A cafeteria lotava-se com murmúrios e movimentação enquanto os alunos passavam uns pelos outros com bandejas nas mãos. Masachika tinha vindo aqui com seus amigos para o almoço, e eles estavam no meio de olhar o cardápio na entrada enquanto ponderavam o que pediriam.
— Oh, olha só. Eles têm algo novo.
Um item com a palavra “novo” abaixo dele chamou a atenção de Masachika: Ramen de mapo-tofu, um prato simples de mapo tofu apimentado sobre ramen, uma dádiva para alguém como Masachika, que amava ramen e comida picante.
— Ramen de mapo-tofu? Então é comida chinesa sobreposta à comida chinesa. — Takeshi Maruyama riu; ele era amigo de Masachika desde o ensino médio. Takeshi tinha a cabeça raspada e era ligeiramente mais baixo que Masachika.
— Takeshi, tecnicamente, ramen não é comida chinesa, na verdade.
— Espera. Não mesmo?
— Não. A palavra ramen em si é na verdade japonesa.
Hikaru Kiyomiya foi quem compartilhou essa curiosidade. Ele também era amigo de Masachika desde o ensino médio. Era um jovem delicado, bonito e andrógino, com cabelos e olhos naturalmente claros. Ele era um dos rapazes mais lindos de toda a escola, como evidenciado pelo fato de que todas as garotas que entravam na cafeteria suspiravam ao passar por ele.
— Vocês dois já decidiram o que vão pedir?
— Claro.
— Sim.
Após trocarem breves acenos, entraram na cafeteria, colocaram um lenço de mão e alguns guardanapos em uma mesa para reservá-la antes de se dirigirem à fila de alimentos. Depois de fazerem seus pedidos, voltaram para seus lugares e começaram a comer. Naturalmente, o ramen de mapo-tofu de Masachika se tornou o foco de atenção.
— Whoa… Está ainda mais vermelho do que estava na foto.
— Isso parece ser bem apimentado.
— De jeito nenhum. Para falar a verdade, precisa ser mais apimentado. Ainda assim, tem um bom gosto.
Sentados em frente a Masachika, Takeshi e Hikaru assistiam com evidente incredulidade enquanto ele sorvia o macarrão, mas Masachika mesmo estava tranquilo.
— Hmm… Deixe-me experimentar um pouco do macarrão.
— Ooh, eu também.
— Claro.
— Obrigado… O quê…?! Isso é absurdamente picante!
— Ack! Está queimando ao descer…!
Eles pegaram o macarrão com os hashis, mas no momento em que deram uma mordida, franziram a testa e alcançaram seus copos.
— Ok, pessoal. Vocês não podem chamar algo de apimentado se o vapor não fizer seus olhos lacrimejarem, — repreendeu Masachika.
— Essa é uma definição bizarra de picante.
— Pode até dizer isso de novo.
— O verdadeiro ramen picante queima seus lábios a ponto de você não conseguir nem sugá-los como macarrões comuns.
— “Picante”? Parece mais forte. Estou certo?
— Eu nem consigo imaginar um ramen tão apimentado.
— Certamente iria acabar com seu estômago também.
— Que droga, cara? Não coma coisas que você sabe que vão te dar diarréia — respondeu Takeshi prontamente, quando, de repente, houve uma comoção na entrada da cafeteria. Eles olharam instintivamente na direção do barulho e viram três garotas entrando.
— Oh, é o conselho estudantil… Não vejo o presidente ou a vice-presidente em lugar nenhum, no entanto. Ainda assim não é todo dia que se vê três delas juntas assim. É… Uau…
Takeshi arfou ao vê-las passar, seus colegas suspirando e admirando o tempo todo. Os rapazes estavam babando por elas, enquanto as garotas as idolatravam.
