Como um Herói Realista Reconstruiu o Reino

Como um Herói Realista Reconstruiu o Reino – Vol. 10 – Cap. 06 – Um Presente de Aniversário que Valeu uma Fortuna

 

“3º Dia, 3º Mês, 1.548º Ano, Calendário Continental”

Ding dong! Ding dong!

Houve o alegre repique de sinos.

— Parabéns!

— Que a Mãe Dragão olhe por vocês!

As massas batiam palmas e aplaudiam incessantemente.

Neste dia, dois casais foram unidos em matrimônio…

Entretanto, isso não foi no Reino de Friedônia, mas sim no Reino de Lastania dentro da União das Nações Orientais.

— Princesa Tia! Parabéns!

— Lorde Julius! Por favor, cuide da princesa e faça-a feliz!

— Você é linda, Capitã Lauren!

— Parabéns, Jirukoma!

Num dia quente em que você podia sentir a vinda da primavera, o Reino de Lastania testemunhou os casamentos de Julius com Princesa Tia e de Jirukoma com a Capitã Lauren.

Sendo o casamento da única princesa do país, a cidade central de Lasta estava tão movimentada que você poderia pensar que a totalidade da população não exatamente grande deste pequeno país estava aglomerada lá.

Porque Lauren era popular entre os soldados do Reino de Lastania, houve vaias de alguns caras que tinham ciúmes de Jirukoma em meio a todos os aplausos.

— A Capitã Lauren finalmente se tornou a propriedade de outro homem…

— Maldito seja, Jirukoma! Roubando Capitã Lauren de nós! Se causar-lhe o choro, pagará por isso.

Mas havia apenas um pequeno número deles.

A grande maioria dava uma chuva de bênçãos, e os dois casais recém-casados acenavam para a multidão. 

Na plataforma alta atrás deles, os pais de Princesa Tia, o rei e rainha atuais do Reino de Lastania, assistiam com sorrisos satisfeitos.

Por fim, os novos noivos e noivas começaram a andar por uma rua lotada por multidões de ambos os lados.

Eles percorreram o circuito completo da cidade, mostrando-se pra aqueles que gentilmente vieram ver seus casamentos.

Enquanto percorriam, uma das convidadas de honra, Lauren, talvez não acostumada a usar um vestido, tropeçou e quase caiu.

Jirokoma esticou-se e a pegou.

— Per-perdão! Sir Jirukoma! 

O rosto de Lauren ficou vermelho brilhante enquanto ela pulou para longe dele. Então, com mãos com luvas de seda, ele cobriu as bochechas dela. 

— Urgh… Que vergonhoso. Não acostumada com esse tipo de roupa com babado, fiz papel de boba. Finalmente sou capaz de me tornar sua esposa, e mesmo assim me odeio por não ser capaz de agir tanto como uma mulher como a princesa.

Vendo-a tão envergonhada, Jirukoma achou fofo. Incapaz de suprimir suas emoções crescentes, ele pegou-a em seus braços.

De repente se vendo carregada como uma princesa, Lauren piscou repetidamente.

— Uwa?! Sir Jirukoma?! 

— Eu amava-a pela sua personalidade valente de costume — Jirukoma declarou. — Mas vendo-a hoje tão linda, apaixonei-me de novo. Sou o homem mais feliz do continente, Madame Lauren.

— Sir Jirukoma… sim. Ah, mas, por favor, pare com isso de “madame”. Faz parecermos estranhos. Sou sua esposa agora.

— Entendo… Lauren. Então não me chame de “sir” também.

— Sim, querido! — Lauren respondeu nos braços de Jirukoma, com um grande sorriso no rosto.

Vendo a felicidade no rosto de Lauren, Tia sorriu para Julius, também. 

— A Capitã Lauren parece bem feliz, não?

— Sim… Tenho certeza que Jirukoma sente o mesmo — Julius disse com sua expressão calma de costume — Eu diria que ele não é, normalmente, o tipo que pegaria uma mulher nos braços na frente de outras pessoas daquele jeito, mas ele foi forçado a fazê-lo porque não queria ver Madame Lauren com uma cara triste.

Tia espiou o rosto dele. 

— Mas… Estou com muita inveja dela.

Vendo a esperança mal disfarçada no rosto de Tia, Julius deu um suspiro resignado. 

—… Vamos, então?

Ele levantou Tia como Jirukoma estava fazendo com Lauren. Mas, é claro, sua vergonha estava ganhando.

