Aconteceu por volta da hora que Souma retornara da União das Nações Orientais, voara montado em Naden até o domínio do antigo rei Albert e esperava ansiosamente que seus filhos nascessem.
— Eu voltei, senhor! — chilreou Tomoe.
— Bem vinda de volta, irmãzinha. Fico feliz que esteja bem.
Com essa saudação entusiástica, Hakuya acariciou a cabeça de Tomoe. Ele olhou para os dois de pé ao lado dela.
— Esses devem ser os dois que você trouxe de volta da União das Nações Orientais. Sr. Ichiha Chima do Ducado de Chima, e Madame Yuriga Haan do país da estepe Malmkhitan, certo? Um kui mensageiro de Sua Majestade me informou da situação. Sou o Primeiro-Ministro deste país, Hakuya Kwonmin.
— So- Sou Ichiha Chima. Fico a seus cuidados.
— Sou Yuriga Haan. É um prazer conhecê-lo, Primeiro-Ministro.
Ichiha era tímido, enquanto Yuriga era audaciosa.
Embora fosse mais óbvio com Ichiha, era fácil ver que Yuriga estava tensa também. A razão de ela parecer audaciosa era que ela estava se fazendo de forte.
Com um sorriso levemente amarelo, Hakuya disse aos dois:
— Não tem necessidade de cumprimentos exageradamente formais. Vocês são os amigos de escola da irmã mais nova de Sua Majestade. Sintam-se à vontade para me chamar de Hakuya apenas.
Ichiha olhou nervoso.
— O-Ok, Sr. Hakuya
— Muito bem — disse Yuriga
— Ah, mas isso não significa que você pode só chamá-lo pelo nome. Precisa chamá-lo de Senhor Hakuya quando ele estiver atuando como seu professor, Yuriga.
— Porque você só tá dizendo isso para mim?! Eu tenho pelo menos isso de senso comum.
— Tem mesmo…?
— Como exatamente você me vê?
— Assim? — Tomoe encarou Yuriga desinteressada.
— Não me olha desse jeito, pirralha!
A resposta de Tomoe foi arrastada até a incompreensão quando Yuriga apertava as bochechas dela. Deve ter achado engraçado quão rápido ela ficou brava, porque estava sorrindo mesmo tendo suas bochechas apertadas.
— E–Esperem, vocês duas! Vocês estão em frente ao Sr. Hakuya, sabem?
Ichiha tentou interceder, mas ele não tinha uma personalidade que o deixava falar firmemente, então elas não estavam lhe ouvindo.
Hakuya observou os três barulhentos na sua frente surpreso.
Então… ela consegue fazer uma cara dessas, também. A irmãzinha que era tão reservada e tímida com tudo está se divertindo como uma garota da sua idade quando está com Madame Yuriga e Sr. Ichiha.
Pensando bem, não tinha nada além de adultos ao redor de Tomoe até agora. Tanto no campo de refugiados quanto depois de vir ao castelo, ela estava rodeada por pessoas mais velhas como Souma, Liscia e Hakuya. Não tinha amigos de sua idade.
Agora, entretanto, Ichiha e Yuriga estavam aqui. Deve ser o motivo de Tomoe estar brincando tão alegre.
Seja como for… apenas fico feliz que ela esteja se divertindo — pensou Hakuya com um olhar gentil.
— Agora, escutem aqui! — disse Yuriga demandando — Sou mais velha que vocês, entenderam? Me respeitem um pouco.
— O queeee? Mas Yuriga, você é um só um pouco maior do que eu. — Protestou Ichiha.
— B– Bem, eu vou ficar ainda maior! De várias formas!
— Eu acho que Ichiha vai ficar grande — contradisse Tomoe —, Mutsumi e seus irmãos e irmãos eram grandes, afinal.
— V-Você acha…? —Ichiha perguntou esperançoso — Gostaria disso.
— Espera aí! Você é uma tampinha também, Tomoe! Você vai ser pequena pra sempre, não vai?