— As irmãs Kujou são tão bonitas, não são? — Hikaru murmurou suavemente enquanto olhava para Alisa, que se destacava mais devido ao seu cabelo prateado, e a garota um pouco mais baixa que caminhava na frente dela. Essa garota, Maria Mikhailovna Kujou, era uma estudante do segundo ano e secretária do conselho estudantil. Era a irmã mais velha de Alisa por um ano e era chamada de Masha por aqueles que eram próximos a ela. No entanto, nem a cor, nem o estilo de seu cabelo eram semelhantes aos da irmã. Enquanto Maria tinha uma pele clara, era levemente mais parecida com a média dos japoneses, ao contrário da pele quase translúcida e leitosa de Alisa. Seu cabelo ondulado na altura dos ombros era castanho-claro, e ela tinha olhos amendoados gentis de cor chocolate brilhante. Sua figura, incluindo seu rosto de bebê, era mais próxima da média dos japoneses. Era quase difícil dizer qual delas era mais velha à primeira vista quando ela ficava ao lado de Alisa, que tinha uma figura esbelta, alta e madura.
No entanto, um olhar abaixo do rosto de Maria esclareceria qualquer mal-entendido. Ela tinha o corpo de uma irmã mais velha. Mais especificamente, tinha seios enormes. E também um traseiro grande. Enquanto Alisa tinha uma figura que se destacava da média dos japoneses, Maria tinha um corpo ainda mais “feminino”. Sua figura voluptuosa, personalidade inerentemente gentil e estilo davam-lhe uma aparência muito materna, o que era inesperado para alguém de sua idade. Na verdade, ela até era chamada de Madonna por alguns de seus colegas.
— A Maria é tão fofa. Adoraria conhecê-la.
— Ouvi dizer que ela tem um namorado, no entanto — acrescentou Hikaru.
— Sim, eu sei! Droga! Quem é o cara sortudo?!
A expressão sonhadora de Takeshi instantaneamente se transformou em um franzido de dentes, fazendo com que Masachika levantasse uma sobrancelha surpreso.
— Espera. Takeshi? “Quem é o cara sortudo”? Pensei que você, de todas as pessoas, saberia.
— Não tenho certeza do que você quer dizer com “você, de todas as pessoas”, mas seja lá o que for. Tudo o que sei é que é algum cara russo.
— Hmm.
— Eu me pergunto se é um relacionamento à distância. Ouvi dizer que a Maria vai para a Rússia com bastante frequência.
Hikaru tinha um ponto. As irmãs Kujou frequentemente iam e voltavam entre a Rússia e o Japão devido ao trabalho de seu pai. Alisa até morou na Rússia até os cinco anos, antes de vir para o Japão para o primeiro ano do ensino primário. Depois, voltou para a Rússia durante o quarto ano e retornou ao Japão durante o terceiro ano do ensino fundamental1Pode parecer meio estranho, mas é porque o sistema de ensino no Japão é diferente do nosso, salvo engano, eles tem o ensino primário do 1° ao 5° ano, depois 3 anos de ensino fundamental e mais três anos finais, que equivalente ao nosso ensino médio. Mas basta saber que a Alya voltou para o Japão no ano anterior, quando conheceu o Masachika..
— Eu acho que se eles estão em um relacionamento à distância, isso significa que estão namorando há mais de um ano agora… Eu não tenho chance.
— É verdade… Além disso, ela aparentemente recusou todos os caras que a convidaram para sair até agora por causa desse namorado.
— De qualquer forma, Takeshi não teria chance — acrescentou Masachika, forçando seu amigo a enfrentar esse fato frio e cruel.
— Ah, cale a boca! Não fique todo convencido só porque você e a Princesa Alya são próximos! — Takeshi bufou furiosamente.
— Certo, certo, eu não sei. É mais como se ela me aguentasse.
— Ainda é melhor do que ela ser completamente desinteressada em você. Ela mal fala com ninguém, e se você tentar se aproximar dela, ela basicamente te corta com uma resposta formal.
— Bem, nós estamos sentados lado a lado há mais de um ano agora…
— Mesmo assim, cara. Quero dizer, tenho quase certeza de que você é a única pessoa que pode chamá-la pelo apelido na cara dela.
— Sim, eu acho…
— Cara… Queria que a princesa solitária me deixasse chamá-la pelo apelido também…
— Por que você não tenta, então? Seja agressivo. Ela é sua colega de classe também, sabe? — sugeriu Masachika. Takeshi fez uma careta enquanto acenava a mão na frente do rosto.
— De jeito nenhum, cara. Eu nem saberia como me aproximar de alguém tão perfeito.
— Isso não significa que você deva tirar fotos dela às escondidas.
