solicitado.
— Mais! Eu preciso de uma pose mais criativa!
Fiz um monte de poses que vi modelos fazendo em revistas. As Idols que assisti para preparar meu evento no festival escolar também foram bem úteis.
Virei-me elegantemente, igual uma modelo numa passarela, balançando meus peitos e minha bunda antes de parar.
— Ohh… bom, isso é bom.
Fiquei de costas para ele, coloquei minhas mãos na bunda, olhei por cima do ombro e pisquei.
— Muselanja!
Tenho certeza de que ele curtiu isso. Começou a falar coisas ainda mais estranhas e pressionou o quadril contra o instrumento, seguro no meio de suas coxas.
Este é outro mundo. Acho que entrei em um novo mundo do sexo.
— Ahh, não posso… Eu também sou Muselu!
O bardo finalmente tirou a rola para fora e começou a esfregá-la em seu instrumento — apesar de ter uma mulher em sua frente.
Embora eu estivesse me perguntando o que diabos ele estava fazendo, me inclinei e mostrei meu cu para ele.
— Aí está! O Grande Muselusoléu! Fantástico! Você é uma deusa da revolução de um reino além dos sentidos!
Na verdade sou só uma estudante do ensino médio de Tóquio, mas que seja.
Agora eu realmente não fazia a menor ideia sobre o que ele estava falando. Ele se contorceu, os dedos do pé se retorcendo e contraindo.
Então ele pressionou seu violão estranho em minhas mãos.
— Sua inspiração e carne audaciosa são tão adoráveis. Aqui, pegue isso e toque uma serenata para mim. Deixe que seus sentidos a levem. Deixe-me escutar a ponta de seus dedos cantar!
Essa coisa é um violão, certo?
Meu namorado, antes do último, estava em uma banda bem bosta, e eu queria cantar “Toritetsu”, de Kane Nishioka, então aprendi aquela música e sabia um pouco sobre como tocar um violão.
D, A, G e B Menor? Só conheço essas quatro notas, mas já serve.
De qualquer forma, era um pedido do cliente, e aconteceu de eu só ter tido um osso e um pouquinho de carne seca no almoço, uma cortesia do Sumô, então peguei o instrumento e decidi tentar ao menos uma vez. Eu me dediquei a isso.
— O que é esse estilo de música tão inovador? É como uma bofetada incessante de uma deusa! — Ele virou e caiu feito uma lula pulando na grelha. — Você está tocando todas as cordas ao mesmo tempo? Mas esses sons lindos são como um raio de luz em um campo nevado! O que é isso? É tão inovador que meu cérebro não consegue acompanhar! Isso realmente me deixa excitado!
O que é tão novo é que meu cérebro não consegue acompanhar seus fetiches, mas tá tudo bem. Posso continuar tocando? Posso cantar uma música que gosto pela primeira vez?
— Vou tirar uma foto 7:52 DeHa 1000 ♪
— Ah, você não precisa cantar. Não quero a sua voz. Só me dê mais deste som.
Bem, foi mal, não pedi para ser tão desafinada! Porra!
Mas isso era trabalho, então fiz o que foi pedido e continuei tocando os acordes de “Toritetsu” em silêncio. O bardo continuou se empertigando e finalmente começou a se masturbar.
Mesmo em um mundo diferente, ainda existem pervertidos. Não importa em que canto remoto do universo você esteja, os humanos continuam sendo os mesmos. Isso é o que pensei enquanto dedilhava o violão, nua.
Mãe, Pai. Estou dando o meu melhor.
— Ah não, eu entendi! A porta para o céu! Eu vou bater nela! Toc toc!
Quando a música estava chegando ao fim, o bardo esticou os dedos.
— Hein? Espera um pouco, senhor! Você ainda não pode!
Nós somos pagas pela rodada. Um cuspe na buceta. Não somos prostitutas que recebem por uma simples punhetinha.
— Mova essa sua mão! Por favor, goze na minha buceta!
— Ahh, não! Você deve me deixar escutar mais de sua música angelical!
— Se você quer ouvir, então ouça o tanto que quiser. Mas quando for gozar, goze dentro de mim!
Montei no bardo e prendi seu pau na minha buceta já cheia de grama luvya, e voltei a tocar o violão.
— Haaaaaaannnngh!
O bardo começou a balançar o corpo para cima e para baixo feito um tambor abaixo de mim.