— Murghh. A irmãzona Liscia tem um bom corpo. Tenho certeza que vou ser que nem ela…
— Você é a filha adotiva do antigo rei e rainha, não é? — Yuriga revidou — O corpo da sua irmã adotiva não vem ao caso.
— Vem sim, também! Um dia vou ser tão balançante quanto a Juna…
— Am, essa conversa tá ficando estranha de ouvir. Podemos parar talvez? Estão ouvindo?
Enquanto via as crianças fazendo barulho sem parar, Hakuya pôs a mão na testa.
Ele estava contente em ver Tomoe com tanta energia, porém achava que os três juntos eram energéticos demais.
Acredito que Sua Majestade decidiu que eu estaria encarregado de educá-los até que possam frequentar a escola na próxima primavera. A irmãzinha não foi nenhum problema sozinha, se tiver que ensinar esse trio barulhento… Estarei com sérios problemas.
Enquanto ele ouvia as crianças barulhentas, Hakuya imaginou seu futuro sendo arrastado de um lado pro outro por esses três, e se sentiu só um pouquinho desanimado.
Depois de um pouquinho, os três se acalmaram.
— Elas são… incríveis!
Olhando o que estava à sua frente, Hakuya soltou um suspiro de admiração.
Com as apresentações finalizadas, Hakuya e as crianças foram ao quarto dele no castelo.
Havia vários pedaços de papel abertos em cima da mesa onde normalmente ensinava Tomoe. Eram todas ilustrações que Ichiha tinha desenhado.
— O que é isso? É meio assustador — disse Yuriga enquanto ela levantava uma ilustração e analisava-a.
Talvez ele estivesse acostumado com essa resposta, porque Ichiha pegou o papel da mão dela com um sorriso forçado.
— Ahaha… Realmente é estranho, né? Fazer todos esses desenhos.
— Não é! — disse Tomoe indignada, pegando nas mãos dele — O Irmãozão disse que seus desenhos são o tesouro da humanidade.
— T–Tomoe…
Ichiha ficou envergonhado e um pouco vermelho.
Yuriga deve ter achado isso difícil de acreditar, porque ela tombou a cabeça de lado enquanto olhava os desenhos.
— Não parecem desenhos tão bons pra mim.
— São desenhos excelentes. — Hakuya pôs as mãos nos ombros de Yuriga e falou numa voz gentil — Porque monstros são perigosos, é difícil criar circunstâncias em que pesquisadores possam estudá-los em campo. Isso significa que esses estudos avançam lentamente. No entanto, Sr. Ichiha capturou precisamente as categorias que os definem, e além disso, categorizou-os de seu próprio jeito. Com mais ordenação e organização desses desenhos, imagino que o estudo de monstros avançaria muito.
Ichiha tentou discordar com uma voz baixa a ponto de sumir:
— N-Não… Você está exagerando…
— Não há hipérbole nas minhas palavras.
Hakuya honestamente acreditava no que disse.
— Neste continente, acredito que podemos chamar Sr. Ichiha de o principal especialista em monstrologia. O fato de ele ser um menino de dez anos me deixa ansioso para ver o que o futuro reserva para ele. Acredito que este seja um presente raro dos céus. Não devia esperar menos de Sua Majestade, o maníaco do recrutamento. O comportamento por vezes bizarro dele me dá dor de cabeça, mas quanto a achar pessoas talentosas, tenho que ficar impressionado com ele.
— Você é muito duro com seu lorde e mestre — comentou Yuriga.
— E-Ele passou por muita coisa. Muita mesmo.
Tomoe bateu no ombro de Yuriga como se dissesse “Não diga mais nada”.
As políticas bizarras de Souma frequentemente davam mais trabalho para Hakuya, e Tomoe tinha visto a exaustão no rosto dele várias vezes. Claro, o próprio Souma, a fonte dessa exaustão, frequentemente parecia cansado, então ela não podia culpá-lo por isso. Mas…
Hakuya limpou a garganta alto:
— Ahem… De qualquer jeito, estes são desenhos magníficos. Adoraria compilá-los em um livro um dia. Sob o nome de Sr. Ichiha, é claro.
