A Prisão Infernal – Cap. 388 – Nosso alvo

 

— Uma armadilha!?

Instintivamente, aquele pensamento surgiu na mente de Kieran, pois seria muita coincidência os passos naquele momento.

Kieran prontamente enrijeceu todos os seus músculos e ficou de prontidão, assim como um leopardo pronto para avançar em sua presa.

No momento em que iria saltar, ele parou abruptamente.

Ele escutou alguém guardar suas armas, seguido do ronco de alguém em um sono profundo.

— Mas o que…? — Kieran estava atônito.

Ele cuidadosamente abriu a porta secreta.

O ronco ficou ainda mais claro sem nada para bloquear o som, e ele viu uma beliche diante dele.

Um dormitório para soldados!

Kieran inspecionou seus arredores, e depois de rapidamente confirmar que o armazém tinha sido transformado em um dormitório, ele esgueirou-se como um gato pela passagem.

Após sair, ele cuidadosamente fechou a porta que levava para a passagem secreta. A ‘tampa’ com a espessura de uma palma fechou na passagem abaixo sem problemas. Um simples olhar de fora não poderia distingui-la das outras partes do chão, parecia ter sido feita sob medida.

Quando Kieran entrou no dormitório dos soldados, ele inspecionou cuidadosamente o lugar novamente.

Tinha em torno de 40 metros, mas por conta das beliches, um total de seis homens estavam apertados no local.

O espaço entre as camas só permitia alguém passar andando de lado.

A porta secreta estava em um canto do dormitório, ou então, com o espaço compacto das camas, a porta secreta estaria pressionada por uma delas.

Depois de sentir a sorte em seu coração e agradecer a senhora sorte, Kieran lentamente foi até a entrada do dormitório.

Metade do sol já estava nascendo, e a luz dispersava a escuridão, derramando seu brilho aconchegante sob a Fortaleza Relâmpago, que tinha passado por uma noite agitada.

A briza da manhã soprou por entre os cumes da Montanha Herr conforme se movia, percorrendo o vale sem nome e eventualmente a Fortaleza Relâmpago. Contudo o cheiro de sangue denso não foi levado com o vento.

Na verdade, o odor do sangue se espalhou com o passar da brisa.

Kieran que estava atrás da entrada do dormitório dos soldados olhou o lado de fora pelo vão da porta antes de voltar para dentro novamente.

A segurança do lado de fora era muito mais pesada do que ele pensou. Cada ponto de interesse tinha soldados a postos em guarda. Com sua aparência atual, se ele seguisse para fora do dormitório, ele seria notado instantaneamente.

Quando o sol surgiu alto no céu, não teriam sombras para Kieran se esconder por causa do caminho esculpido através das paredes da montanha.

— Eu tenho apenas duas opções agora! Uma é me camuflar com a roupa de um dos prados e continuar. A segunda é esperar escurecer!

Depois de pensar, Kieran descartou a primeira opção.

Apesar do sistema prover a ele ajuda na língua comum do mundo da masmorra, não inclui a língua dos Prados, então mesmo se ele tivesse uma roupa, ele seria facilmente reconhecido também.

Além disso, “emprestar” uma roupa que era feita de peles dos Prados não era uma tarefa fácil.

Os soldados prados diante dele estavam dormindo com suas roupas. Ele não tinha confiança de remover as de um deles sem atrair a atenção dos outros.

Não tinha nenhuma outra alternativa disponível, além de matar todos no dormitório!

O odor do sangue continuava do lado de fora, então ele não tinha que se preocupar com o cheiro, mas ele não tinha certeza em relação a troca de turno deles.

Quando alguém entrasse no quarto, seria difícil de se lidar, levando a uma grande comoção.

Isso colocaria seus planos em grande desvantagem.

Dado que ele ainda tinha tempo suficiente para gastar, Kieran escolheu o caminho mais estável para se aproximar, esperar pela noite novamente, embora possa fornecer aos invasores prados uma boa quantidade de descanso.

……

O tempo passou de segundos para minutos, o sol fez seu caminho pelo céu e eventualmente ficou sob as montanhas.

