10º dia, 1º mês, 1.547º ano, Calendário Continental – Capital Real de Parnam
Era um dia em que o clima festivo do Ano Novo estava começando a se acalmar.
A praça da fonte em Parnam, onde a Transmissão de Voz da Joia podia ser assistida, ainda estava lotada. Aparentemente, aquele novo rei iria transmitir outro programa novo, então as pessoas se reuniram para vê-lo. Neste ponto, era uma visão familiar em praticamente qualquer cidade onde a Transmissão de Voz da Joia pudesse ser assistida. O povo se reunia toda vez que um novo programa como este era planejado; os mercadores apareceriam com seus carrinhos, e a atmosfera mudaria como se fosse um festival.
Dece, Juno e seu grupo de aventureiros estavam lá naquela festiva praça da fonte.
— Uau, está lotado como sempre — comentou Juno. — Essa sim é a capital.
Essa era a opinião que a ladra esguia, com rosto de bebê, deixou escapar enquanto era espremida por todas as pessoas que passavam. Com a missão de proteção que haviam pego da guilda concluída, o grupo decidiu ver a Transmissão de Voz da Joia, uma vez que já estavam na área.
O vigoroso lutador, Augus, arrastava o afável jovem sacerdote Febral de uma barraca para outra, então os únicos presentes eram Juno, o belo espadachim de sangue quente, Dece, e a quieta e bela maga, Julia.
— Afinal, esses programas que são transmitidos já se tornaram um dos pontos turísticos mais famosos deste país — disse Dece para Juno. — Os programas de música são os melhores, sabe. As loreleis são fofas e, quando considero a possibilidade de não poder mais ouvir suas vozes, mesmo sendo um aventureiro, não sinto vontade de ir para outros países… Ai!
Dece estava tagarelando sobre o assunto, mas Julia beliscou seu braço com um sorriso.
Vendo que seu líder simplesmente não entendia o coração feminino, Juno encolheu os ombros com desânimo. Ela começou a pensar que talvez devesse ser atenciosa e ir para algum lugar pelo bem deles… mas então aconteceu.
A transmissão parecia ter começado, e todas as pessoas estavam olhando para a fonte, mas o que foi exibido lá era… algum tipo de criatura rechonchuda? Todo o povo do reino ficou surpreso com isso, mas Juno teve a reação mais ruidosa de todas.
— Huh?! O que o Senhor Musashibo está fazendo lá?!
Sim. O que havia para esconder? O que aparecia na tela não era um boneco de neve, ou um kagami mochi1Kagami Mochi: são dois bolos de arroz (mochi) sobrepostos (o de baixo ligeiramente maior), com a daidai (laranja amarga japonesa) em cima, anexada com uma folha., era o Pequeno Musashibo. Ele se virou para a tela e balançou os braços.
— Ei, pessoal. Eu sou o Pequeno Musashibo. Prazer em conhecê-los.
— Ele falou?!
Ao ouvir a adorável voz infantil do Pequeno Musashibo, Juno, Dece e Julia gritaram de surpresa ao mesmo tempo. Ele, que nunca havia dito uma palavra, não importa o quanto eles se meteram em problemas durante uma missão, agora estava na tela e falando. Ninguém poderia culpá-los pela surpresa.
— Essa voz… parece de criança ou de mulher. A pessoa dentro dele era mulher o tempo todo?! — gritou Dece em choque, mas Juno imediatamente negou.
— Nah, eu já vi a mão dele uma vez, e ele era só um cara normal.
— Mas essa é uma voz feminina, não é?
— É um traje kigurumi2Kigurumi: é um conceito/tendência japonesa que designa pessoas caracterizadas ou fantasiadas como animais ou personagens de desenho animado., então por que não pode ser apenas uma pessoa diferente por dentro? — sugeriu Julia, em um tom relaxado.
Dece e Juno engoliram em seco, vendo a lógica por trás do comentário.
— S-Sim, claro que é isso.
Eles haviam esquecido por causa de quão humanos eram seus gestos, mas a pessoa em questão estava em um traje kigurumi. Era possível que o traje apenas tivesse sido emprestado pelo castelo.
Sem nenhuma ideia da confusão que estava causando para Juno e os outros, o Pequeno Musashibo na transmissão declarou em voz alta:
— Certo, Juntos Com a Irmãzona está começando agora.
Ao mesmo tempo — Grande Salão do Castelo Parnam
No momento, o Pequeno Musashibo estava dançando uma melodia descontraída bem na frente dos nossos olhos. Liscia, que estava ao meu lado e assistindo isso de um ponto que não iria aparecer na transmissão, ficou com a boca aberta, uma expressão vazia no rosto. Houve um silêncio constrangedor entre nós.
— Hm… Você poderia dizer alguma coisa? — perguntei hesitante.
— Nem sei por onde começar… Não, quero dizer, o que isso deveria ser?
— O Pequeno Musashibo.
— Sim. Isso eu sei. Não foi isso o que eu quis dizer. Por que está falando?
