Tarde do 2º Dia, 2º mês, 1548º ano, Calendário Continental. Castelo de Parnam.
— Heh heh heh! Finalmente, está completo.
Era um dia limpo e relativamente quente para o inverno. Numa sala com cortinas, um tanto escura, não conseguia não sorrir enquanto olhava para uma certa obra minha. Isso era porque a coisa para a qual eu tinha achado tempo na minha rotina atarefada para trabalhar, lentamente estava finalmente terminada.
Fwahaha! Não seria exagero algum chamar isso da melhor arma de todas.
Eu jamais perderia novamente.
Isso era o quão animado estava com isso.
— Porque está dando esse sorriso? — Liscia, sentada na cama, disse irritada.
Esse era o quarto de dela. Embora a disposição dos móveis não tivesse mudado desde a última vez que eu estive aqui, tínhamos recentemente instalado um berço para nossos filhos, Cian e Kazuha. Havia passado apenas um mês desde que nasceram, então as crianças viviam próximas de Liscia.
Eu deixei de lado minha obra completa e virei-me para sentar na minha cadeira ao contrário, repousando meus cotovelos e queixo no encosto enquanto observava Liscia e as crianças. Era hora de amamentar.
O cabelo dela tinha crescido até o mesmo estilo de quando nos conhecemos pela primeira vez. Com ele preso atrás da nuca, Liscia baixou as roupas em um dos ombros, e deu leite para nosso filho com uma expressão gentil no seu rosto. Sua beleza era tão divina a ponto de me fazer pensar que ela tinha sido cortada de um retrato de Nossa Senhora.
Cian terminou, e agora era a vez de Kazuha. O Cian agora cheio estava deitado no berço com os olhos fechados.
— Ah, poxa. Eu finalmente os terminei, sabe? Peguei a coisa deixada a meu lado e mostrei para Liscia. Eram dois conjuntos de roupas de bebê.
— Bem? Não acha que ficaram fofas?
As pequenas roupas com gorros foram costuradas a mão por mim.
Tendo ouvido que teríamos gêmeos, começara a ter ideias, e tirado as medidas após eles nascerem para começar o trabalho. Fiquei confiante com os resultados.
A propósito, aparentemente eu fiquei sorrindo o tempo inteiro que trabalhava nelas, e minhas outras noivas acharam isso super desagradável.
Quando Liscia viu o design incomum das roupas, ela suspirou:
— Sim, elas são fofas, mas são praticamente fantasias. Com base em que criaturas elas foram feitas?
— Gachapin e Mukku.
— Nunca ouvi falar deles.
— Bem, sim. Eles são criaturas ficcionais do meu mundo.
Gachapin e Mukku eram os personagens principais de um programa infantil1Gachapin (ガチャピン) e Mukku (ムック) são dois personagens de um programa infantil intitulado Hirake! Ponkikki, exibido na TV Fuji durante abril de 1973 a setembro de 1993. Gachapin é um dinossauro de dentes esverdeados e Mukku é um Yeti vermelho. Aqui um vídeo do programa original. que eu assistira muito tempo atrás.
Eles eram azuis e marrons com rostos relaxados, e quando você olhava de perto, começava a duvidar se eles eram ou não realmente fofos, mas eles tinham um charme estranho, e muitos produtos deles foram lançados.
Começando a fazer roupas de bebê para os gêmeos, a primeira coisa que veio à mente foi que fantasias de corpo inteiro baseadas em Gachapin e Mukku seriam adoráveis.
— Eles se baseiam no Monstro do Lago Ness e num yeti2Iéti (termo na língua portuguesa derivado do inglês) em nepalês: हिममानव, yeti lit. “homem da montanha” ou Abominável Homem das Neves é uma criatura que supostamente vive na região dos Himalaias., acho eu? — Completei.
— Eu entendo que não compreendo do que você está falando… Você parece ter se esforçado muito nisso, mas são bebês. Eles vão estragá-las rapidinho, sabe?
— Bem, eu fiz mais dois conjuntos para que eles tivessem uma muda de roupas.
— Foque essa paixão nos seus deveres administrativos. Você vai fazer Hakuya chorar, sabe?
— Mas eu me recuso.
— Francamente… Ah.
A amamentação deve ter terminado, porque Liscia afastou Kazuha e deu um tapinha nas costas dela para que arrotasse. Então, carregando-a para o berço, Liscia a colocou do lado de Cian. Ela logo fechou os olhos, murmurando enquanto caía no sono.
Kazuha tendia a ficar irritadiça quando estava sozinha, mas se Cian estivesse lá, caía no sono facilmente. Já que eram gêmeos, era reconfortante ter a sua outra metade perto dela?
Liscia e eu ficamos de pé lado a lado olhando para baixo para as crianças, que estavam dormindo de barrigas cheias e expressões tranquilas.
Só de olhar para eles eu ficava feliz, também. Esperava que bebessem muito leite, dormissem bem e crescessem saudáveis.
Liscia riu ironicamente:
— Você está sorrindo de novo, Souma.
Eu devia ter um sorriso e tanto no meu rosto, mas você podia me culpar? Quer dizer, a expressão de Liscia não era tão diferente.