Durante as 12 horas que se passaram, os soldados prados no dormitório rotacionaram seus turnos duas vezes, dois turnos de 6 horas foram completos.

Assim como Kiera tinha esperado, o número de invasores prados não era alto.

Quando os soldados que estavam no dormitório retornaram mais uma vez para descansar, Kieran deixou a passagem secreta.

Após abrir a porta como se ele conhecesse o local, ele mergulhou nas sombras do caminho e seguiu em direção ao alvo que ele tinha definido mais cedo.

Kieran não estava relaxando durante as seis horas que ele gastou durante a rotação de turnos.

Mesmo que fosse apenas pelo vão da porta, foi o suficiente para ele inspecionar a área em detalhes.

Então comparando a suas memórias de ontem, não era uma tarefa difícil localizar o líder dos invasores.

Kieran obviamente nunca aprendeu nada sobre formação de tropas, mas uma coisa ele tinha certeza. A identidade e posição decidia o tratamento que recebiam e a autoridade.

Em ambos os lados das muralhas da montanha, cada ponto de interesse tinha soldados prados em guarda, contudo haviam dois pontos com mais soldados.

Um rápido olhar podia contar que o número de soldados guardando aqueles dois pontos eram extremamente fora do comum, dado que eles tinham um número de homens limitado.

Usando a escuridão como disfarce, Kieran inicialmente chegou ao primeiro ponto com concentração de guardas na parede da montanha. Ele colocou sua mochila na sombra e se inclinou contra a parede, se movendo entre os guardas com sua [Furtividade] nível transcendente.

Depois de passar os guardas, Kieran se moveu silenciosamente como um gato e entrou no quarto.

Ele estava grato por ter evoluído [Furtividade] para o nível transcendente, que o dava habilidades excepcionais para se esconder nas sombras. De outra forma, ele não teria seguido por esse caminho repleto de guardas.

Kieran girou a maçaneta da porta e lentamente a abriu, prevenindo o pivô e a moldura da porta de produzirem qualquer barulho. Ele então esgueirou-se silenciosamente depois de abrir a porta.

Quando viu a grande máquina de guerra dentro do quarto, ele franziu o cenho e murmurou — Que azar! —. Ele escolheu o lugar errado das duas opções.

Ele inclinou seu corpo para trás na parede e tentou recuar de onde ele veio. Mas assim que ele estava prestes a se mover, passos vieram de fora da porta.

Kieran rapidamente se moveu para atrás da porta, se escondendo quando ela foi aberta.

Momentos depois…

*Tss Gak!*

A porta foi aberta com força, causando um guincho entorpecente.

Dois homens fortes com a cara bronzeada, mas com as bochechas vermelhas, entraram um após o outro.

Ambos vestiam as roupas de peles dos prados, tinham alguns acessórios e estavam armados com espadas.

Contudo, o que entrou primeiro parecia ser de um nível maior baseado em seus acessórios. Não apenas por ele estar usando ouro, mas âmbares vermelhos e esmeraldas verdes enfeitavam ao redor de seu pescoço também.

Depois que a porta foi fechada, ambos começaram a conversar. Os homens que eram obviamente de uma patente mais alta que os outros não notaram o par de olhos os observando, de trás da porta fechada.

— Ande logo! Antes que as outras tribos cheguem, nós precisamos entender como essas máquinas de guerra funcionam! Eles vão ser a maior recompensa da tribo Tashi por essa jornada ao sul! — O homem na frente disse em um tom sério.

— Sim, mestre da tribo! — A pessoa atrás seguiu suas ordens.

*Crack! Crack!*

Momentos depois, o pescoço de ambos foi quebrado. Eles não souberam o que aconteceu até o último suspiro.

Kieran então arrastou os dois corpos, querendo deixá-los em um lado do quarto, mas assim que Kieran abaixou os corpos, uma flecha sonora foi atirada.

*Souuuuu! Pang!*

O alto estrondo quebrou o silêncio no meio da noite instantaneamente.

— Merda! Eu fui descoberto! — Kieran ficou aturdido.