— Bem, porque há uma pessoa dentro, é claro — falei. — É a voz de Pamille Carol.
— Pamille está dentro dessa coisa?!
Sim, na verdade, estava. Não tínhamos equipamento para gravação, então não podíamos adicionar a voz no pós-processamento, o que significava que a voz tinha que sair de dentro do Pequeno Musashibo. Eu estava controlando seus movimentos, então não era muito pesado para Pamille, mas ela ainda reclamou que estava quente e abafado lá dentro.
— Você tem aquele traje kigurumi registrado como aventureiro, não é? — perguntou Liscia de forma autoritária. — Está tudo bem que isso apareça na Transmissão de Voz da Joia? Não seria ruim se as pessoas descobrissem que ele estava conectado à família real?
Ahhh, sim, se Juno e os outros estivessem assistindo, isso poderia resultar em um pouco de dor de cabeça.
— Bem, é um traje kigurumi — falei. — “Vimos este kigurumi na cidade e achamos que era bonito, então o castelo pediu uma cópia, e agora estamos usando como um personagem em nosso programa”… Uma história como essa não funcionaria?
— Mesmo assim… — murmurou ela. — Espera, sobre o quê esse programa é mesmo?
— Sobre o quê, você pergunta? É um programa educacional.
— Educacional?
— Ah, olha, a atração principal está prestes a começar — falei, apontando.
A música descontraída terminou e a nova cena a ser transmitida foi montada em um palco.
No palco havia um cenário de árvores, grama e tocos de madeira para mostrar que era uma floresta. No meio daquela floresta esparsa, o Pequeno Musashibo desenhava algo com giz no chão. Olhando mais de perto, pareciam ser números.
— Hm… 1+1 é 2, 2+2 é 4… Hm, esses cálculos são difíceis.
O Pequeno Musashibo torceu a cabeça em confusão. O gesto foi bem infantil.
Uma garota mais velha com cabelo azul, vestindo uma roupa de garoto, incluindo um chapéu e um macacão, passou. Quando a garota de cabelo azul notou o Pequeno Musashibo, chamou com uma voz alegre:
— Ei, o que há de errado, Pequeno Musashibo? Por que a expressão preocupada em seu rosto (inexpressivo)?
O Pequeno Musashibo ergueu os olhos, caminhando até a garota com passos lentos e leves.
— Olá, Irmãzona Juna.
Nesse ponto, os espectadores adultos perceberam o que estava acontecendo. A Irmãzona era a famosa Prima Lorelei, Juna Doma.
Por Juna ser mais conhecida por ser tão bonita que até as garotas a desejavam, não tinham feito a conexão com ela nesta roupa de garoto. Seu tom de voz era mais direto, de acordo com a roupa. Embora essa versão de Juna tivesse perdido a sensualidade madura que a fazia parecer mais velha do que realmente era, trouxe à tona uma fofura que era mais parecida com o que se esperaria de uma garota de sua idade.
O Pequeno Musashibo pediu ajuda à “Irmãzona Juna”.
— Irmãzona Juna, aritmética é difícil e não sei o que fazer. Eu olho para os livros, mas há apenas números e símbolos, e não é nada interessante.
Houve um grande número de espectadores que concordaram com a cabeça.
Faziam nove dias desde que Souma encorajou as pessoas a aprender a ler, escrever e calcular, mas aqueles que viviam um estilo de vida em que não precisavam fazer cálculos aparentemente pensaram: “Tá, ler e escrever, talvez, mas de que adianta quem não é comerciante aprender a fazer cálculos?”
No entanto, Juna riu e deu uma piscadela divertida para o Pequeno Musashibo, que estava expressando as opiniões dos telespectadores para eles.
— Nossa, você não sabia que matemática pode ser divertida?
— O quê? Sério? — perguntou o Pequeno Musashibo em dúvida.
— É verdade — disse ela com bastante confiança.
Uma melodia divertida e alegre começou a tocar novamente, parecia ser de nenhum lugar em particular. Juna começou a cantar junto com isso.
A música era “Aritimética Divertida”. Era do Minna no Uta, ou Canções para Todos, no mundo de Souma. Essa música, que era cantada por Seiji Tanaka, apresentava adição, subtração, o fato de que quando se tem um grupo de dez, ele sobe para um novo dígito, e o fato de que qualquer número, não importa o quão grande, desaparece quando multiplicado por zero; tudo de uma forma cômica.
Juna e o Pequeno Musashibo cantaram essa música, dançando juntos alegremente em um círculo.
Quando terminaram, o Pequeno Musashibo bateu palmas com entusiasmo.
— Sinto que a aritmética acabou de ficar divertida. Se eu estudar, será ainda mais divertido?
— Claro — assegurou Juna. — Se você estudar muito, poderá fazer coisas ainda mais incríveis.
Então ela cantou uma música para o Pequeno Musashibo, sobre todas as coisas que ele seria capaz de fazer se estudasse aritmética. Tinha uma melodia divertida e letras divertidas, mas se estivesse ouvindo com atenção, perceberia que expressava uma série de fenômenos matemáticos. Era exatamente o tipo de música que pertencia a um programa educacional.