— Você pode me culpar? Olhe como ela é bonita, — argumentou Takeshi com um ar de inocência diante do olhar reprovador de Masachika. Se não fosse óbvio o suficiente, Takeshi era um dos três caras que teve seu smartphone confiscado naquela manhã por tirar fotos secretas de Alisa. Na verdade, ele era o líder do grupo.
— Aaah… Eu poderia ficar olhando para ela o dia todo. Ela é legitimamente material para os olhos. E a irmã dela? Coloque essas duas juntas, e vou precisar de uma cueca extra.
— Takeshi, isso foi seriamente nojento.
— Sim, realmente subiu um pouco de vômito na minha boca.
Mesmo os dois amigos de Takeshi estavam enojados com sua expressão eufórica enquanto observava as irmãs Kujou, mas o próprio Takeshi olhou para Masachika e Hikaru como se fossem os que tinham o problema.
— O quê? Não me diga que vocês discordam. Eu nunca vi ninguém tão bonita na minha vida.
— Quero dizer, eu admito que elas são bonitas, mas você não deveria venerá-las. Alya é até engraçada quando você a conhece… de várias maneiras.
— “Oh, olhem para mim. Eu sou Masachika. Eu conheço a verdadeira Alya.” Você não esta se gabando muito?
— Eu não estava me gabando.
— Então ela é “meio engraçada,” huh? Estou impressionado que você, de todas as pessoas, pode dizer algo assim com uma cara séria.
— Estou detectando um tom de sarcasmo, Hikaru? Está tentando me dizer para conhecer o meu lugar?
— Não era isso que eu queria dizer. Eu só estava dizendo como admiro que você consiga dizer algo assim sobre alguém que pega no seu pé todos os dias.
— Ah…
Masachika desviou o olhar e fez um leve aceno com a cabeça. Uma das razões pelas quais ele estava bem com Alisa o repreendendo todos os dias era porque ela estava certa. Mas, ainda mais do que isso, era porque o que ela sussurrava para si mesma em russo ocasionalmente sempre era extremamente doce. Além disso, Alisa não estaria o repreendendo o tempo todo se realmente o odiasse desde o início. Ela simplesmente o ignoraria… o que significava que, no fundo, ela provavelmente gostava das conversas deles. Por isso, Masachika não se deixava incomodar pelas queixas dela. Ele nunca seria capaz de contar isso a ninguém, no entanto.
— De qualquer forma, que tal tentar conversar com ela? Não é nada demais. Você pode se surpreender ao descobrir que têm muito em comum.
— É, mas depois do que aconteceu no ano passado? Eu não sei.
Masachika concordou com Takeshi. No ano passado, uma jovem e bonita estudante transferida apareceu de repente como um cometa. Ela, Alisa, instantaneamente se tornou o centro das atenções. Estudantes transferidos, em geral, eram extremamente raros na Academia Seiren. A razão para isso era simples: o exame de admissão para estudantes transferidos era extremamente difícil. Embora a escola altamente seletiva já fosse difícil de entrar, o exame para estudantes transferidos era tão difícil que apenas um décimo dos alunos atuais, no máximo, podia passar. No entanto, não só Alisa passou no exame de admissão para estudantes transferidos, mas também obteve as maiores notas em suas provas semestrais em sua série. Além disso, ela era bonita. Seria mais surpreendente se ela não fosse o centro das atenções. No entanto, enquanto inúmeros rapazes e moças tentavam se tornar amigos dela, ela sempre manteve distância e nunca tentou se aproximar de ninguém. Em pouco tempo, as pessoas começaram a chamá-la de princesa solitária.
— Se eu for tentar conquistar uma delas, será a Yuki. Por processo de eliminação, é claro — afirmou Takeshi enquanto olhava para uma das garotas na fila para fazer o pedido de comida. Ela tinha cabelos pretos, brilhantes, que iam até a cintura, e embora fosse pequena em estatura, tinha um corpo feminino bem proporcionado. Não parecia ser tão sensual quanto o de Alisa ou Maria à primeira vista. No entanto, apesar de sua aparência delicada, ela exibia elegância através de sua postura firme e gestos graciosos, como se indicasse uma criação nobre adequada. Ela, Yuki Suou, era uma estudante do primeiro ano e a responsável pelas relações públicas do conselho estudantil. Ela era a filha mais velha de uma família de ex-nobres que havia trabalhado como diplomatas por gerações. Ela era genuinamente uma das elites. Assim como os alunos chamavam Alisa de princesa solitária, os colegas de Yuki a chamavam de princesa nobre devido às suas habilidades sociais elevadas e comportamento refinado, tornando-a a outra “princesa bonita” no campus.
