Bruxa Errante, a Jornada de Elaina

Bruxa Errante, a Jornada de Elaina – Vol. 3 – Cap. 05 – Aulas Práticas: A Mestra Esperta e a Aprendiz Atrevida

Eu sou a Elaina! Bruxa Noviça Elaina!

No momento, estou treinando para me tornar uma bruxa e moro com minha professora, a Senhorita Fran!

Minha professora é conhecida como a Bruxa do Pó Estelar e, aparentemente, é realmente importante! Seu cabelo comprido é preto como a noite e brilha lindamente quando é banhado pela luz. Ela tem olhos amáveis e também é graciosa! A maioria das pessoas com a personalidade grandiosa é incompetente e inútil, mas esse não é o caso da Senhorita Fran. Ela é totalmente sem defeitos, além de excelente, e um ser humano perfeito e impecável!

Claro, já que estou estudando com uma professora tão maravilhosa, devo ser uma aluna perfeita também… é sério!

Aliás, só estou brincando.

Principalmente no que diz respeito à descrição da minha professora.

— …

Pois bem, permita-me seguir em frente e dizer a verdade.

A mulher que chamo de professora está sempre relaxando e fazendo bagunça. Hoje, ela me surpreendeu dizendo algo como:

— Elaina, o que você está fazendo? Eh? Trabalhando em um novo feitiço? Uau. Incrível. Você realmente estuda muito! — Bem quando pensei que ela iria me dar um conselho, a mulher disse: — Bem, dê o seu melhor! — E começou a ler um livro.

Quando comecei meu treinamento, fiquei confusa com sua atitude despreocupada e fiquei toda animada, pensando: Eh, ela está fazendo o que eu acho que está fazendo? Está testando meu grau de independência, não está? Então tá bom, farei o meu melhor! A verdade é que ela concordou em me ensinar só para fazer um favor aos meus pais.

Sabendo disso, como devo descrever minha querida professora?

Bem, para cada vez que ela diz: “Elaina, deixe-me ajudá-la com seu treinamento”, há outra na qual vem me mostrar um novo feitiço como uma professora normal e então… “Elaina. Deixe-me… ah, uma borboleta… oh-ho-ho…” Ela simplesmente desaparece rumo ao desconhecido…

Ela costuma me irritar dizendo coisas como: “Elaina, estou com fome.”

Resumindo, a pessoa que chamo de professora é, para dizer o mínimo, a personificação das palavras selvagem e livre. Para que não pareça tão bacana, vale ressaltar que é uma completa idiota.

— A propósito, que tipo de poção você está fazendo?

Ela também é terrivelmente inconstante.

De repente, a Senhorita Fran colocou a cabeça ao meu lado e olhou para os vários ingredientes sobre a mesa e o pequeno frasco contendo uma poção azul.

— …

Eu sempre, sempre me encontrei como alvo de seus devaneios fantasiosos.

— Esta é uma poção sopra-vida-aos-objetos. Só preparei isso para me divertir.

— Sopra-vida-aos-objetos? Que tipo de efeito isso tem?

— Quando você aplica o líquido deste frasco em um objeto, ele ganha a capacidade de conversar com você. Na verdade, já terminei a parte de testes do conceito.

Se, por exemplo, colocá-la em uma caneta, ela gritará: “Obrigada por sempre me segurar com tanta força! Oh-ho-ho!” Se colocá-la em um pano de limpeza, poderá se surpreender quando ele disser algo como: “Agora, isso é apenas entre você e eu, mas não sou um pano de limpeza, sou uma toalha! Eh, estou tão suja…”

A propósito, quando o apliquei em uma escova, ela sussurrou: “Minhas cerdas estão tão sujas…”

Minha nossa.

Eu tinha alcançado o sucesso ao criar uma poção incrível que permitia às pessoas que se comunicassem com objetos que usavam no cotidiano. Foi uma invenção acidental, mas parecia surpreendentemente monetizável.

— Isso é maravilhoso! — Minha professora ficou quieta por um momento, então disse algo estranho: — A propósito, Elaina, na verdade, ouvi falar de uma aldeia nesta área que está tendo alguns problemas que poderiam ser resolvidos se as pessoas pudessem falar com objetos.

— Eh?

Que problema estranhamente específico. Que tipo de problema estão tendo que poderia ser resolvido conversando com objetos? Eu com certeza gostaria de encontrar essas pessoas e fazer algumas perguntas.

— A propósito, ouvi dizer que os aldeões farão um pão delicioso para quem ajudar.

— Uau…

Essa deve ser a mentira mais óbvia que eu já ouvi.