As crianças que assistiam à transmissão inocentemente imitaram Juna e o Pequeno Musashibo, cantando as letras para si mesmas e dançando. Os adultos, por outro lado, consideraram o significado da letra, balançando a cabeça com interesse enquanto entendiam.
Entre eles havia apenas uma pessoa, Juno, que estava pensando em algo totalmente diferente.
Ele emprestou o traje kigurumi para eles? Não… não pode ser isso. Ela estava examinando de perto os movimentos do Pequeno Musashibo. A maneira como ele se move é igual o Sr. Pequeno Musashibo. Mas a voz que ouvi era a voz de uma garota fofa. A mão que vi naquela hora era a mão de um homem. Há uma pessoa diferente lá dentro, mas ela está se movendo da mesma forma… O que isso significa?
Enquanto ponderava profundamente, Juno pensou em algo.
Agora que penso nisso, não foi lá que uma vez vi o Sr. Pequeno Musashibo entregando uma carta para a guilda? Depois que a recepcionista viu, ela nos disse que havia um banquete no castelo. Em outras palavras, aquela carta era do castelo. Esta transmissão também é montada pelo castelo, pelo que ouvi. Será que o Sr. Pequeno Musashibo está de alguma forma conectado ao castelo?
Juno olhou fixamente na direção do Castelo Parnam, de onde saía a transmissão.
Fiquei curiosa… Quero dar uma olhada nisso, mas… não posso exatamente entrar furtivamente no castelo. Se me pegassem, tenho certeza de que eu seria punida. Hmm, não tenho como dar uma olhada nisso?
Enquanto Juno pensava em tudo isso, o programa continuou. Quando a pequena peça de teatro de Pequeno Musashibo e Juna chegou ao fim, o vídeo transmitido mudou para outro lugar.
Desta vez não era um palco, mas o que parecia ser um grande salão. Havia cerca de dez crianças de três a cinco anos lá. Devido à sua tenra idade, não estavam nada coordenadas, e sentavam, corriam, deitavam e geralmente se moviam livremente. Esses eram os filhos dos trabalhadores do castelo que ficavam na creche.
Souma havia pensado que o público de um programa educacional deveria ser composto por crianças, então, com a permissão de seus pais (embora, com o rei pedindo um favor, dificilmente poderiam recusar…), providenciou para que aparecessem. Além disso, junto com as crianças havia uma jovem que parecia ter cerca de dezesseis anos.
— Ei, não é a Princesa Roroa? — apontou um observador astuto.
Essa garota era de fato Roroa, a antiga Princesa da Amidônia. Ela estava vestindo uma roupa de garoto como a de Juna e disse com uma voz alegre:
— Olha, todo mundo. A irmãzona cantora vai aparecer e brincaaaaaar. Um, dois, eeeeeeee…!
— Irmãzona Juna! — gritaram as crianças.
Com Roroa dando o sinal, as crianças gritaram o nome dela juntas. Quando fizeram isso…
— Oláááááááá. — Juna apareceu novamente, acenando com as mãos. Ela ficou ao lado de Roroa e disse: — Agora, pessoal, é hora de uma música.
Então começou a bater palmas.
Enquanto isso, de volta ao local onde gravávamos no castelo, Liscia gritava de surpresa:
— Roroa?! O que aquela garota está fazendo?!
— Quando eu disse a Roroa que faríamos um programa educacional, ela disse: “Parece fascinante! Querido, também quero participar!” — falei. — Ela me forçou a fazer isso. Eu não tinha outras opções, então decidi deixá-la aparecer no programa como assistente de Juna.
— Você realmente pode sair por aí distribuindo papéis por um capricho como esse? — perguntou Liscia ceticamente.
— Tenho um fraco com as crianças que choram ou com os patrocinadores preocupados, sabe. Além disso, este programa está sendo trazido a você pela A Corça Prateada, da qual Sebastian é o rosto público; mas Roroa que dirige pelos bastidores.
No momento, nosso país estava fornecendo financiamento para várias empresas e para pesquisas em uma variedade de assuntos. Estávamos fortemente focados nos alimentos, remédios e aparatos militares, já que eram coisas que afetariam a vida das pessoas. Graças a isso, o tesouro nacional estava sempre à beira do colapso.
Eventualmente, à medida que a população crescia, os impostos coletados trariam nosso dinheiro investido de volta, mas não podíamos contar com isso como algo imediato.
Com isso em mente, o ministro das finanças, Colbert, manteve um controle rígido sobre os gastos do país e não estava disposto a alocar fundos para algum novo programa que não tivesse nenhum registro de sucesso. É por isso que pedi à empresa de Roroa para financiá-lo. Graças a isso, fiquei sem escolha a não ser ouvir Roroa, a investidora, quando ela me fez um pedido.
Quando Liscia ouviu os detalhes, suspirou.