— Um… um livro? Não… É demais pra mim.
Ichiha balançou a cabeça pros lados.
Hakuya deu um pequeno sorriso:
— Naturalmente, quando a hora chegar, vou ajudar a supervisionar o processo. Países que colocam muito valor no mistério como o Estado Papal Ortodoxo Lunariano veem com desconfiança esse tipo de pesquisa do desconhecido. Para evitar agitá-los, talvez devêssemos incluir a opinião pessoal o menos possível, e simplesmente relatar a verdade de uma forma exata. Como um dicionário ou enciclopédia, um livro de bolso que deixe a especulação a cargo de quem esteja usando-o.
— Você quer dizer… uma enciclopédia de monstros? — perguntou Ichiha.
— Oh, é um bom nome, a Enciclopédia de Monstros. Se vamos nos dar ao trabalho de fazê-la, gostaríamos que fosse um livro que todo futuro monstrologista mantivesse por perto.
— Se isso pudesse acontecer… seria maravilhoso. E-eu estou ficando todo animado agora! — disse Ichiha feliz.
Hakuya achava o mesmo. Ele era um amante de livros sem igual, e quando se tratava de obras escritas, mal podia se conter.
Apesar da grande diferença de idade entre eles, Hakuya e Ichiha ansiosamente discutiam a composição de sua Enciclopédia de Monstros, enquanto Tomoe e Yuriga estavam excluídas, observando-os com irritação.
— É incrível como homens conseguem ficar tão absorvidos nessas coisas sem sentido, não acha? — reclamou Yuriga
— Ahaha! Juna me disse que é assim que eles são mesmo, sabe? Ela estava repetindo o que ouviu da Duquesa Walter, mas é isso que supostamente fazem eles serem fofos.
— É assim que funciona — pensou Yuriga —, então eles podem ficar nisso pra sempre. Me mostre o castelo. Algum lugar que possamos conseguir boa comida seria preferível.
— Claro. Vamos ao refeitório Ishizuka. Será que o Poncho está lá?
Deixando para trás os dois homens animados, Tomoe levou Yuriga para fora do quarto de Hakuya, puxando a sua mão.
Apesar de todas as brigas, as duas eram boas amigas.
A propósito, Hakuya e Ichiha ainda estavam conversando quando as duas voltaram depois de pegar um lanche com Poncho, o que só serviu para deixá-las mais irritadas.
***
Enquanto isso…
— Sinto muito! — gritou Inugami.
Na creche que cuidava dos filhos das mulheres que trabalham no castelo, esse membro da unidade clandestina Gatos Pretos estava curvado de joelhos em frente à mãe real de Tomoe, Tomoko.
Ela arregalou os olhos diante dele se curvando de repente, mas quando levantou o rosto, Inugami falou com uma voz cheia de decepção.
— Mesmo Sua Majestade me confiando a segurança de Lady Tomoe, tirei meus olhos dela, sendo exposta ao perigo. Eu realmente sinto muito!
Inugami estava se desculpando para Tomoko pelo incidente na União das Nações Orientais.
Quando ficavam no Castelo de Wedan, do Duque de Chima, Inugami deixara a companhia de Tomoe a pedido de Souma apesar de ser sua guarda-costas.
Nesse meio tempo, Tomoe saiu do quarto deles e foi explorar o castelo, resultando em uma briga entre ela e alguns oficiais das forças da União das Nações Orientais.
Os esforços de Ichiha e a chegada rápida de Souma evitaram que algo muito ruim acontecesse, mas Inugami ainda se arrependia de ter deixado Tomoe sozinha.
— Por favor, levante-se, Sr. Inugami — disse Tomoko com um tom de voz gentil, tendo ouvido os detalhes — Senão, Rou vai subir nas suas costas, sabe?
— Hã?
— Ah! Aliás, não levante-se!