— Ah, poxa. Nossas crianças não são muito fofas? — disse.
— Já é um pai amoroso? …Bem, me sinto da mesma forma, entretanto.
— Quer dizer, de verdade, estou tão feliz.
— Quando você fala tão diretamente… é meio constrangedor — Liscia deu uma risada envergonhada.
Ah, eu a amava tanto.
— Estou feliz, rodeado da família assim.
— Hee hee! Ainda não estamos casados, porém.
— Ah! Falando de casamento… finalmente decidimos um dia para a cerimônia — eu disse.
Nossa cerimônia de casamento, que tinha sido adiada repetidamente pela gravidez de Liscia e a campanha na União das Nações Orientais, finalmente tinha uma data: o primeiro dia do quarto mês do 1548º ano (este ano) do Calendário Continental. Esse seria o dia da minha coroação e casamento com Liscia e as outras.
Quando eu disse isso a ela, Liscia deu um suspiro profundo e emocionado:
— Em dois meses, você finalmente vai ser o rei de verdade, não só o provisório.
— É. E vocês todas vão deixar de ser candidatas a rainha e tornar-se rainhas.
— Passaram-se uns dois anos desde que você veio a esse mundo, suponho. Mas com tudo que aconteceu nesse tempo, é difícil de acreditar que foram apenas dois anos.
– É. Tenho certeza que o eu do tempo que fui invocado jamais imaginaria a situação que estaria agora.
Eu tinha cinco noivas, e já tinha filhos com uma delas. Parecia que tinha vindo a um lugar muito distante.
Liscia deu uma risadinha:
— Hee hee! Pensando bem, Souma, quando nos conhecemos, você disse: “Eu provavelmente vou desistir desse trabalho de rei em torno de alguns anos, de qualquer jeito. Podemos desfazer o matrimônio nessa hora”, ou algo assim, não disse?
É. Eu disse isso, hã? Parecia fazer tanto tempo agora.
— Não traz esse assunto tão seriamente assim — eu disse — Seria um problema se você quisesse voltar atrás a essa altura.
— Obviamente. Mas, naquele tempo, eu pensei: “Se me tornar a família dele, conseguiria prender Souma neste país, será? Se conseguir fazer do casamento um fato consumado…
— Hã, você estava pensando coisas assim?
Ela estava preparada para casar comigo desde tão cedo?
Liscia sorriu orgulhosa:
— Eu consegui, de fato, tornar-me sua família e fazer do casamento um fato consumado. Não é impressionante?
—… É. Não sou páreo pra você.
Dei um leve beijo em Liscia.
Tinha sido constrangedor antes, mas podíamos nos beijar mais naturalmente agora. Ela também não parecia se incomodar.
Depois do beijo, eu cocei minha bochecha desajeitadamente:
— Ahaha… Mas tem um problema que surgiu a respeito do casamento.
— Hã? Do que está falando?
— Com a minha coroação, o casamento com todas vocês, e a primeira aparição pública das crianças acontecendo juntas, Roroa e seu pessoal estão ficando agitados.
Eles aparentemente queriam mobilizar a capital inteira numa enorme celebração. Era o tipo de ideia que você esperaria de uma garota que adorava tanto festivais.
Liscia sorriu ironicamente:
— Isso é muito a cara da Roroa, mas… parece bastante trabalho. O que envolve, exatamente?
— O plano inicial incluía realizar cerimônias de casamento para quaisquer subordinados meus que as desejassem, também. A Casa de Arcs e a Casa de Magna só coincidiram de estarem planejando casamentos por volta do mesmo tempo, afinal.
O capitão de Guarda Real, Ludwin, casaria-se com Genia, a ultracientista, enquanto Hal planejava casar-se com ambas Kaede e Ruby. Fazendo o castelo realizar essas cerimônias, a esperança era haver cerimônias de casamento ao redor da capital para o evento.
— Encontramos outros subordinados que queriam aproveitar essa chance para casar, mas… porque o evento se tornou tão grande, não temos casais o suficiente. Se possível, fazer cerimônias de casamento para aqueles que me servem diretamente seria conveniente, me disseram.
— Mas casamento não é algo tão simples, certo? — Liscia disse, me repreendendo, e eu pude apenas assentir.
— Bem, sim. Mas temos um número de casais que sentem que deveriam ficar juntos, mas não estão, então acho que depende deles agirem.
— De quem está falando?
— Poncho é um deles, Ginger o outro.
— Ahh… Liscia assentiu, parecendo entender o que eu queria dizer.
Esses caras estavam numa situação em que não seria estranho eles se casassem a qualquer momento, mas os próprios eram tão desajeitados que não teve qualquer progresso perceptível.
Eu quero que Poncho, em particular, se estabeleça logo…
O número de pedidos para casamento chegando ao castelo estava começando a ter um efeito adverso na burocracia. Eu entendia que a opinião de Poncho sobre o assunto era importante, mas mesmo assim.
Realmente não tinha nada que pudesse ser feito…?
Tradução: Enzo
Revisão: Merovíngio
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