— É sempre uma questão de dinheiro, hein. Que vida dura.
— Pois é.
Embora eu tenha certeza de que Roroa montou sua própria empresa com esse tipo exato de situação em mente…
A verdade é que, se ela não tivesse investido, eu não teria sido capaz de fazer essa transmissão. Além disso, se eu não a deixasse ter um pouco do que ela queria, algum dia provavelmente seria atingido por uma retribuição divina.
Olhei para o salão onde Juna e Roroa cantavam “Musunde Hiraite” com as crianças.
As crianças observaram os movimentos exagerados de Roroa e depois a imitaram. Quando as vi pulando, movendo seus braços e pernas, isso colocou um sorriso no meu rosto. Enquanto meu coração estava sendo aquecido pelo comportamento angelical das crianças, Liscia me fez uma pergunta:
— Eu entendo por que você quer fazer um programa educacional, mas por que existem tantas músicas?
— Você não tem músicas da sua infância que ficaram na sua memória por um tempo estranhamente longo? — perguntei.
— Como canções de ninar?
— Sim, exatamente. Músicas e melodias ficam presas na sua cabeça, e é fácil para as pessoas acabarem cantando ou cantarolando por conta própria. É por isso que é mais fácil memorizar se você usar músicas na educação do que apenas ensinar o material normalmente, e isso também se espalha mais fácil.
Por exemplo, antes de eles nos ensinarem “Irohanihoheto” na escola, eu já tinha aprendido com “Iroha Matsuri” do Minna no Uta. Além disso, acho que a maior parte do motivo pelo qual consegui me lembrar da ordem do zodíaco chinês sem confundi-lo foi porque aprendi uma música chamada “Eto wa Merry-go-Round”. Se eu ainda me lembrava dessas canções, mesmo agora que era adulto, o Minna no Uta era realmente incrível.
— Entendo… — disse Liscia, com um grunhido de admiração. — Honestamente, acho que isso foi muito bem pensado.
— Hm… Bem, pensar é o meu trabalho, afinal de contas.
— Não é tão fácil quanto você faz parecer. Pensar nas pessoas e criar políticas que as beneficiem. — Liscia estava me olhando com aprovação… Desviei meus olhos. — Espera, por que você desviou o olhar?
— Bem… Se você perguntasse se é realmente para as pessoas, eu teria que admitir que um pouco do meu próprio interesse também interferiu…
— Sério? Como? — Liscia olhou fixamente para mim.
Bem, não tem jeito, pensei. Acho que terei que confessar.
— Estamos adiando a cerimônia de casamento para quando eu formalmente assumir o trono, certo? — perguntei.
— S-Sim, suponho que sim.
As bochechas de Liscia ficaram vermelhas quando eu disse a palavra casamento. Foi na outra noite, na Véspera de Ano Novo, que eu tinha proposto a Liscia e ela aceitou, e ainda era um pouco constrangedor pensar nisso. Foi adorável quando ela reagiu assim, mas… vamos seguir com a história.
— Então, no casamento, quero mostrar todas as minhas rainhas, sem discriminação entre quem é a primária e quem é a secundária.
Como as rainhas secundárias, cujos filhos não teriam o direito de sucessão, eram originalmente as concubinas dos reis, elas eram vistas como inferiores às rainhas primárias. Como resultado, mesmo agora que eram tratadas como rainhas, havia muitos casos em que não recebiam uma grande cerimônia de casamento na frente do povo. Houve até casos em que as rainhas secundárias se sentiram inferiores às primárias e, por isso, recusaram-se a comparecer com base nisso. Elas deviam ter temido que isso fosse uma semente para problemas posteriores.
Eu queria mudar esse costume.
— Roroa disse que não via problemas em ser uma rainha secundária, mas como vamos governar a região da Amidônia, quero torná-la minha terceira rainha primária — falei. — Isso tornaria Juna a única que não pode participar da cerimônia, certo? Eu estava pensando, se possível, gostaria que todas estivessem lá, juntas.
— Você tem razão. Acho que seria o melhor a se fazer. — Liscia acenou com a cabeça e concordou sem hesitação. — Aisha e Juna estiveram conosco durante os tempos difíceis e nós os superamos juntos. Elas parecem companheiras de guerra para mim. Ah, isso não significa que quero deixar Roroa de fora. Acho que ela pode ser um incômodo às vezes, mas a maneira como brinca comigo igual uma irmãzinha é fofa. É que Aisha e Juna são especiais. Não importa quem é primária e quem é secundária; não quero que ninguém se sinta negligenciada.
— Entendo… fico aliviado.
Era bom que a primeira rainha primária, Liscia, fosse tão tolerante. Ela e as outras se davam bem, então não fiquei preocupado, mas… mesmo assim, foi um alívio ouvir a própria Liscia dizer tudo isso. Honestamente, essas garotas maravilhosas eram mais do que eu merecia.
Liscia inclinou a cabeça para o lado.
— Mas isso tem alguma coisa a ver com esta transmissão?