— Tipo, eu sei que ela está fora do meu alcance, mas é fácil conversar com ela, então pelo menos ainda tenho uma chance, ao contrário da Princesa Alya.
Enquanto Takeshi continuava a balançar a cabeça positivamente, Hikaru inclinava a cabeça ceticamente.
— Você realmente tem uma chance? Yuki é conhecida por ter rejeitado mais caras do que até mesmo a Alisa.
— Hmm… Sim… Talvez ela não esteja procurando um namorado? Ou talvez ela já tenha um noivo, assim como a verdadeira nobreza? Então, Masachika? Qual é o lance com ela?
— Por que está me perguntando?
— Com quem mais eu deveria perguntar? Vocês dois cresceram juntos, — argumentou Takeshi, enfatizando cada palavra enquanto seus olhos ardiam de ciúmes. Masachika suspirou.
— Ela não tem um noivo, até onde eu sei. Não sei se está interessada em namorar, no entanto.
— Então vá perguntar a ela.
— Não.
— Por quê?! Vamos lá! Seja um bom amigo!
— Amigos de verdade não usam a amizade para pressionar os outros a fazerem algo.
— Oh. Sim, eu concordo com o Masachika nisso.
— Aarg!
Takeshi foi imediatamente silenciado pelo fogo cruzado verbal atingindo-o de todos os lados. Quando Masachika deu uma olhada casual na fila de comida, viu que as três garotas começaram a procurar assentos vazios com as bandejas na mão. Parecia que não havia mais lugares para sentar até que, de repente, um aluno no canto da cafeteria acenou para alguém. Depois que Maria disse algo para as outras duas, ela começou a andar na direção da garota que acenava, provavelmente sua amiga ou colega de classe. As outras duas continuaram a procurar pela cafeteria até que os olhos de Yuki e Masachika se encontraram. Ela o reconheceu imediatamente, e seu olhar deslizou para o lado dele, onde havia dois assentos vazios no final da mesa.
Acho que sei onde vão sentar.
Assim que o instinto de Masachika lhe disse isso, Yuki disse algo para Alisa e começou a andar diretamente na direção deles, o que deixou Takeshi desconcertado e o fez imediatamente endireitar sua postura.
— Masachika, esses lugares estão ocupados?
Todos os olhos estavam em Yuki, então a ruga acentuada que apareceu na testa de Alisa no momento em que essas palavras saíram dos lábios de Yuki passou despercebida.
— Oh, uh. Não, são todos de vocês. Vocês não se importam, né?
— C-Claro que não.
— Fiquem à vontade.
— Obrigada, — respondeu ela com um sorriso deslumbrante antes de andar ao redor da mesa e se sentar ao lado de Masachika. Alisa, então, sentou-se ao lado de Takeshi, diagonalmente à direita de Masachika.
— Sabia que íamos pedir a mesma coisa, Masachika.
Yuki também tinha uma tigela de ramen mapo-tofu, o que contradizia sua vibração de classe alta.
— Wow, uh… Eu não sabia que você comia esse tipo de coisa, também, Srta. Suou, — gaguejou Takeshi nervosamente. Yuki pegou um elástico de cabelo do bolso e prendeu o cabelo em um rabo de cavalo com um sorriso desconfortável.
— Você não precisa ser tão formal. Não é como se tivéssemos acabado de nos conhecer. Somos colegas de classe.
— M-Mas, tipo… Sim, você está certa.
— E é claro que eu como ramen. Não comemos em casa, mas eu costumo sair nos fins de semana para comer ramen.
— S-Sério? Acho que julguei você errado.
Os olhos de Takeshi e Hikaru estavam arregalados de espanto depois de ouvirem como Yuki era simples, uma mudança em relação à sua imagem refinada na escola. Ela sorriu ainda mais antes de começar a comer elegantemente seu ramen. Masachika esperou até ela começar a comer e lançou um olhar para Takeshi.
Você está muito nervoso.
Fale por você. Talvez você esteja, mas eu não estou.