Ele não tinha percebido, porque estava distraído com o pedido de desculpas, mas um menino de quatro anos com orelhas de lobo estava tentando escalar as costas de Inugami.
Rou era o irmãozinho de Tomoe.
Ele continuava a escalar a lateral de Inugami, e quando alcançou o topo das costas, sorriu como se orgulhoso de ter chegado ao cume.
A cena comovente fez Tomoko sorrir.
— Tudo aconteceu porque Tomoe foi desobediente — disse gentilmente. — Você estava longe devido a sua função, então não precisa ficar preocupado com isso.
— Mas se algo acontecesse com Lady Tomoe…
Inugami não conseguia levantar com Rou em cima das suas costas, então Tomoko se agachou na frente dele e cutucou seu focinho.
— Fico feliz por isso.
— Hã? Você está feliz?
— Esse é o tipo de personalidade que aquela menina sempre teve antes. Travessa e curiosa sobre tudo. Quando ela era menor, era uma criança energética que ficava sempre sumindo da nossa vista, assim como eu. Ela era uma pequena moleca problemática.
Travessa e cheia de energia. Com um traço de moleca que ela tinha puxado da mãe.
Inugami piscou, incapaz de conectar essa descrição de Tomoe que estava ouvindo de Tomoko com a que ele conhecia até agora.
Ela continuou falando com um olhar de nostalgia:
— Nossa família passou por muitas coisas. Perdemos meu marido para uma doença logo depois de Rou nascer, então fomos expulsos de nossa terra natal pelos monstros e chegamos a essa terra como refugiados. A personalidade atual daquela garota foi formada nesse ambiente.
Quando Tomoko falava, ela parecia triste por não ter podido deixar sua filha permanecer uma moleca. Inugami sofreu vendo isso.
— Madame Tomoko… — começou ele.
Entretanto, ela sorriu gentilmente para ele.
— Mas ultimamente, tem estado bem mais alegre. Deve ser porque Sua Majestade, junto com os pais adotivos dela Lorde Albert e Lady Elisha, tem sido muito bondosos. Se chegou ao ponto de conseguir ser desobediente e sair de fininho do seu quarto, eu não podia estar mais feliz. Vou dar uma bronca firme nela depois, porém. Sou realmente grata a todos vocês.
Vendo a cara travessa de Tomoko, Inugami acrescentou:
— Mas se algo acontecesse com Madame Tomoe…
— Se algo acontecesse, você a protegeria, certo?
Quando ela olhou para Inugami, seus olhos estavam sérios. Era a prova da confiança dela nele.
Vendo esses olhos, Inugami cruzou os braços.
— É claro. Mesmo que custe a minha vida.
— Minha nossa! Cuide da sua vida, senão Rou ficaria triste. Ele gostou tanto de você. Rou, você gosta de subir nas costas de Sr. Inugami?
— Sim! — Rou respondeu energicamente.
Inugami olhou para baixo num misto igual de felicidade e vergonha. Tomoko gentilmente perguntou:
— Está livre depois disso, Sr. Inugami? Minha pausa está chegando, então se juntaria a mim para um chá?
— Sim, senhora. Não tenho nada marcado, a acompanharei.
Inugami pegou Rou de suas costas e colocou o menino nos seus ombros. Com o seu ponto de vista elevado ainda mais, Rou arrulhou alegre.
Tomoko riu:
— Hee hee! Você não precisa ser tão formal com uma pessoa comum como eu, sabe?
— É- É só minha natureza. Estive no exército por tanto tempo, sempre só com homens, então tive poucas oportunidades de interagir com mulheres… Ah! Não era para eu falar sobre o meu histórico militar!
— Tehe. Vou fingir que nunca ouvi, então.
Os dois (e Rou nos ombros de Inugami) saíram andando lado a lado.
Eles eram de raças similares, então mesmo Inugami usando uma máscara, não pareciam nada além de dois pais com seu filho.
Tradução: Enzo
Revisão: Merovíngio
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