Então, quando terminei a música — tcharam — com um último aperto, ele gozou dentro de mim
Ufa, ainda bem que deu tempo.
Demorou um pouco para que a loja abrisse, por isso deu tempo para eu jantar com Lupe e Shequraso.
Um grupo de mulheres comendo fora é vergonhoso, ou coisa do tipo — esta sociedade é tão estupidamente fechada e misógina que não podemos sequer sair sozinhas — então colocamos um banco do lado de fora da loja, e pareceu bastante com um intervalo para o almoço.
— Aquele velhote careca foi seu cliente ontem, né Haru? Ele lambeu seu corpo inteiro?
— Sim, a língua dele tava toda detonada. Foi nojento.
— Eu odeio aquele cara. Sempre tomo um banho extralongo depois de transar com ele.
— Digo, ele coloca a língua até na nossa bunda. Isso é assustador.
— Sério? Ele nunca fez isso comigo.
— Nem comigo.
— Hein? Sério? Nossa, só comigo?
— O que isso parece?
— Não, não quero falar sobre isso.
— Vamos lá Shequraso, fala logo. O que você sentiu? Como se sentiu quando aquele careca lambeu sua bunda?
— Haru, não seja tão desagradável…
— Ajuda aí Lupe. Não quero falar sobre isso.
No começo Shequraso estava nervosa, mas talvez por não estarmos com movimento naquele horário, e estarmos nos sentindo com liberdade, ela foi falando aos poucos, começou a insultar os clientes e reclamar sobre os problemas que tinha na loja.
Então as coisas começaram a ficar bem divertidas.
— Esse tipo de coisa até que é legal de vez em quando.
Né? Toda garota ama um tempinho para conversar.
Shequraso deixou seu longo cabelo laranja e bem decorado voar ao vento e disse:
— A comida também está boa — falou com um sorriso feliz.
Assim que a loja abre, ela emite a aura de uma verdadeira artista, mas, enquanto sob o céu azul, parece uma universitária qualquer.
Tenho certeza de que não tem mais que vinte e um anos. Ela é uma boa cantora, número três na classificação de vendas, tem belos seios, uma bunda durinha e é super bonita, e mais, ganha cento e cinquenta por rodada. Estou sempre maravilhada com tudo isso.
Aquela deusa gloriosa sorriu com um pouco de timidez, mas com um pouco de orgulho, e disse:
— Este fim de semana vou tirar uma folga.
— Oh, você quer dizer… sério?!
— Hã? Como assim Haru? O que é isso?
— Tirar uma folga nos dias mais movimentados da semana só pode indicar uma coisa. É um cara, né?
— O quêêêêêêê?
— Heh heh. Não conta para ninguém.
— É aquele cara? O filho do mestre da guilda?
Shequraso tem um cliente regular que é jovem e rico — o filho do dono do estabelecimento de referência, que administra a guilda que cobre todas as zonas do distrito da vida noturna.
Em nome, ele é o mestre da guilda, mas como parece ser o caso geral para esse rumo de serviços, ele é um tipo de chefe da yakuza, e seu filho não passa de um grande imbecil.
Mas eles são uma das famílias mais poderosas do bairro, então, claro, a Cafetina não pode se opor a eles. O cara parece ser um grande fã da bunda da Shequraso, então aparece direto com sua gentalha.
— Não, não. Eu nunca sairia com aquele cara — riu ela.
Claro que não.
— Hein? Então quem é?
— Vocês não podem contar para ninguém, sério. É um soldado.
— Sério?
— Uau!
Por esta cidade ser a linha de frente na guerra contra o exército do lorde demônio, muitas pessoas são enviadas da capital junto com o exército real, e acabam frequentando bastante a loja.
São a elite deste mundo. Os jovens soldados geralmente também são bem legais, então não é só uma ou outra garota que corre atrás deles.
Mas para os soldados, não passamos de profissionais do sexo que eles conheceram em uma transferência temporária, por isso nunca vira nada sério.
— Ele nunca sobe, vocês devem saber quem é. Pelo visto ele vem me escutar cantar. Depois que fomos a um encontro do lado de fora da loja uma vez, de repente, ele queria que eu fosse ao seu quarto.
— Whoa, e você foi?