Você quer conhecê-la, certo? Como vai fazer isso se estiver tremendo na cadeira?
Desculpe, mas ela está fora do meu alcance.
Desistindo tão fácil?!
Enquanto conversavam assim com os olhos, Yuki de repente deu uma pausa no seu ramen e exalou profundamente em satisfação.
— Isto está realmente bom, não está? Eu meio que queria que fosse um pouco mais picante, no entanto.
— Certo? Precisa de mais molho de pimenta.
— Vi que tinham molho de soja e sal no balcão, mas infelizmente não tinha de pimenta. O conselho estudantil pode precisar discutir isso durante a nossa próxima reunião.
— Usando seu poder para benefício próprio, hein — brincou Masachika.
— Estou brincando, — disse Yuki, rindo.
Outra ruga despercebida apareceu na testa de Alisa enquanto comia silenciosamente seu almoço enquanto ouvia a descontraída conversa deles… A ruga se aprofundou até que ela fechou os olhos e mudou conscientemente sua expressão.
— Vocês dois são próximos? — Alisa perguntou casualmente.
— Na verdade, somos amigos de infância, — disse Yuki, sorrindo alegremente depois de se virar.
— Desde a infância…?
— Na verdade frequentamos a mesma escola desde o jardim de infância. Porém infelizmente, nunca tivemos aulas juntos.
— Oh… — Alisa acenou ambiguamente, tornando incerto se ela estava satisfeita com a resposta de Yuki.
— E vocês duas? Vocês são próximas? — perguntou Masachika.
Alisa pausou como se não soubesse a resposta para aquela pergunta, então Yuki decidiu falar em seu lugar.
— Eu acho que você pode dizer… ainda estamos nos conhecendo. Eu quero ser amiga da Alisa, pelo menos, — ela explicou enquanto sorria gentilmente para Alisa e inclinava a cabeça. Alisa, de olhos arregalados, não sabia bem para onde olhar.
Com os olhos desviados, Alisa deu uma resposta estranha. — …Não há nada de bom em ser minha amiga.
Yuki piscou algumas vezes, mas logo um sorriso apareceu novamente em seus lábios. — Em outras palavras, você não é contra a ideia de nós nos tornarmos amigas, certo?
— Oh… sim, acho que sim?
— Então vamos ser amigas! Estamos ambas no conselho estudantil e na mesma série, afinal. Ah, ei! Você acha que eu poderia te chamar de Alya também? Sempre achei o apelido mais fofo desde que ouvi Masha e Masachika te chamarem assim!
— S-Sim… vá em frente.
— Hee-hee! Não consigo parar de sorrir! Você pode me chamar de Yuki ou do que quiser, okay, Alya?
— ….Certo, Yuki.
Curiosamente, Alisa se afastou de Yuki, que ria alegremente com as mãos entrelaçadas.
— Fico feliz que vocês duas sejam amigas agora, mas seu ramen vai ficar mole se você não se apressar, — alertou Masachika.
— Ah! Eu totalmente esqueci do meu ramen!
Alisa observou com leve perplexidade enquanto Yuki comia apressadamente seu ramen; então ela percebeu que Masachika estava encarando, então ela fez um bico envergonhado.
— Então… Kuze… o que você tem falado para a Srta. Su— Yuki sobre mim? — ela perguntou.
— Huh? Ah, nada demais… Apenas sobre como você sempre fica brava comigo e… é só isso.
— Você faz parecer que estou sempre irritada, mas é sempre sua culpa — argumentou Alisa enquanto as sobrancelhas se furiosamente furiosamente.
— Não posso negar isso, — respondeu Masachika, abaixando a cabeça enquanto Yuki ria.
— Você não precisa se sentir envergonhado, Masachika.
— Hmm?
— Masachika sempre fala muito bem de você, Alya. Ele me disse que você é uma trabalhadora muito dedicada e que ele realmente a respeita.
— …?!
— Nunca disse que a respeitava.
— Mas você ainda mostra respeito incondicional por pessoas esforçadas. Estou errada? — respondeu Yuki como se fosse algum ser onisciente e onipresente.
— …
Masachika desviou o olhar desconfortavelmente antes de voltar a encarar Takeshi e Hikaru como se dissesse: Vamos lá, pessoal. Digam alguma coisa. Hikaru e Takeshi trocaram olhares, deram leves acenos um ao outro e, em seguida, se levantaram simultaneamente com suas bandejas.
