Thorian, Vale Cinza, amanhecer.
Vale Cinza fica ao norte do continente, como o nome sugere, em uma depressão próxima ao topo da Grande Muralha. O local é parte da rota comercial entre Vantrol e Aldoria, por isso já estava movimentada desde que cheguei, antes mesmo que o sol sobrepusesse a linha do horizonte.
Carroças passavam puxadas por diversos animais, como cavalos, grandes aves que assemelhavam-se a avestruzes e até mesmo bodes enormes. Grande parte delas carregadas de caixotes de madeira, indo e vindo pela estrada — algumas levavam mercadorias para o outro lado das montanhas, outras traziam cargas de lá.
A cidade tinha uma rua larga que a cortava de ponta a ponta e se ramificava em outras menores, levando da área comercial à residencial.
A temperatura aumentava à medida que o céu abandonava seu tom avermelhado. Eu economizava comida e água desde que parti de minha vila no dia anterior, por isso me sentia tentado pelo delicioso aroma de café vindo da taverna na rua principal.
Ao entrar no local, passei por entre as mesas e fui em direção ao balcão, onde um homem barbado servia café. No centro da taverna, um garoto de menos de um metro de altura vestindo roupas simples terminava de tocar uma música em seu alaúde quando me notou.
— Ô grandão, meu nome é Sanir Galho Negro, tem alguma coisa pra fortalecer aí? — disse o garoto com sotaque arrastado.
Mesmo que não tivesse muito dinheiro, entreguei uma moeda de prata ao garoto, que agradeceu, escreveu algo em um caderninho e voltou a cantar:
“Num mundo de tristeza e confusão,
Um gigante e eu, que situação!
Uma moeda trocada, rara e cintilante,
Solidariedade em tamanho gigante.
Gigante, meu amigo, é um baita grandalhão,
Mas ao me ver, ficou de coração na mão.
‘Deve ser difícil ser tão pequenino’,
Mas com uma moeda, ficou mais divino!
Ele me estende a mão, num gesto colossal,
E eu, rindo baixinho, já me sinto legal.
Com a moeda na mão e um gigante de amigo,
A vida fica melhor, é o que eu digo!
Neste mundo de alegria e comédia,
Gigante e pequenino, que dupla incrível seria!
Com a moeda de solidariedade a tilintar,
Rimos juntos, ninguém pode superar!”
Assim que cheguei ao balcão, o barista se inclinou em minha direção, abrindo um bloco de notas.
— Novo por esses lados? É raro ver um Golias, mesmo por aqui. Só não é mais raro que ver um Anão. O que vai querer? — traços de anos de fumo marcavam a voz do homem.
— Algo que acompanhe um bom café, por favor — coloquei duas moedas de prata no balcão.
Então o homem começou a me servir uma xícara, pouco antes de uma mulher jovem aparecer por trás do balcão para colocar um sanduíche de carne de porco bem recheado na bancada à minha frente. Agradeci, logo antes de fazer uma pequena oração silenciosa agradecendo pela comida.
Saí da taverna logo após terminar de comer e avistei uma grande construção ao fim de uma rua, com grandes letras entalhadas acima da porta: “Guilda dos Ratos Mortos”.
Eu preciso de dinheiro, pensei enquanto observava as pessoas da cidade. Me sentei em um banco de pedra na extremidade de uma pequena praça em frente à guilda.
Guildas eram centros onde qualquer um registrado poderia formar um grupo temporário para todo tipo de missão, sejam expedições financiadas pela própria instituição ou a pedido dos moradores da cidade.
Não gostaria de me prender a um lugar só, ainda assim a guilda é o melhor jeito de ganhar o dinheiro de que preciso.
Enquanto aproveitava o sol que batia em meu rosto, ouvi o som de algo pesado caindo no chão de pedra e vi um homem esguio recolhendo vários pergaminhos que agora estavam espalhados. Então fui ajudá-lo a recolhê-los, devolvendo-os a uma mochila enorme. Assim que me levantei após ajudá-lo, notei suas orelhas pontudas e sobrancelhas alongadas.