Julius estava com sua expressão fria de costume. Tia envolveu seu braço flexível ao redor do pescoço dele, e aproximou seu rosto para que ele pudesse sentir a respiração dela.

— Adoro isso em você, Lorde Julius.

— O que em mim? — ele perguntou.

— O jeito como você é gentil, mas desajeitado e incapaz de mostrar.

— Você… não mede palavras.

Julius deu uma leve cabeçada em Tia. Não doeu nem um pouco, mas Tia pôs as duas mãos no lugar que ele havia batido nela, e ficou de cara emburrada.

— Acho que você seria muito maravilhoso se pudesse apenas ser honesto com seus sentimentos, Lorde Julius — ela disse melancolicamente.

— Essa personalidade combina comigo. No meu trabalho, é mais fácil ser só um pouquinho respeitoso, e só um pouquinho temido.

— Murrgh, mas aí ninguém vai saber quão maravilhoso você é.

— Você me entende, Tia. — Ele sorriu de leve — Isso é tudo que preciso. 

O coração de Tia parou. 

— A forma como você sempre faz meu coração acelerar assim… não é justo.

— Poderia dizer o mesmo de você.

— Eu faço seu coração acelerar, também?

— É. Se eu tirar meus olhos de você, nunca sei para onde pode perambular.

— Murrgh… — Princesa Tia resmungou insatisfeita.

Julius sorriu de leve novamente.

 

 

 

Alguns dias depois, no escritório de assuntos governamentais da mansão real em Lasta, Julius estava produzindo alguns documentos que eram necessários para propósitos do governo.

Normalmente, isso seria algo para o Rei de Lasta fazer, mas Julius podia fazê-lo tanto mais rápido quanto melhor. Em um certo momento, Julius começara a fazer o trabalho no lugar dele, e o rei meramente carimbaria depois de dar uma olhada.

Devido a suas conquistas em sobreviver à onda demoníaca anterior, durante o conferimento de honras dentro da União das Nações Orientais, a quantidade de território mantido por Lastania quase dobrou.

Dito isso, porque seu país era pequeno de início, o aumento de sua força como uma nação era desprezível. Mas com mais território vieram mais pessoas, e consequentemente o número de assuntos que precisavam ser tratados cresceu, o que significava que o volume de trabalho estava aumentando.

Com o volume atual, ninguém além de Julius conseguia dar conta, e tinha sido decidido que, devido a seu casamento com Princesa Tia, ele seria o próximo rei, então o trabalho poderia ser confiado a ele sem medo de usurpação.

Basicamente, Julius agora se encontrava numa situação muito parecida com a de Souma quando ele fora invocado a este mundo.

Para alguém tão neurótico como Julius, incomodava-o que o trabalho se acumulasse tão desordenadamente, então ele ativamente assumiu o trabalho que não queria e fez tudo em silêncio.

Toc, toc, toc.

Então, houve uma batida na porta do escritório, e ele ouviu a voz de uma adorável jovem garota.

— Lorde Julius, é a Tia!

— Entre! — ele chamou de volta.

A porta abriu-se, e Tia, que acabara de tornar-se sua esposa, entrou. Em suas mãos, ela carregava uma bandeja com chá.

— Você tem trabalhado duro. Porque não dar uma pequena pausa?

— …É. Acho que eu vou descansar um pouco.

Julius deixou sua caneta tinteiro, indo sentar-se à mesa do chá com ela.

Enquanto servia o chá dele, ela disse arrependida: 

— Desculpe-me, Lorde Julius. Esse deveria ser o trabalho de meu pai…

— Não se preocupe. Eu simplesmente era melhor para cuidar da papelada do que seu pai — Julius disse como se não fosse nada, fungando o aroma do chá que ela tinha fizera para ele.

— Mesmo assim, somos… ahm… recém-casados, mas você já voltou ao trabalho.

— Não podia ser evitado. Se a família real for frouxa, o país estagnará.

— Bem, sim, mas… Ouvi dizer que as coisas estão bem mais doces na casa da Lauren, sabe? Eles, ahm, você sabe… tem feito todas as noites, e ela não tem dormido muito.

— …Bem, eles disseram que iam ter três filhos.

Parecia que Jirukoma e Lauren estavam se dando bem. Os dois tinham um tempo de descanso, então deviam estar aproveitando ao máximo seu tempo como recém-casados.

Talvez porque ela estava com ciúmes deles, Tia fez biquinho. 

— Eu sou grande o suficiente para ter filhos, também, sabia?

— Eu disse para esperar mais um pouco, não disse? — Julius suspirou.