— Bem, terminamos de comer, então devemos ir.
— Até mais tarde.
Masachika tentou apelar com os olhos enquanto os dois traidores começaram a sair.
Ei?!
Desculpe, mas minha barriga não aguenta mais isso.
Eu não me sinto confortável perto de mulheres por períodos prolongados.
Eles então desviaram o olhar e saíram apressados da cafeteria, tornando inúteis todos os pedidos de Masachika. Com os olhos cheios de ressentimento fixos nas costas deles, ele ouviu Alisa sussurrar em russo:
(Hmph. Inacreditável.)
— Хм. Невероятный
Quando ele se virou, Alisa parecia estar fazendo beicinho, e ainda assim parecia um pouco feliz. Notando o olhar de Masachika, ela imediatamente baixou o olhar para sua comida e continuou a comer em silêncio. Tendo terminado todo o seu ramen até a última gota de caldo, Masachika decidiu apenas observá-la comer, mas quando ela olhou para cima e percebeu, murmurou em russo:
(Para de ficar me encarando, idiota.)
— Перестань пялиться на меня, идиот.
Alisa baixou ainda mais o olhar enquanto se absorvia em seu almoço, o que fez Masachika se sentir reconfortado.
Ahh. Ela deve estar envergonhada depois de ouvir que eu a respeito. Agora entendi.
No entanto, ele não pôde apenas observar. Não era porque ele não entendia russo ou era insensível. Ele simplesmente sentia uma compulsão de usar sua arma secreta.
— Hã? O que foi isso, Alya? — ele perguntou.
— Aliás, Masachika… —, acrescentou Yuki, que ainda não entendia a situação, mas podia sentir que algo estava errado, — …você pensou em se juntar ao conselho estudantil como eu pedi?
Os hashis de Alisa congelaram; Masachika revirou os olhos como que para dizer: “Isso de novo?”
— Quantas vezes eu tenho que dizer que não estou interessado. Além disso, você não conseguiu alguns novos membros outro dia?
— Conseguimos, mas eles não duraram muito…
O conselho estudantil deste ano começou há cerca de um mês atrás, no início de junho. O conselho estudantil nesta escola era um pouco único, pois os alunos concorriam em duplas para os cargos de presidente e vice-presidente, e os dois eleitos decidiam quem eram os outros membros e o que faziam. Portanto, o número de membros mudava a cada ano, e os cargos atuais eram presidente, vice-presidente, secretária (Maria), tesoureira (Alisa) e relações públicas (Yuki). Esses eram os únicos cinco membros. Em outras palavras, não havia membros comuns.
— Eu pensei que você disse que só permitiria que meninas se juntassem este ano, já que garotos adolescentes com hormônios à flor da pele impediriam qualquer coisa de ser feita. O que aconteceu com as três pessoas que você mencionou da última vez que conversamos? Não me diga que todos desistiram.
— Eles disseram que não eram bons o suficiente…
— Oh…
Masachika entendia como eles se sentiam. O conselho estudantil, composto principalmente por mulheres, era incrível de várias maneiras. Não ajudava o fato de que a vice-presidente e Maria eram consideradas as duas garotas mais bonitas de sua série, assim como as duas “princesas bonitas”, Alisa e Yuki, que também eram membros do conselho estudantil. Isso por si só faria qualquer garota se sentir autoconsciente, e ainda piorava as coisas, Alisa estava no topo de sua série, e Yuki costumava ser a presidente do conselho estudantil no fundamental. Ter que ver alguém mais bonito e talentoso do que você todos os dias seria um inferno para qualquer garota. Até mesmo um rapaz que ingressasse no conselho estudantil com a intenção de conquistar uma das belas garotas se sentiria desanimado e desistiria ao ver o quão mais capazes elas eram do que ele.
— É por isso que eu acho que você seria perfeito, Masachika. Você está mais do que qualificado, e acho que você trabalharia muito bem com Alya e comigo. Além disso, você já provou que pode fazer isso quando foi o vice-presidente do conselho estudantil no fundamental.
— …?!
Alisa encarou Masachika chocada ao ouvir esse detalhe de Yuki. Ele franzia a testa.
