Por trezentos anos, o continente foi abençoado com paz e prosperidade. Esta era gloriosa começou com o surgimento de um grande número de heróis que deixariam sua marca na história. Havia Sion Sol Sunkland, que ganhou o nome de “O Rei de Libra” por seu reinado virtuoso, e seu fiel retentor Keithwood. Oferecendo sermões de salvação à população estava a Dama Sagrada, Rafina Orca Belluga, que dedicou sua vida a manter a paz entre as nações. A Mianet – uma rede de assistência mútua que se estendia por todo o continente – foi idealizada pela chefe da Companhia Comercial Forkroad, Chloe Forkroad. Sempre que cultistas demoníacos ou grandes bandos de bandidos tentavam semear o caos, Dion Alaia chegava ao local, sua espada oferecendo uma repreensão rápida e mortal a seus métodos.
E isso não era tudo. Havia também o hiper competente Ludwig, que injetou nova vitalidade em Tearmoon através de reformas estruturais, juntamente com o inovador botânico, Cyril Rudolvon, que desenvolveu uma nova cepa de trigo antes de descobrir várias espécies de plantas úteis. Ainda assim, as conquistas de Cyril não teriam sido possíveis se ele não tivesse estudado com sua irmã, Tiona Rudolvon, cujos ensinamentos iniciais o equiparam com o conhecimento para impulsioná-lo para a academia, e a lista continuava…
Em meio a este deslumbrante panteão de estrelas, no entanto, havia uma lua que brilhava mais do que todas elas, a Imperatriz do poderoso Império Tearmoon, Mia Luna Tearmoon. Amplamente conhecida como a Grande Sábia do Império e adorada e reverenciada por todos esses grandes heróis, suas realizações documentadas eram, no entanto, surpreendentemente poucas.
Conspícua era sua ausência nos créditos da história. Raramente, se é que alguma vez, ela subia ao palco. E, no entanto, um fato bem conhecido e frequentemente circulado entre os historiadores era que, repetidas vezes, durante os momentos cruciais em que essas figuras incomparáveis deixaram sua marca nos anais da lenda, a Imperatriz Mia estaria, sem falhar, ao seu lado.
Apesar do manto de mistério que a envolvia, ela era incrivelmente popular entre o povo de Tearmoon, aparecendo em inúmeras histórias e mitos que eram contados e recontados. O mais amado deles era, sem dúvida, a história do “Resgate do Príncipe”, que narrava a vez em que seu amado príncipe incorrera na ira de seu pai real. Ao saber da situação de seu amado, Mia correu pessoalmente em seu resgate e, em uma exibição emocionante de seu lado apaixonado, o arrancou de sua terra natal e o trouxe de volta para Tearmoon com ela.
Depois, ela se casou com o príncipe e o acolheu formalmente no império como seu marido. Na época, este casamento atraiu o descontentamento de grande parte da nobreza de Tearmoon. Por que, perguntavam eles, ela havia tomado um príncipe deposto como consorte? O arranjo, argumentavam eles, não realizava nada para o império. Sua resposta foi rápida e impiedosa. Ela e seus súditos lutaram contra os dissidentes com unhas e dentes na arena das palavras até que sua vitória fosse completa e absoluta. Através de seu triunfo, eles deixaram claro que, embora a Princesa Mia não usasse seu poder com tirania, quando se tratava daqueles que ela amava, sua paixão ardente não conhecia limites; ela empregaria cada grama de sua influência e intelecto para trilhar seu próprio caminho.
Seus romances foram grandes em grau, mas não em número, e o amor que floresceu em sua juventude floresceria fielmente por toda a sua vida. A adoração que ela desfrutava era, sem dúvida, devida em parte a essa sua devoção inabalável, que foi retribuída depois que ela se tornou imperatriz; seu marido apoiou fielmente seu reinado enquanto ela governava Tearmoon. Com o império restaurado à sua antiga glória, o casal seria presenteado com oito filhos, fortalecendo grandemente a longevidade da linhagem imperial…
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Mia ergueu os olhos das páginas do velho livro de história que segurava.
— Oito filhos… parece um pouco demais…
Ela estava na biblioteca de São Noel e deveria se encontrar com Chloe. Enquanto esperava, no entanto, um livro de história nas prateleiras chamou sua atenção. Curiosa, ela o pegou e abriu, apenas para descobrir um relato biográfico da Imperatriz de Tearmoon, Mia Luna Tearmoon. Normalmente, isso seria motivo de perplexidade, mas Mia — uma veterana experiente em livros temporalmente incongruentes — mal piscou. Não era seu primeiro encontro com tal coisa.