— Sim — falei. — Por enquanto, meu noivado com Juna é segredo, mas isso vai se tornar insustentável conforme a cerimônia se aproximar, certo?
— Bem, claro. O casamento será transmitido para todo o país.
— Sim. Então, tem que haver um anúncio em algum momento… Eu estava pensando, quando isso acontecer, entre a lorelei Juna e a Juna que canta com as crianças, o que deixaria o povo menos chateado sobre… você sabe…
Liscia estreitou os olhos e me lançou um olhar severo.
— Não me diga que você planejou este programa apenas para isso. Você fez mesmo isso?
— Ah, não. O plano em si foi feito desde o início para ajudar a educar as pessoas — falei, tentando não fazer contato visual. — É só que, bem… podemos dizer que eu deixei meus próprios interesses egoístas se envolverem um pouco…
Liscia soltou um suspiro.
— Você não tem jeito. Precisa mesmo se preocupar tanto sobre como as pessoas te vêem?
— Não, não, essa é uma questão bastante crítica.
Afinal, Juna havia se tornado um ídolo nacional tão grande que recebemos petições do Congresso do Povo dizendo: “Mostre-a mais vezes na Transmissão de Voz da Joia”. Se eu apenas anunciasse nosso noivado do jeito que as coisas estavam, poderiam haver muitos tumultos. Era por isso que, para mantê-los sob controle, eu planejava mudar gradualmente a imagem de Juna de ídolo para cantora infantil.
Quando contei isso a Juna, por mais que me doesse fazer isso, ela disse: “Se eu posso cantar ao seu lado, senhor, não me importa em que posição seja”, e sorriu para mim.
A julgar pelo fato de ela ter recomendado uma nova lorelei tão rápido, Komari Corda, que poderia continuar seu estilo atual, Juna ficou entusiasmada com a ideia.
E, enquanto conversávamos sobre isso, a parte em que cantavam com as crianças havia chegado ao fim.
— Certo, pessoal, muito bem — disse Juna.
— E todos vocês aí fora, nos assistindo, também conseguiram cantar juntos? — perguntou Roroa.
Juna e Roroa estavam terminando a atração.
— O que está programado para depois disso? — perguntou Liscia baixinho.
— O próximo é a hora do exercício. É um programa para fazer todos mexerem o corpo.
— Exercício? Até agora, você só vem usando membros da família… Aisha irá fazer isso?
— Não. Consegui um especialista adequado para o quadro de exercícios.
— Um especialista? — Liscia estava inclinando a cabeça para o lado em confusão.
Roroa, no salão, assumiu a liderança novamente.
— Certo, é hora de fazer exercícios. Todos nós vamos chamar o cara do exercício juntos. Um, dois, eeeeee…!
— Cara do exercíciooooo! — gritaram todas as crianças ao ouvir a sugestão de Roroa.
— Hahhhh! — Um homem saltou da varanda do segundo andar. Ele pousou elegantemente na frente das crianças, mostrando seus dentes brancos e brilhantes, então se virou para a tela e fez um sinal de positivo com o polegar para os espectadores.
O jovem era alto, medindo cerca de 185 centímetros. Ele tinha um físico musculoso que era aparente mesmo com todas as suas roupas. Seu rosto, considerando como um todo, teria sido considerado bonito, mas suas sobrancelhas grossas e erguidas, seus olhos afiados e seus dentes brancos e brilhantes… Cada uma das partes individuais tinha muito “impacto”.
O jovem colocou a mão no quadril, virou-se para as crianças e disse:
— Desculpem a espera, crianças! Agora, movam seus corpos comigo!
Ele era um jovem que falava palavras apaixonadas com um sorriso apaixonado.
Liscia observou o jovem com a boca aberta e sussurrou:
— Quem é esse?
Antes, no meio do 12º mês, 1.546º ano, Calendário Continental.
Naquele dia especialmente frio…
— Mudamos a forma como produzimos grãos em nosso território. Isso aumentou muito a nossa taxa de autossuficiência alimentar — disse o homem. — Graças à sua rede de transporte, senhor, meu domínio está mais próspero do que nunca.
— Oh, ho — falei. — Entendo…
Eu estava ao lado de um homem corpulento de meia-idade e sorrindo enquanto falava sem parar. O nome do homem era Moltov Juniro. Ele era o chefe de uma das dez casas nobres mais influentes do país, a Casa de Juniro. Fui convidado para um banquete que eles estavam oferecendo.
Naqueles dias, eu estava sendo convidado para um banquete oferecido por algum nobre influente quase todos os dias. Parecia que neste país, em meados e no final do décimo segundo mês, os nobres convidavam pessoas que consideravam próximas e realizavam um banquete. Lá agradeceriam por suas interações ao longo do ano e expressariam sua esperança de permanecer tão próximos no ano seguinte.
Bem, resumindo, era uma festa de fim de ano.
Além disso, parecia que o número e o nível de convidados que podiam atrair eram usados como um barômetro do poder e influência do nobre. Por isso, nessa época do ano, os nobres convidavam o máximo de pessoas que podiam, principalmente os de alta hierarquia.