Embora estivessem casados, Julius ainda tinha que pôr as mãos em Tia. O fato de que Tia ainda tinha apenas dezesseis anos (fazendo dezessete este ano) tinha uma parte nisso.

Essa era considerada a idade que era possível se casar neste mundo, mas ela era mais nova que a irmã mais nova dele Roroa, e alguns de seus gestos ainda pareciam infantis, então Julius não tinha pressa para fazer nada com ela. Ele queria continuar o relacionamento deles como estava por pelo menos mais um ano.

Julius estendeu a mão, gentilmente acariciando a bochecha de Tia.

— Não há necessidade de pressa. Vamos ficar juntos para sempre. Se, em todo esse tempo que temos juntos, você puder dar à luz a meus filhos, isso me deixaria feliz

— Lorde Julius…

Eles olharam nos olhos um do outro. O clima começara a ficar vagamente doce… e então aconteceu.

Baque! Baque!  Houve uma batida violenta na porta.

Julius ordenou “entre”, e um jovem soldado entrou correndo sem parar para cumprimentar.

— T-Temos problemas, Lorde Julius!

— Você está fazendo muito barulho. O que exatamente é?

O soldado ergueu a voz. 

— Um… um presente de casamento chegou de Lady Roroa do Reino de Friedônia!

 

— O QUÊ?! Julius e Tia engoliram a seco juntos diante do que viam.

Eles foram guiados não até a entrada do castelo, mas para o portão sul dos muros de Lasta.

Quando eles passaram para o outro lado, havia um longo comboio de bagagem que seguia até as colinas. Havia uma variedade de carretas no comboio de bagagem, algumas puxadas por cavalos, outras por montarias grandes como rinossauros.

Havia muitos aventureiros guardando-o também, fazendo dele mais uma caravana de mercadores ou frota.

Enquanto Julius encarava-o em descrença em silêncio, o magro cavalheiro de cabelos grisalhos que estivera na carruagem da frente andou até ele.

— Suponho que vocês sejam Lorde Julius Lastania e sua esposa, Tia. 

O homem ficou de pé em frente dela, oferecendo uma reverência.

— Sim, mas… hmm? — disse Julius. — Eu já vi você em algum lugar antes.

— Sim. Meu nome é Sebastian Silverdeer. Anteriormente, eu gerenciei uma loja de roupas na capital principesca de Van conhecida como O Veado Prateado. Mantenho laços estreitos com Princesa desde esses dias.

Julius ficou confuso. 

— Uma loja de roupas? Nunca estive num lugar desses…

Se ele era um conhecido de Roroa, será que eles tinham passado um pelo outro no castelo?

Julius encarou o rosto de Sebastian duramente. O homem parecia bem educado, mas não era de se subestimar. Julius tinha a sensação de que já o encontrara em algum lugar antes, muito tempo atrás.

Não em uma loja de roupas, mas algum lugar mais selvagem…

— O Veado Prateado… espere, Veado Prateado?! Não, você não poderia ser o Veado Prateado, poderia?!

— Hmm, taí um nome que me traz memórias. 

Sebastian tinha um olhar tranquilo no rosto enquanto desfrutava da nostalgia.

— Costumavam me chamar assim.

O Veado Prateado havia sido o epíteto do braço direito de General Herman, avô de Julius e Roroa.

Um batedor renomado, ele recebera esse apelido por causa do cabelo prateado e a facilidade com a qual ele se movia pelas estradas montanhosas do Principado de Amidônia.

Em sua juventude, Julius vira o homem vir como assistente a Herman quando ele veio visitar o castelo.

No entanto, o Veado Prateado era para ter se aposentado cerca de uma década atrás.

O homem dissera que administrava uma loja de roupas na capital, e era próximo de Roroa. De repente, fazia muito sentido.

— O vovô Herman deve ter realmente adorado Roroa — Julius comentou.

— Ora, o que você poderia querer dizer?

Julius suspirou em relação à tentativa de Sebastian se fazendo de desentendido.

Desde a morte da filha de Herman, a mãe de Julius e Roroa, Gaius tinha se jogado na vingança contra o reino.

Porque Julius era um herói, seu pai nunca o afastara, mas por causa das inclinações mais burocráticas de Roroa, ela fora isolada na família.

Honestamente, ambos Julius e Gaius tinham ignorado o conselho dela, então Roroa aproximara-se mais do burocrata Colbert do que deles.

O avô Herman deve ter ficado preocupado com ela, e enviado seu braço direito para ficar de olho na neta, caso algo acontecesse.