— Obrigado — disse o elfo de cabelos escuros e aparência jovem, mesmo que provavelmente já haveria completado seu primeiro século de vida, já que os elfos chegam a viver 300 anos, aceitando a ajuda.
Estava tão curioso que não pude conter minhas palavras.
— O que seria tudo isso?
— Apenas alguns projetos que eu estava desenvolvendo, preciso entregá-los ao meu cliente na guilda. Me chamo Galileu, e você?
— Thorian, é um prazer. Você estava indo para a guilda? Sou novo na cidade e ainda preciso me registrar.
Muito conveniente, pensei.
— Podemos ir juntos, eu te ajudo com essas coisas — carreguei parte da carga de embrulhos de Galileu até a guilda.
Ao entrarmos, o local tornou-se um prédio pulsante de vida e energia. A cada passo, rostos desconhecidos se cruzavam em um frenesi constante, vozes ecoavam pelas paredes adornadas com pedaços de pergaminho e pôsteres. No coração da agitação, um grande mural servia como ponto focal, abarrotado de folhetos e jornais que sussurravam histórias de aventura e perigo.
Guerreiros com armaduras reluzentes e cicatrizes de batalhas passadas compartilhavam risadas. Mercadores exibiam suas mercadorias em bancadas improvisadas enquanto aventureiros de todos os tipos percorriam o grande salão.
— Ali está ele — disse o elfo apontando para um homem-tigre de pelo branco que estava muito bem vestido.
— Aquele é Gilan, o patrono dessa guilda.
Gilan se levantou da cadeira onde estava sentado assim que percebeu Galileu abrindo caminho em sua direção.
— Espero que tenha vindo bem de viagem — disse o feral enquanto apertava sua mão. — E você, quem seria?
— Thorian, do Clã do Gelo, é um prazer.
— O prazer é todo meu, Thorian.
Enquanto isso, Galileu retirava alguns rolos de pergaminho e um embrulho particularmente grande de sua mochila e os colocava em cima da mesa.
— Aqui está o protótipo que encomendou, ainda que esteja na fase de testes.
— Sem problemas, enviarei o grupo especializado para testá-lo. Encaminharei relatórios assim que possível.
Estava tentado a perguntar o que havia dentro daquele embrulho, mas me contive.
Então Gilan desembolsou algumas moedas de ouro e as estendeu para o elfo, que as aceitou de prontidão,
— É bom fazer negócios com você — então os dois apertaram as mãos e o feral se foi por uma porta de acesso restrito.
— Ainda ficarei um tempo na cidade e planejava fazer algum dinheiro antes de partir, imagino que você também — disse Galileu olhando para o tridente e o escudo em minhas costas — aliás, sou um atirador decente — deu um tapinha em um arco longo preso ao lado de sua mochila.
Assenti.
— As missões ficam naquele quadro, mas antes de sairmos fazendo dinheiro precisamos nos registrar oficialmente na guilda, sabe, pra eles controlarem as taxas.
— Não seria melhor se encontrássemos mais alguém para o grupo? — perguntei.
— Hum… verdade, poderemos ter problemas se for só nós dois. O que acha daquele sujeito ali? Ele está sozinho olhando para aquele quadro já faz um bom tempo.
E realmente havia um jovem de pele levemente bronzeada e cabelos lisos castanhos olhando para o quadro de missões.
Ele estava claramente inquieto enquanto brincava com as duas espadas embainhadas em sua cintura.
Ao me aproximar, percebi que o jovem não parecia ter mais que 20 anos.
— Olá? Você está sozinho? — perguntei em tom amigável — Eu sou Thorian e esse é Galileu, estamos procurando por mais alguém para trabalhar conosco por alguns dias.
— Meu nome é Arthur. Ficaria feliz em trabalhar com vocês.
Autor: HaltTW
Revisão: Bravo
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