Agora, se perguntasse quem era a pessoa de maior hierarquia neste país, teria que ser eu, o cara que estava atualmente sentado no trono. Naturalmente, mesmo que quisesse, nenhum nobre comum poderia convidar o rei sem ter qualquer vínculo especial com ele. Afinal, eu não gostava muito desses banquetes. Normalmente, mesmo que recebesse um convite, recusaria porque estava ocupado.
Mesmo assim, se eu ainda tivesse que comparecer ao banquete de alguém, isso significava que não eram nobres comuns. Embora pudessem não estar no nível de Excel, ainda havia nobres poderosos neste país. Era difícil recusar convites desse tipo de pessoa. É dever de um superior socializar-se com aqueles que servem a ele.
Como rejeitei muitos deles, Hakuya me disse: “Por favor, pelo menos vá aos banquetes de fim de ano.” Por causa disso, nos últimos dias, fui forçado a comparecer aos banquetes dos nobres poderosos.
Enquanto me vestia de um jeito ainda mais abastado que o normal para o banquete (era uma roupa muito nobre. Até minhas mangas tinham babados), eu gemia: “Ugh, que chatice” ou “Não quero ir” ou “Isso é um saco”, e Liscia, que estava me ajudando a trocar de roupa, me censurava por isso.
— Este é o seu dever como rei — dizia. — Como suas noivas, também estaremos lá, então se aprume.
Como ela disse, Liscia e minhas outras parceiras também compareceram. Mesmo assim, não estavam tão mal quanto eu. Minhas noivas, excluindo Juna, se revezavam, e cada uma me acompanhava em um banquete. Eu, por outro lado, estava sendo forçado a comparecer todas as vezes.
— Como pode ver, meu domínio está em excelente forma… — Moltov estava falando monotonamente.
— …
Se perguntassem o que eu não gostava nos banquetes, era ter que jogar junto com a “hospitalidade” do meu anfitrião, que consistia em conversarem sem parar sobre isso ou aquilo. Mesmo que a comida parecesse luxuosa, eu não tinha tempo para comer ou beber. Além do mais, todos os nobres tendiam a falar sobre as mesmas coisas.
Primeiro, se gabavam de como gerenciavam seu domínio. Sem dúvida, isso se devia principalmente ao fato de eu ter adicionado o gerenciamento de seus domínios às avaliações de desempenho. A maioria dos nobres tentou mostrar que não havia problemas em sua governança, e os mais capazes aproveitaram a oportunidade para expressar exatamente como eram maravilhosas as suas habilidades gerenciais.
As avaliações eram feitas por inspetores despachados unicamente para esse propósito, e eles obtinham informações adequadas das pessoas que viviam no domínio. Isso tornava a tentativa de me convencer em um banquete quase sem sentido, mas era da natureza humana querer aproveitar todas as chances que pudesse ter. Se pensavam que o rei estava de olho neles, e isso levava a uma melhoria na vida de seu povo, isso era uma coisa boa. Mesmo assim, cansei de ouvir relatos semelhantes em todos os banquetes.
— Senhor, permita-me ir buscar uma bebida para você — ofereceu Aisha, minha companhia do dia, em voz baixa. O vestido prateado, que ela também usou para o programa de música que me ajudou a apresentar na Amidônia, estava muito bem nela. Ela devia ter percebido minha exaustão e estava tentando ser atenciosa.
Eu estava me sentindo com a boca um pouco seca, então pedi que fizesse isso, e Aisha saiu em silêncio.
No momento em que Aisha partiu, houve uma mudança repentina no comportamento do falante Moltov.
— A propósito, senhor…
Seus olhos eram penetrantes, como uma cobra que encontrou sua presa.
Naquele instante, percebi que eu tinha acabado de estragar tudo. Já havia passado por esse padrão várias vezes. Quando a parceira do rei saía de seu lado, viam isso como um momento de oportunidade.
— Você se importaria se conversássemos em outro lugar por um instante?
— Aisha ainda não voltou… — falei.
— Não vai demorar muito. Tenho certeza que vocês dois serão capazes de se encontrar novamente a qualquer momento.
Dito isso, Moltov pegou minha mão e meio que me arrastou para longe dali.
Sim… Esse era definitivamente aquele padrão.
Não gosto disso… Moltov pode pensar que esta é sua grande chance, mas eu sinto que estou tendo um mau pressentimento aqui…
Enquanto pensava nisso, como previsto, havia uma jovem solteira esperando por mim quando chegamos ao nosso destino. Ela tinha cerca de dezesseis anos. Era claramente uma adorável jovem de boa educação.
— Permita-me apresentá-lo, senhor. Esta é minha filha, Siena.
— Saudações, Vossa Majestade. Me chamo Siena Juniro — disse ela, fazendo uma reverência.
Eu sabia… Eles viam isso como uma oportunidade de me apresentar às moças de quem eram parentes.