Parecia que o general de rosto perpetuamente duro era mole em relação à neta.

— Roroa sabe? — Julius perguntou.

— Ora, nem eu sei ao que você pode estar aludindo

— Você é sagaz. Admito. 

Julius sorriu ironicamente 

— Bem? Sobre o que é essa caravana? Me disseram que é nosso presente de casamento.

— Sim. Tudo aqui é o presente de Lady Roroa a vocês dois. Se eu for simplesmente descrever a carga, é madeira, rocha e ferro.

— Hã? Madeira, rocha e ferro?

Como um presente de casamento? O que diabos Roroa estava fazendo?

Julius ficou desconfiado, mas então Sebastian tirou uma folha de papel do bolso. 

— Me foi confiada uma carta que eu devo ler em voz alta em sua presença.

Sebastian então começou a ler.

— Parabéns ao meu irmãozão e adorável irmãzinha. Vocês dois tão flertando? Irmão, a Irmãzinha é meio pequena, então não fica forçando-a a fazer algo muito estranho na cama.

— Aquela Roroa… estamos só na introdução, e já está tão ruim assim — Julius resmungou. Sua cabeça começava a doer diante da agressão repentina.

Tia ficou muito vermelha em relação à parte do “na cama” e olhou para o chão.

Julius ia ter que bater na cabeça dela da próxima vez que se encontrassem. Ela seria rainha nesse ponto, mas se ele conseguisse a permissão do Rei Souma antes, não viraria um incidente diplomático.

Sebastian limpou a garganta, e então continuou lendo.

— Ora bem, como seu presente de casamento, eu estava discutindo com o querido sobre o que seria adequado, e… nós estávamos pensando que o que vocês realmente precisariam na vida de recém-casados seria uma casa. É por isso que estamos enviando um monte de madeira, rocha e ferro. Vocês podem juntar o que enviamos e fazer uma casa legal para vocês, certo? Tchau tchau. Assinado Roroa.

Tia olhou confusa o comboio de carga que seguia até as montanhas. 

— Materiais para uma casa?  Mas tem o suficiente aqui para construir um castelo.

Julius sorriu ironicamente para a interpretação literal dela. 

— Tia, somos da realeza. Como realeza, nossa “casa” não seria o “país”?

— Ah, entendi! Então, Lady Roroa enviou isso para o país? — Tia perguntou.

— Deve ser isso. São todas coisas que faltam no país agora.

O Reino de Lastania estava recuperando-se dos danos que sofrera durante a onda demoníaca.

Além do território que tinha mantido até agora, também precisavam reconstruir os novos territórios que lhes tinham sido concedidos. Havia dinheiro vindo do resto da União das Nações Orientais em solidariedade, mas os materiais para a reconstrução que o dinheiro deveria comprar estavam em falta para começo de conversa. Mesmo dobrando de tamanho, não mudava o fato de que eram uma pequena nação, e comerciantes iriam a lugares que pudessem pagar mais.

Oferta e demanda. O preço de suprimentos crescia quanto mais estavam em falta.

No fim, eles tinham sido incapazes de obter suprimentos suficientes no mercado, e estavam sendo forçados a concentrar-se em reparar os muros, instalações médicas, e outras instituições de alta prioridade.

Deve ser por isso que Roroa enviara bens, não dinheiro. Parecia provável que as outras nações levantariam uma objeção se viesse em forma de ajuda material, mas era só um presente de casamento para seu irmão. Não ia ressuscitar o país inteiro do nada, mas tornaria o processo muito mais fácil.

Julius expressou sua gratidão a Sebastian:

— Deve ter sido difícil trazer todos esses suprimentos até aqui.

— Ora, sim. Juntar os suprimentos era difícil o bastante, e os preparativos para trazê-los pelos outros países da União das Nações Orientais foram muito mais complicados. Ouvi dizer que Sua Majestade fez muito esforço.

— Ele nos deixou ainda mais em dívida com ele, hã…

— Dívida…! É mesmo. O que vamos fazer?! — Tia exclamou, colocando as mãos nas bochechas.

— O que foi? — Julius perguntou. — Levantando a voz de repente assim…

— Lorde Julius, esse é um presente de casamento para nós, certo? E Lady Roroa vai casar com Sir Souma em breve, também, pelo que ouvi dizer. Acho que precisamos enviá-los algo também, mas tem algo nesse país que possa comparar com esse presente maravilhoso?!