— Ah, acho que isso é como aquele diário…
Imaginando que serviria para uma leitura casual, ela folheou seu conteúdo ociosamente, o que eventualmente a levou a seu comentário anterior.
— Sério? Oito? Eu… eu realmente fui à luta, não fui? Uau… Oito filhos com Abel…
— Hm? Ei, Mia, o que você está fazendo aqui?
— Gyaaaah!
Seu coração pulou para a garganta. Com movimentos nervosos e bruscos, ela se virou para encontrar Abel, que parecia igualmente assustado com sua explosão.
— A-A-Abel? O que você está fazendo aqui?
— Eu estava apenas pesquisando algo. O que você tem aí? Lendo algo interessante?
— Uhhh, isso é… Espere.
De repente, ocorreu-lhe que talvez não quisesse mostrar o livro a Abel. No entanto, quando olhou para ele, algo estava diferente. A passagem que ela acabara de ler não estava em lugar nenhum
— Que estranho… Estava aqui há um minuto… — murmurou ela.
Enquanto aproximava o livro um pouco mais para examiná-lo, algo começou a emitir um brilho dourado. Seus olhos se voltaram para a fonte da luz e encontraram palavras se erguendo da página. Elas flutuaram para cima antes de se desenrolarem como fios dourados e se dissolverem no ar.
— …O que foi isso?
— Mia?
Ela rapidamente balançou a cabeça e piscou algumas vezes antes de se virar para Abel.
— Desculpe. Não se importe comigo. Não é nada.
O relato no livro de história havia desaparecido. Para Mia, parecia um sinal de que um futuro quase finalizado havia mais uma vez mudado de rumo para o desconhecido. Parecia um futuro muito feliz também, mas, assim, ele se foi.
Isso não a chateou, no entanto. Em vez disso, ela deu de ombros.
— Ah, bem. Eu não estava muito satisfeita com aquele de qualquer maneira…
Afinal, um futuro em que Abel não pudesse voltar para casa e nunca mais ver sua família dificilmente poderia ser dito como um futuro perfeitamente feliz, e quando se tratava de felicidade, isso simplesmente não era bom o suficiente. Perseguir prazerosamente o prazer era seu estilo; Mia sempre subscreveu e sempre subscreveria à filosofia de Mia Primeiro.
— Chega de concessões. Eu trabalhei duro demais para tirar aquela maldita guilhotina da minha vida. Eu quero um futuro que me satisfaça, e não aceitarei nada menos.
O futuro permanecia incerto, e ninguém ainda sabia para onde a vida de Mia a levaria. Uma coisa, no entanto, nunca mudaria — sua ganância. Ela nunca conheceu uma concessão de que gostasse; quando se tratava de felicidade, ela queria cada pedacinho — para si e para todos aqueles que ela amava…
Esta é a história de uma princesa um pouco egoísta que recebe uma segunda chance na vida. Ela semeou as sementes da esperança. Em que tipo de futuro elas se transformarão… ainda é uma incógnita.
Fim da Parte 1
O sol já havia se posto há muito tempo, e a escuridão dominava o céu. A luz da lua entrava pela janela de uma biblioteca vazia, caindo sobre a superfície de uma mesa de madeira robusta. Repousando sobre ela estava um livro, seu último leitor tendo se esquecido de devolvê-lo à sua prateleira. A culpada por trás dessa hedionda violação das normas bibliotecárias era uma figura bastante familiar, já que o item negligenciado era o livro de história que Mia estivera lendo mais cedo naquele dia
De repente, o livro se abriu. Não havia vento, mas suas páginas viravam firmemente. Começou a emitir um brilho dourado fraco. Linhas lúcidas apareceram, torcendo-se em palavras. Elas se acomodaram na página, formando passagens novas e agourentas que narravam uma história terrível e o futuro sombrio ao qual ela levava… apenas para o texto começar a se desintegrar novamente antes que alguém pudesse vê-lo. Uma por uma, as palavras brilhantes se desenrolaram e desapareceram até que apenas uma linha restasse. Era o nome de uma jovem em cujas veias corria o sangue da Grande Sábia — a última princesa do Império Tearmoon, Miabel Luna Tearmoon.
Como o último vislumbre de esperança no fundo daquela caixa mítica, ela brilhava e brilhava, como se lutasse para sobreviver. Então, ela — como todos os seus irmãos — se desenrolou e desapareceu na noite vazia.
O tempo continuou sua marcha firme, e nossa história entrou em um novo capítulo.
Continua no Volume 3
Tradução: Gabriella
Revisão: Matface
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