Em todas as épocas, laços de sangue com a casa real foram uma fonte de orgulho para a nobreza. Se ela se tornasse minha rainha, a casa deles estaria segura, e ela poderia até dar à luz um herdeiro. Além disso, como meu noivado com Juna ainda não havia sido anunciado, para eles, eu só tinha três noivas. Esse número era considerado baixo, com exceção de casos especiais como meu antecessor, o Rei Albert (ele se casou com alguém da família da rainha). Por causa disso, todo nobre estava desesperado para me “amarrar” às suas filhas.
No mero meio ano desde que me tornei rei, havia anexado a Amidônia e tinha muitas outras realizações grandes e chamativas, então as pessoas tinham grandes esperanças em mim. Sempre havia um grande número de ofertas de casamento chegando ao castelo, e meu camareiro, Marx, estava sempre ocupado lidando com elas.
— Sempre me dói recusar, então você poderia pelo menos encontrar algumas delas? — Marx tinha me perguntado com olhos suplicantes, mas soou como se isso fosse um estorvo, então simplesmente ignorei.
Mesmo assim, ainda acabei tendo que lidar com nobres que me abordavam assim, com a intenção de não perder a chance.
Claro, os nobres não eram atrevidos o suficiente para abordar esse tipo de assunto quando uma das minhas noivas estava ao meu lado, mas fosse Liscia, Roroa ou Aisha, sempre tinham a garantia de criar uma oportunidade para isso. Minha opinião sobre a habilidade dos nobres nisso foi além da exasperação e entrou no reino da admiração.
Não tendo muita escolha, cumprimentei a garota.
— É um prazer conhecê-la, Madame Siena. Sou Souma Kazuya.
— Já ouvi seu grandioso nome antes, senhor — disse ela. — Ouvi dizer que você é um grande soberano, abençoado com bravura e sabedoria, mas estou aliviada em ver, conhecendo você assim, que também parece uma pessoa gentil.
— Os rumores sobre mim foram muito exagerados, ao ponto das histórias aumentarem e ganharem vida própria.
— Ora, você faz parecer que foram todos adoráveis. — Siena exibia um sorriso silencioso. Ela parecia uma garota simples. Esses tipos sempre eram os mais difíceis de lidar.
Era fácil rejeitar alguém que estava descaradamente tentando se casar por dinheiro e status, mas eu não poderia ser tão cruel com uma garota pura e inocente. Quero dizer, era difícil dizer se ela estava ciente de que era uma tentativa de noivado. Bem, independentemente de como ela se sentia sobre isso, seu pai estava definitivamente tentando casá-la por dinheiro e status.
Moltov me levou a uma curta distância de Siena e falou.
— O que você acha da minha Siena?
— Ela parece uma jovem dama muito pura e simples… — falei. — Bem bonitinha.
— Ah, entendo! Se ela lhe agrada, consideraria tomá-la como sua esposa?
— Não, já tenho três (quatro, na verdade) noivas…
— O que você está dizendo? Você ainda é jovem, senhor. Deve aumentar o número de esposas que você tem. Para o bem da casa real. Se você está relutante por um senso de dever para com a Princesa Liscia, então não me importaria que ela fosse uma rainha secundária…
Falando tão rápido quanto uma metralhadora, Moltov tentou forçar as coisas. Bem quando eu estava pensando em coisas como: Ugh, sério, que chatice. Aisha, pode se apressar e voltar logo? Aquilo aconteceu.
— Hahh, ha, ha, ha! Hahh, ha, ha, ha!
Aquela risada apaixonada de repente ecoou pelo corredor.
— Ivan?! Aquele idiota! — Moltov, que apenas um momento antes tinha o rosto de um velho agradável oferecendo sua filha para mim, agora tinha uma expressão amarga no rosto enquanto olhava para o teto aberto do segundo andar do salão de banquetes.
Segui seu olhar para encontrar alguém parado na grade da varanda.
Era um homem em seus vinte e poucos anos, alto e musculoso. Com suas sobrancelhas grossas, olhos afiados e dentes brancos e brilhantes, ele tinha um rosto estranhamente distinto. Era um jovem apaixonado, que não deixaria tão cedo as lembranças de quem o visse.
Não, sério, quem era esse cara…?
O homem gritou e saltou da varanda. No momento em que fez isso…
Ba-bam!
Houve uma grande explosão bem atrás do jovem. As chamas aumentaram e houve uma explosão estrondosa que sacudiu meu estômago. Por um momento, pensei que ele era um terrorista e estava prestes a entrar em pânico, mas por algum motivo, os outros convidados ao redor dele apenas olharam para o jovem com sorrisos de esguelha.
Huh? O quê? O que devo fazer?
— Vossa Majestade! — Aisha finalmente me encontrou e correu para o meu lado. — Senhor, isso pode ser um ataque! Por favor, fique atrás de mim!
— Não, há algo de estranho nisso…
— Huh? O que você quer dizer com “algo de estranho”?