— Então, Elaina, você não pode me emprestar essa poção por um dia?

— O que você vai fazer se eu te emprestar?

— Isso não é óbvio? Vou buscar tanto pão delicioso quanto você puder desejar!

— …

Sua declaração tinha cheiro de falsidade, então fiz uma careta.

— Pois bem, diga-me a localização dessa aldeia. Vou eu mesma buscar o pão.

— Não posso fazer isso. As pessoas daquela aldeia não confiam em ninguém além de mim.

— Hã? Quer dizer que alguém além de mim é tolo o suficiente para confiar em você?

— Que maldade.

Isso não é maldade de forma alguma.

Já faz quase um ano desde que me juntei a você, então acho que entendo o que você está planejando. Aposto que pretende ir a uma aldeia próxima e vender minha poção por um preço alto. Vai ganhar muito dinheiro e usará parte dele para me comprar um monte de pão.

Que plano inteligente.

— Vamos, Elaina, você pode confiar em mim. Se eu for, vou conseguir um montão de pão delicioso!

— …

Apesar de conhecer muito bem as profundezas da mente da Senhorita Fran, eu não sentia vontade de a desafiar. Tampouco conseguia reunir energia para rejeitar sua sugestão abertamente. Seria um saco tentar e, além disso, não importava a situação, isso não mudava o fato de que a Senhorita Fran faria uma viagem especial a uma aldeia próxima para comprar pão para mim.

Esse era um comportamento extremamente raro para o tipo de pessoa volúvel e inconstante que eu tinha conhecido até o momento.

— Vá em frente…

Entreguei o frasquinho e o líquido mágico azul que se espalhava dentro dele para a minha professora.

Depois.

Naquela noite.

— Elaina, voltei!

A Senhorita Fran voltou.

— Ah, bem-vinda… de volta…?

O que está acontecendo aqui? A Senhorita Fran estava segurando um único pedaço de pão. E era só pão comum. E já estava frio. Parecia horrível.

Ela me deixou toda animada, dizendo que arrumaria um bocado de um pão saboroso, então qual é o significado disso?

— Ah, sinto muito, Elaina. Por vários motivos, só consegui isso. A propósito, usei a maior parte da sua poção.

Aparentemente.

— Hein?

Peguei o frasco de volta da Senhorita Fran. E, claro, estava quase vazio. Restou o suficiente apenas para sujar o fundo do recipiente.

Achei suas palavras terrivelmente suspeitas. Olhando com atenção, pude ver migalhas de pão presas por toda a sua boca. Todo seu corpo cheirava a pão. Eu estava pronta para bater o martelo e declarar a sua culpa.

— Eh, Elaina? Não me diga que você duvida de mim… Não estou mentindo! Sério, sério mesmo, este é todo o pão que consegui.

— E por quê?

— Bem, por vários motivos que não posso te dizer.

— E por que usou a maior parte da minha poção?

— Também existem várias razões para isso.

Como as palavras várias razões podem ser tão convenientes?

Bem, sentir o cheiro da mentira é fácil. E minha professora e eu éramos, pelo visto, pessoas muito semelhantes.

Nossos métodos de mentir têm uma semelhança impressionante.

Será que é por termos passado muito tempo juntas?

— …

Bem, de qualquer forma, no momento em que a Senhorita Fran me entregou o frasco, ficou claro que ela era muito parecida comigo.

E não sou tão tola a ponto de não ter pensado em uma contra-medida para esse desenvolvimento óbvio.

Então, disparei a armadilha que havia preparado.

Girando lentamente o pequeno frasco que eu estava segurando, perguntei:

— Frasco, pequeno frasco, o que a Senhorita Fran fez enquanto eu não estava olhando?

O frasco respondeu:

— Oh, senhorita, essa bruxa, ela trocou a poção que estava dentro de mim por uma grande quantidade de pão em uma aldeia próxima. Então, a caminho de casa, de alguma forma comeu dez pães inteiros, dizendo: “Vai ficar tudo bem se eu comer só um…”, várias vezes.

— Sério?

— Aham. Ela é realmente inacreditável!

Acenei com a cabeça.

Frascos também são objetos.

Se colocar a poção neles, eles podem falar. É assim que funciona.

Então…

— Bem, senhorita? Tem algo a me dizer?

Mas a Senhorita Fran só olhou para os lados, meio sem jeito, enquanto o suor escorria por sua testa, e ela não respondeu. Se comportava como um objeto inanimado.

Me pergunto se ela vai falar se eu derramar um pouco de poção nela…

 


 

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Bravo

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