— Kuze foi o vice-presidente? — Alisa perguntou.
— Sim. No fundamental, dois anos atrás, eu era a presidente, e Masachika era o vice-presidente.
— Oh…
— Foi há muito tempo, e eu nunca farei isso de novo, — insistiu Masachika.
Yuki sorriu, embora estivesse claramente chateada com Masachika agitando a mão em genuíno desgosto, e inclinou a cabeça para Alisa, que ainda estava encarando Masachika com espanto.
— Você pode se surpreender, mas Masachika resolve as coisas quando precisa… apesar de ser assim na maior parte do tempo.
— O que quer dizer com “Assim”?
— Hee-hee! Às vezes me pergunto isso também.
Alisa fez beicinho enquanto ouvia a conversa amigável deles. Parecendo incomodada.
Eu sei que ele pode. Hmph.
— Я знаю, что может. Хм
Mas seus sussurros em russo não chegaram aos ouvidos deles.
https://tsundoku.com.br
— De qualquer forma, preciso passar na sala do conselho estudantil antes da aula.
— Ah, tudo bem. Nos vemos depois da escola.
— Sim, nos vemos depois da escola.
— Até mais, Yuki.
— Por favor, pense na minha proposta, está bem, Masachika?
— Isso não vai acontecer!
— Ha-ha-ha.
— Ei! Por que está sorrindo?
— Oh, sem motivo. Tenha um bom dia.
Depois de sair da cafeteria, Yuki se curvou graciosamente e se afastou, enquanto Masachika acenava de maneira grosseira para se despedir.
— Vocês dois são bem próximos, — comentou Alisa, sua voz vinte por cento mais fria e penetrante do que o normal.
— Isso é surpreendente?
— Sim, muito. Não consigo acreditar que você tenha uma mulher como amiga —, provocou Alisa de forma afiada, fazendo Masachika arquear uma sobrancelha.
— Espera. Isso é o que te surpreende?
— Sim, e?
— Bem… — Masachika olhou como se ela não fizesse sentido, depois apontou para ela. — Você é uma amiga minha.
— …
Ela piscou lentamente, sua expressão vazia, e inclinou a cabeça inquisitivamente.
— …Somos… amigos?
— Hein? Não somos, então?
— …
Alisa ficou em silêncio por alguns momentos, parecendo surpresa pela pergunta inesperada antes de se virar subitamente para longe dele.
— Não, somos. Somos amigos, — respondeu ela de forma sucinta , como se estivesse segurando algo. Ela então se dirigiu imediatamente na direção que Yuki havia ido.
— Ei! Para onde você está indo?
— Só lembrei que preciso passar na sala do conselho estudantil também… Não me siga, — ela exigiu sucintamente, sem nem olhar para trás enquanto saía.
— O que foi aquilo? …Eh. De qualquer forma, mais importante, eu preciso fazer esses dois pagarem por terem fugido mais cedo… —, Masachika murmurou ominosamente para si mesmo e voltou sozinho para a sua sala de aula.
Havia rumores naquela tarde de que alguns alunos tinham visto a Princesa Alya pulando pelos corredores e cantarolando, embora esses rumores nunca tenham chegado a Masachika
Tradução: MahouScan
Revisão: MahouScan
QC: Matface
💖 Agradecimentos 💖
Agradecemos a todos que leram diretamente aqui no site da Tsun e em especial nossos apoiadores:
📃 Outras Informações 📃
Apoie a scan para que ela continue lançando conteúdo, comente, divulgue, acesse e leia as obras diretamente em nosso site.
Acessem nosso Discord, receberemos vocês de braços abertos.
Que tal conhecer um pouco mais da staff da Tsun? Clique aqui e tenha acesso às informações da equipe!
Além disso, o casino oferece uma grande variedade por opções de pagamento, como Bitcoin, Visa,…
Um dos grandes destaques da seção de apostas esportivas deste site é o Slottica ao…
Os slots são, sem dúvida, uma das atrações principais do Slottica Casino. A qualidade gráfica…
No entanto, ela também precisa melhorar sua oferta ao vivo, qual não é em particular…
— Como Naesia havia prometido, levou apenas algumas horas para completarmos a subida pelos penhascos.…
Primeiro, Cliff apressou-se para os leitos dos enfermos. — Observar a condição do paciente…