Olhei em volta, mas ninguém parecia tão perturbado. A maioria estava apenas olhando para o jovem com sorrisos irônicos ou zombeteiros. Em uma inspeção mais próxima, apesar de quanto fogo havia surgido, a área onde a explosão havia ocorrido atrás do jovem não estava nem um pouco queimada.
— Minha nossa, meu irmão bobo.
Quando olhei para trás, Siena estava olhando com um olhar preocupado.
— “Irmão”? — repeti.
— Sim, senhor. Aquele seria meu irmão mais velho, Ivan Juniro.
— Hm… Para mim, pareceu que houve uma explosão — falei.
— Essa é a habilidade do meu irmão. É uma exibição espalhafatosa de fogo e barulho, mas é algo mais parecido com uma ilusão. Não há nenhuma força real por trás disso. Heehee. Ele não é legal?
— Er… Hm, claro…
Se ela foi capaz de descrever isso como apenas “legal”… de certa forma, essa garota poderia ser bastante impressionante.
Entendo, pensei. As pessoas convidadas foram aquelas que mantinham relacionamento regular com a Casa de Juniro. Naturalmente, deviam estar cientes do filho estranho da família. Foi por isso que, mesmo quando houve uma explosão, apenas reagiram com sorrisos de esguelha.
Moltov gritou de raiva:
— Ivan! Como pode ser tão rude na frente de Sua Majestade?!
— Fica de boa, velho! — Ivan fez uma pose, e desta vez houve um relâmpago atrás dele. — Seu velho ganancioso, tentando tirar vantagem da inocência de Siena para empurrá-la para um casamento! Mesmo se os céus permitirem, eu, seu irmão, não permitirei!
Quando ele declarou isso, havia um fogo nos olhos de Ivan. Literalmente. Fogo estava saindo de seus olhos.
Não sei o que dizer… Eu estava começando a me divertir um pouco. Moltov, por outro lado, estava furioso.
— Casar-se com o rei é a maior honra que uma mulher nascida em uma casa nobre pode esperar conquistar para si mesma! O que há de errado em um pai querer que sua filha encontre a felicidade?!
— Siena pode decidir a sua própria felicidade! Não é algo para você decidir por ela! — gritou Ivan.
— Cale-se! Para você tudo é uma brincadeira, assim como sua habilidade!
— Você tem a mesma habilidade, velho! Está em nosso sangue!
Seus olhos se encontraram e faíscas voaram. Nuvens escuras se formaram entre eles e um raio caiu bem no meio. Não estou falando em metáfora, essas coisas realmente aconteceram. E, no entanto, nenhum dano foi causado. Era divertido assistir, contanto que não estivesse envolvido.
Virei-me para Siena e perguntei a ela:
— Ei, uh… Não deveríamos impedi-los?
— Eles fazem isso o tempo todo — respondeu ela com um sorriso.
— Ah, então tudo bem…
Mesmo durante nossa pequena conversa, os dois continuaram esquentando.
— Hoje é o dia em que finalmente colocarei algum juízo em você! — gritou Moltov.
— Essa é a minha fala! Cai dentro, velho!
— Chowahhhhhhhhhhhhh!
— Dahhhhhhhhhhhhhhhh!
Enquanto os dois se aproximavam, um monte de braços e pernas apareceu entre eles, socando, chutando e bloqueando. Era como se alguém tivesse feito uma adaptação live-action de Dra**on Ball, e isso me deixou muito animado. Por um tempo, os observei com entusiasmo, pensando: Sim, continuem assim! Mas então…
— Quase todos esses membros são ilusões — disse Aisha. — São apenas seus corpos reais no meio, batendo forte um no outro.
Fiquei em silêncio. Quando Aisha, que tinha visto através disso com a visão afiada de uma guerreira, me disse isso, meio que acabou com a diversão.
Cinco minutos depois, Moltov e Ivan desmaiaram, os dois caindo de costas quase ao mesmo tempo.
— Urgh… Nada mal, velho.
— Hmph. Ainda não estou tão perto de morrer para permitir que você me derrote.
Certo, era chamativo e tal, mas tudo o que estavam fazendo era atacar um ao outro, então, se fossem começar com aquilo de “rivais que se comunicaram pelos punhos” pra cima de mim, eu não tinha certeza de como reagiria… Bem, não que isso importasse.
De qualquer forma, fui até Moltov, que estava jogado no chão.
— Moltov.
— O-Ora, senhor! Nos portamos de forma miserável! Imploro seu perdão! — Moltov levantou-se às pressas e desculpou-se humildemente, mas acenei com a mão e disse-lhe para que não se preocupasse com isso.
— Não me importo. Foi um espetáculo inesperadamente divertido. Por falar nisso, há algo que eu gostaria de conversar com você…
— Sobre o que seria?
— Esqueça Siena. Você estaria disposto a dar o Ivan para mim para o bem do país?
— Como é…? — Moltov e Ivan piscaram, surpresos com o meu pedido.
Tradução: Bucksius
Revisão: Sonny Nascimento
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