A Prisão Infernal – Cap. 359 – Negligenciado

 

Enquanto Mary estava pegando suas coisas, Kieran trouxe dois cavalos de guerra.

Ele usou a roupa de cama dentro da torre onde Galeart estava descansando e fez uma maca simples, o colocando em cima.

Kieran desejou que Galeart se recuperasse e acordasse logo, porque a informação que ele pode reunir era muito pouco.

A maioria eram seus próprios palpites, e não havia quase nada que ele pudesse realmente confirmar, exceto por um ponto. Aquele ponto sobre o qual o Kieran tinha a certeza, era que havia algo suspeito naquele emissário imperial!

O Castelo de Schuster não era longe da Cidade de Tita, somente um dia de viagem a cavalo.

Se era uma reunião secreta, não havia necessidade de fazer um grande desvio para Cidade de Tita.

Uma pequena cidade com uma população com cerca de centenas de habitantes era muito sensível contra desconhecidos. Os guardas na entrada da cidade poderiam não ser capazes de lutar em uma batalha real, mas reconhecer estranhos era fácil para eles.

Com a ordem secreta com ele, o emissário imperial deve se mover em segredo, mas ele escolheu um lugar que poderia correr o risco de se expor. O fato era desconcertante nos pensamentos de Kieran.

A não ser que…

— Haviam alguns assuntos que o forçaram a fazê-lo! Sendo perseguido por assassino, então ele precisava pedir ajuda do proprietário da Castelo Swuster, ou…

Pensamentos ruins surgiram na mente de Kieran. Tudo começou com o assassinato da dona do Castelo de Swuster. Sob as circunstâncias de poder ter sido assassinada por alguém familiar, Kieran não poderia deixar de pensar mais. No entanto, era apenas um palpite e não pôde ser verificado ainda.

— Qual razão poderia levar múltiplas partes a atacar alguém implacavelmente?

O Kieran fritou o cérebro confuso.

Ele estava certo de que o Duque Sergourney que ele matou antes não era do mesmo lado que o assassino na torre. Aparentemente, se o Duque tivesse um assassino qualificado, ele não teria ido ao Castelo Swuster e tentado invadir a torre à força.

O assassino que matou a proprietária do Castelo de Swuster também pertencia a outra facção.

Esta facção deve ser a mais sorrateira e com a resposta mais rápida, porque eles podem muito bem ser a facção que estava perseguindo o emissário imperial.

Embora houvesse a possibilidade de que eles também fossem independentes.

— Três a quatro facções de uma só vez? Quem eles representam? — Kieran pensou nisso enquanto esfregava o queixo. No momento em que Mary moveu suas coisas para o cavalo, Kieran só conseguia pensar em uma pergunta.

A facção com a resposta mais rápida aos assuntos deveria ser a mais próxima do rei. Somente tal posição poderia observar cada movimento do rei.

— Há outros que se escondem ao lado do rei… O que caralhos esse Rei está fazendo?

Kieran balançou a cabeça, recusando-se a comentar sobre o rei.

Antes de conhecer completamente uma pessoa, Kieran não faria mais comentários. O mesmo aconteceu com os nativos, isso só o faria ter uma percepção preconceituosa em relação a um assunto.

Se tal comentário fosse errado para começar e Kieran tivesse uma percepção preconceituosa sobre o assunto, não seria algo bom para ele. Só o faria julgar mal as coisas ou até mesmo criar ameaças letais para si mesmo.

— Nós podemos partir agora?

Mary perguntou a Kieran depois de fechar a porta da torre.

— Claro!

Kieran assentiu e foi na frente, seguido por Mary.

Kieran não ficou surpreso quando Mary mostrou uma habilidade de equitação excepcional. Com as habilidades e força de sua mãe, sob sua instrução e influência, seria normal para Maria possuir habilidades de equitação ou espada.

Atrás de Mary estava o inconsciente Galeart e algumas coisas que quis trazer com ela, onde utilizava três cavalos de guerra para carregar sua carga.

