Crônicas do Bahamut Invicto – Vol. 16 – Prólogo – O Desabrochar da Rebelião

(Eu… não recebi ajuda de ninguém…)

(Ninguém… veio me procurar…)

(Aquelas duas… me traíram…)

Dentro do brilho matinal do sol que ainda não havia nascido completamente, a lâmina de tamanho médio de Mythrildite polido cortou o ar.

A sala subterrânea arruinada do prédio abandonado era o esconderijo ideal nesta capital, era possível treinar lá mesmo no meio de uma missão de infiltração.

Embora isso não significasse que o radar de um <Drake> não detectaria essa atividade, então não se podia baixar completamente a guarda.

Mas ela basicamente se concentrou e realizou sua rotina diária.

— Fu-haa……!

A mão dela tocou instantaneamente o Dispositivo Espada em sua cintura e, logo depois disso, puxou o gatilho do braço blindado direito do Drag-Ride e executou a operação de controle do corpo e a operação de controle da mente simultaneamente.

A harmonização perfeita de dois tipos de operação de controle.

Precisão e concentração onde nem um instante de desvio era permitido eram indispensáveis.

Uma velocidade que o olho não conseguia acompanhar, mas não era o caso aqui.

Em seu nível atual, era capaz de produzir uma velocidade em um nível que só poderia ser confirmada após o corte ter ocorrido cerca de uma em dez vezes.

Mesmo assim foi uma melhora drástica.

Até meio ano atrás, sua taxa de sucesso era de apenas uma em cem vezes.

Um ano atrás, não era nem garantido de que fosse capaz de fazer isso uma vez em mil vezes.

— Tsu……! Fuu……!

O interior de seu Traje de Piloto ficou cheio de suor depois de terminar o quingentésimo treino de balanço.

A exaustão inundou seu corpo no instante em que parou e cambaleou. Ela se apoiou na parede suja do prédio em ruínas.

Sentiu tontura como anemia e sua consciência parecia distante.

— Fu, fufufufufufu…

Ainda estava longe de estar completo.

Sabia que a dificuldade aumentaria ainda mais em uma batalha real.

Mas estava definitivamente se aproximando.

Essa realização agradável encheu o corpo dessa pessoa.

— Ser capaz de acertar cem vezes em cem tentativas, o Herói Negro é realmente assustador.

Ela escovou a franja que estava grudada no rosto devido ao suor enquanto murmurava com uma voz cheia de respeito e saudade.

— Provavelmente aquela pessoa é muito mais velha do que eu, ele ou talvez ela, ainda está muito fora do meu alcance.

O lendário Drag-Knight que nunca tinha visto.

Sentia como se estivesse tocando uma parte daquela pessoa ao aprender sua técnica e se sentia exaltada com isso.

Ela tirou o Traje de Piloto, torceu uma toalha molhada e enxugou o suor dentro do espaço subterrâneo.

Aos poucos.

(É pouco a pouco, mas também estou chegando perto de me tornar o mesmo monstro — com certeza.)

Isso era extremamente agradável e delicioso.

Para essa pessoa que passou metade da vida em desespero, não havia propósito maior na vida do que esse.

Isso não mudou mesmo nesta situação de mudança mundial.

Acima de tudo, havia a perspectiva de que finalmente ela pudesse se encontrar com o lendário Herói Negro — a existência que idolatrava e que nem sabia se essa pessoa era homem ou mulher.

(Eu poderei encontrar aquela pessoa que me salvou.)

Só de pensar nisso, uma exaltação incomparável de quando sentia o resultado de seu treinamento, estava fazendo o peito dessa pessoa palpitar forte.

— …………

Nesse momento, um som veio repentinamente de fora do prédio e essa pessoa assumiu uma postura vigilante.

— Senhorita Alma. Está aí?

— …O que você quer? Diga o código primeiro.

— Sim! Perdoe minha grosseria!

Alma vestiu seu Traje de Piloto enquanto o jovem que veio contatá-la murmurou o código mencionado.

O código era a senha usada por outros membros de uma determinada empresa.

Família Kilzrake.

Era um grupo que controlava um mercado gigantesco logo atrás da empresa de Magialca Zen Vanfrick, que ostentava a maior influência no Reino Marcafal. Apresentava-se como uma empresa na superfície, mas era praticamente algo como uma máfia.

O poder armado que incluía Drag-Knights, tráfico humano, drogas, prostituição etc., é um grupo que lidava com mercadorias e serviços ilegais em grande escala.

Seu nome não era muito conhecido no Novo Reino, mas no país vizinho era tratado com cautela como uma ameaça.

Era administrado por um chefe cuja identidade era desconhecida. Essa garota chamada Alma era uma subordinada que era uma confidente de confiança daquele chefe.

Ela era chamada com o codinome Alma Kilzrake. Era uma Drag-Knight de elite.

Tinha habilidade que lhe permitia pilotar um <EX Drake> mesmo tendo apenas 14 anos. Sua característica era seu estilo de luta feroz que buscava avidamente a vitória, mas seu nascimento e verdadeira identidade não eram conhecidos por ninguém, exceto pelo chefe.

Usando um chapéu de aba larga, seus traços bem-arrumados e seus cabelos loiros presos em um rabo de cavalo curto lhe davam um ar de menino que ainda tinha traços de jovialidade.

O mensageiro que chegou informou a Alma.

— Na verdade, há uma mensagem do chefe. Pediu que você finalmente o contatasse. Aquele Príncipe de cabelos prateados, não, ele é chamado de Herói do Novo Reino agora que teve grandes contribuições para a vitória em Avalon.

— Entendo, então finalmente chegou a hora de movê-lo.

Alma, que ouviu isso, abriu um sorriso destemido nos lábios.

(Eu… não, eu sei que este mundo é falso.)¹

Em sua infância, ela recebeu o Batismo de uma pessoa desconhecida.

E então, a existência que era seu chefe disse a ela o fato de que esses três dias de desfile haviam se repetido três vezes.

Ela sabia da existência da Rainha que planejava enterrar o pecado de seu passado enganando o povo, e da Princesa que não sabia de nada.

Como ela foi completamente esquecida e abandonada pelas duas.

(Finalmente chegou a hora de realizar minha vingança!)

Alma possuía um certo destino profundo relacionado ao atual Novo Reino.

— Fu, Fufufufu……

Depois que o mensageiro saiu, uma risada escapou do canto de seus lábios.

Assim, aquela pessoa começou a se mover.