Nós temos um sistema de encontros. O preço varia de garota para garota, mas comigo um encontro custa trinta rubers. Geralmente isso é como sair um pouco antes da loja abrir. Levar uma garota para casa é proibido, e se vocês dormirem juntos, as taxas normais da loja também são aplicadas, mas é claro que algumas meninas seguem o fluxo e acabam na casa do cara.
Supõe-se que, nesse ponto, tudo depende de o que você quer: aceitar o dinheiro dele ou formar um relacionamento pessoal. Tudo depende do clima. Eu já saí em um encontro com o Sumô, mas nós só comemos.
— O quê? Eu não faria isso tão rápido assim. Mas ele me convidou para sair de novo. Me senti meio mal, já que ele sempre me paga uma refeição e costuma vir para me ouvir cantar. Ele parece ser bem sério…
— E aí, você já dormiu com ele?
— Bem…
— Bem…? — Lupe já estava até inclinada.
— Ele perguntou se eu não quero ser exclusiva dele — respondeu Shequraso, um sorriso estampando seu rosto corado.
— Eeeeep!
— Ah, como você é sortuda!
Para ser honesta, eu me perguntei se esse cara era mesmo confiável, mas Shequraso era uma veterana, então eu não precisava ditar as regras do jogo para ela. Eu tinha certeza de que ela poderia fazer o julgamento por si mesma. E eu não queria estragar o clima.
— Então, a gente precisa saber ao menos como ele parece, né?
— Ele é fofo? Bonito?
— Não, ele tem um rosto comum. Vocês não se lembrariam dele.
— Ahh, eu também quero me apaixonar.
— Eu queria alguém sem ser o Sumô…
— Haru, e aquele aventureiro que sempre vem? Você parece se dar bem com ele.
— Mm, aquele cara? Eu não consigo me livrar dele, isso é tudo. Estamos mais para companheiros zumbis do que para qualquer outra coisa.
Aconteceu de morrermos juntos, isso é tudo.
— Zumbis?
— Deixa pra lá. Eu não vou sair com ele.
— Mas eu ouvi sobre ele de outros clientes. A Chuva Carmesim Infinita. Ele é famoso na arena.
— Hein? Chuva o quê…?
— Seu amigo! Ele é a Chuva Carmesim Infinita!
— Bwa-ha! Que sem noção! O passado sombrio dele deve continuar por bastante tempo!
— Hã? O que é tão engraçado?!
— Ele não é forte?
— Mm, é meio difícil de explicar. Mas, em todo caso, ele é só um idiota incrivelmente estúpido. Ele com certeza não é nada de especial para mim, não entendam mal.
— Hmmm? Entendo. — Lupe sacudiu a cabeça como se tivesse entendido algo.
— Espera um pouco. Lupe, você não…?
— Hã? N-não! Não é assim!
— Para com isso! Eu vou te apresentar a ele. Se ele faz seu tipo, então fico feliz em ajudar.
— Estou sentindo um romance no ar? A história de amor da Lupe é a próxima?
— Não, eu já falei!
Eu realmente amo essas brincadeiras. É bem verdade que conversas entre garotas rendem nutrientes essenciais.
Mesmo quando a luz do sol começou a diminuir e o tráfego de pedestres aumentou, continuamos conversando sem parar.
Até que, de algum lugar, soou um violão.
— Oh, essa é a música mais popular que está tendo na guilda dos bardos agora. É tão legal!
— Né? É ótima. Quero cantar uma música assim uma hora dessas, mas preciso de alguém para tocar enquanto canto.
Pelo visto, um músico estava se apresentando em algum lugar.
Para mim, soava igual qualquer outro dedilhado, mas tá bom.
— Estão chamando isso de “Bofetada de uma Deusa” né? Esse estilo é tão original. A gente escuta um monte de notas de uma só vez.
— Quem quer que tenha escrito a música, vai ficar bem rico. E com uma patente técnica também, vão fazer milhões. Que inveja! Imagino que tipo de pessoa é.
— Hmm.
Não sei quem é, mas tenho inveja de gente que vive com esses luxos. Ainda assim, não parece uma música tão incrível assim para mim. Na verdade, é quase que um plágio de ‘Toritetsu’.
— Certo, está quase na hora de abrir a loja.
— Isso foi divertido. Vamos comer juntas de novo alguma hora.
— Sim. Vamos mesmo, mas agora vamos lá trabalhar duro!
E começou mais uma noite para se deitar com vários homens.
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