Kieran olhou para a carga que Mary tinha trazido. A maioria eram coisas diversas, mas entre eles estava uma longa rapieira, em comparação com a estatura de Mary. Quando a rapieira especial apareceu, confirmou-se o palpite do Kieran sobre a Mary.

*Dak Dak Dak*

Os cavalos de guerra moveram-se sobre a ponte com uma velocidade constante. Quando chegaram ao fim da ponte, o cadáver do Duque e dos outros apareceram diante deles.

Kieran podia ver o ódio e desprezo em relação a eles no rosto de Mary.

— Precisa que eu cuide dos corpos deles? — Kieran perguntou.

— Farei isso por mim mesma! — Mary disse antes de descer de seu cavalo.

A maneira da menina lidar com os corpos era muito simples, empurrando cada um deles para baixo, aos córregos da montanha.

Ela já estava ofegante depois de arrastar metade deles, e apesar de arrastar repetidamente os corpos de quase 20 homens adultos fosse um fardo para uma menina de 13 anos, quando Kieran se ofereceu para dar uma mão, ela ainda se recusou.

Depois de passar meia hora empurrando os corpos para baixo no córrego da montanha, Kieran e Mary continuaram sua jornada.

A lua no céu noturno era brilhante e clara, derramava uma luz fraca no estreito caminho da selva. As estrelas podiam ser facilmente vistas com um levantar da cabeça através dos vãos entre o topo da folhagem. As canções dos insetos eram persistentes em seus ouvidos, a quietude era completamente satisfatória também.

Se não fosse pelo momento errado, poderia ser uma caminhada noturna decente.

Mary baixou a cabeça e ficou quieta quando retomaram a viagem.

Além da exaustão de antes, também houve mudanças no seu estado mental.

Kieran estava bastante familiarizado com essa mudança.

Quando ele entrou no jogo pela primeira vez, também passou por esse processo, se familiarizando com cadáveres e aprendendo a acalmar sua mente. Não foi uma experiência feliz, mas para sobreviver, Kieran cerrou os dentes e foi a prática.

Mais importante ainda, ninguém mais poderia ajudar enquanto um enfrentava tal situação, tudo em que poderia confiar era em si mesmo.

Então Kieran assistiu ela sem dizer nada. Isso poderia ser um pouco duro e cruel, mas ser cruel consigo mesmo era melhor do que ser cruel com ela.

Conforme se mantinham silenciosos em sua jornada, tudo o que restou foi o galope de cavalo.

Até que o inconsciente Galearte soltou um gemido.

— Galeart!

Mary, que estava quieta e com a cabeça abaixada, pulou do cavalo feliz e foi até a maca improvisada.

— Ma… Mary?

Galeart que tinha acabado de acordar não sabia o que estava acontecendo, mas quando ele viu a menina, sua mente ficou revigorada. Mas quando ele viu Kieran, uma expressão vigilante apareceu em seu rosto. Mesmo depois que Mary introduziu Kieran, apenas a cautela permaneceu.

— Olá, Galeart — Kieran o comprimentou com um sorriso.

Além do fato de que ele poderia obter mais informações depois que Galeart acordasse, também foi por conta da missão secundária de Kieran, [Resgate!] que foi marcada como concluída quando Galeart acordou.

Embora a saudação de Galeart demonstrasse um sentimento frio e distante.

— Uhm, prazer em te conhecer, Sir 2567! Obrigado por salvar minha vida!

Apesar de Galeart estar agradecendo, Kieran não sentiu nenhum pouco de gratidão.

— Ele está sendo cuidadoso comigo?

Kieran não se sentiu ofendido sobre sua ação. Muito pelo contrário, ele estava olhando para o homem idoso com interesse em seus olhos. A atitude e a maneira de Galeart lembravam-lhe que ele tinha negligenciado algumas coisas antes, algumas coisas muito importantes.