Parecia que Tia estava preocupada com o presente de volta. Era verdade, provavelmente havia pouco que esse pequeno país em recuperação poderia enviar para o Reino de Friedônia.

Julius acariciou a bochecha dela suavemente enquanto ela tremia preocupada. 

— Está tudo bem, Tia. Se é um presente de casamento para aqueles dois, eu posso preparar um.

— V-você pode?! Mas tem algo assim neste país? 

Tia ficou parada com interrogações sobre a cabeça.

Julius sorriu para ela. 

— Há algo que podemos dar. É algo que este país está bem posicionado a oferecer. Sebastian.

— Sim. O que é?

— Quando os suprimentos forem descarregados, você retornará ao reino, certo? Vou pegar agora, então poderia entregar meu presente de aniversário para Roroa e Souma?

— Como desejar, senhor.

 Sebastian curvou-se reverentemente de novo.

Julius voltou ao castelo temporariamente, retirando de sua mesa o item que ele procurava, e então voltou ao portão onde Sebastian esperava. Então, quando ele entregou o que trouxera, pediu que fosse entregue a Souma.

Quando ela viu o que Julius dera a ele, Tia inclinou a cabeça para o lado. 

— Esse item é equivalente ao presente deles?

— Sim. Isso vai servir.

 Acariciando o cabelo de sua esposa confusa, Julius insistiu:

 — Tenho certeza que Souma quer isso mais do que qualquer outra coisa.

 

 

 

Duas semanas depois, no escritório de assuntos governamentais no Castelo de Parnam, enquanto Roroa e Sebastian observavam, Souma dava uma vasculhada no presente de casamento que Julius enviara.

A razão pela qual ele vasculhava o presente era porque Julius enviara um maço de papéis.

Quando terminou de ler, Souma suspirou, e deixou os papéis em cima da mesa.

— Tenho que admitir para Julius. Não só ele sabia o que eu queria, mas preparara isso com antecedência, também. Ele é assustadoramente perceptivo.

— Querido. Qual foi o presente de casamento do meu irmão? — Roroa perguntou.

Ele cruzou os braços. 

— Este é um relatório a respeito da situação em Malmkhitan compilada por pessoas trabalhando para Julius.

— Esse é o lugar de onde o tal Fuuga com que você está preocupado é, né?

Souma assentiu, levantou-se, e andou até o mapa do continente pendurado na parede. Então, ele olhou para Malmkhitan na União das Nações Orientais.

— Parece que o casamento de Fuuga e Madame Mutsumi foi realizado há pouco em Malmkhitan. Simultaneamente, eles tiveram sucesso em eliminar os elementos anti-Fuuga restantes internamente. Resumindo, Fuuga sustentou a frente doméstica dentro de Malmkhitan.

Souma pôs a mão em cima de Malmkhitan no mapa. O território ainda era pequeno a ponto de sua mão sair dele, mas assim como os dedos iam para fora, a ambição de Fuuga também iria para fora do país.

— Agora os olhos deles virarão para fora de verdade — Souma disse.

Fuuga falara sobre isso. Primeiro ele ia garantir o país, então depois que isso acabasse, pediria ajuda de outros países na União das Nações Orientais para invadir o Domínio do Rei Demônio.

Esse plano finalmente seria posto em prática.

De agora em diante, Souma seria cada vez menos capaz de ignorar as ações de Fuuga.

Ele retornou à mesa e pôs uma mão nos papéis.

 — Esse é um relatório baseado na investigação independente de Julius sobre Malmkhitan. Enviei os Gatos Pretos para realizarem operações de inteligência próprias, mas já que a União das Nações Orientais é um grupo de países, fazer contato é difícil, colocando limites pesados em suas atividades. Entretanto, já que Lastania pertence à União das Nações Orientais, parece que uma quantidade razoável de informação está chegando a Julius.

— Então, meu irmão estava te contando sobre isso. — Roroa perguntou.

— É. Por exemplo, é difícil para os Gatos Pretos investigarem quais negociações Fuuga pode fazer com outros países dentro da União das Nações Orientais. Julius diz que isso não é uma coisa pontual; ele enviará atualizações regulares. Como nosso presente de casamento.

Souma queria informações sobre Fuuga, não importa como. Mesmo que tivesse custado mais do que os bens que ele pedira que Roroa enviasse.

O fato de que ele entendera, e enviara isso de volta como um presente de casamento, mostrava que Julius não era um homem a ser subestimado.

— Este presente de casamento vale uma fortuna — Souma disse.

 


 

Tradução: Enzo

Revisão: Merovíngio

 

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